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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF

RELATOR(A) : DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN


APELANTE : MARIA CELIA DE CARVALHO COSTA
ADVOGADO : DF00008390 - RAIMUNDO BORGES PEREIRA
APELADO : CAIXA ECONOMICA FEDERAL - CEF
ADVOGADO : SP00166349 - GIZA HELENA COELHO E OUTRO(A)

RELATÓRIO

O Exmo. Sr. Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN (Relator):


Trata-se de recurso de apelação interposto por MARIA CELIA DE CARVALHO
COSTA em face sentença proferida pela MM. Juíza Federal Substituta da 6ª Vara Federal da
Seção Judiciária do Distrito Federal, fls. 65/67, que julgou improcedentes os pedidos de
declaração de inexistência de contrato de empréstimo realizado na conta corrente da autora no
valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), em 19.03.2012, junto à CAIXA ECONOMICA FEDERAL
– CEF; bem como de indenização dos valores indevidamente descontados da conta bancária da
parte autora e por danos morais.
2. Irresignada, a autora apelou às fls. 70/73, sustentando que: a) por se tratar de
fraude em relação de consumo, a responsabilidade da ré é objetiva; b) o sistema de segurança da
ré deve funcionar em qualquer tempo e lugar, motivo pelo qual a CEF deve indenizar a parte
autora pelos prejuízos sofridos em razão de CDC automático realizado em sua conta mediante
fraude; c) é o caso de inversão do ônus da prova, por haver indício nos autos inclusive do falsário
responsável pelas fraudes que a prejudicaram, dados de conhecimento da própria ré, sendo a
autora hipossuficiente no que toca à imposição probatória. Requer, ao final, integral reforma da
sentença recorrida.
3. Regularmente intimada, a CEF apresentou suas contrarrazões às fls. 82/94.
É o relatório.

Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN


Relator

Nº Lote: 2016161858 - 2_0 - APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF


PODER JUDICIÁRIO
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APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF

VOTO

APELAÇÃO CÍVEL. CEF. EMPRÉSTIMO CRÉDITO DIRETO CAIXA -


CDC. AUSÊNCIA DE SOLICITAÇÃO DA AUTORA. DESCONTOS EM
SUA CONTA POUPANÇA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA OPE
LEGIS. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ART. 14, § 3º, CDC.
ENTE BANCÁRIO QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE
DEMONSTRAR A REGULARIDADE DO SERVIÇO PRESTADO.
DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO CONTRATUAL.
DEVOLUÇÃO DE VALORES INDEVIDAMENTE DEBITADOS PARA SEU
PAGAMENTO. DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA. SENTENÇA
REFORMADA.
I. Caso em que a parte autora pretende a declaração de inexistência de
relação jurídica contratual relativamente a empréstimo Crédito Direto Caixa
- CDC realizado em sua conta poupança sem autorização, mediante
fraude, além da devolução de valores indevidamente descontados para
seu adimplemento e indenização por danos morais.
II. Em se tratando de fato do serviço, nos termos do art. 14, § 3º, do CDC,
a inversão do ônus da prova se dá ope legis, ou seja, independentemente
de provimento jurisdicional, incumbindo ao fornecedor demonstrar a
regularidade do serviço prestado. Precedentes do C. STJ.
III. Não tendo a CEF demonstrado a existência de solicitação pela parte
autora da realização de empréstimo na modalidade CDC, que, conforme já
reconhecido por esta C. Corte não é disponibilizado automaticamente em
conta bancária, impende o julgamento de acordo com o ônus da prova.
IV. Ademais, a documentação acostada aos autos demonstra fortes
indícios de fraude perpetrada em detrimento da consumidora, idosa, que
pouco movimentava sua conta poupança, e que só veio a ter
conhecimento da transação bancária não autorizada por extrato recebido
em sua casa.
V. Declaração de inexistência de contrato de empréstimo CDC que se faz
de rigor, com a devolução de valores descontados indevidamente da conta
poupança da autora para arcar com a avença ilegítima.
VI. Adotando o critério bifásico estipulado pelo C. STJ para a fixação por
danos morais, devem ser levadas em consideração duas premissas: os
parâmetros jurisprudenciais utilizados quando da ofensa de bens jurídicos
similares aos tradados e as circunstâncias do caso concreto.
VII. Esta E. Corte, em situações de falha na prestação de serviços
bancários decorrente de fraude tem fixado a indenização por danos morais
em R$ 10.000,00, valor também estabelecido para o caso analisado.
VIII. Recurso de apelação da autora a que se dá provimento.

