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Orientadores:
Ricardo Valeriano Alves
Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro
Rio de Janeiro
Abril de 2016
i
PROTENSÃO EM PONTES DE VIGAS MISTAS EM AÇO E CONCRETO
Examinada por:
_________________________________________
Profª. Ricardo Valeriano Alves
Prof. Associado, D Sc., EP/UFRJ (Orientador)
_________________________________________
Profº. Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro
Prof. Adjunto, D Sc., UFF(Orientadora)
_________________________________________
Prof.ª. Flávia Moll de Souza Júdice
Prof. Associado, D Sc., EP/UFRJ
________________________________________
Prof.º. Francisco José Costa Reis
Prof. Adjunto, M Sc., EP/UFRJ
ii
Melo, Marcelo Leite de Melo
iii
“O lápis, o esquadro, o papel;
o desenho, o projeto, o número:
o engenheiro pensa o mundo justo,
mundo que nenhum véu encobre.”
iv
À minha avó Miriam Palha Leite.
v
Agradecimentos
A todos os meus amigos de curso que tornaram essa jornada na UFRJ mais
divertida.
vi
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro
Civil.
Abril/2016
vii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/ UFRJ as a partial
fulfillment of the requirements for the degree of Engineer.
April/2016
Advisors: Ricardo Alves Valeriano and Mayra Soares Pereira Lima Perlingeiro
Course: Civil Engineering
The work evaluates the structural behavior, analysis procedures and structural
evaluation of composite girders of steel and concrete in bridge superstructures.
Since there is no specific regulation for this type of structure, the work was
based on existing standards of steel and reinforced and prestressed concrete. It
was developed a study of tension in the structure due to the usual loadings of
bridges and considering non-adherent external prestressing. It was evaluated
the viability of increasing load capacity for a reinforcement condition and yet the
possibility of reducing the dimensions of the steel beam with the implementation
of prestressing.
viii
Sumário
1. Introdução ............................................................................................................ 1
2. Vigas mistas......................................................................................................... 4
3. Protensão ........................................................................................................... 24
6. Exemplo Prático................................................................................................. 60
x
6.1 Características geométricas ......................................................................... 60
xi
1. Introdução
O aço faz com que as estruturas sejam mais leves, reduzindo a carga nas
fundações. Em geral, estruturas em aço são mais esbeltas e com maior liberdade
arquitetônica. O processo de fabricação da estrutura em aço é industrializado, e assim
gera racionalização de materiais e mão de obra. O processo construtivo é muito mais
rápido, pois assim como nas estruturas em concreto pré-moldado, o processo de
montagem de estruturas de aço muitas vezes elimina a necessidade de escoramentos
e necessita apenas de guindastes após a fabricação das vigas.
Em pontes é comum o uso das vigas de aço associadas ao concreto, com os dois
materiais trabalhando junto; isso aumenta muito a capacidade de carga da viga de aço
isolada. O concreto tem grande capacidade de absorver esforços de compressão e o
aço se comporta muito bem à tração. Para que os dois atuem juntos, deve haver
compatibilidade de deslocamentos na sua interface.
1
1.1 Motivação
1.2 Objetivo
2
O quinto capítulo lista os critérios de dimensionamento para o cálculo de
pontes que serão levados em consideração no exemplo prático desenvolvido no
capítulo seguinte.
3
2. Vigas mistas
O uso do aço passou a ser mais difundido no fim do século XIX. A primeira
ponte foi construída no estado do Mississipi, nos EUA, com um vão central de 158m.
No Brasil, a ponte mais notável com o uso de estrutura de aço é a ponte Rio-
Niterói, inaugurada no ano de 1974, com vão central de 300m em vigas de alma cheia
de inércia variável (Figura 2).
4
Figura 2 – Vão central da ponte Rio-Niterói
(http://oregionalpr.com.br/wp-content/uploads/2014/03/original_Ponte_Rio-
Niter%C3%B3i_no_estado_do_Rio_de_Janeiro.jpg (acessada no dia 20/02/2016))
2.2 Generalidades
A NBR8800 (2008) define como viga mista um elemento linear que recebe
carga transversal, composto por um perfil metálico conectado a uma laje de concreto,
de forma que ambos trabalhem em conjunto para resistir aos esforços de flexão
solicitantes.
Para que haja maior eficiência da viga mista, é importante que o concreto
trabalhe comprimido e o aço tracionado nas fibras inferiores. Logo, é desejável que os
momentos fletores sejam positivos, ou seja, que as vigas mistas sejam biapoiadas. A
seguir, são apresentadas as vantagens de vigas biapoiadas em relação a vigas
continuas (CARDOSO, 2006):
As vigas mistas podem ser escoradas ou não. Caso não sejam escoradas, as
mesmas devem ser verificadas tanto para a resistência quanto para a estabilidade, na
fase de concretagem da laje, considerando apenas as propriedades da seção de aço.
5
2.3 Conectores de cisalhamento
a) b)
Figura 3 – Conectores tipo: a)Stud Bolt, b)Perfil U.
6
a) Stud bolts ou pinos com cabeça:
Os pinos são soldados por arco elétrico, onde o metal base é fundido na
extremidade do conector com o auxilio de uma pistola.
1
(𝐴𝑐𝑠 √𝑓𝑐𝑘 . 𝐸𝑐𝑠 )
𝑞𝑅𝑑 =2 (2.1)
𝛾𝑐𝑠
(𝐴𝑐𝑠 . 𝑓𝑢𝑐𝑠 )
𝑞𝑅𝑑 =
𝛾𝑐𝑠 (2.2)
onde:
7
0,3(𝑡𝑓 + 0,5𝑡𝑤 ). 𝐿𝑐𝑠 . √𝑓𝑐𝑘 . 𝐸𝑐𝑠
𝑞𝑟𝑑 = (2.3)
𝛾𝑐𝑠
onde:
𝑡𝑓 - espessura da mesa do perfil;
50mm<12.b ou 100 mm 48
a>12.b ou 100mm quando
31
b<25mm
a>12.b ou 100mm quando
18
b>25mm
Para que exista a interação total entre o concreto e a viga de aço, é necessário
que os conectores não permitam deslizamento entre os componentes.
Em vigas de edifícios é usual que os conectores sejam igualmente espaçados,
como se cada um contribuísse da mesma forma. Porém, para vigas mais solicitadas,
essa hipótese não é verdadeira, e os conectores devem ser concentrados nos
extremos da viga, pois ocorre uma distribuição linear nos décimos extremos do vão
(MASON, 1976), conforme ilustra a Figura 6.
8
Para que haja interação completa, a norma NBR8800:2008 recomenda que a
soma da resistência dos conectores deva ser maior que o menor dos valores dados
por:
𝐴. 𝑓𝑦
𝑄𝑟𝑑 = ∑ 𝑞𝑟𝑑 ≥
𝛾 (2.4)
0,85𝑓𝑐𝑘 . 𝑏. 𝑡𝑐
𝑄𝑟𝑑 = ∑ 𝑞𝑟𝑑 ≥
𝛾𝑐 (2.5)
onde:
𝑡𝑐 − espessura da laje;
∆𝑉𝑟 . 𝑄
∆𝑆𝑟 =
𝐼 (2.6)
onde:
Essa faixa de variação deve ser menor que a variação de tensão admitida, por
norma, para cada tipo de conector.
9
2.4 Laje de concreto
Em vigas biapoiadas, para cada lado do eixo da viga deve ser adotado o
menor entre os valores:
10
2.5 Determinação da resistência à flexão
A viga mista pode ser construída com ou sem escoramento. Para a viga não
escorada, o concreto é lançado sobre pré-lajes, sem que a viga tenha as propriedades
da viga mista. Inicialmente, os esforços atuam somente na seção de aço e o perfil
deve ser verificado para todas as fases de carregamento (construtivos e de utilização),
sendo esses:
Para vigas escoradas, a viga mista deve ser verificada apenas para a fase final.
