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Vira-lata – Wikipédia, a enciclopédia


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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Vira-lata (português brasileiro) ou rafeiro (português europeu) é a


denominação dada aos cães ou gatos sem raça definida, SRD (Sem
Raça Definida), sendo CRAND (Cachorro de Raça Não Definida) e
GRAND (Gato de Raça Não Definida), como são geralmente
referenciados em textos veterinários. Em algumas regiões do Brasil
também são conhecidos como pé-duro, guaipeca, bajariva e
cusco.

O termo vira-lata deriva do fato de muitos desses animais, se


abandonados, serem comumente vistos andando famintos pelas
ruas revirando latas de resíduos em procura de algum tipo de
alimento.

Geralmente os cães e gatos considerados sem raça definida são


mestiços, descendentes da combinação entre animais de diferentes
raças.

Um Cão SRD típico.

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Um gato SRD típico.

Os SRD (CRAND/ GRAND) por outro lado, são todos os cães e


gatos que não têm origem definidas em um pedigree, que é um
certificado emitido por entidades oficiais atestando a ascendência do
animal. Para obter um pedigree, o animal tem que ter pais com o
mesmo certificado, ou seja, da mesma raça. Entidades
certificadoras exigem verificação de ninhada e mais recentemente a
aplicação de microchips por veterinários. O animal pode ter a
aparência de um cão de raça mas só o certificado atesta. Hoje, com
o avanço dos exames de DNA, provavelmente há possibilidade de se
definir se um cão é de uma determinada raça ou não, mas são
exames ainda caros. Se houver qualquer mistura de raça (incluindo a
cruza de dois animais de raça ou um de raça e um vira-lata) esse
animal já será considerado um SRD.

Os cães vira-latas[editar | editar código-fonte]

Variedade[editar | editar código-fonte]

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CRAND (Cão de RAça Não Definida) adotado.

Um dos aspectos mais interessantes do vira-lata é a sua variedade.


Encontram-se SRDs de todas as cores e tipos, de todos os
temperamentos. Ainda existem algumas características, como o fato
de que costumam ser muito inteligentes e afetuosos, variando de
acordo com as características herdadas. Normalmente o SRD
resgatado das ruas tem um temperamento mais dócil, companheiro
e vigilante que os outros cães.

Em termos de aparência, como estes animais se cruzam livremente,


a prole resultante tende a ser muito variada em termo de tamanho,
forma e cor, tendo-se exemplos de cães de portes diversificados,
aptos a viver em interiores ou como animais de sítio ou vigilância.
Embora o cruzamento não obedeça a uma ordem, necessariamente,
observa-se que após várias gerações os cães mestiços exibam
características grosseiramente similares. Eles tendem a ser cor
caramelo ou preto, e pesar em torno de 18 kg, tipicamente tendo de
38 a 57 cm de altura.

Acredita-se que a aparência de um cão mestiço seja muito parecida


com a de seus ancestrais Canis lupus familiaris, de onde as raças
puras foram selecionadas.

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Variedades de cruzamento[editar | editar código-fonte]

A maioria das raças existentes é resultado de seleção humana.


Raças hoje catalogadas e reconhecidas começaram como raças
mestiças, geradas por aleatoridade ou através de cruzamentos
ordenados de raças então existentes. Encorajando traços desejáveis
e desencorajando outros, criadores procuraram criar um padrão
ideal de aparência ou comportamento, ou os dois, para cães e gatos,
para garantir que os animais resultantes dos cruzamentos
subsequentes apresentassem os mesmos padrões de aparência ou
comportamento.

Cachorro vira-lata em uma chácara no interior do estado do


Maranhão, Brasil.

É possível dividir, grosseiramente, os cães sem raça


definida(CRAND) em quatro tipos:

Cães mestiços que mostram características marcantes de duas ou


mais raças. Um cão mestiço pode ter ancestrais de raça pura, ou
podem vir de uma longa linha de cães mestiços. Estes cães são
geralmente identificados pela raça com a qual mais se assemelham,
como "Lab mix" ou "Collie-Shepherd", mesmo que a ancestralidade
seja desconhecida.

Cão "vira-lata" genérico, onde a criação não selecionada ocorreu


durante tantas gerações que já é impossível distinguir características

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particulares de uma ou outra espécie. Dentre estes, incluem-se


também os cães párias, originalmente uma designação de cães
selvagens da Índia. Análises de DNA destes cães indicam um "pool"
genético muito antigo quando comparado a raças modernas.

Raças funcionais, que são cães criados com determinado propósito,


ainda que seus ancestrais não sejam puro-sangue, mas
selecionados de acordo com seu desempenho em tarefas
particulares de serviço ou companhia. Exemplos incluem o Alaskan
Husky, o Eurohound, os Pointer/Greyhound mixes, conhecidos como
Greysters. Embora não sejam raças reconhecidas, eventualmente
elas podem assim ser classificadas.

