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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS

PAPILOSCOPISTA DA POLÍCIA FEDERAL


PROFESSOR PEDRO IVO

AULA 05 – PRISÃO

Olá, Pessoal!

Abordaremos hoje um tema que vem levantando uma grande discussão na


sociedade.
O Senado Federal aprovou, em 07 de abril de 2011, o substitutivo ao Projeto
de Lei nº 111, de 2008, da Câmara dos Deputados, que altera dispositivos do
Código de Processo Penal (CPP) relativos a medidas cautelares como a prisão
processual, a fiança e a liberdade provisória.
A proposta, que na Câmara tramitou sob o número 4.208, cria medidas
alternativas à prisão preventiva - mantida, porém, a prisão especial para
autoridades e determinados profissionais.
Quanto à real aplicabilidade e necessidade da nova lei, há grandes
divergências entre os juristas. Vamos entender:
Os mais otimistas entendem que se mudou o paradigma da prisão banalizada
para proteger a sociedade. Afirmam que ganha a dignidade humana das
pessoas que, constitucionalmente, devem ser consideradas presumidamente
inocentes.
Por outro lado, penalistas se posicionam no sentido de que a nova norma
veio para reforçar o conceito de impunidade, tão debatido em nosso País.
Segundo esta corrente, com o novo regramento, a prisão está praticamente
inviabilizada no país, já que se exige a aplicação, pelo juiz, de um total de
nove alternativas antes dela, restringindo-a sensivelmente.
Concretamente, e é isso que efetivamente importa para sua PROVA, o novo
texto consagra, no que se refere aos presos, o monitoramento eletrônico
mediante concordância, a proibição de frequentar determinados locais ou a
de se comunicar com certas pessoas e o recolhimento em casa durante a
noite e nos dias de folga.
A prisão, de fato, passa a ser aplicada apenas aos crimes considerados "de
maior potencial ofensivo", ou seja, aos crimes dolosos com pena superior a
quatro anos ou nos casos de reincidência. Além disso, o projeto aprovado
amplia os casos de concessão de fiança.
Alardeia-se que essas alterações no Código de Processo Penal diminuirão
índice de presos provisórios existentes no país, que hoje chegaria a 44% da
população carcerária atual.
De fato, sua aprovação afasta a possibilidade de prisão nos casos de crimes
graves consumados, como o crime de quadrilha ou bando; auto-aborto;
lesão corporal dolosa, ainda que grave; maus tratos; furto; fraude;
receptação; abandono de incapaz; emprego irregular de verbas públicas;

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resistência; desobediência; desacato; falso testemunho e falsa perícia; todos


os crimes contra as finanças públicas; nove dos dez crimes de fraudes em
licitações (o remanescente tentado), contrabando ou descaminho.
O novo regramento também prevê o descabimento da prisão nos crimes
tentados de homicídio, ainda que qualificado; infanticídio; aborto provocado
por terceiro; lesão corporal seguida de morte; furto qualificado; roubo;
extorsão; apropriação indébita, inclusive previdenciária; estupro; peculato;
corrupção passiva, advocacia administrativa e concussão; corrupção ativa e
lavagem de dinheiro.
Também estariam afastados da prisão os autores de crimes ambientais e de
colarinho branco - sejam consumados ou tentados - e ainda parte dos crimes
previstos na Lei de Drogas, inclusive os casos de fabricação, utilização,
transporte e venda, tentados.
Vamos, a partir de agora, iniciar uma análise detalhada do tema e,
consequentemente, conhecer detalhadamente o novo regramento.

Vamos começar!

Bons estudos!!!

**********************************************************************

5.1 PRISÃO – REGRAS GERAIS

Do latim prehensio, de prehendere (prender, segurar, agarrar), “prisão” é o


vocábulo tomado para exprimir o ato pelo qual se priva a pessoa de sua
liberdade de locomoção, isto é, da liberdade de ir e vir, recolhendo-a a um
lugar seguro e fechado de onde não poderá sair.
A pena de prisão, dada a sua severidade, deve ser utilizada como último
recurso para a punição do condenado. É o que preconiza a teoria do “Direito
Penal Mínimo”, também denominada de Teoria da Intervenção Mínima, a
qual substitui a prisão por penas alternativas ou administrativas em crimes
tidos como de menor ofensividade, reservando-se o cárcere somente aos
indivíduos de alta periculosidade e que representam uma ameaça à paz
pública e à integridade física dos cidadãos.

5.1.1 CONCEITO

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Nos dizeres de Mirabete, a “prisão, em sentido jurídico, é a privação da


liberdade de locomoção, ou seja, do direito de ir e vir, por motivo ilícito ou
por ordem legal.”
Ensina o Prof. Fernando Capez, com muita propriedade, que prisão “é a
privação da liberdade de locomoção determinada por ordem escrita da
autoridade judiciária competente, ou em caso de flagrante delito”.
Complementando o conceito, dispõe o art. 5.º, inc. LXI, da Constituição
Federal:

Art. 5.º
[...]
LXI ninguém será preso senão em flagrante delito, ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou
crime propriamente militar, definidos em lei.

Resumindo, a prisão é a privação de liberdade de locomoção determinada


por ordem escrita da autoridade judiciária. Entretanto, esta necessidade
de existência de um mandado do Magistrado pode ser atenuada nos casos
de prisão em flagrante, transgressão militar, durante estado de sítio e no
caso de recaptura do evadido.

5.1.2 ESPÉCIES DE PRISÃO

Segundo ensinamento do Prof. Renato Brasileiro, o ordenamento


processual penal possui três espécies de prisão, são elas:

1 – EXTRAPENAL;
2 – PENAL
L;
3 – PROVISÓRIA, SEM PENA OU PRISÃO PROCESSUAL.

Vamos analisá-las:

5.1.2.1 EXTRAPENAL

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A prisão extrapenal é assim denominada por não possuir natureza de


pena, imposta em conseqüência de prática de ilícito penal. Divide-se
em:

1–Prisão Civil  Ocorre nos casos do devedor de alimentos e do


depositário infiel, lembrando que a prisão do depositário infiel na
hipótese da alienação fiduciária já foi retirada do ordenamento jurídico
(RE 466.343 – STF). O Pacto de São José da Costa Rica, em seu art.
7º, não permite tal hipótese.

STF, RE 272.955/RS, DJ 23.10.2009

É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a


modalidade do depósito.

2–Prisão Administrativa  Ensina o mestre Magalhães Noronha,


que esta espécie de prisão “é um meio coativo para compelir alguém
ao cumprimento de certa obrigação”. Tal hipótese de prisão não
encontra guarida constitucional, tendo sido praticamente abolida do
ordenamento jurídico pátrio por não ter sido mencionada na
Constituição Federal.
Os Tribunais vinham aceitando a existência desta modalidade de prisão
no caso de procedimento administrativo de extradição, desde que a
prisão fosse determinada por um juiz. Observe:

TRF 1ª Região, HC 65.665/MT, DJ 13.02.2009

A atual ordem constitucional não revogou a prisão administrativa


para fins de deportação, devendo, no entanto, sua necessidade,
como medida excepcional de restrição da liberdade e acautelatória
do procedimento de deportação, ser plenamente demonstrada e
fundamentada mediante decisão da autoridade judiciária, e não mais
da autoridade administrativa, apontando fatos concretos hábeis a
justificá-la.

Todavia, a lei nº 12.403/2011 revogou expressamente a prisão


administrativa ao retirar do Código de Processo Penal o art. 319.

3–Prisão Disciplinar  É admissível nos casos de crime


propriamente militar ou transgressão disciplinar militar (art. 5º, LXI,

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CF). Essa espécie de prisão não depende de autorização judicial,


entretanto, segundo entendimento jurisprudencial, está condicionada a
prévia instauração de procedimento administrativo.
Afirma ainda o Prof. Renato Brasileiro que, com relação às punições
disciplinares militares, não cabe Habeas Corpus quanto ao mérito da
punição, o que, no entanto, não impede a impetração do remédio,
questionando aspectos relacionados à legalidade da prisão.

5.1.2.2 PENAL, PRISÃO-PENAL

É aquela decretada como decorrência natural da sentença condenatória


transitada em julgado. É a prisão sanção-definitiva (também chamada
de prisão penal), que pode ser de reclusão, detenção e prisão simples.
Atualmente, predomina na doutrina a tese de que a prisão como pena
tem uma finalidade retributiva e utilitária, já que ao mesmo tempo a
aplicação da punição castiga o delito e serve também para preveni-lo
(é a chamada teoria da união - eclética ou mista).
Assim, segundo os adeptos dessa teoria, como forma de prevenção
geral, a pena tem por finalidade intimidar e promover a integração do
ordenamento jurídico e, como forma de prevenção especial,
promover a ressocialização do indivíduo.
A prisão-pena é, portanto, a restrição da liberdade individual em razão
da aplicação de uma pena ou sanção definitiva ao infrator da lei penal,
decorrente do legítimo exercício do direito punitivo do Estado e que
tem como premissa maior a proteção da sociedade, livrando-a dos
maus cidadãos transgressores da norma penal e, num segundo plano,
sempre que possível, tentar a reintegração desses cidadãos à vida
social.

5.1.2.3 SEM PENA, PRISÃO PROCESSUAL OU PRISÃO


PROVISÓRIA

É aquela decretada para assegurar a eficácia do processo principal,


sem que se tenha ainda sentença condenatória com trânsito em
julgado.
Temos três espécies de prisão processual, vejamos:

1 – PR
RIS
SÃO
O EM FLAG
GRA
ANTE DELITO;
2 – PRISÃO PREVENTIVA;

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3 – PRISÃO TEMPORÁRIA;

Mesmo sabendo-se que é uma constante preocupação da sociedade


moderna adotar meios mais eficazes e rigorosos para reprimir delitos
de maior gravidade e que causam repugnação a todos, não é menos
correto afirmarmos que num autêntico Estado de Direito, a despeito de
ter praticado um delito, o indivíduo possui direitos e garantias
consagrados pela Constituição Federal, que o Direito não admite que
sejam restringidos desnecessariamente.
Nessa perspectiva, para evitar abusos e arbitrariedades, a doutrina
reconhece princípios informadores concernentes às medidas de cautela
adotadas no processo penal que devem ser observados pelos
operadores do Direito, principalmente para aferir a necessidade de
restrição da liberdade de locomoção por meio da prisão provisória.
Esses princípios são:

1. Princípio da legalidade Caro aluno, este eu nem preciso falar


nada, pois você já conhece. Maaasss... Relembrando, só podem
ser aplicadas as medidas restritivas previstas em lei e que
cumpram todos os requisitos preceituados à sua aplicação.