O Exmo. Sr. Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN (Relator):


Compulsando-se os autos, nota-se que a parte autora requer a declaração de
inexistência de relação jurídica relativamente a empréstimo automático efetuado em sua conta
bancária no valor de R$ 15.000,00, bem como, a indenização por danos materiais e morais em
decorrência do mencionado fato, alegando ter sido vítima de fraude.
2. Em razão de a magistrada a qua ter entendido ausentes de verossimilhança as
alegações da parte autora, indeferiu a inversão do ônus de prova, bem como julgou
improcedentes os pedidos.
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3. Entretanto, a sentença recorrida merece integral reforma.


4. Primeiramente, basta a análise cuidadosa para se verificar a verossimilhança das
alegações autorais a partir dos extratos de conta poupança de fls. 10/11. É que, nota-se dos
documentos aludidos que a autora praticamente não realizava movimentações em sua conta
bancária, ocorrendo apenas crédito de remuneração básica e de juros e desconto de R$ 1.000,00
relativo a débito autorizado, em 09/03/2012.
5. No entanto, após utilizar o caixa eletrônico em 16/03/2012, efetuando saque no
valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), mais precisamente em 19/03/2012, foram realizadas
diversas operações bancárias nesta mesma data e nos dois dias subsequentes, que não
condizem o seu comportamento bancário anterior, a denotar que seu cartão foi fraudado, muito
provavelmente no terminal eletrônico por ela utilizado.
6. Por outro lado, quando se trata de responsabilidade civil decorrente de fato do
serviço, a inversão do ônus probatório, nos termos do art. 14, § 3º, do CDC, opera-se ope legis,
ou seja, independe de provimento judicial o dever imputado ao fornecedor de demonstrar que seu
serviço foi prestado de forma escorreita ou que houve no caso culpa exclusiva do consumidor ou
de terceiro, por fortuito externo ao serviço prestado.
7. Nesse sentido:
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR. JUNTADA DE
DOCUMENTOS EM GRAU DE APELAÇÃO. EXCEPCIONALIDADE.
DOCUMENTOS INDISPENSÁVEIS À PROPOSITURA DA AÇÃO OU
FUNDAMENTAIS/SUBSTANCIAIS À DEFESA. NÃO CABIMENTO.
INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 283, 396 E 397 DO CPC. DOCUMENTO
APÓCRIFO. FORÇA PROBANTE LIMITADA. ART. 368 DO CPC. AÇÃO DE
RESPONSABILIDADE POR FATO DO SERVIÇO E DO PRODUTO. SERVIÇO DE
BLOQUEIO E MONITORAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. ROUBO.
ACIONAMENTO DO SISTEMA DE BLOQUEIO. MONITORAMENTO VIA
SATÉLITE. ALCANCE DO SERVIÇO CONTRATADO. CLÁUSULA
CONTRATUAL. AMBIGUIDADE. INTERPRETAÇÃO FAVORÁVEL AO
ADERENTE/CONSUMIDOR. ART. 423 DO CÓDIGO CIVIL E ARTS. 6º, INCISO
III, E 54, § 4º, DO CDC. CLÁUSULAS CONTRATUAIS QUE DEVEM SER
SEMANTICAMENTE CLARAS AO INTÉRPRETE. CONSUMIDOR.
HIPOSSUFICIÊCIA INFORMACIONAL.
1. Os documentos indispensáveis à propositura da ação (CPC, art. 283) ou os
fundamentais/substanciais à defesa devem ser apresentados juntamente com a
petição inicial ou contestação (CPC, art. 396), não se admitindo, nesse caso, a
juntada tardia com a interposição de recurso de apelação, não sendo o caso
também de documento novo ou destinado a fazer prova de fatos ocorridos depois
dos articulados (CPC, art. 397).
2. Indispensáveis à propositura da ação ou fundamentais/essenciais à defesa são
os documentos que dizem respeito às condições da ação ou a pressupostos
processuais, bem como os que se vinculam diretamente ao próprio objeto da
demanda, como é o caso do contrato para as ações que visam discutir exatamente
a existência ou extensão da relação jurídica estabelecida entre as partes.
3. No caso, foi carreada ao recurso de apelação cópia de "contrato padrão" que
supostamente comprovaria haver limitação a impedir o sucesso do pleito deduzido
pelo consumidor. Trata-se de prova central do objeto da ação, da causa de pedir -
documento substancial ou fundamental, nos dizeres de Amaral Santos -, que devia
ser levada aos autos no momento da defesa apresentada pelo réu, nos termos do
art. 396 do CPC. Prova essa que cabia ordinariamente ao requerido, uma vez que
se está diante da chamada inversão ope legis do ônus da prova em benefício do
consumidor. Em se tratando de demanda de responsabilidade por fato do
serviço, amparada no art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, a
jurisprudência reconhece a inversão do ônus da prova independentemente
de decisão do magistrado - não se aplicando, assim, o art. 6º, inciso VIII, do
CDC (REsp 802.832/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,