11
Figura 8 – Desenvolvimento do momento resistente em relação ao deslocamento
vertical de vigas escoradas e não escoradas (QUEIROZ, 2001)
A. Compactas:
Os perfis plastificam totalmente sem que ocorra flambagem local. Para isso, o
índice de esbeltez λ deve ser inferior à esbeltez limite para seções compactas λp, tal
que:
𝑏𝑓 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑝 = 0,38√ (2.7)
2𝑡𝑓 𝑓𝑦𝑘
12
b. Flambagem local das almas para perfis soldados e laminados:
ℎ ℎ 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑝 = 3,76 √
𝑡𝑤 ℎ𝑝 𝑓𝑦𝑘 (2.8)
onde:
bf – largura da mesa;
tf – espessura da mesa;
h – altura da alma;
tw – espessura da alma;
- Perfis laminados:
𝑏𝑓 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑟 = 0,83√
2𝑡𝑓 (𝑓𝑦𝑘 − 𝑓𝑟 ) (2.9)
- Perfis soldados:
𝑏𝑓 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑟 = 0,95
2𝑡𝑓 √(𝑓𝑦𝑘 − 𝑓𝑟 )
(2.10)
𝑘𝑐
13
4
𝑘𝑐 = 𝑒 0,35 ≤ 𝑘𝑐 ≤ 0,763
ℎ (2.11)
√
𝑡𝑤
ℎ 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑟 = 5,70 √
𝑡𝑤 𝑓𝑦𝑘 (2.12)
onde:
A linha neutra, na plastificação, pode passar tanto pela seção metálica quanto
pela laje de concreto.
0,85𝑓𝑐𝑘 . 𝑏. 𝑡𝑐
𝐶𝑑 =
𝛾𝑐 (2.13)
𝐴. 𝑓𝑦
𝑇𝑑 =
𝛾 (2.14)
14
Se Td>Cd, a linha neutra passa pela viga metálica. A posição da linha neutra
deve ser encontrada de modo que haja um equilíbrio de forças na seção, e o momento
de plastificação da seção será determinado por essas forças equilibradas.
A norma NBR8800 recomenda que seja feita a análise de tensão no perfil com
base na distribuição elástica das vigas não compactas com interação total.
Para que sejam calculadas as propriedades da seção mista, deve ser feita a
homogeneização da seção, ou seja, transformar a laje de concreto em uma seção
fictícia equivalente em aço. Essa transformação é feita dividindo a área do concreto
pela relação entre os módulos de elasticidade (AASHTO-LRFD, 2012):
𝐸𝑠
𝛼= (2.15)
𝐸𝑐𝑠
15
E𝑐𝑖 = α𝐸 . 5600√𝑓𝑐𝑘
(2.16)
E𝑐𝑠 = 𝛼𝑖 . E𝑐𝑖
(2.17)
𝑓𝑐𝑘
𝛼𝑖 = 0,8 + 0,2. ≤1
80 (2.18)
onde:
16
A partir dessa relação, têm-se:
𝐸𝑐0
𝐸𝑐∞ =
(1 + φ) (2.20)
𝛼∞ = 𝛼(1 + 𝜑)
(2.21)
A fluência faz com que o concreto sob a ação de cargas permanentes mostre,
a tempo infinito, deformação três vezes superior à inicial, aproximadamente. Isso
reduz o módulo de resistência da seção da viga mista e é um importante fator a ser
considerado em projetos de pontes para carregamentos de longa duração, como peso
próprio, peso dos guarda-rodas, pavimentos e demais componentes auxiliares.
- Mesa inferior:
𝑀𝑔1+𝑔2 𝑀𝑐𝑚
𝜎𝑏𝑖 = +
𝑊𝑖𝑚𝑓 𝑊𝑖𝑚 (2.22)
- Mesa superior:
𝑀𝑔1+𝑔2 𝑀𝑐𝑚
𝜎𝑏𝑠 = − −
𝑊𝑠𝑚𝑓 𝑊𝑠𝑚 (2.23)
17
- Laje de concreto:
𝑀𝑔1+𝑔2 𝑀𝑐𝑚
𝜎𝑐 = − −
𝑊𝑐𝑓 𝑊𝑐 (2.24)
onde:
- Mesa inferior:
18
- Mesa superior:
- Laje de concreto:
𝑀𝑔2 𝑀𝑐𝑚
𝜎𝑐 = − −
𝑊𝑐𝑓 𝑊𝑐 (2.27)
onde:
𝑉𝑛 = 𝑉𝑐𝑟 = 𝐶. 𝑉𝑝 (2.28)
𝑉𝑝 = 0,58. 𝑓𝑦𝑘 . 𝐷. 𝑡𝑤
(2.29)
onde:
0,87. (1 − 𝐶)
𝑉𝑛 = 𝑉𝑝 𝐶 +
2 (2.30)
√1 + (𝑑0 )
( 𝐷 )
Se:
2𝐷. 𝑡𝑤
≤ 2,5
𝑏𝑓𝑐 . 𝑡𝑓𝑐 + 𝑏𝑓𝑡 . 𝑡𝑓𝑡 (2.31)
Caso contrário:
0,87. (1 − 𝐶)
𝑉𝑛 = 𝑉𝑝 𝐶 +
2 (2.32)
√1 + (𝑑0 ) + 𝑑0
( 𝐷 𝐷 )
sendo C:
20
𝐷 𝐸. 𝑘
𝐶=1 , 𝑠𝑒 ≤ 1,12√ (2.33)
𝑡𝑤 𝐹𝑦
1,12 𝐸. 𝑘 𝐸. 𝑘 𝐷 𝐸. 𝑘
𝐶= , 𝑠𝑒 1,12√ < ≤ 1,40√
𝐷 √ 𝐹𝑦 𝐹𝑦 𝑡𝑤 𝐹𝑦 (2.34)
𝑡𝑤
1,57 𝐸. 𝑘 𝐷 𝐸. 𝑘
𝐶= 𝑠𝑒 > 1,40√
𝐷 √ 𝐹𝑦 𝑡𝑤 𝐹𝑦 (2.35)
𝑡𝑤
com:
5
𝑘 =5+
𝑑 2 (2.36)
( 𝐷0 )
onde:
D – altura da alma do perfil;
k- coeficiente de flambagem por cisalhamento;
d0 – distância longitudinal entre os enrijecedores transversais;
Vp – resistência ao escoamento por cisalhamento;
𝑏𝑓𝑐 𝑒 𝑡𝑓𝑐 – largura e espessura da mesa comprimida, respectivamente;
𝑏𝑓𝑡 𝑒 𝑡𝑓𝑡 – largura e espessura da mesa tracionada, respectivamente.
21
𝐹𝑟𝑒𝑡 = 𝜀𝑐𝑠 . 𝐸𝑐 . 𝐴𝑐
(2.37)
onde:
𝜀𝑐𝑠 - deformação específica de retração dada pela norma NBR6118:2014;
𝐸𝑐 - módulo de elasticidade tangente do concreto
𝐴𝑐 -área da laje de concreto da mesa colaborante do concreto
𝑀𝑟𝑒𝑡 = 𝐹𝑟𝑒𝑡 . 𝑧
(2.38)
Em vigas mistas não escoradas, a flecha final é dada pela soma das várias
flechas resultantes de cada etapa de carregamento, considerando as respectivas
características da viga. Essa flecha é limitada de acordo com as exigências
normativas. Para reduzir a flecha final, pode ser introduzida uma contra flecha na viga
metálica para anular as deformações devidas às cargas permanentes de peso próprio
e elementos auxiliares, como pavimento e guarda rodas.
a) Flecha devida ao peso próprio da viga e o peso da laje. Nessa etapa deve ser
considerada apenas a rigidez da viga de aço;
b) Flecha devida à segunda etapa de carregamento (guarda rodas, pavimentação
e etc.) Nessa etapa, consideram-se as características da viga mista e os efeitos das
cargas de longa duração;
c) Flecha devida às cargas móveis. Nessa etapa, devem ser consideradas as
características da viga mista para cargas de curta duração;
d) Flecha devida à retração do concreto.