2. Princípio da adequação e proporcionalidade  A


penalização a ser aplicada durante um processo a um ladrão de
galinhas, deve ser a mesma da que deve ser aplicada a um
indivíduo que joga a filha pela janela? Não preciso falar mais
nada, pois acho que você já entendeu que este princípio nada
mais é do que a exposição de que a restrição de liberdade a ser
imposta deve ser analisada caso a caso.

3. Princípio da precariedade  A prisão processual é sempre


precária em razão do princípio da presunção de inocência, que
não admite a antecipação do cumprimento de pena privativa de
liberdade antes do trânsito em julgado de sentença penal
condenatória, pois tal antecipação representaria uma inversão de
valores.

4. Princípio da subsidiariedade  A prisão processual deve ter


caráter subsidiário em relação às outras medidas que não
restrinjam a liberdade, ou seja, só deve ser utilizada em último
caso.

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Analisando o novo texto do Código de Processo Penal é possível


perceber que as alterações começam no próprio texto do Título IX que
deixou de tratar apenas da prisão e da liberdade provisória e passou a
abordar, expressamente, as medidas cautelares.
A partir da nova redação e tendo por base os princípios que acabamos
de analisar, podemos perceber que a nova redação do art. 282 vem
reafirmar o binômio “necessidade X adequação”. Assim, sem o
preenchimento dos dois requisitos, nenhuma medida cautelar, incluindo
a prisão, pode ser decretada pelo juiz. Observe o texto legal:

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão


ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação
ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos,
para evitar a prática de infrações penais;
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias
do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.

Do exposto, podemos esquematizar:

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5.1.3 MOMENTO DA PRISÃO

Sobre o tema, dispõe o parágrafo 2º do art. 283 do CPP:


Art. 283. [...]
§ 2o A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a
qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à
inviolabilidade do domicílio.

Perceba que o supracitado artigo trata das restrições à inviolabilidade de


domicílio que possuem base constitucional. Observe:
Art. 5º[...]
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Sendo assim, podemos resumir que o agente que praticou uma infração
penal poderá ser preso dentro de casa, desde que se encontre numas das
seguintes situações:
• EM FLAGRANTE DELITO;
• DURANTE O DIA COM ORDEM JUDICIAL (PODENDO ATÉ OCORRER
O ARROMBAMENTO DAS PORTAS DA CASA);

Assim, caro concurseiro, se na sua prova aparecer que, salvo flagrante


delito, o indivíduo nunca poderá ser preso em sua casa durante a noite,
está correto? É claro que NÃO, pois temos uma terceira situação que
completa as citadas acima:
• DURANTE A NOITE, DESDE QUE COM ORDEM JUDICIAL E
CONSENTIMENTO DO MORADOR.

Mas e se os policiais chegarem no período noturno e não tiverem esse


consentimento, o que fazer?
Deve-se aguardar até o dia amanhecer, cuidando o executor da prisão de
determinar o cerco da casa para que, de posse da ordem judicial, possa
ingressar na casa (art. 293, CPP).
Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com
segurança, que o réu entrou ou se encontra em alguma
casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da
ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o

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executor convocará duas testemunhas e, sendo dia,


entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso;
sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador,
se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando
a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as
portas e efetuará a prisão.

OBSERVAÇÃO:
O Código Eleitoral determina outro momento da prisão
do eleitor e do candidato. O eleitor possui alguns
benefícios, a saber: desde os cinco dias antes da
eleição e até 48 horas depois, não poderá ser preso,
salvo em caso de flagrante, sentença condenatória por
crime inafiançável e desrespeito a salvo conduto (art.
236, CE). Por sua vez, os candidatos, nos 15 dias
anteriores à eleição, só poderão ser presos em caso de
flagrante delito.

5.1.4 EMPREGO DE FORÇA E USO DAS ALGEMAS

Sobre o tema, o CPP preceitua:


Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a
indispensável no caso de resistência ou de tentativa de
fuga do preso.

Sendo assim, o emprego de força é medida de caráter excepcional,


devendo ser limitada àquilo que for indispensável para vencer a
resistência ativa do preso ou sua tentativa de fuga, conforme dispõe o
CPP. Apesar de o texto legal silenciar, admite-se o emprego de força,
ainda, para impedir a ação de terceiros que tentem impedir a prisão do
agente, desde que não haja abuso.
Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros,
resistência à prisão em flagrante ou à determinada por
autoridade competente, o executor e as pessoas que o
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para
defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se
lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Tema que tem gerado muita discussão é com relação ao uso de algemas.
Depois de anular um julgamento do Tribunal do Júri da Comarca de
Laranjal Paulista (SP), por ter havido abuso na utilização de algemas (HC

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91.952-SP, rel. Min. Marco Aurélio, j. 07.08.08), o STF editou a Súmula


Vinculante 11, com o seguinte teor:

"Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de


fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria
ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado".

Diante do exposto, podemos resumir que o uso das algemas só pode


ocorrer em caráter excepcional e devidamente fundamentado, conforme
discorre a súmula 11. O citado texto do STF elenca as seguintes
hipóteses:
• RESISTÊNCIA DO PRESO;
• FUNDADO RECEIO DE FUGA;
• FUNDADO RECEIO DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA
PRÓPRIA OU ALHEIA.

5.1.5 MANDADO DE PRISÃO

O CPP, nos artigos 285 e seguintes, trata do mandado de prisão.


Observe o texto legal:

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o


respectivo mandado.
Parágrafo único. O mandado de prisão:
a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;
b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu
nome, alcunha ou sinais característicos;
c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;
d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando
afiançável a infração;
e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe
execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor


entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares
com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega

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deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não
souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em
declaração, assinada por duas testemunhas.

Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a


prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que
tiver expedido o mandado (art. 287).
Podemos esquematizar:

TIPIFICAÇÃO
ESCRIVÃO

JUIZ

IDENTIFICAÇÃO
DO PRESO

UMA VIA É ENTREGUE AO


PRESO

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Assim, podemos dizer que, como regra, toda prisão necessita de ordem
judicial por escrito, salvo algumas exceções:

1 - INFRAÇÕES INAFIANÇÁVEIS  O artigo 287 do CPP ensina


que:

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição


do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso,
será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido
o mandado.

No caso em tela, existe a ordem, mas quem executa a prisão não


possui o documento em mãos.

2 - RECAPTURA DE RÉU EVADIDO


 Situação prevista no artigo
684 do CPP:

Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de


prévia ordem judicial e poderá ser efetuada por qualquer
pessoa.

3 - PRISÃO EM FLAGRANTE – Situação que tratamos em nossa


aula demonstrativa. Encontra base no comando 301 do CPP.

OBSERVAÇÕES:

1 - A chamada prisão para averiguação, que já ocorreu em


nosso país, é ilegal, ninguém podendo ser recolhido ao
cárcere para ter sua situação esclarecida.
2 - A prisão do ébrio (pessoa alcoólatra) não está inserida em
nenhum comando legal, entretanto, pode ser admitida, desde
que comprovada que era a única forma de preservar a saúde
do próprio ébrio e de terceiros.
3 - Importante mencionar que se o sujeito resiste à prisão
antes da apresentação do mandado de prisão, comete crime
de resistência; já se resiste após a apresentação da ordem,
comete o crime de desobediência.

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5.1.6 PRISÃO ESPECIAL

Apesar do art. 5° da Constituição da República consagrar o princípio da


igualdade, estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza", o Código de Processo Penal e a legislação
extravagante conferem a certas pessoas o direito à prisão especial, ou
seja, o "privilégio" de ficar preso em cela ou estabelecimento penal ou
não, diverso do cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito em
julgado da decisão penal condenatória.
A prisão especial é concedida às pessoas que, pela relevância do cargo,
função, emprego ou atividade desempenhada na sociedade nacional,
regional ou local, ou pelo grau de instrução, estão sujeitas à prisão
cautelar, decorrente de infração penal. Abrange autoridades civis e
militares dos três poderes da República. Pode ser relacionada com a
natureza do crime, a qualidade da pessoa e a fase do processo.
A Lei n.° 5.256/67, diante da realidade nacional, determina que o juiz,
considerando a gravidade das circunstâncias do crime e ouvido o
representante do Ministério Público, autorize a prisão domiciliar do réu ou
indiciado (acusado) nas localidades em que não houver
estabelecimento prisional adequado ao recolhimento dos beneficiários
da prisão especial.
O benefício penal visa oferecer um tratamento mais humano ao indiciado
ou réu que, pelas "qualidades morais e sociais", merece melhor
tratamento e, também, pelas conseqüências graves e irreparáveis que a
convivência desordenada com presos perigosos poderia lhe causar.
Sobre o tema, trata o CPP:

Art. 295 - Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à


disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes
de condenação definitiva:
I - os ministros de Estado;
II - os governadores ou interventores de Estados ou
Territórios, o prefeito do Distrito Federal, seus respectivos
secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes
de Polícia;
III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de
Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos
Estados;
IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";
V - os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios;
V - os oficiais das Forças Armadas e do Corpo de Bombeiros;

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VI - os magistrados;
VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da
República;
VIII - os ministros de confissão religiosa;
IX - os ministros do Tribunal de Contas;
X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função
de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de
incapacidade para o exercício daquela função;
XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e
Territórios, ativos e inativos.
§ 1o A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis,
consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão
comum.
§ 2o Não havendo estabelecimento específico para o preso especial,
este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimento.
§ 3o A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo,
atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela
concorrência dos fatores de aeração, insolação e condicionamento
térmico adequados à existência humana.
§ 4o O preso especial não será transportado juntamente com o
preso comum.
§ 5o Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos
do preso comum
Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão
recolhidos à prisão, em estabelecimentos militares, de acordo com os
respectivos regulamentos.

Resumindo, percebe-se que as pessoas elencadas nos artigos 295 e 296


do CPP têm direito à prisão especial. Não se trata de uma lista
TAXATIVA, pois outras normas podem definir o cabimento da prisão
especial em outros casos. É o que ocorre, por exemplo, com os advogados
e membros do Ministério Público.
“Mas professor... Quer dizer que eu tenho que “decorar” todos os
indivíduos sujeitos à prisão especial?”
Em minha opinião, não há essa necessidade. Não é típico das bancas a
exigência deste tipo de conhecimento. Assim, basta uma leitura atenta a
fim de que você ao menos tenha uma noção de quem está sujeito a esta
regra.
A prisão especial consiste no recolhimento do preso em quartéis (se
houver local apropriado para este fim), em cela especial ou em cela
comum, separada daqueles presos que não têm esse privilégio.

