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GOIÂNIA
2011
MARCOS VINICIUS PADOVANI GUERRA
PEDRO PAULO OLIVEIRA DE MELO ROSA
ROMILSON BRANDÃO DO VALE JR
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Ademir Aparecido do Prado (Orientador)
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Maurício Martines Sales (Co-orientador)
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Daniel de Lima Araújo (Examinador interno)
Universidade Federal de Goiás
__________________________________________________________________
Prof. Dr. Carlos Alberto auro Vargas (Examinador externo)
Universidade Federal de Goiás
GOIÂNIA
2011
Dedicatória
nossos caminhos.
Agradecimentos
H altura do edifício
L comprimento do edifício
N número de sapatas
Po coeficiente de Poisson
Q rigidez do apoio
c coesão do solo
h profundidade da camada
u deslocamento horizontal
x B, y B, z B coordenadas do ponto em que se deseja calcular o recalque em
relação aos eixos xyz
w recalque
wL levantamento
solo
estrutura
ρ recalque da sapata
ω desaprumo
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1.1. OBJETIVOS
CAPÍTULO 2
RECALQUES EM SAPATAS
2.1. INTRODUÇÃO
• Rotação relativa ou distorção angular (β) – medida pela inclinação da reta que
liga dois pontos de recalques, retirando o desaprumo. Dá-se como exemplo
βAB, mostrado na Equação 2.1, que é a rotação relativa de A para B.
Conforme a Figura 2.1b;
19
δ AB
β AB = (2.1)
L AB
δ AB δ CD
α B = β AB + β CD = + (2.2)
LAB LCD
LAD
A B C D
Δmáx
w = we + wa + ws (2.3)
O recalque elástico, inicial ou imediato pode ser estimado por meio da teoria da
elasticidade. Ao aplicar carga na massa de solo, ocorre um rearranjo dos grãos do solo, tal
efeito tem predominância em solos granulares (DAS, 1983).
CAPÍTULO 3
INTERAÇÃO SOLO-ESTRUTURA
3.1. INTRODUÇÃO
O caso ”d” seria o oposto ao “a”, a estrutura não apresenta rigidez aos recalques
diferenciais. Uma estrutura com essa configuração adaptar-se-ia perfeitamente às
deformações do maciço de solo, desse modo, a distribuição de pressões de contato não se
modificaria perante a progressão dos recalques. Este modelo de comportamento pode ser
estendido para estruturas isostáticas e edifícios compridos ao longo do eixo horizontal.
Ramalho e Corrêa (1991 apud IWAMOTO, 2000) analisaram dois edifícios com
fundações em sapatas, um edifício com sistema laje cogumelo e o outro edifício com
sistema laje, viga, pilar, fazendo uma comparação entre considerar o solo como totalmente
rígido ou elástico.
Gusmão (1994) apresenta dois parâmetros com fins comparativos entre para os
efeitos da interação solo-estrutura:
Com o uso destes parâmetros, o autor apresenta três casos reais de edifícios,
comparando-os com resultados estimados convencionalmente (sem a consideração da
rigidez da estrutura) e com os resultados medidos no campo. Através destas comparações o
autor prova que o efeito da interação solo-estrutura realmente tende a uniformizar os
recalques da edificação.
Segundo Gusmão & Gusmão Filho (1994), durante a construção à medida que
se vai construindo os novos pavimentos, ocorre uma tendência à uniformização dos
recalques devido ao aumento da rigidez da estrutura, sendo que esta rigidez não cresce
linearmente com o número de pavimentos.
Figura 3.3 – Efeitos da construção de novos pavimentpos, Gusmão & Gusmão Filho (1994)
Figura 3.4 – Efeitos da sequência construtiva, Gusmão & Gusmão Filho (1994)
cada bloco isolado. Por outro lado, o efeito de grupo diminuiu com o aumento da distância
entre os blocos vizinhos e os pontos em que os recalques foram calculados.
Ec I = ∑ Ec I v + ∑ E a I a (3.1)
4) O processo iterativo será realizado até que todos os recalques / ou ações atinjam
uma convergência desejada.