22
2.9 Verificação da fadiga
23
3. Protensão
A pré-tensão aplicada em peças de concreto foi proposta pela primeira vez por
P. H. Jackson em São Francisco, EUA (LEONHARDT, 1983). O autor cita que no ano
de 1888 W. Dourung apresentou uma patente de protensão e em 1906 M. Knoenen
realizou o primeiro ensaio com aço tracionado, ambos em Berlim. Nos anos seguintes
outras patentes e ensaios foram realizados, porém foram ineficientes por não
considerarem problemas como retração e fluência do concreto e a relaxação do aço. O
emprego de aço de alta resistência com altas tensões foi reconhecido pelo americano
R.H. Dill em Nebraska, EUA. (LEONHARDT, 1983)
24
Já o primeiro trabalho mais consistente sobre a protensão em concreto foi
apresentado por Eugene Freyssinet em 1928. A primeira obra em concreto
protendidofoi a ponte sobre o Rio Marne em Luzancy, França, concluída após o
termino da segunda guerra mundial, com vão de 74m formada por um pórtico bi-
articulado com tensão no aço superior a 400 N/mm2. (LEONHARDT, 1983).
26
Figura 15 – Princípio da protensão em concreto (NELSEN, 2013)
27
3.3.1 Classificação quanto à aderência
A não aderência dos cabos no elemento estrutural faz com que o seu cálculo
seja mais complexo do em peças com cordoalhas aderentes. No caso da cordoalha
engraxada não há compatibilidade de deformações, ou seja, a deformação da peça
protendida não é necessariamente igual à deformação dos cabos. A compatibilidade
de deformações é hipótese fundamental para a teoria do concreto armado e
protendido, logo os métodos de cálculos convencionais não se aplicam nesse caso
(BARBIERI; GASTAL, 2002).
28
3.3.2 Classificação quanto à posição dos cabos
a) Protensão interna
A técnica pode ser caracterizada por cabos fora da área física ocupada pela
seção transversal da estrutura. As forças são transmitidas para a estrutura apenas nos
pontos de ancoragem e nos desviadores, não existindo aderência entre os elementos
de protensão e a estrutura. (REIS, 2003).
Figura 18- Variação da excentricidade de uma cordoalha externa com e sem carga
(http://bibing.us.es (acesso em 10 de fevereiro de 2016))
Para efeito de cálculo, a protensão externa pode ser avaliada como cabos
internos não aderentes, desde que sejam desprezadas as forças de atrito nos
desviadores e os efeitos de segunda ordem. (ALMEIDA, 2001)
A fim de contornar o problema da corrosão sob tensão, deve ser usado um aço
não sensível a essa ação e procurar impermeabilizar a armadura para que não haja
contato com a água.
As perdas por atrito podem ser muito significativas em cabos longos ou com
grande variação angular dos mesmos.
32
A perda por atrito faz com que a força do cabo não seja uniforme ao longo do
comprimento da peça. A NBR6118:2014 considera a perda em função da posição de
acordo com a expressão:
∆𝑃 = 𝑃0 (1 − 𝑒 −(𝜇 ∑ 𝛼+𝑘𝛼𝑥) )
(3.1)
onde:
Po - força aplicada no cabo pelo macaco;
ΔP(x) – perda da força na posição x devida ao atrito;
x- distância entre a seção avaliada e a ancoragem
∑ α – soma do módulo dos ângulos de desvios do cabo em radiano entre a
seção de aplicação da protensão e onde a perda é calculada.
μ – coeficiente de atrito entre cabo e bainha
k – coeficiente de perda por metro devido à curvatura do cabo (usualmente
0,01 μ)
33
Segundo Carvalho (2012), analisando um trecho dx do cabo tem-se:
𝜎 = 𝐸. 𝜀
(3.2)
∆(𝑑𝑥)
𝜀= (3.3)
𝑑𝑥
∆(𝑑𝑥)
𝜎= 𝐸 (3.4)
𝑑𝑥
𝐿
1 𝐿
∫ ∆(𝑑𝑥) = ∫ 𝜎𝑑𝑥
0 𝐸 0 (3.5)
34
cálculo dessas perdas, desde que haja compatibilidade de deformações entre
armadura e a peça protendida e que o concreto esteja no Estádio 1.
a) Retração
b) Deformação Lenta
𝜎(𝑡0)
𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝜑(𝑡, 𝑡0 )
𝐸𝑐 (3.6)
onde:
𝜎(𝑡0) - tensão aplicada ao concreto;
𝐸𝑐𝑠- Módulo de elasticidade secante do concreto em 28 dias
𝜑(𝑡, 𝑡0 )- Coeficiente de fluência
c) Relaxação do aço
∆𝜎𝑝𝑟 (𝑡, 𝑡0 )
𝜓(𝑡, 𝑡𝑜) =
𝜎𝑝𝑡 (3.7)
35
onde:
𝜓(𝑡, 𝑡𝑜)- coeficiente de relaxação do aço
∆𝜎𝑝𝑟 (𝑡, 𝑡0 )- perda de tensão por relaxação pura no intervalo de tempo de t a t0
𝜎𝑝𝑡 - tensão de protensão considerando as perdas imediatas
Para a determinação dos esforços como momento fletor, torçor, cortante e axial
são necessários parâmetros da estrutura como o material utilizado, geometria das
seções, condições de contorno, traçado dos cabos e força de protensão aplicada.
36
Figura 22- Diagrama de corpo livre
De acordo com apresentado na Figura 24, o momento fletor pode ser calculado
em cada seção de acordo com as expressões:
𝑒𝑥 − 𝑒𝑎 𝑒𝑥 − 𝑒𝑎
tan 𝛼 = → sin 𝛼 = . cos 𝛼
𝑥 𝑥 (3.9)
37
Logo:
𝑁(𝑥) = 𝑃. cos 𝛼
(3.11)
𝑄(𝑥) = 𝑃. sin 𝛼
(3.12)
𝐹𝑥 = 𝑃 cos 𝛼𝑏 − 𝑃 cos 𝛼𝑎
(3.14)
𝐹𝑦 = 𝑃 sin 𝛼𝑏 + 𝑃 sin 𝛼𝑎
(3.15)
𝑀𝑧 = 𝐹𝑥 . 𝑒
(3.16)
38
4. Viga mista protendida
Considera-se que a viga mista de aço e concreto protendido é formada por dois
sistemas paralelos que interagem entre si. Com isso, a viga mista pode ser
dimensionada da mesma forma que vigas mistas convencionais com a adição dos
esforços provenientes da protensão. (NUNZIATA, 2004)
39
a) Estados limites últimos:
Resistência ao momento fletor, força cortante, e interação entre momento fletor
e força cortante.
Estabilidade: flexo-compressão, flambagem distorcional e flambagem local
Falha devida aos conectores de cisalhamento
b) Viga mista
41
b) Viga mista
3. Cargas permanentes (g2: pavimento, recapeamento e guarda rodas):
Considerando os efeitos de fluência no módulo de elasticidade do concreto
4. Protensão dos cabos de aço;
5. Cargas móveis (trem tipo classe 45): Considerando o módulo de elasticidade
secante do concreto.
Figura 27- Tensões nas diversas fases de carregamento de vigas mistas pós-
tracionadas (NELSEN, 2013)
42
Como as perdas por atrito em cordoalhas engraxadas são muito baixas, para a
estimativa de número de cabos, as perdas podem ser desprezadas. Já as perdas
diferidas, para uma avaliação preliminar, podem ser estimadas em 15% da força inicial
de protensão.