Cães híbridos, que são misturas conhecidas de duas raças puras.


Algumas raças cruzadas se tornaram populares o suficiente para
seu cruzamento se tornar desejável, como o Cockapoo -
cruzamento entre um Poodle e um Cocker Spaniel. Estes
cruzamentos tem objetivo de adicionar ou reforçar características
desejáveis de ambas as espécies, para finalidades diversas como
companhia, guarda, caça, etc.

Saúde[editar | editar código-fonte]

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Cão sem raça definida de aproximadamente 1 ano

Muito importante para quem procura um cão ou gato para adotar e


ter como companhia, é saber que os vira latas (SRD) são fruto de
genes que já foram provados, testados e sobreviveram as condições
precárias de alimento e abrigo nas ruas, razão pela qual, costumam
ser muito resistentes e saudáveis.

A teoria do vigor híbrido sugere que como um grupo, cães ou gatos


de ancestralidade variada serão mais saudáveis que seus ancestrais
de pedigree. Em animais de raça definida, o cruzamento de cães
com aparência muito similar através de várias gerações produzem
animais que podem carregar os mesmos alelos, alguns dos quais
são indesejáveis. Isto é ainda mais verdadeiro quando considera-se
animais de parentesco próximo. Este cruzamento próximo tem
exposto muitos problemas de saúde de natureza genética não tão
aparentes em populações menos uniformes. Espécimes sem raça
definida são mais diversificados geneticamente devido a natureza
casual do encontro entre os pais. A descendência desses encontros
tende a expressar menos algumas deficiências genéticas, em virtude
da diferença genética natural entre os pais. No entanto, algumas
doenças recessivas ocorrem entre muitas raças não relacionadas, e
deste modo meramente a mistura de raças não é garantia de saúde
genética.

"Cães híbridos tem uma chance muito menor de exibir as


deficiências que são comuns às raças de origem", porém o
cruzamento não necessariamente garante que a descendência
resultante será mais saudável que os pais, pois há uma
probabilidade dos filhotes herdarem as piores características de
ambos os pais. Esta é uma das razões pelas quais muitos criadores
preferem cães de linhagem conhecida. No entanto, é notável que

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muitos criadores deem preferência à aparência e conformidade dos


cães, ignorando fatores intrínsecos ao cão, como a saúde e sua
disposição física.

Cães de raça pura e SRD são igualmente susceptíveis à maioria das


doenças não relacionadas à genética, como raiva e infestação por
parasitas.

Muitos estudos demonstraram que cães sem raça definida tem uma
natural vantagem de saúde. Um estudo feito na Alemanha conclui
que "cães mestiços necessitam menos de tratamento veterinário".[1]
Estudos na Suécia encontraram que "cães mestiços tem menor
tendência a desenvolver muitas doenças em relação a um cão
normal de raça definida".[2] Dados da Dinamarca também sugeriram
que a mistura de raças produz cães com maior longevidade, se
comparados a cães de raça definida.[3] Um estudo britânico
demonstrou resultados similares, porém concluiu que algumas raças
são em geral mais lôngevas que cães SRD (em especial Jack
Russell Terrier, Poodle miniatura e Whippets).[4]

Em outro estudo, o efeito da raça na longevidade dos cães foi


analisado utilizando dados da mortalidade de 23.535 animais. Os
dados foram obtidos de hospitais veterinários de ensino nos Estados
Unidos. Ao comparar a mortalidade de cães de raça definida com os
híbridos foi concluído que aqueles sem raça definida viveram em
média 1,8 anos a mais nas condições estabelecidas, considerando
animais doentes de diferentes pesos e condições clínicas.[5]

Cães vira-lata no Brasil[editar | editar código-fonte]

Embora tenham no passado recebido má-fama entre os criadores,


comparados aos cães de raça pura, há uma tendência crescente

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para a popularização do vira-lata no Brasil.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, esse é o cão


doméstico mais comum na cidade de São Paulo. O levantamento
entrevistou 613 pessoas, numa amostra representativa da população
paulistana com 16 anos ou mais. De acordo com a matéria
publicada na Folha de S.Paulo,[6] a adoção dos cães sem raça
definida cresce sobretudo nas classes mais altas, onde os cães hoje
dividem espaço com animais de raça definida.

