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ATO ADMINISTRATIVO: ANULAÇÃO

Anna Caroline Telles L Mainardes¹


Felipe Fankin Bett²
Guillian Mateus da Silva³

Apesar de não haver uma consonância doutrinária em relação ao conceito


de ato administrativo, pode-se de uma forma simples e tendo como base de
definição do Professor Celso Antônio Bandeira de Mello, conceituar ato
administrativo como sendo toda “declaração unilateral do Estado ou de quem lhe
faça as vezes, no exercício de prerrogativas públicas, destinada a cumprir
concretamente a lei, e sujeita a controle de legitimidade pelo Judiciário.”
Importante consignar eu a prática do ato administrativo não é de
exclusividade do Poder Executivo. O demais poderes, Legislativo e Judiciário.
No que concerne à teoria das nulidades no direito administrativo, a
viabilidade de anulação de decisões na esfera do processo administrativo foi
pautada pelo art. 53, da Lei n.º 9.784/1999, nos seguintes termos:
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados
de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Essa norma permite que a Administração proceda à anulação de seus


próprios atos quando eivados de vício de legalidade.
Não pode-se confundir anulação com revogação, nesse sentido entende-
se a Súmula do STF:
“Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.” (Grifo nosso)
A revogação é a extinção do ato administrativo legal em razão de
inconveniência ou inoportunidade, feita apenas pela Administração Pública,
com efeitos ex nunc. Logo a anulação é a extinção do ato administrativo em razão

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1 – Graduanda do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
2 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
3 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL

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de ilegalidade, podendo ser feita pela Administração Pública ou pelo Judiciário,
com efeitos ex tunc.
Assim, alguns exemplos exprimem o ato de anulação:
a) Um servidor que trabalhava na Administração pública no ano de 2017 foi
acusado de ter praticado algo ilícito grave e o demitiu, só que a demissão foi
ilegal, pois não foi provado a veridicidade da ilicitude então o servidor não
cometeu nenhum ato ilícito. Mesmo que a demissão fosse licita ou ilícita os efeitos
da demissão estariam ocorrendo, pois ele não vai mais trabalhar. Todos esses
dias ele ficará em casa, em 2018 ele consegue provar que a demissão era ilegal,
prova na justiça ou na via administrativa. Nesse caso, a Administração terá que
desfazer o ato, anulando demissão que tem efeito retroativo no tempo, então se o
servidor não tivesse sido demitido ela tinha trabalhado todos esses dias sendo
assim receberá remuneração, gratificações, férias. A anulação tem resultado
também para frente. No exemplo dado, o ato da administração pública gerou
prejuízo para uma pessoa de boa-fé.
b) Um servidor público praticou um ato administrativo para cuja prática ele é
incompetente. Tal ato não era de competência exclusiva, nessa situação o ato
praticado será anulável.
Desta forma, conclui-se que a anulação, é a retirada de atos inválidos com
vícios ilegais, com efeitos retroativos que pode ser efetuada pela administração
pública e pelo judiciário, podendo incidir sobre os atos vinculados e
discricionários, exceto sobre mérito administrativo. Anulação de ato com vício
insanável é vinculado, se vício sanável, é discricionário. Logo, o motivo é a
ilegalidade.

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1 – Graduanda do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
2 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
3 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL

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REFERÊNCIAS
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n° 473.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 23. Ed.
rev., amp. e atualizada até 31.12.2009. – Rio de Janeir: Lumen Juris, 2010.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. São


Paulo: Malheiros, 2005.

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1 – Graduanda do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
2 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL
3 – Graduando do Curso de Direito – 3º período B – Faculdade SECAL

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