Mesa inferior:
- No ato da protensão:
𝑀𝑔1 1 𝑒
𝜎𝑦𝑐 ≤ + 𝐹𝑝0 × 𝑁 (− − ) ≤ 𝜎𝑦𝑡
𝑊𝑖 𝐴𝑚 𝑊𝑖𝑚 (4.1)
Mesa superior:
- No ato da protensão:
𝑀𝑔1 1 𝑒
𝜎𝑦𝑐 ≤ − + 𝐹𝑝0 × 𝑁 (− + ) ≤ 𝜎𝑦𝑡
𝑊𝑠 𝐴𝑚 𝑊𝑠𝑚 (4.4)
43
Na laje:
- No ato da protensão:
1 𝑒
𝜎𝑦𝑐 ≤ 𝐹𝑝0 × 𝑁 (− + ) ≤ 𝜎𝑦𝑡
𝛼0 . 𝐴𝑚 𝑊𝑐 𝑚 (4.7)
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜
𝐴𝑚 = 𝐴𝑎ç𝑜 +
𝛼0 (4.10)
𝐴𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜
𝐴𝑚𝑓 = 𝐴𝑎ç𝑜 +
𝛼∞ (4.11)
onde:
e – excentricidade do cabo em relação ao centróide da viga mista;
N – número de cordoalhas de protensão;
𝐹𝑝0 - força de protensão de uma cordoalha considerando perdas iniciais;
𝐹𝑝∞ - força de protensão de uma cordoalha considerando perdas diferidas;
𝐴𝑚 - área da viga mista homogeneizada para cargas de curta duração;
𝐴𝑚𝑓 - área da viga mista homogeneizada para cargas de longa duração;
𝛼0 - relação entre módulos de elasticidade aço e concreto para cargas de curta
duração;
𝛼∞ - relação entre módulos de elasticidade aço e concreto para cargas de longa
duração;
Mg1 – momento fletor devido ao peso próprio (viga+laje);
Mg2 – momento fletor devido as demais cargas permanentes;
Mcm – momento fletor devido a cargas móveis;
𝑊𝑖𝑚𝑓 – módulo resistente inferior da seção mista para cargas de longa
duração;
𝑊𝑠𝑚𝑓 – módulo resistente superior da seção mista para cargas de longa
duração;
44
𝑊𝑖𝑚 – módulo resistente inferior da seção mista para cargas de curta duração;
𝑊𝑠𝑚 – Módulo resistente superior da seção mista para cargas de curta duração.
(4.12)
𝑉𝑝 = 𝑃 ∙ sen 𝛼
onde:
P- força de protensão;
𝛼- ângulo de inclinação do cabo.
onde:
𝑉𝑅0- força cortante resultante no ato da protensão;
𝑉𝑅1- força cortante resultante na fase de utilização;
𝑉0 - força cortante devido às cargas permanentes (g1+g2);
𝑉1- força cortante devido às cargas de utilização da estrutura.
46
As principais perdas de força de protensão que serão consideradas no presente
trabalho são:
𝑃𝐵 = 𝑃𝐴 . 𝑒 −(𝜇.𝛼) (4.15)
onde:
μ é o coeficiente de atrito.
𝑆 = 𝐸𝑠 . 𝛿
(4.16)
onde:
48
4.4.3 Perdas por relaxação dos cabos
∆𝑝
𝜓(𝑡, 𝑡0) =
𝐹𝑝0 (4.17)
sendo:
A norma permite considerar a tempo infinito 𝜓(𝑡, 𝑡0) = 2,5𝜓1000 . Onde 𝜓1000 é a
relaxação de fios e cordoalhas após 1000h a 20 oC. Os valores para 𝜓1000, dependem
da tensão no cabo e o tipo (relaxação normal e relaxação baixa), de acordo com a
Tabela 1:
49
Tabela 1 - Valores de 𝜓1000 (NBR6118:2014)
Cordoalhas Fios
𝜎𝑝0 Barras
RN RB RN RB
0,5. 𝑓𝑝𝑡𝑘 0 0 0 0 0
0,6. 𝑓𝑝𝑡𝑘 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5
0,7. 𝑓𝑝𝑡𝑘 7,0 2,5 5,0 2,0 4,0
0,8. 𝑓𝑝𝑡𝑘 12,0 3,5 8,5 3,0 7,0
Nota: RN – relaxação normal; RB – relaxação baixa.
∆𝑝 = 2,5. 𝜓1000 . 𝐹𝑝
(4.18)
Sendo assim, a perda imediata de protensão é dada pelas perdas por atrito e
encunhamento. Para o cálculo das perdas totais, são somadas as perdas por
relaxação do aço.
4.5 Flexo-compressão
Após a protensão, a viga passa a ser solicitada tanto à flexão devido aos
carregamentos verticais e aos cabos de protensão, quanto à compressão axial devido
à força de protensão. A combinação dessas solicitações pode levar a viga ao colapso
por: flambagem por flexão; flambagem por torção e flambagem local das chapas.
Todas essas verificações devem ser efetuadas quando se trata de vigas pré-
tracionadas.
Já para vigas pós-tracionadas, a laje de concreto faz com que haja uma
contenção lateral na mesa superior da viga que limita o efeito da flambagem torcional
lateral. Além disso, quando a viga tende a se deslocar lateralmente, o cabo da face
oposta sofrerá um alongamento produzido pelo acréscimo de tensão e criando uma
resistência ao deslocamento lateral da viga, o que faz com que ela tenda a voltar para
sua posição inicial. Isso faz com que a viga mista protendida não seja muito afetada
pela compressão imposta ao perfil, quando é feito o uso da pós-tração.
50
Além disso, em vigas de pontes, é comum a existência de transversinas ao
longo do vão que criam pontos de apoio que diminuem a instabilidade à flambagem
lateral dessas vigas.
𝑃. 𝑒. 𝐿2
𝛿𝑝 =
8𝐸𝑠 . 𝐼 (4.19)
onde:
P- força de protensão;
e- excentricidade do cabo em relação ao centróide da viga mista;
L- comprimento do vão;
Es- módulo de elasticidade do aço;
I – momento de inércia da viga mista.
51
5. Critérios de verificação
Para a avaliação das cargas devidas ao peso próprio da laje em concreto, deve
ser tomado um peso específico do material de 25𝑘𝑁/𝑚3 . Para as vigas em aço
estrutural, o peso especifico dos elementos é de 78,5𝑘𝑁/𝑚3 .
52
Cargas móveis:
onde:
CIV- Coeficiente de impacto vertical, calculado como:
53
20 (5.2)
𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 ( ) ≤ 1,35
𝐿𝑖𝑣 + 50
sendo:
Liv o comprimento do vão (para estruturas isostáticas e em balanço) ou a
média aritmética dos vãos (para pontes contínuas), em metros.
1 𝑥𝑖 . 𝑥𝑗
𝑅𝑖,𝑗 = +
𝑛 ∑ 𝑥2 (5.4)
onde:
n- número de longarinas;
xi= distância do eixo do tabuleiro até a carga unitária aplicada;
xj=posição da longarina onde é analisada a distribuição transversal.
