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Como um origami, o poder disciplinar nos dobra até obter a forma que
mais lhe apraz.
O Poder Disciplinar
Vigiar e Punir compõem o projeto foucaultiano de escrever a genealógica
do indivíduo moderno em termos de “objetivação”. A crítica genealógica
analisa o momento em que homem é feito “objeto” pelas modernas
tecnologias do poder-saber.
Assim, o alvo central das pesquisas que culminaram na “História da
Violência nas Prisões” é, muito mais, a emergência da tecnologia
disciplinar, e não exatamente a história da prisão.
Nessas análises, Foucault indica que as disciplinas incidiram sobre os
indivíduos, mais especificamente sobre seus corpos e “almas”,
procurando tomá-los “perceptíveis”, “manipuláveis” e “manufaturáveis”,
segundo as exigências do modelo de sociedade industrial e capitalista
que estava se estabelecendo.
O poder disciplinar não deve ser reduzido a condição de resultado da
vontade do aparelho de Estado ou de uma determinada instituição, pois
funciona como uma rede que os atravessa, transcendendo-os, já que não
se limita às suas fronteiras. A disciplina é uma técnica, um dispositivo,
um mecanismo, um instrumento de poder; são métodos que possibilitam
o controle do corpo nos menores detalhes, que garantem a sujeição
constante de suas forças, impondo a este uma relação de sujeição:
“docilidade-utilidade” Esta prática disciplinar não atua a partir do
exterior dos indivíduos, de fora para dentro ou de cima para baixo, ela
trabalha os corpos dos homens manipulando e controlando seus
elementos, produzindo seus comportamentos.