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Nos locais onde não houver cela separada ou especial, o preso poderá
solicitar a prisão domiciliar, conforme reza o artigo 1º da lei 5.256/67.

STF, Rcl 7.872/RJ, DJ 18.02.2009


Considerando a gravidade das circunstâncias do crime e ouvido o
representante do Ministério Público, é possível que o juiz autorize a
prisão domiciliar do réu ou indiciado (acusado) nas localidades em que
não haja estabelecimento prisional adequado ao recolhimento dos
beneficiários da prisão especial.

Há ainda que se destacar que, conforme demonstra o artigo 295, § 4º, do


CPP, o preso especial não será transportado juntamente com o preso
comum. Os demais direitos do preso especial serão iguais ao do preso
comum.
Para finalizar, caro aluno, e o coitado do Presidente? Não vai ter prisão
especial???
Claro que sim. A própria Carta Federal beneficia o Presidente da
República. Este, quando submetido a julgamento por prática de infração
penal comum, não estará sujeito à prisão, sendo preso apenas após a
sentença penal condenatória proferida pelo Supremo Tribunal Federal
(art. 85, § 3.°).
Ao Chefe da Nação não se aplicam as prisões cautelares, devido ao alto
cargo que ocupa; sua liberdade física é restringida após sentença penal
condenatória.

5.2 PRISÃO PROVISÓRIA

5.2.1 PRISÃO EM FLAGRANTE

Antes de adentrarmos nas particularidades desta forma de prisão é


necessário conceituar o que é, na realidade, a prisão em flagrante.
Quanto ao conceito jurídico, o saudoso Mirabete explica que a palavra
flagrante, derivada do latim flagrare (queimar), é a qualidade do delito
que esta sendo cometido e permite a prisão do seu autor. É o crime que
ainda queima.
A respeito, Pontes de Miranda já esclareceu que:
“Flagrante delito é um conceito que se tira dos próprios fatos, pois
significa encontrar-se alguém na prática de delito, ou em circunstâncias

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tais que justifiquem afirmar-se que estava a praticá-lo, ou no termo do


ato delituoso, inclusive havendo fuga, se quem o cometeu ainda não
conseguiu afastar de si as circunstâncias imediatas que importem
convicção de ter sido o autor.”

5.2.1.1 ESPÉCIES DE FLAGRANTE

• FLAGRANTE PRÓPRIO (TAMBÉM CHAMADO DE


PROPRIAMENTE DITO, REAL OU VERDADEIRO)  Ocorre
quando o agente está cometendo a infração ou acaba de cometê-
la.
Exemplo: Tício é flagrado por um policial no momento em que
estuprava Mévia.
Base legal: Art. 302, I e II. Observe:

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:


I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

• FLAGRANTE IMPRÓPRIO (TAMBÉM CHAMADO DE IRREAL


OU QUASE FLAGRANTE)  O agente comete o ato ilícito e é
perseguido, logo após, em situação que faça presumir ser o autor
do delito.
A expressão “logo após” compreende todo o espaço de tempo
necessário para a polícia chegar ao local, colher as provas
elucidativas da ocorrência do delito e dar início à perseguição do
autor.
Não tem qualquer fundamento a regra popular de vinte e quatro
horas de prazo entre a hora do crime e a prisão em flagrante,
pois, no caso do flagrante impróprio, a perseguição pode levar
até dias, desde que ininterrupta.
Atualmente, a doutrina e jurisprudência dominante entendem
que não se exige que a perseguição esteja ocorrendo com a
percepção visual do agente, pois não é este o sentido da lei. Por
perseguição ininterrupta entendem-se as constantes diligências,

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sem longos intervalos, realizadas pela autoridade competente a


fim de localizar e prender o criminoso. Observe o julgado:

A perseguição ininterrupta do agente, por policiais, logo após haverem


sido informados da prática delitiva, configura flagrante impróprio, sendo
irrelevante se a prisão ocorreu horas após a ocorrência do fato
criminoso –(HC175207 – TJAP)

Para exemplificar, observe este interessante julgado:

Ementa: Processo Penal - Habeas Corpus - Prisão em Flagrante - Tráfico


Internacional de Entorpecentes - Ausência de Ilegalidade -
Impossibilidade de Análise de Provas– Ordem Denegada.

1. Paciente preso em flagrante delito pela prática de tráfico internacional


de entorpecentes.
2. Inexistência de ilegalidade na prisão em flagrante do paciente à luz
do disposto no artigo 302, inciso III, do Código de Processo Penal, bem
como da decisão judicial que negou o seu relaxamento. Isto porque um
dos co-réus foi preso em flagrante delito no Aeroporto Internacional de
Guarulhos no momento em que trazia consigo cocaína para fins de
comércio exterior, delito este que praticava em unidade de desígnios
com o paciente que lhe forneceu a droga. Na seqüência, este co-réu
indicou aos policiais dados para a localização do paciente, o qual foi
imediatamente localizado e também preso. Embora o paciente não
tenha sido preso trazendo consigo substância entorpecente, o elemento
subjetivo que o unia ao co-réu e a um outro agente que embarcaria com
droga para o exterior no dia seguinte, que já estava em seu poder,
permite a configuração do flagrante impróprio ou imperfeito.

Base Legal: Art. 302, III do CPP:

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo


ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça
presumir ser autor da infração;

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• FLAGRANTE PRESUMIDO (TAMBÉM CHAMADO DE FICTO


OU ASSIMILADO)  O Agente é preso com objetos que façam
presumir ser ele o autor da infração. É importante ficar claro que
aqui não temos necessariamente perseguição, podendo a
descoberta ser casual logo depois do indivíduo ter cometido o
delito.
Exemplo: Tício mata Mévia, coloca o corpo no porta-malas e vai
em direção a um rio para “desovar o cadáver”. No caminho é
parado em uma blitz e o policial, ao perceber marcas de sangue
na camisa de Tício, exige que ele abra o porta-malas
encontrando o corpo de Mévia.
Base legal: Art. 302, IV do CPP:

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,


objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da
infração.

• FLAGRANTE COMPULSÓRIO OU OBRIGATÓRIO X


FLAGRANTE FACULTATIVO  Caro aluno (a), imagine que
você resolveu conhecer a famosa Rua 25 de março em São Paulo
e, ao chegar ao local, POR ACASO, tinha gente vendendo DVD
pirata.
Indignado com aquela situação, você resolve dar voz de prisão
aos criminosos.
Você pode fazer isto?

A resposta é que você já pode fazer isto, com base no Código de


Processo Penal. Observe:

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades


policiais e seus agentes deverão prender quem quer que
seja encontrado em flagrante delito.

Mas ainda dentro da supracitada situação, você é OBRIGADO a


dar voz de prisão?

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Agora a resposta é NEGATIVA, pois o início do Art. 301 diz que


qualquer do povo PODERÁ prender em flagrante. Assim, devido à
existência da possibilidade e não da obrigatoriedade, damos o
nome de FLAGRANTE FACULTATIVO.
Diferente situação é a do policial no exercício de suas funções
que verifica a ocorrência de um crime. Neste caso, ele não
poderá valorar se quer ou não prender e, exatamente por isto,
este tipo de prisão em flagrante recebe o nome de FLAGRANTE
COMPULSÓRIO.

• FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO (TAMBÉM


CHAMADO DE DELITO DE ENSAIO, DELITO DE
EXPERIÊNCIA OU DELITO PUTATIVO POR OBRA DO
AGENTE PROVOCADOR)  Aqui vai mais uma situação para
você pensar:
Imagine que, após a aprovação, você resolve abrir uma loja de
doces e contrata um empregado. Desconfiado de que ele está
subtraindo valores do caixa você, ao chegar ao trabalho, mostra
para ele uma quantia enorme de dinheiro, coloca em uma mesa
e fica escondido em uma sala, com sua turma toda do curso de
formação aguardando e espiando tudo em uma câmera.
Ao apropriar-se do dinheiro você sai da sala e diz: “AHAAAA!!!
VOCÊ ESTÁ PRESO”.
Pergunta: Qual será a reação do Funcionário? Resposta: No
mínimo ele vai começar a rir e lhe mostrará a súmula 145 do STF
que diz:

Súmula nº 145: "Não há crime quando a preparação do


flagrante pela polícia torna impossível a consumação."

Assim, em fatos em que o agente de certa forma é instigado a


praticar crime em relação ao qual ainda não tinha praticado
qualquer ato de execução e, devido à vigilância, há
impossibilidade absoluta de concretização, temos o chamado
FLAGRANTE PREPARADO que, por estar relacionado com o dito
crime impossível, não terá efeitos práticos.

• FLAGRANTE ESPERADO  A polícia recebe uma ligação


dizendo que uma grande quantidade de drogas será entregue
para uma facção criminosa. Diante da informação, sem qualquer

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forma de instigação, os policiais ficam escondidos no local


aguardando a chegada do caminhão com o material ilícito.
Quando avistam as drogas, saem do esconderijo e prendem os
traficantes. Neste caso, temos o flagrante esperado que é
perfeitamente válido, não podendo ser confundido com o
flagrante preparado no qual ocorre induzimento a um delito.