ℎ ℎ 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑝 = 3,76 √
𝑡𝑤 ℎ𝑝 𝑓𝑦𝑘 (5.5)
As vigas não devem ser esbeltas. Logo, as vigas mistas têm a esbeltez da
alma limitada por:
55
ℎ 𝐸𝑠
𝜆= ≤ 𝜆𝑟 = 5,70 √
𝑡𝑤 𝑓𝑦𝑘 (5.6)
Mesa inferior:
𝛾. 𝑀𝑔1 𝛾. 𝑀𝑔2 𝛾. 𝑀𝑐𝑚 𝛾. 𝑁𝑝 𝛾. 𝑀𝑝
𝜎𝑖,𝑑 = + + − − < 𝑓𝑦𝑑
𝑊𝑖 𝑊𝑖𝑚𝑓 𝑊𝑖𝑚 𝐴𝑚 𝑊𝑖𝑚𝑓 (5.7)
Mesa superior:
𝛾. 𝑀𝑔1 𝛾. 𝑀𝑔2 𝛾. 𝑀𝑐𝑚 𝛾. 𝑁𝑝 𝛾. 𝑀𝑝
𝜎𝑠,𝑑 = − − − − + < 𝑓𝑦𝑑
𝑊𝑠 𝑊𝑠𝑚𝑓 𝑊𝑠𝑚 𝐴𝑚 𝑊𝑠𝑚𝑓 (5.8)
Laje de concreto:
𝛾. 𝑀𝑔2 𝛾. 𝑀𝑐𝑚 𝛾. 𝑁𝑝 𝛾. 𝑀𝑝
𝜎𝑐,𝑑 = − − − + < 0,85𝑓𝑐𝑑
𝑊𝑐𝑓 𝑊𝑐 𝛼. 𝐴𝑚 𝑊𝐶 (5.9)
Mesa inferior:
56
Mesa superior:
𝛾(𝑀𝑔1 + 𝑀𝑔2 ) 𝛾. 𝑀𝑐𝑚 𝛾. 𝑁𝑝 𝛾. 𝑀𝑝
𝜎𝑠,𝑑 = − − − + < 𝑓𝑦𝑑
𝑊𝑠𝑚𝑓 𝑊𝑠𝑚 𝐴𝑚 𝑊𝑠𝑚𝑓 (5.11)
Laje de concreto:
𝑉
𝜏=
𝑡𝑤 . ℎ (5.13)
𝑓𝑦𝑘
𝜏𝑚á𝑥 ≤
√3 (5.14)
𝜎𝑖𝑑 = √𝜎 2 + 3𝜏 2 ≤ 𝑓𝑦𝑘
(5.15)
57
5.3.3 Esforço cortante e estabilidade dos painéis enrijecidos
ℎ
> 150
𝑡𝑤 (5.16)
260
𝑎 < ℎ( ) (5.17)
ℎ
𝑡𝑤
58
5.4 Verificação da fadiga
A tensão limite a ser verificada na ligação das chapas por soldas continuas é
de:
59
6. Exemplo Prático
61
6.3 Carregamentos
Pode-se considerar que os principais carregamentos para o dimensionamento
de uma superestrutura de ponte são:
Peso próprio (g1)
Sobrecargas permanentes (g2)
Cargas móveis (CM)
25 × 2,925
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑐𝑟𝑒𝑡𝑜 = = 18,30 𝑘𝑁/𝑚
4
Para o aço estrutural, a NBR8800 recomenda que seja adotado, para efeito de
cálculo, o peso específico de 78,5 kN/m3. A carga distribuída de peso próprio foi obtida
a partir da área da seção da viga com maiores dimensões (642,9 cm2). Assim, o
carregamento uniformemente distribuído é de:
24 × 0,10
𝑞𝑝𝑎𝑣 = = 7,32𝑘𝑁/𝑚
4
𝛾. 𝐴 25 × (2 × 0,24)
𝑞𝐺𝑅 = = = 3,0𝑘𝑁/𝑚
4 4
A distribuição transversal das cargas móveis entre as longarinas foi feita pelo
Método de Courbon. A distribuição transversal possibilita definir a região onde o
carregamento deve ser aplicado espacialmente (trem-tipo e carga de multidão). O
método permite calcular a parcela do carregamento absorvida por cada viga, em
superestrutura com vigas múltiplas, submetidas a carregamentos assimétricos. A
parcela absorvida por cada viga pode ser expressa por:
1 𝑥𝑖 . 𝑥𝑗
𝑅𝑖,𝑗 = +
𝑛 ∑ 𝑥2 (6.1)
onde:
n- número de longarinas;
xi= distância do eixo do tabuleiro até a carga unitária aplicada;
xj=posição da longarina onde é analisada a distribuição transversal.
Logo, para quatro vigas (n=4) igualmente espaçadas, aplica-se uma carga em
cada longarina, e obtêm-se os seguintes coeficientes de repartição para a viga
extrema:
n i Ri,1
1 0,700
2 0,400
4
3 0,100
4 -0,200
A partir das parcelas absorvidas pela viga de bordo, pode-se traçar a linha de
distribuição transversal, que assume o aspecto linear, como ilustrado na Figura 41.
0,77 × 9,02
𝑞𝑚𝑢𝑙𝑡 = 5,0 × 𝜑 × = 17,36𝜑 𝑘𝑁/𝑚
2
20 20
𝐶𝐼𝑉 = 1 + 1,06 (𝐿𝑖𝑣+50) = 1 + 1,06 (39,4+50) = 1,237
65
CNF- Coeficiente de número de faixas, n=3:
66
DMF (kNm):
DEQ (kN):
Figura 44- Diagramas de momento fletor e cortante devido ao peso próprio (SAP2000)
DMF (kNm):
DEQ (kN):
67
6.4.3 Carga móvel
DMF (kNm):
DEQ (kN):
Figura 46- Diagramas de momento fletor e cortante devido à carga móvel (SAP2000)
68
6.5 Propriedades da seção
𝐴𝑖 = 𝑏𝑖 ∙ ℎ𝑖
(6.2)
𝑏𝑖 ∙ ℎ𝑖 3
𝐼𝑖 = (6.3)
12
O centróide de cada retângulo é calculado em relação ao eixo de referência, ou
seja, no topo da laje.
ℎ𝑖 ℎ𝑖+1
𝑦𝑖 = ; 𝑦𝑖+1 = +𝑦𝑖
2 2 (6.4)
Para cada retângulo que compõe a viga mista, deve ser calculado o centróide
de cada elemento em relação ao eixo de referência (y); o produto da área pelo
centróide (A.y); o momento de segunda ordem da área em relação ao eixo local do
retângulo (Io).
69
A distância do centróide até as fibras superiores e inferiores da laje e do perfil
de aço são calculadas de acordo as expressões (6.5) e (6.6).
∑𝐴 ∙ 𝑦
𝑦𝑠 =
∑𝐴 (6.5)
𝑦𝑖 = ∑ ℎ − 𝑦𝑠
(6.6)
𝐼𝑡 = ∑(𝐼0 + 𝐴 ∙ 𝑦 2 ) − 𝐴 ∙ 𝑦𝑠 2
(6.7)
𝐼𝑡
𝑊=
𝑦 (6.8)
𝐸𝑎 200𝐺𝑃𝑎
𝛼0 = = = 8,40
𝐸𝑐𝑠 23,8𝐺𝑃𝑎 (6.9)
70
𝐸𝑐0
𝐸𝑐∞ =
(1 + φ) (6.10)
𝛼∞ = 𝛼 ∙ (1 + 𝜑)
(6.11)
𝛼∞ ≅ 25
(6.12)
3,5
+ 1,25
𝑏𝑓 = 2 (6.13)
𝛼
𝐼𝑡 ∙ 𝛼
𝑊=
𝑦 (6.14)
71
O resumo das caracteristicas geométricas da viga é apresentado na Tabela 3.
Seção Área (cm2) H (cm) I (cm4) yai (cm) yas (cm) ycs (cm) Wi (cm3) Ws (cm3) Wc (cm3)
Viga de aço 704 200 4591082 72 128 0 64129 35754 0
Perfil 1 Viga mista (α0) 6779 230 12380276 146 54 84 84548 231103 1234515
Viga mista (α∞) 6779 230 8514024 109 91 121 77872 93905 1763955
Seção Área (cm2) H (cm) I (cm4) yai (cm) yas (cm) ycs (cm) Wi (cm3) Ws (cm3) Wc (cm3)
Viga de aço 582 200 3801555 82 118 0 46406 32195 0
Perfil 2 Viga mista (α0) 6657 230 9891362 158 42 72 62601 235550 1144951
Viga mista (α∞) 6657 230 7021305 122 78 108 57447 90275 1628670
Mesa inferior:
𝑀𝑔1 𝑀𝑔2 𝑀𝐶𝑀
𝜎𝑖𝑛𝑓 = + +
𝑊𝑖 𝑊𝑖𝑚𝑓 𝑊𝑖𝑚 (6.15)
Mesa superior:
𝑀𝑔1 𝑀𝑔2 𝑀𝐶𝑀
𝜎𝑠𝑢𝑝 = − − −
𝑊𝑠 𝑊𝑠𝑚𝑓 𝑊𝑠𝑚 (6.16)
Laje de concreto:
𝑀𝑔2 𝑀𝐶𝑀
𝜎𝑐𝑜𝑛𝑐 = − −
𝑊𝑐𝑓 𝑊𝑐 (6.17)
72
Tabela 4 – Momentos fletores atuantes
Mk (kN.m)
Seção x (m) g1 g2 CM
0 0,00 0 0 0
1 3,94 1.628 721 2.274
2 7,88 2.894 1.281 4.083
3 11,82 3.797 1.682 5.427
4 15,76 4.340 1.922 6.184
5 19,70 4.521 2.002 6.470
𝜎𝑐 6,3
= = 0,252
𝑓𝑐𝑘 25 (6.19)
74
6.7.1 Estudo da protensão
75
As perdas diferidas em estruturas de aço ocorrem somente devido à relaxação
do cabo. Para uma avaliação preliminar, as perdas serão estimadas em 15% da força
inicial de protensão.