Para a estrutura:
{δ } = [ FM ]{V } (3.4)
Através da combinação das Equações 3.3 e 3.4, tem-se um sistema que leva em
conta a rigidez da estrutura do solo em conjunto:
Figura 3.5 - O sistema superestrutura e o sistema elementos de fundações + solo, Iwamoto (2000)
Onde:
Nas ultimas décadas vários estudos da interação solo-estrutura tem sido feito
sobre fundações rasas, e a maioria desses são sobre sapatas. A seguir temos os resultados
dos estudos de alguns autores sobre o recalque dessas fundações.
pilar, fazendo uma comparação entre considerar o solo como totalmente rígido ou admitir
comportamento elástico. Os resultados obtidos da análise mostraram que é grande a
influência da flexibilidade da fundação nos esforços da superestrutura. Observaram que, nos
pilares, os esforços normais e os momentos fletores tendem a uma redistribuição. Outra
observação feita é que no edifício com sistema estrutural laje-cogumelo mostrou-se mais
sensível a fundações flexíveis do que aqueles com sistema laje, viga e pilar.
Araújo (2009) foi feito a analise de dois exemplos de edifícios apoiados sobre
blocos de estacas. Um edifício possuía uma geometria em planta aproximadamente
quadrangular e o outro retangular. Foram avaliados os efeitos da ISE nas reações de apoio,
rigidezes e recalques dos pilares durante o processo construtivo dos 15 pavimentos dos
exemplos estudados. E foi observado que nos primeiros pavimentos, devido a menor rigidez
da estrutura, tem-se maior redistribuição de carga, recalques e rigidezes nos pilares, e que o
31
CAPÍTULO 4
METODOLOGIA
4.1. INTRODUÇÃO
1ª linha – título;
A figura 4.3 mostra a sapata dividida em subáreas para aplicação do Método de Aoki
e Lopes 1975.
Figura 4.3 – Sapata dividida em subáreas para o método de Aoki e Lopes 1975
1
STEINBRENNER, W. Tafelun Zur Setzungsberechnung. Die Strasse, v. 1, p. 121, 1934. Através de molas para
simular a plastificação do concreto armado. As lajes são consideradas como diafragmas rígidos.
36
A análise estrutural dos edifícios analisados neste trabalho foi feita com a
utilização do programa computacional TQS (TQS Informática Ltda.). A escolha deste
programa foi devido a sua grande utilização no desenvolvimento de projetos estruturais no
Brasil, além de adoção de hipóteses que se julga conveniente para modelagem da estrutura.
⎛ 1 − υ 2 ⎞
ρ = σ .B.⎜⎜ ⎟⎟.Ir (4.1)
⎝ E f ⎠
onde: Ir vale 1,12 para fundações flexíveis e 0,99 para fundações rígidas.