• FLAGRANTE PRORROGADO, RETARDADO OU DIFERIDO 


Consiste na possibilidade de a polícia não efetuar a prisão logo
que verifica o delito, mas aguardar ações posteriores visando
obter maiores informações sobre a ação dos criminosos e
prendê-los em maior quantidade ou de maneira mais efetiva.
Tal tipo de flagrante só é aceito nas situações expressamente
previstas em nosso ordenamento jurídico. Para ficar mais claro,
vamos exemplificar através da seguinte questão exigida no
concurso para PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO, recentemente realizado. Observe:

Determinada organização criminosa voltada para a prática do


CAIU EM tráfico de armas de fogo esperava um grande carregamento de
PROVA!!! armas para dia e local previamente determinados. Durante a
investigação policial dessa organização criminosa, a autoridade
policial recebeu informações seguras de que parte do bando
estava reunida em um bar e receberia o dinheiro com o qual
pagaria o carregamento das armas, repassando, ainda no local,
grande quantidade de droga em troca do dinheiro. Mantido o local
sob observação, decidiu a autoridade policial retardar a prisão dos
integrantes que estavam no bar de posse da droga, para que os
policiais pudessem segui-los, identificar o fornecedor das armas e,
enfim, prendê-los em flagrante. Nessa situação, não obstante as
regras previstas no Código de Processo Penal, são válidas as
diligências policiais e as eventuais prisões, em face da
denominada ação controlada, prevista na lei do crime organizado.
(CERTO/ERRADO)

O inciso II do art. 2º da Lei 9.034/95 (crime organizado) prevê a


ocorrência de uma "ação controlada" por parte da polícia quando
da possível ação de organizações criminosas. Observe:

Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são permitidos,


sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes
procedimentos de investigação e formação de provas:

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[...]
II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição
policial do que se supõe ação praticada por organizações
criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob
observação e acompanhamento para que a medida legal se
concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da
formação de provas e fornecimento de informações; (grifo
nosso)

Dispositivo semelhante encontramos na Lei 11.343/2006 (Lei de


drogas):

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos


crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos
em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério
Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
[...]
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas,
seus precursores químicos ou outros produtos utilizados
em sua produção, que se encontrem no território
brasileiro, com a finalidade de identificar e
responsabilizar maior número de integrantes de
operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação
penal cabível. (grifo nosso)
Agora ficou fácil para você chegar à conclusão que a questão
apresentada está CORRETA, pois a autoridade policial retarda a
prisão a fim de identificar o fornecedor de armas e mantém os
indivíduos que cometeram o delito inicial sob observação.

• FLAGRANTE FORJADO (TAMBÉM CHAMADO DE URDIDO,


MAQUINADO OU FABRICADO)  Neste caso, não há um fato
típico, mas a autoridade policial simula uma situação.
Exemplo: Em uma blitz, determinado policial joga um saco com
drogas atrás do banco do carro e prende o motorista em
flagrante.

5.2.1.2 FLAGRANTE EM CRIMES PERMANENTES E HABITUAIS

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A partir de agora trataremos do flagrante nos crimes permanentes e


habituais. Mas o que são essas espécies de delito? Para responder,
vamos abrir o “dicionário do concurseiro:

DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
Crime permanente  Ocorre quando a consumação do crime se prolonga no
tempo, dependente da ação do sujeito ativo e o bem jurídico é agredido
continuamente. Ex: Sequestro e cárcere privado.

Crime habitual  Quando se fala em crime habitual, estamos diante de um


crime profissional, que é a reiteração ou habitualidade da mesma conduta
reprovável, ilícita, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida, é o caso
do crime de curandeirismo, quando o agente pratica as ações com intenção
de lucro.

O Código Penal trata especificamente dos flagrantes nos crimes


permanentes. Observe:

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente


em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Assim, em um seqüestro, por exemplo, a qualquer momento, seja no


primeiro dia ou no trigésimo, o agente poderá ser preso em flagrante.
Problema surge ao tratarmos dos crimes habituais que são aqueles que
não se consumam em um ato, exigindo uma sequência de ações.
Neste delito, a prática de um ato apenas não seria típica: o conjunto de
vários, praticados com habitualidade, é que configura o crime.
Quanto a este ponto, para sua PROVA, não importa nem tanto o
significado de crime habitual e muito menos divergências doutrinárias.
O que você precisa saber é o entendimento do STF segundo o qual :

CAB
BE PR
RIS
SÃO
O EM FLAG
GRA
ANTE PARRA OS
S CR
RIM
MES
HABITUAIS SE FOREM RECOLHIDAS PROVAS DA
HABIT
TUA
ALI
IDAD
DE.

1.1.3 PROCEDIMENTOS

Após a prisão em flagrante, o Código de Processo Penal define uma


série de procedimentos que devem ser seguidos para que esta seja

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considerada válida. Esta “lista” de itens a serem cumpridos tem início


do Art. 304 do CPP que dispõe:

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente,


ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua
assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de
entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das
testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do
acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após
cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a
autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº
11.113, de 2005)

Segundo o supracitado artigo, ao ser apresentado o preso serão


seguidos os seguintes passos:

1 – Oitiva do condutor, confecção do termo com o que foi dito,


assinatura (do termo pelo condutor), entrega da cópia do termo (ao
condutor) e o recibo de entrega do preso;
Esta alteração inserida pela lei nº 11.113 de 2005 no início do Art. 304
visou evitar que o condutor, que na maioria das vezes é um policial,
fique afastado de suas funções durante um longo período de tempo,
aguardando todo o procedimento. Assim, na atual redação do CPP,
após a oitiva, confecção do termo, assinatura e confecção do recibo de
entrega do preso, ele já será liberado para voltar ao exercício de suas
funções.
2 – Oitiva das testemunhas, redução a termo e assinatura;
3 – Interrogatório do acusado, redução a termo e assinatura;
4 – Lavratura do auto de prisão em flagrante.

Aqui cabem duas importantes ressalvas:


A primeira é com relação ao início do Art. 304 que diz “APRESENTADO
(por alguém) O PRESO À AUTORIDADE”. Exatamente devido ao texto
escrito pelo legislador, entende-se NÃO ser cabível a prisão em
flagrante no caso de APRESENTAÇÃO ESPONTÂNEA, vale dizer,
aquela em que o próprio sujeito apresenta-se voluntariamente perante
a autoridade policial.
A segunda ressalva é que quando conduzido o preso deverá ser
apresentado à autoridade no lugar em que foi efetuada a prisão ou,
caso não seja possível, será apresentado à do local mais próximo.
Observe:

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Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se


tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do
lugar mais próximo.

Após esta fase inicial, a autoridade policial já estará em condições de


decidir pelo cabimento ou não da efetivação da prisão. Esta decisão
pode acarretar as seguintes consequências:

1–Liberação do conduzido, sem que este assuma qualquer obrigação.


(Livrar-se solto). Observe que aqui ele é liberado DEPOIS de lavrado o
auto de prisão, conforme dispõe o CPP:

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em


liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

2–Liberação do conduzido mediante o pagamento de fiança (quando a


lei permitir);
3–Prisão do conduzido.

Sobre essas consequências discorre o CPP no Art. 304:

§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o


conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão,
exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e
prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para
isso for competente; se não o for, enviará os autos à
autoridade que o seja.

Agora pensemos em uma infração que só foi vista pela autoridade


policial, ou seja, faltam testemunhas da infração. Neste caso, poderá
ser lavrado o auto de prisão?
Claro que sim, pois a palavra do agente público goza de presunção
relativa de legalidade e legitimidade. Desta forma, a inexistência de
testemunhas da infração poderá ser suprida pela assinatura de duas
testemunhas que hajam presenciado a APRESENTAÇÃO do preso.
Observe o CPP:

§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o


auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o

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condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que


hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.

E no caso de o acusado se recusar a assinar o auto?


Também nenhum problema, pois a falta poderá ser suprida pela
assinatura de duas testemunhas que tenham OUVIDO a leitura na
presença do conduzido. Atenção que a única exigência do CPP é que as
testemunhas tenham presenciado a leitura do auto para o acusado e
mais nada. Veja:

§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber


ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será
assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua
leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº
11.113, de 2005)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão,
qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o
auto, depois de prestado o compromisso legal. (grifo
nosso)

Então, concurseiros de todo Brasil, o auto de prisão em flagrante foi


lavrado. E agora?
Agora, alguns procedimentos deverão ser tomados pela autoridade
policial. Neste sentido, dispõe o CPP:

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se


encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à
pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de
2011).

O caput do art. 306 nada mais é do que reprodução literal do comando


constitucional inserto no art. 5.º, LXII, da Constituição Federal (CF), o
qual contém duas garantias individuais:

(A) A PRISÃO DE QUALQUER PESSOA E O LOCAL ONDE SE ENCONTRE SERÃO


COMUNICADOS IMEDIATAMENTE AO JUIZ;

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(B) A PRISÃO DE QUALQUER PESSOA E O LOCAL ONDE SE ENCONTRE SERÃO
COMUNICADOS IMEDIATAMENTE À FAMÍLIA DO PRESO OU À PESSOA POR ELE
INDICADA.

Buscando dar máxima aplicabilidade ao preceito constitucional contido


na primeira parte do art. 5.º, LXII, da CF, impôs a Lei nº. 12.403/2011
que a autoridade policial, dentro de 24 horas depois da prisão,
encaminhe ao Juiz competente o auto de prisão em flagrante. Veja

ATENÇÃO §§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização


da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de
prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome
de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

A redação da nova lei suprimiu a expressão “acompanhado de todas as


oitivas colhidas” constante no parágrafo 1º da redação anterior. O
objetivo foi o de dar maior celeridade de comunicação da prisão em
flagrante à autoridade competente, uma vez que, para tanto, não
haverá necessidade de que a referida comunicação contenha as oitivas
colhidas, e cumprir a lei com maior eficiência, atendendo, fielmente, ao
prazo de 24 horas para a comunicação da prisão.

Ainda dento das formalidades, tratou o CPP de definir que também no


prazo de 24 horas será entregue ao preso a chamada nota de culpa.
Tal entrega é uma formalidade essencial, ou seja, o seu não
cumprimento enseja o relaxamento da prisão em flagrante. Nessa
nota, a autoridade policial dá ciência ao preso dos motivos pelos quais
ele foi preso, do nome do condutor que o trouxe à delegacia bem como
do nome das testemunhas.
Entregue a nota, deverá o preso passar um recibo para a autoridade
policial. Caso o indiciado não queira, não possa ou não saiba assinar, a
autoridade policial providenciará para que duas testemunhas assinem
em seu lugar.

§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante


recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o
motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

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A definição de um prazo de 24 horas para a comunicação ao Juiz visou


propiciar ao preso a garantia de que a autoridade judiciária terá rápido
acesso ao auto de prisão em flagrante, possibilitando, com isso, o
imediato relaxamento da prisão, se ilegal, tal como determina o art.
5.º, LXV, da CF. Impede-se, dessa maneira, que o indivíduo seja
mantido no cárcere indevidamente.
Além do relaxamento, outras medidas poderão ser adotadas pelo
magistrado, conforme define a nova redação do art. 310 do Código de
Processo Penal. Veja:

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz


deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código,
e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas
cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem
fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Podemos resumir:
1–Liberação do conduzido, sem que este assuma qualquer
obrigação. (Livrar-se solto). Observe que, obviamente, ele é liberado
DEPOIS de lavrado o auto de prisão, conforme dispõe o CPP:
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em
liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

2– Decretação da prisão preventiva em última instância e após a


análise da inadequação de uma medida cautelar mais branda.