Os criadores veem benefícios na melhor saúde e resistência dos


animais, pelo fato da mistura gerar um cão com "competências mais
equilibradas". Porém, o principal fator que motiva hoje a adoção de
cão mestiço está na questão social da adoção. A maior parte destes
animais vem de organizações não-governamentais encarregadas de
cuidar e doar os animais, recolhidos das ruas ou de donos
incapazes de fornecer os cuidados adequados. Especialistas
relembram que, embora resistente e adaptável, o vira-lata ainda
assim precisa de cuidado veterinário e alimentação correta, para
uma saúde mais forte e um desenvolvimento adequado.

Numa fase de mundo em que todas as pessoas buscam possuir e


cuidar de coisas absolutamente exclusivas para si, a escolha de ter
um cão vira-lata para cuidar é a garantia de que em nenhum lugar do
mudo haverá outro cachorro igual ao seu.

Os gatos vira-latas[editar | editar código-fonte]

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Os gatos sem raça definida apresentam enorme variedades de


cores, tipos de pelagem e coloração dos olhos

Normalmente os gatos sem raça definida são geneticamente


compostos de misturas entre diversas raças [7] .

Por serem derivados de animais portadores de distintas


características, a seleção natural tratou de aprimorar as
características que dão a esses gatos maiores níveis de resistência
e melhores graus de aptidão para a vida ao lado dos seres humanos.
Assim, os felinos sem raça definida normalmente são beneficiados
por terem reduzida propensão ao desenvolvimento de doenças de
origem genética, além de apresentarem elevados níveis de interação
com os humanos, sendo muito amigáveis e apegados aos donos [8] .

Variedade[editar | editar código-fonte]

Os gatos vira-latas apresentam ampla variedade de tamanhos, cores


e tipos de pelagem [9] , podendo inclusive se assemelhar a animais de
outras raças,. Por exemplo, há gatos vira latas com padrão de
coloração muito parecidos com Siameses ou com a pelagem similar
aos da raça Angorá[9] . Vira-latas da cor preta são praticamente
idênticos aos gatos da raça Bombaim [10] .

Ver também[editar | editar código-fonte]

Distância genética

Domesticação

Híbrido

Lista de raças de cães

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Lista de raças de gatos

Seleção artificial

Referências

1. ↑ R. Beythien, Tierarten- und Hunderassenverteilung,


Erkrankungshäufigkeit und prophylaktische Maßnahmen bei den
häufigsten Hunderassen am Beispiel einer Tierarztpraxis in Bielefeld
in den Jahren 1983-1985 und 1990-1992, 1998, Diss., Tierärztl.
Hochschule Hannover

2. ↑ A. Egenvall, B.N. Bonnett, P. Olson, Å. Hedhammar, Gender, age,


breed and distribution of morbidity and mortality in insured dogs in
Sweden during 1995 and 1996, The Veterinary Record, 29 de abril de
2000, p. 519-57

3. ↑ H.F. Proschofsky et al, Mortality of purebred and mixed breed dogs


in Denmark, Preventive Veterinary Medicine, 2003, 58, 53-74 "Higher
average longevity of mixed breed dogs (grouped together). Age at
death mixed breeds (Q1 Q2 Q3 mixed breeds 8,11,13, purebreds 6,
10, 12)"

4. ↑ A. R. Michell, Longevity of British breeds of dog and its relationship


with sex, size, cardiovascular variables and disease, Vet. Rec., 27 de
Novembro de 1999, S. 625-629 "There was a significant correlation
between body weight and longevity. Crossbreeds lived longer than
average but several pure breeds lived longer than cross breeds,
notably Jack Russell, miniature poodles and whippets" (S. 627 - thus
only small and toy breeds, as to be expected)

5. ↑ G.J. Patronek, D.J. Walters, L.T. Glickman, Comparative Longevity


of Pet Dogs and Humans: Implications for Gerontology Research, J.
Geront., BIOLOGICAL SCIENCES, 1997, Vol 52A, No.3, B171-B178

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quote (p. B173) PMID 9158552

6. ↑ Folha.com http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/758026-vira-latas-
sao-os-caes-preferidos-dos-paulistanos.shtml

7. ↑ Silva, P.H.C.; Silva, R.M.; Lima, E.M.M. (2009-10). «Topografia do


cone medular em gatos sem raça definida». Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia. 61 (5): 1062–1066.
ISSN 0102-0935. doi:10.1590/s0102-09352009000500008

8. ↑ «Vantagens de ter um gato vira-lata». peritoanimal.com.br.


Consultado em 4 de fevereiro de 2019

9. ↑ Ir para: a b «A beleza do gato vira-lata». Portal Medicina Felina.


Consultado em 4 de fevereiro de 2019

10. ↑ «Bombaim | Bombay — Guia de raças de gatos». My Txai.


Consultado em 4 de fevereiro de 2019

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

adoteumanimalcarente.nafoto.net

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