Aço Concreto
f yk(MPa) σyc (MPa) σyt (MPa) f ck(MPa) f ctm (MPa) σcc(MPa) σct(MPa)
350 -192,5 192,5 25 2,56 -12,5 2,15
As tensões atuantes na seção S5, nas fibras extremas da viga de aço e da laje
devido a cada carregamento é mostrado na Tabela 8.
76
Tabela 9 – Estudo da força de protensão
Bordo inferior Bordo superior Laje de concreto
N mín Nmáx
N5> N5< N5> N5< N5> N5<
g1+Fp0 -23 49 -1277 264 -200 35 0 35
g1+g2+CM+Fp0 -2 69 -1474 67 -98 137 0 67
g1+g2+CM+Fp∞ -5 81 -3562 78393 -220 306 0 81
Valores limites 0 35
Para a viga de aço, na fibra inferior, o número de cordoalhas limite foi de 49, no
momento da protensão. Isso significa que, ultrapassado esse limite, a tensão de
compressão no aço seria maior que a admissível para o elemento estrutural.
𝑁𝑝 𝑀𝑝
𝐴 𝑊
𝑁𝑝 𝑀𝑝 +
+
𝐴 𝑊 =
77
Para o aumento da capacidade de carga final, observando-se os limites de
tensão no ato da protensão (aço e do concreto), deve-se adotar no máximo 35
cordoalhas de ϕ15,7mm. Desta forma, tem-se o mínimo de compressão na fibra
inferior sem ultrapassar os limites das tensões de tração na fase final.
1 𝑒
±𝜎𝑔1 ± 𝜎𝑔2 ± σCM + 𝐹𝑝∞ ∙ 𝑁 (± ± ) < |𝜎𝑦 |
. 𝐴𝑚 𝑊 (6.27)
t0 t∞
σs CM N cabos σs σi σs σi
(MPa) un. (MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
-28,0 67 -192,5 -37,3 -175,4 -167,3
-29,5 61 -192,5 -5,0 -176,9 -134,7
-31,0 55 -192,5 27,4 -178,5 -102,1
-32,5 49 -192,5 59,7 -180,0 -69,5
-34,0 43 -192,5 92,0 -181,5 -36,9
-35,5 37 -192,5 124,3 -183,1 -4,3
-37,0 31 -192,5 156,6 -184,6 28,3
-38,5 25 -192,5 189,0 -186,1 60,9
-40,0 19 -192,5 221,3 -187,7 93,5
O traçado das cordoalhas é feito de acordo com o ilustrado na Figura 51. Cada
cabo contém seis cordoalhas, três em cada lado da alma, ancoradas em diferentes
alturas na seção S0 e convergindo em um desviador posicionado na seção S3. A partir
da seção S3 são adicionadas oito cordoalhas abaixo da mesa inferior da viga metálica.
79
Tabela 11 – Dados dos cabos
C1 C2 C3 C4
nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm)
6 15,2 6 15,2 6 15,2 8 15,2
Anc. Ati va s A cord. (cm²) Anc. Ati va s A cord. (cm²) Anc. Ati va s A cord. (cm²) Anc. Ati va s A cord. (cm²)
Informações da Viga 2 1,434 2 1,434 2 1,434 2 1,434
x Ang Vi Ang Vi Ang Vi Ang Vi
Seção
(m) (o) (m) (o) (m) (o) (m) (o) (m)
0 0,00 6,75 1,50 4,84 1,10 2,91 0,70
1 3,94 6,75 1,04 4,84 0,77 2,91 0,50
2 7,88 6,75 0,57 4,84 0,44 2,91 0,30
3 11,82 6,75 0,10 4,84 0,10 2,91 0,10
3+1 11,82 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 -0,05
4 15,76 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 -0,05
5 19,70 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 0,10 0,00 -0,05
𝜎𝑏 = 𝜎𝑎 . 𝑒 −𝜇𝛼
(6.29)
Quando ∑ 𝑆𝑖 > 𝐸. 𝛿 = 120𝑘𝑁/𝑐𝑚, deve ser feita uma interpolação para ser
encontrada a abcissa e ordenada do ponto de recuo nulo do cabo.
80
(∑ 𝑆𝑖 − E. δ). (𝑥𝑖 − 𝑥𝑖−1 )
𝑥̅ = 𝑥𝑖 −
(∑ 𝑆𝑖 − ∑ 𝑆𝑖−1 ) (6.31)
𝜎𝑒𝑛𝑐 = 2𝜎̅ − 𝜎𝑖
(6.33)
Cabo 1:
Tabela 12 - Perdas imediatas no cabo 1
σ (kN/cm2)
o
σ atrito σ enc
Seção L (m) Ang ( ) μ.Σα+k.x
(kN/cm2) (kN/cm2)
0 0,00 6,75 0 168,0 161,9
1 3,94 6,75 0 168,0 161,9
2 7,88 6,75 0 168,0 161,9
3 11,82 6,75 0 168,0 161,9
3+1 11,82 0,00 0,006 167,0 162,9
4 15,76 0,00 0,006 167,0 162,9
x (m)
5 19,70 0,00 0,006 167,0 162,9
81
Cabo 2:
Tabela 13 - Perdas imediatas no cabo 2
σ atrito σ enc 2
Seção L (m) Ang ( o) μ.Σα+k.x σ (kN/cm )
(kN/cm2) (kN/cm2)
0 0,00 4,84 0 168,0 161,9
1 3,94 4,84 0 168,0 161,9
2 7,88 4,84 0 168,0 161,9
3 11,82 4,84 0 168,0 161,9
3+1 11,82 0,00 0,004 167,3 162,6
4 15,76 0,00 0,004 167,3 162,6
5 19,70 0,00 0,004 167,3 162,6 x (m)
Cabo 3:
Tabela 14 - Perdas imediatas no cabo 3
σ (kN/cm2)
σ atrito σ enc
Seção L (m) Ang (o) μ.Σα+k.x
(kN/cm2) (kN/cm2)
0 0,00 2,91 0 168,0 161,9
1 3,94 2,91 0 168,0 161,9
2 7,88 2,91 0 168,0 161,9
3 11,82 2,91 0 168,0 161,9
3+1 11,82 0,00 0,003 167,6 162,3
4 15,76 0,00 0,003 167,6 162,3 x (m)
5 19,70 0,00 0,003 167,6 162,3
Cabo 4:
Tabela 15 – Perdas imediatas no cabo 4
82
𝛥𝜎𝑝𝑟 = 2,5 𝜓1000 . 𝜎𝑡0
(6.34)
Cordoalhas Fios
𝜎𝑝0 Barras
RN RB RN RB
0,5𝑓𝑝𝑡𝑘 0 0 0 0 0
0,6𝑓𝑝𝑡𝑘 3,5 1,3 2,5 1,0 1,5
0,7𝑓𝑝𝑡𝑘 7,0 2,5 5,0 2,0 4,0
0,8𝑓𝑝𝑡𝑘 12,0 3,5 8,5 3,0 7,0
𝜎𝑡∞ = 𝜎𝑎 − 𝛥𝜎𝑝𝑟
(6.35)
As Tabela 17 à Tabela 20 indicam a tensão nos cabos após o calculo da perda
de protensão por relaxaçao nos cabos C1, C2, C3 e C4.
CABO C2
x σ t0 ψ1000 Δσpr σ t∞
Seção 2
σt0/fptk
(m) (kN/cm ) % (kN/cm2) (kN/cm2)
0 0 162 0,77 3,21 13,0 148,9
1 4 162 0,77 3,21 13,0 148,9
2 8 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3 12 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3+1 12 163 0,77 3,24 13,2 149,4
4 16 163 0,77 3,24 13,2 149,4
5 20 163 0,77 3,24 13,2 149,4
83
Tabela 19 – Perdas diferidas no cabo C3
CABO C3
x σ t0 ψ1000 Δσpr σ t∞
Seção 2
σt0/fptk
(m) (kN/cm ) % (kN/cm2) (kN/cm2)
0 0 162 0,77 3,21 13,0 148,9
1 4 162 0,77 3,21 13,0 148,9
2 8 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3 12 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3+1 12 162 0,77 3,23 13,1 149,2
4 16 162 0,77 3,23 13,1 149,2
5 20 162 0,77 3,23 13,1 149,2
Pode-se observar que, em média, a perda total a tempo infinito representa 11%
do total dos cabos na seção S5. A maior parte é devida perda por relaxação no aço, já
que o efeito do atrito não é muito significativo em monocordoalhas engraxadas.