3 - Liberação do conduzido mediante o pagamento de fiança (a


fiança passou a ser um ato discricionário do juiz competente, que
decidirá pela sua aplicação diante do caso concreto e
fundamentadamente).

4 – Liberdade provisória sem fiança nos crimes de possível


aplicação de excludentes de ilicitude. Se o juiz reconhecer hipóteses de
excludente de ilicitude, poderá conceder ao acusado o benefício da
liberdade provisória mediante termo de comparecimento a todos os
atos processuais. Observe o texto legal (art. 310, parágrafo único):

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Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em
flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos
incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente,
conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

A expressa definição de um determinado prazo pelo Código de


Processo Penal faz surgir uma importante dúvida:
Será que o desrespeito à formalidade de entrega do auto de
prisão em flagrante no prazo de 24 horas à autoridade
competente implicaria no relaxamento da prisão, tal como
ocorre com a ausência da entrega da nota de culpa?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já decidiu no sentido da
manutenção da prisão:
“Não constitui irregularidade apta a anular o auto de prisão a
comunicação tardia feita à família do paciente quando de sua
prisão em flagrante.” (STJ, RHC 10220/SP, rel. Min. GILSON
DIPP, 2001).
Da mesma já se pronunciou o STF:
Processo Penal. Flagrante. Demora na comunicação, ao
Juiz, de prisão em flagrante. Não anula o flagrante a falta
de comunicação da prisão em flagrante, podendo implicar
na responsabilidade de autoridade policial. (RHC)
Finalizando, diante do exposto, podemos afirmar que normalmente o
procedimento policial da prisão em flagrante desenvolve-se em dois
momentos, ou etapas, conforme indicado:
Primeiro a constatação da prática de infração penal no estado de
flagrante delito, oportunidade em que o responsável pela prisão-
captura dá a voz de prisão para então conduzir o preso, juntamente
com as testemunhas e ofendido (logicamente, se pessoa física diversa
de si próprio), até a presença da autoridade competente para a
autuação, ou seja, para a lavratura do auto de prisão em flagrante.
A etapa da formalização constituirá o segundo momento do
procedimento, ocasião em que o presidente do auto confirmará a voz
de prisão já proferida.
A exceção fica por conta da hipótese prevista no art. 307 do CPP e,
simetricamente, no art. 249 do CPPM (esfera penal militar) em que a
própria autoridade que tem competência para autuar presencia, no
exercício de suas funções, a prática de infração penal - que pode
inclusive ser contra ela praticada -, circunstância que o habilita a dar a
voz de prisão e, incontinente, presidir o auto de prisão sem a figura do

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condutor, em um procedimento caracterizado pela concentração de


atos e pela declaração de vontade de apenas um órgão.
Vamos esquematizar o procedimento:
PRISÃO EM APRESENTAÇÃO OITIVA DO OITIVA DAS INTERROGATÓRIO
FLAGRANTE DO PRESO CONDUTOR TESTEMUNHAS DO ACUSADO

ASSINATURA SE NÃO HOUVER,


DO ASSINAM DUAS
CONDUTOR PESSOAS QUE
+ PRESENCIARAM A
RECIBO DE APRESENTAÇÃO DO
ENTREGA PRESO

LIBERAÇÃO SEM RECOLHIMENTO À


RESPONSABILIDADES LIBERAÇÃO
PRISÃO
(LIVRAR-SE SOLTO) (FIANÇA)

COMUNICAÇÃO
IMEDIATA À
FAMÍLIA E AO
JUIZ ENVIO DO AUTO ENTREGA DA
PARA O NOTA DE CULPA
MAGISTRADO (SEM (MOTIVO /
A NECESSIDADE DAS CONDUTOR /
OITIVAS) TESTEMUNHAS)

NÃO ENVIO  NÃO ENTREGA 


MANTÉM A
PRISÃO E PUNE A RELAXA A PRISÃO
AUTORIDADE

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5.2.2 PRISÃO PREVENTIVA

O ilustre Fernando Capez conceitua prisão preventiva como a “Prisão


cautelar de natureza processual decretada pelo juiz durante o inquérito
policial ou processo criminal, antes do trânsito em julgado, sempre que
estiverem preenchidos os requisitos legais e ocorrerem os motivos
autorizadores.”
O CPP não define um prazo exato para a prisão preventiva, todavia os
Tribunais têm interpretado o tema da seguinte forma:

STF, HC 86.104/SE, DJ 23.03.2007

A excepcionalidade maior da prisão preventiva direciona à observação


rígida dos prazos processuais. Extravasados, impõe reconhecer a
ilicitude da custódia, afastando-a.

A prisão preventiva pode ser decretada tanto durante o inquérito quanto


já na fase judicial. A nova redação do art. 311 do CPP ampliou o momento
para a decretação da prisão preventiva, podendo, atualmente ser
decretada em qualquer momento anterior ao trânsito em julgado. Veja:

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do


processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo
juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do
assistente, ou por representação da autoridade policial.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Entretanto, por se tratar de uma medida excepcional, o CPP, visando dar


garantias à sociedade, definiu no art. 312 as hipóteses em que este tipo
de prisão poderá ser decretada. Observe:

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como


garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência
do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela
Lei nº 12.403, de 2011).

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Visto o art. 312, pela sua importância vamos esquematizar as hipóteses


para facilitar a sua memorização:

HIPÓTESES DE DECRETAÇÃO DA PRISÃO


PREVENTIVA

01 GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA


GRAVIDADE DA INFRAÇÃO + REPERCUSSÃO
SOCIAL
(Permanência do acusado em liberdade, pela sua
alta periculosidade, gera uma intranqüilidade
social em razão do receio que ele volte a cometer
crimes)

02 GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA


CRIMES DO COLARINHO BRANCO

03 CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL


(Visa impedir que o indivíduo destrua provas, alicie
testemunhas, enfim, cometa atos que possam
prejudicar as investigações)

04 ASSEGURAR APLICAÇÃO DA LEI PENAL


(Neste item estamos tratando da possibilidade de
fuga do agente. Quanto a este item, será
verificado se o indivíduo tem residência fixa,
trabalho ou qualquer outro aspecto que possa
presumir que este não se evadirá)

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Além das supracitadas hipóteses, que já constavam no regramento


anterior, a lei nº 12.403/2011 veio inserir mais uma hipótese de
cabimento. Observe o parágrafo único do art. 312 do CPP:
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser
decretada em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (art. 282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

Para entender este supra dispositivo, devemos rememorar o início da


aula, quando vimos que, de acordo com o novo regramento, a prisão
deverá ser a última instância e ser aplicada apenas quando não for
possível a utilização de outras medidas cautelares.
O art. 319 do CPP, completamente inovado pela lei nº 12.403/2011,
traz um extenso rol de medidas cautelares, diversas da prisão, que
deverão ser obrigatoriamente consideradas antes de o juiz decretar a
preventiva do acusado. São elas:
1) Comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições
fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;
2) Proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando,
por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou
acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de
novas infrações;
3) Proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado
dela permanecer distante;
4) Proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;
5) Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga
quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho
fixos;
6) Suspensão do exercício de função pública ou de atividade de
natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de
sua utilização para a prática de infrações penais;
7) Internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes
praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos
concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código
Penal) e houver risco de reiteração;
8) Fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem
judicial;
9) Monitoração eletrônica.

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OBSERVAÇÃO

A monitoração eletrônica foi inserida na Lei de Execução Penal pela lei


nº 12.258/10. Suas hipóteses de cabimento estavam vinculadas apenas
à fase de execução penal. Agora, com a lei nº 12.403/11, toda pessoa
que responde a um processo crime poderá ser submetido à utilização
da chamada tornozeleira eletrônica.

Assim, caso alguma das citadas medidas cautelares seja imposta e haja o
descumprimento por parte do acusado, poderá ser decretada a prisão
preventiva.

Visando restringir mais ainda as supracitadas hipóteses, a lei nº


12.403/11 veio estabelecer outras regras para o cabimento da prisão
preventiva e, aqui, temos um dos pontos mais discutidos desde o advento
do novo regramento.
Para que você compreenda perfeitamente, observe a redação antiga e a
atual:

NOVA REDAÇÃO REDAÇÃO ANTERIOR

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, Art. 313. Em qualquer das
será admitida a decretação da prisão preventiva: circunstâncias, previstas no artigo
anterior, será admitida a
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa
decretação da prisão preventiva
de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
nos crimes dolosos:
II - se tiver sido condenado por outro crime
I - punidos com reclusão;
doloso, em sentença transitada em julgado,
ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. II - punidos com detenção, quando
64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de se apurar que o indiciado é vadio
1940 - Código Penal; ou, havendo dúvida sobre a sua
identidade, não fornecer ou não
III - se o crime envolver violência doméstica e
indicar elementos para esclarecê-
familiar contra a mulher, criança, adolescente,
la;
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de III - se o réu tiver sido condenado
urgência; por outro crime doloso, em
sentença transitada em julgado,
IV - (revogado).
ressalvado o disposto no parágrafo
Parágrafo único. Também será admitida a prisão único do art. 46 do Código Penal.
preventiva quando houver dúvida sobre a
IV - se o crime envolver violência
identidade civil da pessoa ou quando esta não
doméstica e familiar contra a
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la,
mulher, nos termos da lei
devendo o preso ser colocado imediatamente em
específica, para garantir a execução
liberdade após a identificação, salvo se outra
das medidas protetivas de
hipótese recomendar a manutenção da medida.
urgência.

