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Metodologias e Recursos
para o Ensino da
Matemática no
Ciclo I 2
"O professor que ensina a Matemática desligada de
sua parte histórica comete um atentado contra essa
ciência" (HOST.NET, 2011).
1. OBJETIVOS
• Aplicar a História da Matemática como uma proposta de
trabalho para o Ciclo I.
• Compreender e identificar a resolução de problemas
como um dos principais meios de ligação entre a Mate-
mática e a vida.
• Demonstrar a importância dos jogos educativos no pro-
cesso de ensino e aprendizagem das crianças das séries
iniciais no ensino da Matemática.
• Utilizar as tecnologias de informação como uma proposta
de trabalho para a Matemática no Ensino Fundamental.
2. CONTEÚDOS
• Interface entre História e Matemática.
• Verificar que um problema pode ser resolvido por meio
de operações distintas e apontar a diversidade dos pro-
blemas existentes.
52 © Fundamentos e Métodos do Ensino da Matemática I
George Polya
Polya nasceu a 13 de dezembro de 1887 em Budapeste
(Hungria), de família judaica de origem polaca. Faleceu a 7 de
setembro de 1985 em Palo Alto, na Califórnia (Estados Uni-
dos) (imagem disponível em: <www.mathgym.com.au/htdocs/
polyab.htm>. Acesso em: 15 out. 2010. Texto disponível em:
<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/polya/
biografia.htm>. Acesso em: 10 mar. 2011).
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Há, atualmente, várias propostas de trabalho para o ensino da
Matemática que o professor pode utilizar. Portanto, não podemos
afirmar que existe um único caminho ou uma única forma para o
ensino de qualquer disciplina, especialmente da Matemática.
No entanto, para que você, futuro educador, construa sua
prática educativa, é fundamental conhecer várias metodologias de
trabalho em sala de aula, e é isso que propomos para esta unidade.
O que você entende por metodologia?
Metodologia é o caminho, a direção. Ela oferece trilhas, nor-
mas, regras e hábitos que vão orientá-lo com segurança.
Metodologia significa, etimologicamente, o estudo dos caminhos,
dos instrumentos usados para se fazer pesquisa científica, os quais
respondem a como fazê-la de forma eficiente. A metodologia é
Vale dizer que não é necessário que o professor seja um especialista para intro-
duzir História da Matemática em seus cursos. Se em algum tema o professor tem
uma informação ou sabe de uma curiosidade histórica, deve compartilhar com os
alunos. Se sobre outro tema ele não tem o que falar, não importa. Não é neces-
sário desenvolver um currículo, linear e organizado, de História da Matemática.
Basta colocar aqui e ali algumas reflexões. Isto pode gerar muito interesse nas
aulas de Matemática. E isso pode ser feito sem que o professor tenha se espe-
cializado em História da Matemática.
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Ao longo do estudo desta obra, você encontrará alguns exemplos
da História da Matemática associada aos diversos conteúdos concei-
tuais que desenvolveremos.
Exercícios––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Exercícios de reconhecimento
Seu objetivo é fazer que o aluno reconheça, identifique ou lembre um conceito,
um fato específico, uma definição, uma propriedade etc.
Exemplo 1: dados os números 2, 5, 10, 103, 156 e 207, quais são os pares?
(DANTE, 2005, p. 16).
Exemplo 2: mamãe colocou 2 dúzias de enfeites no meu quarto e 1 dúzia e meia
no quarto do meu irmão. Qual a diferença entre a quantidade de enfeites? (RAN-
DO, 1998, p. 19).
Exemplo 3: as crianças ficaram 120 minutos na piscina. Quantas horas elas fica-
ram na piscina? (RANDO, 1998, p. 19).
Exercícios de algoritmos
São aqueles que podem ser resolvidos passo a passo. Seu objetivo é treinar a
habilidade de executar um algoritmo e reforçar conhecimentos anteriores.
Exemplo 1: calcule o valor de [(3.4) + 2]: 7 (DANTE, 2005, p. 16).
Exemplo 2: Resolva as operações a seguir:
a) (234.14):2 b) (50:10).2-4
Problemas-padrão
São problemas que envolvem as operações que estão sendo estudadas no mo-
mento e que desenvolvem no aluno a capacidade de transformar a linguagem
comum em linguagem matemática.
Exemplo 1: Marcos tinha 5 caixas de bolinhas de gude, cada uma com meia dú-
zia de bolinhas. Numa competição, perdeu 13 bolinhas. Com quantas ficou? Com
as bolinhas que sobraram, quantas caixas poderiam ser formadas? (TOLEDO;
TOLEDO, 1997, p. 85).
Exemplo 2: minha avó vai comprar duas bicicletas: uma para mim e outra para
meu irmão. Cada bicicleta custa R$234,00, e ela tem R$500,00. Será que ela já
tem o dinheiro necessário? (RANDO, 1998, p. 33).
Exemplo 3: Papai está fazendo um minhocário num sítio. Através das minhocas,
ele vai conseguir um húmus excelente para colocar na horta. Ele comprou 6 dúzias
de minhocas. Elas podem ter até 1500 filhotes por vez. Se todas tiverem o número
máximo de filhotes, quantas minhocas papai terá? (RANDO, 1998, p. 33).
Problema de aplicação
É um tipo de problema elaborado com base nas situações da vida cotidiana.
Exemplo 1: numa região cuja economia depende de determinado tipo de cultura,
o professor pode pedir para os alunos pesquisarem e calcularem: a produção
ideal por alqueire; a quantidade de adubo necessária; as despesas totais da
produção, o preço que se deve cobrar para pagar as despesas e obter lucro
(TOLEDO; TOLEDO 1997, p. 86).