𝑁 𝑀 1 𝑒
𝜎=− ± = 𝜎𝑝 . 𝑁𝑐𝑜𝑟𝑑𝑜𝑎𝑙ℎ𝑎𝑠 ∙ (− ± )
𝐴 𝑊 𝐴 𝑊 (6.36)
85
Observa-se, com o resultado apresentado na Tabela 21, que nesse instante, as
cordoalhas comprimem a fibra superior da viga de aço. Isso faz com que, nesse caso,
o uso de muitas cordoalhas diminua a capacidade de carga da viga, visto que um
acréscimo nas solicitações aumentaria os esforços de compressão na fibra superior da
viga, podendo superar a tensão limite.
Por outro lado, a fibra superior do concreto é tracionada, isso faz com que um
excesso de cabos provoque a fissuração da laje, nos estágios iniciais de
carregamento.
86
Considerando o efeito da a protensão após as perdas imediatas em serviço e
as combinações de carga para tês fases de carregamento, a Tabela 23 apresenta as
tensões nas seções de cálculo:
87
Tabela 24 – Combinação de tensões (t=∞)
Protensão final+g1+g2+CM
Protensão final+g1+g2
G1 G2 CM P G1 G2 CM P
γ
1 1 1 1 γ
1 1 0 1
25
𝑓𝑐𝑑 = 0,85 × = 15,21 𝑀𝑃𝑎 (6.37)
1,4
350
𝑓𝑦𝑑 = = 304 𝑀𝑃𝑎
1,15 (6.38)
Tensões Comp. -57,4 -246,2 -7,7 Tensões Comp. -49,2 -238,9 -8,6
Máximas Máximas
(MPa) Tração 135,1 0,0 0,0 (MPa) Tração 148,9 0,0 0,0
88
A partir dos resultados, é possível verificar que a tensão máxima, em serviço,
no aço de compressão foi de σs=-181,0 MPa (Tabela 23, seção S5) e de tração
σi=61,1 MPa (Tabela 24, seção S3). Pode-se aumentar a tensão nos materiais até que
se atinja a tensão máxima admissível em serviço, de acordo com as expressões (6.39)
e (6.40) :
∆𝜎𝑐𝑚 = 𝜎𝑦 − 𝜎𝑚á𝑥
(6.39)
∆𝜎𝑐𝑚 = 𝜎𝑐 − 𝜎𝑚á𝑥
(6.40)
∆𝑀𝑐𝑚 = ∆𝜎 ∙ 𝑊
(6.41)
1
𝜏≤ . 𝑓𝑦𝑘 = 202 𝑀𝑃𝑎
√3 (6.42)
√𝜎 2 + 3𝜏 2 ≤ 𝑓𝑦𝑘
(6.43)
90
Tabela 27 – Tensões devido à combinação de cortante e flexão
91
6.8 Otimização da Viga
Seção Área (cm2) H (cm) I (cm4) yai (cm) yas (cm) ycs (cm) Wi (cm3) Ws (cm3) Wc (cm3)
Viga de aço 543 169 2606017 68 101 0 38121 25818 0
Perfil 2 Viga mista (α0) 6618 199 7094752 137 32 62 51803 219362 948354
Viga mista (α∞) 6618 199 5021099 105 64 94 47654 78535 1336325
93
O número mínimo de cordoalhas está próximo do número máximo admissível.
Se for adotado um número de cordoalhas inferior a 18, as tensões de tração na fibra
superior da viga de aço seriam superiores ao limite. Caso fosse adotado um número
de cordoalhas superior a 20, a compressão no bordo superior da viga alcançaria a
tensão admissível. Dessa forma, a verificação detalhada é realizada com a viga de
1,70m, com o uso de 20 cordoalhas engraxadas.
Cada cabo contém quatro cordoalhas, três em cada lado da alma, ancoradas
em diferentes alturas na seção S0 e convergindo em um desviador posicionado na
seção S3. A partir da seção S3 são adicionadas oito cordoalhas abaixo da mesa
inferior da viga metálica.
94
Figura 56- Traçado dos cabos (dimensões em mm)
C1 C2 C3 C4
nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm) nº cord. Φ cord. (mm)
Para a trajetória dos cabos, as perdas totais representam 11% da tensão inicial
de puxada do cabo. A perda por relaxação do aço de protensão representa a maior
parte das perdas. O gráfico da Figura 57 apresenta percentualmente, a influência de
cada perda na diminuição da tensão final do cabo de protensão na seção S5.
95
Figura 57 – Percentual das perdas na seção S5
x
Seção
(m) σinf (MPa) σsup (MPa) σ conc (MPa)
0 0 -6,7 -13,9 -21,1 0,0 -7,4 -5,7 -4,0 0,0 -0,9 -0,5 -0,1 0,0
1 4 -14,4 -19,2 -24,1 0,0 -5,6 -4,5 -3,3 0,0 -0,5 -0,2 0,0 0,0
2 8 -22,2 -24,6 -27,0 0,0 -3,7 -3,2 -2,6 0,0 -0,1 0,1 0,2 0,0
3 12 -26,3 -26,4 -26,5 0,0 -1,6 -1,6 -1,6 0,0 0,3 0,3 0,3 0,0
3+1 12 -26,6 -26,6 -26,5 -46,4 -1,6 -1,6 -1,6 -2,0 0,3 0,3 0,3 0,9
4 16 -26,6 -26,6 -26,5 -46,4 -1,6 -1,6 -1,6 -2,0 0,3 0,3 0,3 0,9
5 20 -26,6 -26,6 -26,5 -46,4 -1,6 -1,6 -1,6 -2,0 0,3 0,3 0,3 0,9
97
Tabela 36 – Combinação de tensões t=∞
Fase final P inf+g1+g2+CM Fase final - Pinf+g1+g2
G1 G2 CM P G1 G2 CM P
γ γ
1 1 1 1 1 1 0 1
Tensões
Comp. -35,5 -183,7 -6,9 Tensões Comp. -35,5 -154,8 -1,2
Máximas
Tração 144,3 0,0 0,0 Máximas (MPa) Tração 40,6 0,0 0,0
(MPa)
Obtem-se, na fase final, a tração máxima na fibra inferior da viga mista( seção
S3 – Tabela 36). A relação entre tensão atuante e limite admissivel é de :
140,5
𝜌= ≈ 73%
192,5
Tensões
Comp. -37,5 -259,6 -9,7 Comp. -31,9 -252,6 -10,6
Tensões Máximas
(MPa) Tração 262,6 0,0 0,0
Máximas (MPa) Tração 248,8 0,0 0,0
x σinf σsup σconc
Seção (m)
x σinf σsup σconc (MPa) (MPa) (MPa)
Seção (m) (MPa) (MPa) (MPa) 0 0 -31,9 -27,7 -1,08
0 0 -37,5 -15,4 -1,38 1 4 103,3 -132,0 -4,89
1 4 97,7 -125,1 -4,92 2 8 206,4 -211,4 -7,80
2 8 200,9 -209,9 -7,55
3 12 237,9 -213,9 -9,17
3 12 232,9 -217,1 -8,69
3+1 12 204,4 -212,0 -8,74
3+1 12 190,6 -219,0 -7,85
4 16 247,4 -242,3 -10,08
4 16 233,6 -249,2 -9,19
5 20 248,8 -259,6 -9,69 5
10 20 39 262,6
-31,9 -252,6
-27,7 -10,57
-1,08
98
Peso da viga após da redução:
𝑃 = 𝐴 ∙ 𝐿 ∙ 𝛾 = (0,064 × 24,3 + 0,0540 × 15,8 ) × 78,5 = 189 𝑘𝑁
99
7. Conclusão
Não existe no Brasil uma norma específica para o caso de pontes em vigas mistas
de aço. A norma brasileira em estruturas de aço tem enfoque em edificações. Devido
aos carregamentos de menor ordem de grandeza, não consideram fatores que devem
ser levados em conta no dimensionamento de pontes. A norma brasileira não é
explícita na avaliação da variabilidade do módulo de elasticidade do concreto para
ações de curto prazo e longo prazo para a quantificação da fluência. A norma
brasileira também não prevê um método de cálculo para a verificação do efeito
combinado de cisalhamento e flexão, de grande importância em pontes de vigas de
aço, principalmente nos sistemas hiperestáticos, onde as solicitações máximas de
cortante e momento fletor são observados na mesma seção.