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Perceba que a nova redação traz uma maior limitação para a decretação
da prisão preventiva em nosso país.
Observe que a antiga redação que estabelecia apenas a necessidade de o
crime ser punido com reclusão foi substituída por regra que define que a
prisão só será admitida nos crimes dolosos punidos com pena privativa de
liberdade máxima SUPERIOR A QUATRO ANOS.
Além disso, a lei nº 12.403/11 alterou o inciso II, excluindo a
possibilidade de decretação da prisão preventiva nos casos de crimes
punidos com detenção quando se apurar que o indiciado é vadio.
Cabe ressaltar que o parágrafo único veio trazer o cabimento da
preventiva nos casos em que há dúvida sobre a identidade civil ou
quando esta não fornecer elementos suficientes para tal esclarecimento.
Todavia, estabelece a nova redação que o indivíduo deverá ser posto em
liberdade depois de esclarecida sua identificação.
A redação antiga do inciso III foi mantida, mas agora está incluída no art.
313, II. Trata do cabimento da prisão para o caso dos reincidentes em
crimes dolosos, ressalvado o art. 64, I do Código Penal. Veja:

Art. 64 - Para efeito de reincidência:


I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do
cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver
decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos,
computado o período de prova da suspensão ou do livramento
condicional, se não ocorrer revogação;

A antiga redação do inciso IV foi ampliada e, agora, não abarca apenas a


mulher, mas concede a possibilidade da prisão preventiva se o crime
envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.

Bom, agora que você já tem uma noção global do assunto, antes de
prosseguirmos, vamos organizar as idéias com um pequeno resumo.
Assim, você consolidará os conceitos e perceberá, efetivamente, porque
muitos afirmam que a nova lei incentiva a impunidade.

Resumindo:
***********************************************************
De acordo com o novo art. 310 do CPP, ao receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá, resumidamente:

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(a) verificar a legalidade da detenção cautelar e, caso contrário,


relaxar a prisão ilegal; e
(b) verificar se é caso de prisão preventiva.

A prisão preventiva, segundo o art. 313 do CPP, só é admissível se:

(a) a pena máxima cominada abstratamente for superior a 04


anos;
(b) o acusado for reincidente em crime doloso com sentença
transitada em julgado; ou
(c) o crime envolver violência doméstica e familiar.

Contrario sensu, fora destas hipóteses, a prisão


preventiva é inadmissível.

Além de atender aos limites do art. 313 do CPP, será caso de prisão
preventiva quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria, desde a medida seja recomendada:

(a) como garantia da ordem pública ou da ordem econômica;


(b) por conveniência da instrução criminal, caso a liberdade do
acusado cause concreto obstáculo à elucidação dos fatos; ou
(c) para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver dúvida
sobre a identidade do acusado ou fundado risco de fuga (Art. 312
do CPP).

No entanto, antes de converter a prisão em flagrante em


preventiva, o julgador deve verificar se não é possível
sua substituição por uma medida cautelar ou por prisão
domiciliar.

Poderá ser decretada medida cautelar em sua substituição observando-


se a:

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(a) necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou


a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para
evitar a prática de infrações penais; e
(b) adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do
fato e condições pessoais do indiciado ou acusado (art. 282 do
CPP).

“Mas, professor... Assim está bom demais para quem comete crime... Não
dá para facilitar mais a vida dos criminosos?”

Sim, caro(a) aluno(a)! Claro que dá!!!

O juiz poderá, ainda, substituir a prisão preventiva por domiciliar


quando o agente for:

(a) maior de 80 (oitenta) anos;


(b) extremamente debilitado por motivo de doença grave;
(c) imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6
(seis) anos de idade ou com deficiência; ou
(d) gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta
de alto risco (art. 318 do CPP).

A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em


sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

Por fim, para ficar bem claro:

A conversão da prisão em flagrante em preventiva só


deve ocorrer se não for aplicável prisão domiciliar ou
medida cautelar.

***********************************************************

Finalizando o rol de garantias trazidas pelo Código, a fim de impedir a


aplicação desarrazoada da prisão preventiva, o legislador exige que a
decisão do Juiz quanto à decretação ou denegação da prisão seja sempre
motivada.
Deixa claro também que a qualquer momento o Magistrado poderá
revogar a prisão se verificar a falta do motivo ou decretá-la caso surjam
situações que autorizem. Observe:

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Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a


prisão preventiva será sempre motivada. (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.

OBSERVAÇÃO: Há divergência jurisprudencial quanto à possibilidade de a


repercussão social intensa ensejar a decretação de prisão preventiva. Fora
qualquer discussão, o que importa para a sua PROVA é que o STF e o STJ
entendem pela IMPOSSIBILIDADE da prisão preventiva neste caso.
Observe interessantes julgados

“Ilegal é a prisão mantida por força de decisão que se funda apenas na


necessidade da medida para conter o clamor social. Referência, no mais, à
gravidade abstrata do delito e na presença dos requisitos legais, sem indicar
elementos concretos a justificar a medida.” (STJ, HC 73.449/PE, 08.10.2007)

“HABEAS CORPUS. Processual penal. Homicídio qualificado. Prisão


preventiva. Decreto prisional fundamentado na não apresentação espontânea
do réu, na gravidade genérica do delito e na comoção social. Inviabilidade de
manutenção. Necessidade de elementos concretos que a justifiquem. Ordem
concedida.

I - O decreto de prisão cautelar há que se fundamentar em elementos fáticos


concretos suficientes a demonstrar a necessidade da medida constritiva.
Precedentes.

II - A mera afirmação de suposta periculosidade, de gravidade em abstrato


do crime e de clamor social, por si só, não são suficientes para fundamentar
a constrição cautelar, sob pena de transformar o acusado em instrumento
para a satisfação do anseio coletivo pela resposta penal.

III - Habeas Corpus conhecido, para conceder-se a ordem. (STF, HC


94.554/BA, DJ 26.06.2008) e (STF, HC 93.971/SP, DJ 20.03.2009).

5.2.3 PRISÃO TEMPORÁRIA

Esta prisão encontra base na Lei nº. 7.960/89 e é definida por Fernando
Capez como a “prisão cautelar de natureza processual destinada a
possibilitar as investigações a respeito dos crimes graves, durante o
inquérito policial”.

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Trata a lei das seguintes hipóteses de decretação da prisão temporária:

Artigo 1° - Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do
inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não
fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua
identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com
qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso
b) seqüestro ou cárcere privado
c) roubo
d) extorsão
e) extorsão mediante seqüestro
f) estupro
g) atentado violento ao pudor

UMA PEQUENA PAUSA PARA UMA RELEVANTE OBSERVAÇÃO:


Foi publicada a Lei nº 12.015, que alterou sensivelmente a disciplina dos crimes sexuais no
Código Penal, criando novas figuras, modificando outras e, por fim, extinguindo algumas.
Até então, tínhamos dois crimes bem distintos no CP: estupro e atentado violento ao pudor.
O primeiro consistia em “constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave
ameaça”, ao passo que no segundo descrevia a conduta de “constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso
diverso da conjunção carnal”.
No estupro, portanto, a conduta era a prática de conjunção carnal (coito vaginal) e a
consequência lógica disso é que somente mulheres poderiam ser vítimas desse delito. No
atentado violento ao pudor, ao reverso, previa-se o cometimento de qualquer ato libidinoso
que não se enquadrasse na hipótese de conjunção carnal (sexo oral e anal, por exemplo).
A partir da Lei nº 12.015/2009, as duas descrições típicas foram fundidas na previsão do art.
213, que manteve o nomem iuris de estupro. Eis a nova conduta delituosa: “Constranger
alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir
que com ele se pratique outro ato libidinoso”.
Houve fusão de dois crimes que em muito se assimilavam e tinham as mesmas penas,
ampliando-se o espectro de incidência da norma do art. 213, de modo que, a partir de agora,
homem também pode ser vítima do crime de estupro, que engloba não mais apenas a
conjunção carnal, mas “outros” atos libidinosos. Assim, quem constrange alguém a praticar
sexo oral, pratica, doravante, estupro, e não mais atentado violento ao pudor.

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h) rapto violento
i) epidemia com resultado de morte
j) envenenamento de água potável ou substância
alimentícia ou medicinal qualificado pela morte
l) quadrilha ou bando;
m) genocídio em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas;
o) crimes contra o sistema financeiro.

Em uma primeira e desatenta leitura, parece ser bem objetiva a lei,


entretanto é ela alvo de inúmeras discussões doutrinárias e
jurisprudenciais. Uns dizem ser necessário o cumprimento dos incisos I, II
e III cumulativamente. Outros, que pode ser efetivada quando cumprir
qualquer dos três incisos. E A DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA
MAJORITÁRIA, QUE É O QUE IMPORTA PARA SUA PROVA, ENTENDEM
QUE:

A PRISÃO TEMPORÁRIA É CABÍVEL APENAS QUANDO SE TRATAR


DE UM DOS CRIMES DO ART. 1º, III, E DESDE QUE CONCORRA PELO
MENOS UMA DAS HIPÓTESES CITADAS NOS INCISOS I E II.

5.2.3.1 LEGITIMIDADE E PRAZO

Segundo a Lei nº. 7.960/89:

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em


face da representação da autoridade policial ou de
requerimento do Ministério Público [...]
§ 1° - Na hipótese de representação da autoridade policial,
o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
§ 2° - O despacho que decretar a prisão temporária deverá
ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte
e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da
representação ou do requerimento.

Sendo assim, podemos dizer que a legitimidade da decretação da


prisão temporária é do Juiz, que deverá prolatá-la e fundamentá-la em

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um prazo de 24 horas após representação da autoridade policial


(ouvido o Ministério Público) ou requerimento do MP.

STJ, RHC 20.410/RJ, DJ 09.11.2009


É evidente o constrangimento ilegal se a prisão temporária for
determinada tão somente para uma melhor apuração do delito, sem
a demonstração concreta da imprescindibilidade da medida,
ressaltando-se que o despacho que decretar a prisão temporária
deverá ser fundamentado

Há divergência jurisprudencial quanto à possibilidade de o magistrado


poder decretá-la de ofício, entendendo a doutrina majoritária não ser
possível.
Com relação ao prazo, a lei discorre que será, regra geral, de 05 dias
prorrogável por igual período em caso de EXTREMA e COMPROVADA
necessidade.

Artigo 2° - A prisão temporária [...] terá o prazo de 5


(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.

Observação: Caso se trate de suspeito de crime hediondo, pratica de


tortura, tráfico ilicito de substâncias entorpecentes e drogas afins e, de
terrorismo, a prisão temporária poderá durar trinta dias, prorrogáveis
pelo mesmo prazo.

5.2.3.2 PROCEDIMENTOS

Caro aluno, neste ponto a lei é extremamente clara quanto aos


procedimentos que devem ser adotados. Observe:

Art. 2º[...]
§ 4° - Decretada a prisão temporária, expedir-se-á
mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será
entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5° - A prisão somente poderá ser executada depois da
expedição de mandado judicial.