Método para o
Recalque (cm)
cálculo do recalque
AISES 2,034
Teoria da
2,038
Elasticidade
Fadum 2,067
500 5 0,30
38
2000
9 0,30
20
V1
15
15/40
P2
65
P1 80/20 P4
80/20 80/20
P3
80/20
L1 L2 L3
355
480
h=10 h=10 h=10
65
15
20
V2 15/50
P8
P5 P6 P7 80/20
80/20 80/20 80/20
L4 L5 L6
235
230
h=10 h=10 h=10
15
20
V3 15/50
P10 P11
65
80/20 80/20
P9 P12
80/20 80/20
L7 L8 L9
355
480
h=10 h=10 h=10
15/50
15/50
15/40
15/40
V6
V7
P13 P14
V5
V8
P15 P16
65
80/20
V4 15/40
80/20 80/20 80/20
15
20
CAPÍTULO 5
DISCUSSÃO DE RESULTADOS
19,00
18,00
Reações
de
apoio
(-)
17,00
16,00
Sapata
1
15,00
14,00
Sapata
2
13,00
12,00
Sapata
5
11,00
Sapata
6
10,00
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
1
Pavimento
33,00
31,00
45
40
Reações
de
apoio
(-)
35
30
1
25
20
2
15
5
10
5
6
0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
3
Pavimento
70,00
65,00
Reações
de
apoio
(-)
60,00
55,00
Sapata
1
50,00
Sapata
2
45,00
Sapata
5
40,00
Sapata
6
35,00
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
5
Pavimento
Figura 5.4 – Reações de apoio de cada sapata para 5 pavimentos
43
95,00
90,00
140,00
130,00
Reações
de
apoio
(-)
120,00
110,00
Sapata
1
100,00 Sapata 2
90,00 Sapata 5
80,00 Sapata 6
70,00
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
10
Pavimento
Figura 5.6 – Reações de apoio de cada sapata para 10 pavimentos
200
180
Reações
de
apoio
(-)
160
140
120
Sapata
1
100
Sapata
2
80
60
Sapata
5
40
20
Sapata
6
0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
15
Pavimento
Nas Figuras de 5.1 a 5.7, pode-se observar que as iterações resultaram numa
redistribuição de cargas. Sem a aplicação da ISE (primeira iteração), a sapata P6, a qual
representa um elemento central, é a que apresenta a maior carga, porém após as iterações
seu valor tende a diminuir, aproximando-se da sapata 5. Com a aplicação de iterações, a
sapata central tende a perder carga e as sapatas de canto e laterais como P1, P2 e P5
tendem a ganhar essa carga perdida. O processo de convergência das reações de apoio
dos pilares foi rápido de maneira que em apenas 3 iterações obtiveram resultados
satisfatórios.
5.2. RIGIDEZES
9000
8900
8800
8700
Rigidez
(-/m)
Sapata
1
8600
8500
Sapata
2
8400
Sapata
5
8300
8200
Sapata
6
8100
8000
1
2
3
4
5
6
1
Pavimento
9000
8900
8800
8700
Rigidez
(-/m)
Sapata
1
8600
8500
Sapata
2
8400
Sapata
5
8300
8200
Sapata
6
8100
8000
1
2
3
4
5
6
2
Pavimento
9000
8800
8600
Rigidez
(-/m)
8400
1
8200
2
8000
5
7800
6
7600
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
3
Pavimento
9000
8900
8800
8700
Rigidez
(-/m)
Sapata
1
8600
8500
Sapata
2
8400
Sapata
5
8300
Sapata
6
8200
8100
8000
1
2
3
4
5
6
5
Pavimento
Figura 5.11 – Rigidezes do apoio de cada sapata para 5 pavimentos
9000
8800
Rigidez
(-/m)
Sapata
1
8600
Sapata
2
8400
Sapata
5
8200 Sapata 6
8000
1
2
3
4
5
6
7
Pavimento
9000,00
8900,00
8800,00
Rigidez
(-/m)
8700,00
8600,00
Sapata
1
8500,00
8400,00
Sapata
2
8300,00
Sapata
5
8200,00
8100,00
Sapata
6
8000,00
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
10
Pavimento
Figura 5.13 – Rigidezes do apoio de cada pilar (em tonelada força por metro) para 10 pavimentos
9200,00
9000,00
8800,00
Rigidez
(-/m)
8600,00
Sapata
1
8400,00
Sapata
2
8200,00
8000,00
Sapata
5
7800,00
Sapata
6
7600,00
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
15
Pavimento
Figura 5.14 – Rigidezes do apoio de cada pilar (em tonelada força por metro) para 15 pavimentos
5.3. RECALQUES
2,5
2,0
Recalque
(mm)
1,5
Sapata
1
Sapata
2
1,0
Sapata
5
0,5
Sapata