100
O uso da protensão se mostrou extremamente eficiente, tornando possível o
incremento da sobrecarga em 40,9% e o aumento da capacidade de carga da viga em
20,4%.
Para o estudo da mudança das dimensões da viga, foi possível reduzir em 30cm
sua altura, e cerca de 25% da mesa inferior principal, o que resultou numa diminuição
de peso de 10% do total da viga mantendo a mesma capacidade da viga inicial sem
protensão.
Por fim, pode-se afirmar que a protensão é muito vantajosa para recuperação
estrutural e execução de novas pontes em vigas de aço.
101
7.1 Sugestões para trabalhos futuros
102
8. Bibliografia
BREMER, C. F. Vigas mistas em perfis formados a frio com lajes mistas e lajes
moldadas sobre painéis de concreto celular. Universidade Federal de Minas
Gerais. Belo Horizonte. 2007.
103
CARDOSO, D. C. T. Soluções em Vigas Mistas em Aço-Concreto para o Projeto
de Superestrutura de Pontes Rodoviárias. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro. 2006.
104
REIS, F. C. Influência do nível de protensão na deformação de estrutruras
executadas com protensão externa. Rio de Janeiro: Programa de Pós-Graduação
em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003.
TROITSKY, M. S. Preestressed Steel Bridges: Theory and Design. 16th. ed. New
York: Van Nostrand Reinhold, 1990. 386 p.
105
9. Apêndice
PERFIL 1
Viga de aço
i y (cm) A (cm2) y.A (cm3) A.y2(cm4) Io (cm4)
laje 0,00
1 1,25 125 156 195 65
2 98,75 244 24142 2384013 754944
3 197,50 335 66163 13067094 698
S 704 90461 15451302 755707
Viga de Aço
H (cm) A (cm) I (cm4) yai (cm) yas (cm) Wai (cm3) Was (cm3)
200 704 4591082 72 128 64129 35754
PERFIL 2
Viga de aço
i y (cm) A (cm2) y.A (cm3) A.y2(cm4) Io (cm4)
laje 0,00
1 1,25 113 141 176 59
2 98,75 244 24142 2384013 754944
3 197,50 225 44438 8776406 469
S 582 68720 11160595 755471
Viga de Aço
H (cm) A (cm) I (cm4) Yi (cm) Ys (cm) Wai (cm3) Was (cm3)
200 582 3801555 82 118 46406 32195
Viga de aço
i y (cm) A (cm2) y.A (cm3) A.y2(cm4) I o (cm4)
laje 0,00
1 1,60 166 266 426 142
2 84,10 205 17281 1453363 448289
3 167,50 265 44388 7434906 552
S 637 61935 8888696 448983
Viga de Aço
H (cm) A (cm) I (cm4) yai (cm) yas (cm) Wai (cm3) Was (cm3)
170 637 3314688 73 97 45561 34085
108
Para o perfil 2:
PERFIL 2
Viga de aço
i y (cm) A (cm2) y.A (cm3) A.y2(cm4) Io (cm4)
laje 0,00
1 1,25 113 141 176 59
2 83,40 205 17138 1429270 448289
3 166,80 225 37530 6260004 469
S 543 54808 7689450 448816
Viga de Aço
H (cm) A (cm) I (cm4) Yi (cm) Ys (cm) Wai (cm3) Was (cm3)
169 543 2606017 68 101 38121 25818
109
As perdas detalhadas nas cordoalhas projetadas para a viga de 1,7m nos 4 cabos:
Cabo 1:
2
Seção L (m) Ang (º) μ.Σα+k.x σ atrito (kN/cm2) σ enc (kN/cm2) σ (kN/cm )
Cabo 2:
2
σ (kN/cm )
Seção L (m) Ang (º) μ.Σα+k.x σ atrito (kN/cm2) σ enc (kN/cm2)
0 0,00 4,35 0 168,0 161,9
1 3,94 4,35 0 168,0 161,9
2 7,88 4,35 0 168,0 161,9
3 11,82 4,35 0 168,0 161,9
3+1 11,82 0,00 0,004 167,4 162,5
4 15,76 0,00 0,004 167,4 162,5
5 19,70 0,00 0,004 167,4 162,5 x (m)
Cabo 3:
2
Seção L (m) Ang (º) μ.Σα+k.x σ atrito (kN/cm2) σ enc (kN/cm2) σ (kN/cm )
0 0,00 2,42 0 168,0 161,9
1 3,94 2,42 0 168,0 161,9
2 7,88 2,42 0 168,0 161,9
3 11,82 2,42 0 168,0 161,9
3+1 11,82 0,00 0,002 167,6 162,3
4 15,76 0,00 0,002 167,6 162,3
5 19,70 0,00 0,002 167,6 162,3 x (m)
Cabo 4:
Seção L (m) Ang (º) μ.Σα+k.x σ at (kN/cm2) σ enc (kN/cm2) σ (kN/cm2)
0 0,00 0 0 0 0
1 3,94 0 0 0 0
2 7,88 0 0 0 0
3 11,82 0 0 0 0
3+1 11,82 0 0 168 160,39
4 15,76 0 0 168 160,39
5 19,70 0 0 168 160,39 x (m)
110
As perdas devido a relaxação dos cabos e a tensão final do cabo:
CABO C1
x σ t0 ψ1000 Δσ pr σ t∞
Seção 2
σ t0/fptk 2
(m) (kN/cm ) % (kN/cm ) (kN/cm2)
0 0 162 0,77 3,21 13,0 148,9
1 4 162 0,77 3,21 13,0 148,9
2 8 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3 12 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3+1 12 163 0,78 3,25 13,2 149,6
4 16 163 0,78 3,25 13,2 149,6
5 20 163 0,78 3,25 13,2 149,6
CABO C2
x σ t0 ψ1000 Δσ pr σ t∞
Seção 2
σ t0/fptk 2
(m) (kN/cm ) % (kN/cm ) (kN/cm2)
0 0 162 0,77 3,21 13,0 148,9
1 4 162 0,77 3,21 13,0 148,9
2 8 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3 12 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3+1 12 163 0,77 3,24 13,2 149,4
4 16 163 0,77 3,24 13,2 149,4
5 20 163 0,77 3,24 13,2 149,4
CABO C3
x σ t0 ψ1000 Δσpr
Seção 2
σ t0/fptk σ t∞ (kN/cm2)
(m) (kN/cm ) % (kN/cm2)
0 0 162 0,77 3,21 13,0 148,9
1 4 162 0,77 3,21 13,0 148,9
2 8 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3 12 162 0,77 3,21 13,0 148,9
3+1 12 162 0,77 3,23 13,1 149,2
4 16 162 0,77 3,23 13,1 149,2
5 20 162 0,77 3,23 13,1 149,2
CABO C4
x σ t0 ψ1000 Δσpr
Seção σ t0/fptk σ t∞ (kN/cm2)
(m) (kN/cm2) % (kN/cm2)
0 0 0 0,00 0,00 0,0 0,0
1 4 0 0,00 0,00 0,0 0,0
2 8 0 0,00 0,00 0,0 0,0
3 12 0 0,00 0,00 0,0 0,0
3+1 12 160 0,76 3,14 12,6 147,8
4 16 160 0,76 3,14 12,6 147,8
5 20 160 0,76 3,14 12,6 147,8
111