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§ 6° - Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o


preso dos direitos previstos no artigo 5° da Constituição
Federal.
§ 7° - Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso
deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já
tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Artigo 3° - Os presos temporários deverão permanecer,
obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

Assim, após decretada a prisão será expedido mandado de prisão em


duas vias. Uma via será entregue ao preso e servirá como nota de
culpa. É importante citar que com relação à prisão temporária,
SEMPRE SERÁ NECESSÁRIO O MANDADO JUDICIAL, sendo este
condição objetiva de procedibilidade da prisão.
Após a prisão, como manda a Carta Magna, o preso será informado de
seus direitos e, após passados 05 dias de detenção será
imediatamente libertado, SALVO SE JÁ TIVER SIDO DECRETADA A
PRISÃO PREVENTIVA.
Finalizando, os presos temporários não deverão ficar com os demais
detentos, ou seja, serão colocados em celas separadas a fim de
cumprir o mandamento legal.

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É isso ai pessoal. Chegamos ao final de mais uma aula!!!

Agora é hora de consolidar os conceitos com os exercícios e seguir em frente


com força total.

Abraços e bons estudos,

Pedro Ivo

"Não são os grandes planos que dão certo;

são os pequenos detalhes."

Stephen Kanit

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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS NA AULA

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA


(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas
observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução
criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições
pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita
e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença
condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo,
em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso.
Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.
CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que
façam presumir ser ele autor da infração.
Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito
enquanto não cessar a permanência.
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e
colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de
entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o
acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita,
colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade,
afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)

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§ 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade
mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança,
e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se
não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.
§ 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas
pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o
auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham
ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005)
Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela
autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão
comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do
preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será
encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado
não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa,
assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta,
no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de
prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo
tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido
imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não
o for a autoridade que houver presidido o auto.
Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o
preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado
o auto de prisão em flagrante.
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá
fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes
as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403,
de 2011).
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente
praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá,

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fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
CAPÍTULO III
DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a


prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a
requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e
indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de
descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas
cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da
prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4
(quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em
julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança,
adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução
das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida
sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos
suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em
liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar
pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
sempre motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se
sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de
3.11.1967)

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CAPÍTULO IV
DA PRISÃO DOMICILIAR
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em
sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o
agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de
idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto
risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos
estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
CAPÍTULO V
DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz,
para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer
distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer
distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente
ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o
investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática
de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com
violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-

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imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei
nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos
do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência
injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste
Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº
12.403, de 2011).
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às
autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se
o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989

Art. 1° Caberá prisão temporária:


I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua identidade;
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo
único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo
único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

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m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em
qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986).
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da
autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada
necessidade.
§ 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir,
ouvirá o Ministério Público.
§ 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do
Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e
esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito.
§ 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias,
uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.
§ 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado
judicial.
§ 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos
no art. 5° da Constituição Federal.
§ 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto
imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.
Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados
dos demais detentos.

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EXERCÍCIOS

1. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) A prisão em flagrante delito não é


ato privativo das forças policiais.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Como vimos, qualquer do povo poderá proceder a prisão
em flagrante.

2. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) No caso do flagrante delito, como


a prisão se dá sem ordem judicial prévia, a autoridade policial é a
responsável legal pela detenção e pela tutela da liberdade, mesmo
após comunicada a prisão e recebido o auto de flagrante pelo juiz
competente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: No caso, a tutela da liberdade é do JUIZ DE DIREITO.

3. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Vinte e quatro horas após a prisão


em flagrante, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão
acompanhado de todas as oitivas colhidas e, em qualquer caso, cópia
integral para a defensoria pública.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A lei nº 12.403/11 retirou a obrigatoriedade das oitivas
acompanharem o APF. Além disso, a cópia para a Defensoria só ocorrerá se o
autuado não informar o nome do advogado.

4. (CESPE / Procurador - PGM-RR / 2010) A prisão preventiva


somente poderá ser decretada, mediante ordem judicial devidamente
fundamentada, no curso de ação penal regularmente instaurada
perante o juízo competente.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: A prisão preventiva somente poderá ser efetivada
mediante ordem judicial, e poderá ser requerida tanto na fase pré-processual
(inquisitorial) como na fase processual (judicial).

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5. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão


preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e
momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais
públicas e a segunda, nas ações penais privadas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A prisão preventiva pode ser decretada tanto na fase do
IP, quanto na fase processual; já a prisão temporária somente poderá ser
decretada na fase do IP.

6. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão de


servidor público, por crime de ação penal pública condicionada e
contra a administração, depende de manifestação prévia da chefia
imediata, por expressa disposição do CPP.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Não há que se falar em manifestação da chefia nos casos
de prisão de servidor público para que seja decretada.

7. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão temporária


pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo improrrogável de
cinco dias, presentes as condições legais.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, o prazo não é improrrogável.

8. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não se admite a


decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com
detenção.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Esta questão, na época, foi considerada INCORRETA.
Todavia, pelo novo regramento, torna-se correta.

9. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Segundo o CPP, a prisão


especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto
da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o

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preso especial, ele deve ser recolhido em cela distinta em


estabelecimento prisional comum.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: A prisão especial, prevista no Código de Processo Penal ou
em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da
prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o preso
especial, este será recolhido em local distinto da prisão comum (ART. 295).

10. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Não havendo autoridade


policial no lugar em que se tiver efetuado a prisão em flagrante, o
preso deve ser imediatamente apresentado ao promotor ou ao juiz
competente, vedada sua apresentação a autoridade policial de
localidade próxima, por falta de atribuição.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado
a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo (ART. 308).

11. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Nas hipóteses em que se


livre solto, o réu deverá ser posto em liberdade, não havendo
necessidade de lavratura do auto de prisão em flagrante, mas
somente do boletim de ocorrência policial.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade,
depois de lavrado o auto de prisão em flagrante (ART. 309).

12. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a


alternativa INCORRETA:

A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi


recepcionada pela Constituição Federal de 1988;
B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de
ilicitude.
C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser
decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade;

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D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser


decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim,
reconhecido na sentença penal condenatória.

GABARITO: C
COMENTÁRIOS: A única alternativa incorreta é a “C”, pois, caso se trate de
suspeito de crime hediondo, pratica de tortura, tráfico ilicito de substâncias
entorpecentes e drogas afins e, de terrorismo, a prisão temporária poderá
durar trinta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo

13. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante irreal, o agente


é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça
presumir ser ele o autor da infração.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: O flagrante irreal nada mais é que outra denominação para
o flagrante impróprio ou quase flagrante, cujo conceito é exatamente o da
questão.

14. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão em flagrante é


compulsória em relação às autoridades policiais e seus agentes,
desde que constatada a presença das hipóteses legais, mas possuem
eles plena discricionariedade para avaliar o cabimento ou não da
medida.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, com relação à prisão em flagrante quando
aplicada por agentes policiais, não há que se falar em discricionariedade,
sendo, regra geral, compulsória e vinculada à atuação.

15. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante preparado, a


consequência é a soltura do indiciado, em nada influindo a
preparação do flagrante na conduta típica praticada pelo agente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A característica principal do flagrante preparado que o
caracteriza como hipótese de crime impossível é a influência da preparação
na conduta típica, logo a alternativa está incorreta.

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16. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser


decretada para garantia de aplicação da lei penal, ou seja, para
impedir que o agente, solto, continue a delinquir e,
consequentemente, acautelar o meio social.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Questão fácil, mas que exige atenção, pois a banca tenta
confundir os conceitos de garantia da ordem pública com a garantia da
aplicação da lei penal.

17. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser


decretada em prol da garantia da ordem pública, havendo, nesse
caso, necessidade de comprovação do iminente risco de fuga do
agente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Mais uma questão, assim como a anterior, que tenta
inverter o conceito de garantia da ordem pública com a garantia da aplicação
da lei penal. Para a decretação da prisão preventiva com base na ordem
pública, basta a comprovação da periculosidade e do temor social.

18. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Pode ser decretada a prisão


temporária em qualquer fase do IP ou da ação penal.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Atenção!!! Prisão temporária só no inquérito.

19. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão temporária pode ser


decretada por intermédio de representação da autoridade policial ou
do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz
competente.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo a Lei nº. 7.960/89: Art. 2º A prisão temporária
será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público [...]. Assim, segundo a doutrina
majoritária, não pode ser decretada de ofício.

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20. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) O prazo da prisão


temporária, que em regra é de 5 dias, prorrogáveis por igual período,
é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser
imediatamente posto em liberdade, não podendo ser a prisão
convertida em preventiva.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Como vimos, ele poderá permanecer preso se decretada a
prisão preventiva.

21. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Quando a prisão temporária


for requerida pela autoridade policial, por intermédio de
representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP,
devendo o juiz decidir o pedido formulado no prazo máximo de 24
horas.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Dispõe o Art. 2º, § 1° da Lei 7.960/89: Na hipótese de
representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.

22. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) A prisão preventiva e a prisão


temporária, exemplos de prisão cautelar, antecipam o
reconhecimento de culpa com a conseqüente privação da liberdade
do indivíduo, pois o juízo que se faz, ao decretá-las, é de
culpabilidade.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Completamente errada com base no princípio da presunção
da inocência que persiste até a sentença judicial transitada em julgado. A
prisão cautelar não pressupõe CULPABILIDADE.

23. (OAB-SP / 2006) Em relação à prisão em flagrante, é INCORRETO


afirmar:

A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito


enquanto não cessar a permanência.

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B) dentro de 48 (quarenta e oito) horas depois da prisão, será dada ao preso


nota de culpa assinada pela autoridade policial, com o motivo da prisão, o
nome do condutor e os das testemunhas.
C) quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência
de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, poderá, depois
de ouvir o Ministério Público, conceder liberdade provisória.
D) não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o
preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

GABARITO: B
COMENTÁRIOS: A alternativa “B” é a única incorreta, pois, conforme vimos,
a nota de culpa deve ser entregue em 24 horas.

24. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) Considere que policiais em


serviço de ronda noturna perceberam que, em determinada casa, um
homem apunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava
desesperadamente por socorro. Nessa situação, os policiais, mesmo
que em horário noturno, poderão adentrar a residência sem o
consentimento dos moradores e realizar a prisão do agressor.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Exceção à regra da inviolabilidade de domicílio. No caso de
flagrante, mesmo no período noturno, é possível.

25. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) Considera-se em


flagrante delito quem é encontrado, logo depois da infração, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
infrator.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: É o flagrante presumido.

26. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) Não é cabível prisão


preventiva de acusado de prática de contravenção penal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Não há prisão preventiva para a prática de contravenção
penal.

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27. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) A prisão temporária


não pode ser decretada de ofício pelo juiz.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Mais uma questão que exige o conhecimento do
entendimento da jurisprudência majoritária segundo a qual não é possível a
decretação de ofício da prisão temporária.

28. (Analista – TRF / 2008) A respeito da prisão em flagrante, é


correto afirmar que

A) não pode ser feita por qualquer do povo, mas apenas pelas autoridades
policiais e seus agentes.
B) se considera em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor
da infração.
C) para a lavratura do respectivo auto, é necessária a existência de pelo
menos duas testemunhas da infração.
D) o preso, por razões de segurança, não tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão.
E) N.R.A

GABARITO: B
COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas:
Alternativa “A”  Incorreta  Nos termos do art. 301 do CPP, qualquer
do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender
quem quer que seja encontrado em flagrante delito.
Alternativa “B”  Correta  Enuncia corretamente o flagrante presumido.
Alternativa “C”  Incorreta  Conforme leciona o § 2o do art. 304, a
falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos
duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à
autoridade.
Alternativa “D”  Incorreta  A nota de culpa, dentre outras
informações, apresenta o nome dos responsáveis pela prisão.

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29. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) Em respeito ao princípio da presunção de inocência, a prisão
preventiva não pode ser decretada durante o inquérito policial, mas
só após a instauração da ação penal.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: A prisão preventiva pode ser decretada tanto no inquérito
quanto na ação penal.

30. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão preventiva pode ser decretada para garantia da
ordem pública somente quando há indício da existência de crime e
certeza sobre a sua autoria.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Dispõe o art. 312 do CPP que a prisão preventiva poderá
ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por
conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei
penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de
autoria.

31. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) Uma vez revogada a prisão preventiva durante o curso da ação
penal, é defeso ao juiz decretá-la novamente antes do trânsito em
julgado da sentença penal condenatória.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Segundo o art. 316. O juiz poderá revogar a prisão
preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a
justifiquem.

32. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) O despacho que decreta a prisão preventiva deve ser sempre
fundamentado; porém, o que a nega prescinde de fundamentação.

GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: Tanto a decretação quanto a não aceitação do pedido
dependem de fundamentação.

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33. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária só é cabível durante a fase de inquérito
policial, sendo vedada a sua decretação no curso da ação penal.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Perfeito comentário sobre a prisão temporária.

34. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária é decretada pelo juiz, de ofício ou em face
de representação de autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e tem prazo de cinco dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: MAIS UMA!!! Prisão temporária não pode ser decretada de
ofício.

35. (CESPE / Polícia Rodoviária Federal – 2008) Ocorre o chamado


quase-flagrante quando, tendo o agente concluído os atos de
execução do crime e se posto em fuga, inicia-se ininterrupta
perseguição, até que ocorra a prisão.

GABARITO: CERTA
COMENTÁRIOS: Trata do FLAGRANTE IMPRÓPRIO (TAMBÉM CHAMADO DE
IRREAL OU QUASE FLAGRANTE), no qual o agente comete o ato ilícito e é
perseguido, logo após, em situação que faça presumir ser o autor do delito.

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LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS

1. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) A prisão em flagrante delito não é


ato privativo das forças policiais.

2. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) No caso do flagrante delito, como


a prisão se dá sem ordem judicial prévia, a autoridade policial é a
responsável legal pela detenção e pela tutela da liberdade, mesmo
após comunicada a prisão e recebido o auto de flagrante pelo juiz
competente.

3. (CESPE / Perito - PC-ES / 2011) Vinte e quatro horas após a prisão


em flagrante, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão
acompanhado de todas as oitivas colhidas e, em qualquer caso, cópia
integral para a defensoria pública.

4. (CESPE / Procurador - PGM-RR / 2010) A prisão preventiva


somente poderá ser decretada, mediante ordem judicial devidamente
fundamentada, no curso de ação penal regularmente instaurada
perante o juízo competente.

5. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão


preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e
momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais
públicas e a segunda, nas ações penais privadas.

6. (CESPE / Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão de


servidor público, por crime de ação penal pública condicionada e
contra a administração, depende de manifestação prévia da chefia
imediata, por expressa disposição do CPP.

7. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão temporária


pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo improrrogável de
cinco dias, presentes as condições legais.

8. (CESPE / Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não se admite a


decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com
detenção.

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9. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Segundo o CPP, a prisão


especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto
da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o
preso especial, ele deve ser recolhido em cela distinta em
estabelecimento prisional comum.

10. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Não havendo autoridade


policial no lugar em que se tiver efetuado a prisão em flagrante, o
preso deve ser imediatamente apresentado ao promotor ou ao juiz
competente, vedada sua apresentação a autoridade policial de
localidade próxima, por falta de atribuição.

11. (CESPE / Promotor - MPE-SE / 2010) Nas hipóteses em que se


livre solto, o réu deverá ser posto em liberdade, não havendo
necessidade de lavratura do auto de prisão em flagrante, mas
somente do boletim de ocorrência policial.

12. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a


alternativa INCORRETA:

A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi


recepcionada pela Constituição Federal de 1988;
B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de
ilicitude.
C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser
decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade;
D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser
decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim,
reconhecido na sentença penal condenatória.

13. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante irreal, o agente


é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça
presumir ser ele o autor da infração.

14. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão em flagrante é


compulsória em relação às autoridades policiais e seus agentes,
desde que constatada a presença das hipóteses legais, mas possuem
eles plena discricionariedade para avaliar o cabimento ou não da
medida.

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15. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante preparado, a


consequência é a soltura do indiciado, em nada influindo a
preparação do flagrante na conduta típica praticada pelo agente.

16. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser


decretada para garantia de aplicação da lei penal, ou seja, para
impedir que o agente, solto, continue a delinquir e,
consequentemente, acautelar o meio social.

17. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser


decretada em prol da garantia da ordem pública, havendo, nesse
caso, necessidade de comprovação do iminente risco de fuga do
agente.

18. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Pode ser decretada a prisão


temporária em qualquer fase do IP ou da ação penal.

19. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) A prisão temporária pode ser


decretada por intermédio de representação da autoridade policial ou
do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz
competente.

20. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) O prazo da prisão


temporária, que em regra é de 5 dias, prorrogáveis por igual período,
é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser
imediatamente posto em liberdade, não podendo ser a prisão
convertida em preventiva.

21. (CESPE / Delegado - PC-PB / 2008) Quando a prisão temporária


for requerida pela autoridade policial, por intermédio de
representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP,
devendo o juiz decidir o pedido formulado no prazo máximo de 24
horas.

22. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) A prisão preventiva e a prisão


temporária, exemplos de prisão cautelar, antecipam o
reconhecimento de culpa com a conseqüente privação da liberdade
do indivíduo, pois o juízo que se faz, ao decretá-las, é de
culpabilidade.

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23. (OAB-SP / 2006) Em relação à prisão em flagrante, é INCORRETO


afirmar:

A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito


enquanto não cessar a permanência.
B) dentro de 48 (quarenta e oito) horas depois da prisão, será dada ao preso
nota de culpa assinada pela autoridade policial, com o motivo da prisão, o
nome do condutor e os das testemunhas.
C) quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência
de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, poderá, depois
de ouvir o Ministério Público, conceder liberdade provisória.
D) não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o
preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

24. (CESPE / Agente - PC-TO / 2008) Considere que policiais em


serviço de ronda noturna perceberam que, em determinada casa, um
homem apunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava
desesperadamente por socorro. Nessa situação, os policiais, mesmo
que em horário noturno, poderão adentrar a residência sem o
consentimento dos moradores e realizar a prisão do agressor.

25. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) Considera-se em


flagrante delito quem é encontrado, logo depois da infração, com
instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele
infrator.

26. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) Não é cabível prisão


preventiva de acusado de prática de contravenção penal.

27. (CESPE / Agente - Polícia Federal / 2004) A prisão temporária


não pode ser decretada de ofício pelo juiz.

28. (Analista – TRF / 2008) A respeito da prisão em flagrante, é


correto afirmar que

A) não pode ser feita por qualquer do povo, mas apenas pelas autoridades
policiais e seus agentes.

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B) se considera em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com


instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor
da infração.
C) para a lavratura do respectivo auto, é necessária a existência de pelo
menos duas testemunhas da infração.
D) o preso, por razões de segurança, não tem direito à identificação dos
responsáveis por sua prisão.
E) N.R.A

29. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) Em respeito ao princípio da presunção de inocência, a prisão
preventiva não pode ser decretada durante o inquérito policial, mas
só após a instauração da ação penal.

30. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão preventiva pode ser decretada para garantia da
ordem pública somente quando há indício da existência de crime e
certeza sobre a sua autoria.

31. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) Uma vez revogada a prisão preventiva durante o curso da ação
penal, é defeso ao juiz decretá-la novamente antes do trânsito em
julgado da sentença penal condenatória.

32. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) O despacho que decreta a prisão preventiva deve ser sempre
fundamentado; porém, o que a nega prescinde de fundamentação.

33. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária só é cabível durante a fase de inquérito
policial, sendo vedada a sua decretação no curso da ação penal.

34. (CESPE / Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB /


2008) A prisão temporária é decretada pelo juiz, de ofício ou em face
de representação de autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e tem prazo de cinco dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade.

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35. (CESPE / Polícia Rodoviária Federal – 2008) Ocorre o chamado


quase-flagrante quando, tendo o agente concluído os atos de
execução do crime e se posto em fuga, inicia-se ininterrupta
perseguição, até que ocorra a prisão.

GABARITO

1-C 2-E 3-E 4-C 5-E

6-E 7-E 8-C 9-C 10-E

11-E 12-C 13-C 14-E 15-E

16-E 17-E 18-E 19-E 20-E

21-E 22-E 23-B 24-C 25-C

26-C 27-C 28-B 29-E 30-E

31-E 32-E 33-C 34-E 35-C

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