Exemplo 2: Olga, Thais e Aline foram a uma lanchonete e gastaram R$39,00.
Cada uma iria pagar uma parte, mas Olga lembrou que estava devendo R$6,00
para Thais e resolveu aproveitar a ocasião para lhe pagar. Quanto cada menina
deu para pagar a conta? (RANDO, 1998, p. 39).
Problemas de quebra-cabeça
São problemas que envolvem e desafiam grande parte dos alunos.
Exemplo: com 24 palitos de fósforo, forme 9 quadradinhos, como mostra a figura
ao lado. Como fazer para tirar apenas 4 palitos e deixar 5 quadradinhos? (TOLE-
DO; TOLEDO 1997, p. 86).
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Resolução de problemas–––––––––––––––––––––––––––––––
"A real justificativa para se ensinar Matemática é que ela é útil e, em particu-
lar, auxilia na solução de muitas espécies de problemas" (BEGLE apud DANTE,
2005, p. 7).
"A razão principal de se estudar Matemática é para aprender como se resolvem
problemas" (LESTER JR. apud DANTE, 2005, p. 7).
"Aprender a resolver problemas matemáticos deve ser o maior objetivo da instru-
ção matemática. Certamente outros objetivos da Matemática devem ser procura-
dos, mesmo para atingir o objetivo da competência em resolução de problemas.
Desenvolver conceitos matemáticos, princípios e algoritmos através de um co-
nhecimento significativo e habilidoso é importante. Mas o significado principal de
aprender tais conteúdos matemáticos é ser capaz de usá-los na construção das
soluções das situações-problemas (HATFIELD apud DANTE, 2005, p. 7).
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hoje é importante saber por que os algoritmos funcionam, quais são as idéias e
os conceitos neles envolvidos, qual a ordem de grandeza de resultados que se
pode esperar de determinados cálculos e quais as estratégias mais eficientes
para enfrentar uma situação problema, deixando para as máquinas as atividades
repetitivas, a aplicação de procedimentos padrões e as operações de rotina.
Com ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, seria muito difícil – e mesmo
temerário – fazer previsões sobre quais conteúdos da Matemática serão mais
úteis aos alunos no futuro. No entanto, pode-se ter certeza de estar no caminho
correto quando as crianças são preparadas para enfrentar situações novas com
criatividade e entusiasmo diante do desafio, em vez de serem apenas instrumen-
talizadas com fórmulas e modelo-padrão para aplicar em situações conhecidas
e específicas.
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9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Responda às questões a seguir, que tratam das metodologias uti-
lizadas no dia de hoje como ferramentas de ensino, como, por exemplo,
a História da Matemática, a resolução de problemas, os jogos, a Tecno-
logia da Informação e da Comunicação etc. Usá-las ou não usá-las?
2) Você usaria a História da Matemática para ministrar uma aula sabendo que
é um recurso metodológico que você pode utilizar como ferramenta de en-
sino no trabalho com a Matemática nas séries iniciais?
4) Você usaria a resolução de problemas para ministrar uma aula? De que for-
ma? Ela ajuda ou atrapalha? É importante lembrar que a utilização da reso-
lução de problemas é um recurso metodológico que você pode utilizar como
ferramenta de ensino no trabalho com a Matemática nas séries iniciais.
10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, apresentamos a você, futuro professor, va-
liosas estratégias para o trabalho da Matemática em sala de aula.
Ao conhecer a História da Matemática, percebemos que as
teorias, aparentemente acabadas e elegantes, resultaram sempre
de desafios que os matemáticos enfrentavam. Essas teorias foram
desenvolvidas com grande esforço e, quase sempre, em uma or-
dem bem diferente daquela em que são apresentadas após todo o
processo de descoberta.
A resolução de problemas de Matemática deve envolver
muito mais aspectos do que a simples aplicação de operações,
pois sabemos que o ensino da Matemática hoje deve estar voltado
para o dia a dia do aluno, levando-o a ser um cidadão crítico, res-
ponsável e pensante.
© U2 – Metodologias e Recursos para o Ensino da Matemática no Ciclo I 73
11. E-REFERÊNCIAS
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<http://www.gilmaths.mat.br/Artigos/modelagem_simulacao_informatica.pdf>. Acesso
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sites.uol.com.br>. Acesso em: 10 set. 2006.
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pde/arquivos/671-4.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2011.
GASPERI, W. N. H.; PACHECO E. R. A História da matemática como instrumento para a
interdisciplinaridade na Educação Básica. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.
pr.gov.br/portals/pde/arquivos/7014.pdf?PHPSESSID=2009071515422567>. Acesso em:
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GROENWALD, C. L. O.; TIMM U. T. Utilizando curiosidades e jogos matemáticos em sala
de aula. Disponível em: <http://www.somatematica.com.br/artigos/a1/>. Acesso em: 26
jan. 2008.
HOST.NET. Algoritmo: uma antiga, porém atual receita. Disponível em: <http://www.hostnet.
com.br/oah/algoritmo-uma-antiga-porem-atual-receita>. Acesso em: 22 mar. 2011.
MOTTA, C. D. V. B. Resumo: o papel psicológico da História da Matemática no processo
de ensino-aprendizagem. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php
?pid=MSC0000000082005000200056&script=sci_arttext>. Acesso em: 28 jul. 2010.
NIETO, S. S.; LOPES, C. M. C.; SILVA, A. F. Ações praticadas em disciplinas de graduação como
elemento motivador. Disponível em: <http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/
EE/Producao/2008simpep_acoes_motivador_1_.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2011.
POLYA, G. Como se resolver problemas. Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/
grazfonsec/dido-final.htm>. Acesso em: 10 ago. 2011.
SILVEIRA, J. F. P. A diferença entre problema e exercício. Disponível em: <http://www.mat.
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