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
1
Pavimento
4,0
3,5
3,0
Recalque
(mm)
2,5
Sapata
1
2,0
Sapata
2
1,5
Sapata
5
1,0
0,5
Sapata
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
2
Pavimento
6,0
5,0
Recalque
(mm)
4,0
1
3,0
2
2,0
5
1,0
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
3
Pavimento
9,0
8,0
7,0
Recalque
(mm)
6,0
Sapata
1
5,0
4,0
Sapata
2
3,0
Sapata
5
2,0
1,0
Sapata
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
5
Pavimento
Figura 5.18 – Recalque do apoio de cada sapata para 5 pavimentos
12,0
10,0
Recalque
(mm)
8,0
Sapata
1
6,0
Sapata
2
4,0
Sapata
5
2,0
Sapata
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
7
Pavimento
16,0
14,0
12,0
Recalque
(mm)
10,0
Sapata
1
8,0
Sapata
2
6,0
Sapata
5
4,0
2,0
Sapata
6
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
Iterações
10
Pavimento
25,0
20,0
Sapata
1
Recalque
(mm)
15,0
Sapata
2
Sapata
5
10,0
Sapata
6
5,0
0,0
1
2
3
4
5
6
Número
de
interações
15
Pavimento
Nas Figuras de 5.15 a 5.21, pode-se concluir que em geral três iterações
bastaram para que os recalques fossem estabilizados. O pilar P6 apresenta o maior
recalque por absorver maior quantidade de carga do edifício, já o pilar P1 é o que tem o
menor recalque e a menor carga. Nos pavimentos iniciais a variação de recalque foi
pequena, porém ela aumentou consideravelmente para os últimos pavimentos. A
convergência das interações foi rápida para os recalques assim como para as reações de
apoio e rigidezes dos pilares.
25 25
20
20
1
Pav
Recalque
(mm)
2
Pav
15
15
3
Pav
10
10
5
Pav
5 5 7 Pav
10
Pav
0
0
1
5,35
8,5
12,85
1
5,35
8,5
12,85
15
Pav
Coordenada
y
do
pilar
Coordenada
y
do
pilar
Comparando a Figura 5.22a com a Figura 5.22b, pode-se concluir que a bacia
de recalques obtida através do emprego da ISE, possui curvas mais suaves, ou seja,
recalques diferenciais menores.
O gráfico da Figura 5.23 mostra que à medida que a carga da estrutura aumenta,
a diferença entre os recalques também aumenta de maneira não-linear.
51
0,6
0,5
0,4
0,3
Dr/DL
0,2
0,1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Número
de
pavimentos
Figura 5.23 – Gráfico da variação do recalque pela distância entre os pilares (P2 e P6).
0,0025
recalque
diferencial/carga
0,002
0,0015
0,001
0,0005
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
Número
de
pavimentos
Figura 5.24 – Gráfico do recalque diferencial/carga no edifício para os pilares P6 e P2 versus o número de
pavimentos executado.
52
CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES
AOKI, N. e LOPES, F. R. Estimating stresses and settlements due to deep foudations by the
theory of elasticity. In: COGRESO PANAMERICANO DE MECANICA DE SUELOS E
INGENIERIA DE FUNDACIONES, Vº, 1975, Buenos Aires, Argentina. TOMO I… Buenos
Aires, 1975. 378-286.
GUSMÃO,
A.
D.;
GUSMÃO
FILHO,
J.
A.
(1994).
Avaliação
da
influência
da
interação
solo
–
estrutura
.
In.
X
COBRAMSEF,
Foz
de
Iguaçu,
PR,
ABMS.
Anais,
Vol.1,
p.
68-‐74.
POULOS, H. G. e DAVIS, E. H. Pile foundation analysis and design. New York: Jonh
Wiley and Sons, 1980. 397p.
REIS,
J.
H.
C.
(2000).
Interação
solo
–
estrutura
de
grupo
de
edifícios
em
fundações
superficiais
em
argila
mole.
São
Carlos.
Dissertação
(Mestrado).
Escola
de
Engenharia
de
São
Carlos,
Universidade
de
São
Paulo.
SOUZA, R. A.; REIS, J. H. C. Interação solo-estrutura para edifícios sobre fundações rasas.
Acta Sci. Technol., Maringá, v. 30, n. 2, p. 161-171, 2008.
TQS. Manual de geração e processamento de pórticos espaciais. TQS Informática Ltda,
2008. 188p.