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SEGUNDA SEÇÃO, DJe 21/09/2011; REsp 1.095.271/RS, Rel. Ministro LUIS


FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe 05/03/2013).
4. "Só é documento o escrito assinado, ou de outra forma, inegavelmente
reconhecido por seu autor [...]. E só ocorre autenticidade quando se tem certeza
acerca da veracidade da assinatura nele contida, ou da origem do documento"
(JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de direito processual civil. Vol. I, 52 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 459). Vale dizer que o documento apócrifo
carreado aos autos pelo recorrido (fornecedor) - o qual, embora não assinado, é
por este reconhecido - serve, quando muito, a fazer prova de que o próprio
recorrido é seu autor, mas não que o recorrente (consumidor) tenha a ele se
vinculado, tudo na esteira do que dispõe o art. 368 do CPC: "As declarações
constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado,
presumem-se verdadeiras em relação ao signatário".
5. No caso, não se afigura possível considerar que o "contrato padrão" juntado
pelo fornecedor - documento produzido unilateralmente pelo então apelante -
equivale exatamente ao que teria sido assinado pelo consumidor, pela simples
razão de que é o próprio fornecedor que afirma celebrar contratos diversificados
com coberturas e produtos igualmente variados.
6. Eventual ambiguidade de conceitos - que, no caso, atinge o próprio objeto do
contrato, deve ser solucionada em benefício do aderente (Código Civil, art. 423).
Por outro lado, em se tratando de relação de consumo, os arts. 6º, inciso III, e 54,
§ 4º, do CDC estabelecem ser direito do consumidor a informação plena do objeto
do contrato. Garante-se-lhe não somente uma clareza física das cláusulas
limitativas - o que é atingido pelo simples destaque -, mas, sobretudo, uma clareza
semântica, um significado unívoco dessas cláusulas, que deverão estar infensas a
duplo sentido, haja vista que a hipossuficiência informacional do consumidor é
característica, de regra, pressuposta.
7. Se o serviço de "monitoramento" oferecido pela recorrida limitar-se à
manutenção do sistema - notadamente se inexistir a devida informação acerca do
que consiste exatamente tal serviço ou da existência de outros mais abrangentes -
, em boa verdade, tal situação tangencia a prática de publicidade enganosa,
porque, a toda evidência, é informação "capaz de induzir em erro o consumidor a
respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades" do
serviço (CDC, art. 37, § 1º).
8. No caso em exame, era absolutamente razoável que o consumidor esperasse
que a contratação de serviço de monitoramento lhe desse alguma forma de
rastreamento do veículo caso fosse roubado ou furtado. Porém, como ficou
fartamente demonstrado nos autos - na verdade, a própria empresa recorrida
assim reconhece -, somente o serviço de bloqueio foi oferecido pela contratante,
não tendo sido acionado o monitoramento do veículo roubado - pelo menos não
com o significado contido nas legítimas expectativas nutridas pelo consumidor.
Responsabilidade civil do fornecedor reconhecida, pois configurado o ato ilícito,
consistente na prestação de serviço defeituoso, e os danos experimentados pelo
consumidor (art. 14 do CDC).
9. Recurso especial provido.” (REsp 1262132/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/11/2014, DJe 03/02/2015) (Negritei)

“AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. INVERSÃO DO


ÔNUS DA PROVA OPE LEGIS. FORMA OBJETIVA. FATO DO PRODUTO OU
DO SERVIÇO. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDADE.
1.- A Segunda Seção deste Tribunal, no julgamento do Resp 802.832/MG, Rel.
Paulo de Tarso Sanseverino, DJ de 21/09.2011, pacificou a jurisprudência desta
Corte no sentido de que em demanda que trata da responsabilidade pelo fato do
produto ou do serviço (arts. 12 e 14 do CDC), a inversão do ônus da prova decorre
da lei.
2.- "Diferentemente do comando contido no art. 6º, inciso VIII, que prevê a
inversão do ônus da prova "a critério do juiz", quando for verossímil a
alegação ou hipossuficiente a parte, o § 3º, do art. 12, preestabelece - de
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forma objetiva e independentemente da manifestação do magistrado -, a


distribuição da carga probatória em desfavor do fornecedor, que "só não
será responsabilizado se provar: I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III- a
culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro". É a diferenciação já clássica
na doutrina e na jurisprudência entre a inversão ope judicis (art. 6º, inciso
VIII, do CDC) e inversão ope legis (arts. 12, § 3º, e art. 14, § 3º, do CDC).
Precedente da Segunda Seção." (REsp 1095271/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 07/02/2013, DJe 05/03/2013).
3.- Em âmbito de recurso especial não há campo para se revisar entendimento
assentado em provas, conforme está sedimentado no enunciado 7 da Súmula
desta Corte.
4.- A intervenção do STJ, Corte de caráter nacional, destinada a firmar
interpretação geral do Direito Federal para todo o país e não para a revisão de
questões de interesse individual, no caso de questionamento do valor fixado para
o dano moral, somente é admissível quando o valor fixado pelo Tribunal de
origem, cumprindo o duplo grau de jurisdição, se mostre teratológico, por irrisório
ou abusivo.
5.- Inocorrência de teratologia no caso concreto, em que, para o defeito na
prestação do serviço - não entregou a documentação regular do veículo no
momento da contratação -, foi fixado o valor de indenização de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais) a título de dano moral, consideradas as forças econômicas do autor da
lesão.
6.- Agravo Regimental improvido.” (AgRg no AREsp 402.107/RJ, Rel. Ministro
SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/11/2013, DJe 09/12/2013)
(Negritei)
8. No entanto, analisando os presentes autos, não há qualquer demonstração feita
pela CEF que houve prestação correta de seu serviço ou, ainda, de que o empréstimo em questão
tenha sido realmente feito pela parte autora, o que seria possível mediante filmagem do local em
que se encontrava o terminal eletrônico no qual realizada transação bancária malfadada, bem
como as operações subsequentes.
9. Ademais, conforme já reconhecido pela jurisprudência desta E. Corte, o CDC é tipo
de empréstimo feito mediante solicitação expressa do consumidor; no entanto, a CEF não
colacionou aos autos qualquer tipo de pedido formulado pela autora no sentido de realizar a
mencionada transação, a reforçar a falha no serviço prestado. Nesse sentido:
“CIVIL (RESPONSABILIDADE CIVIL) E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONDUTA LESIVA. AUSÊNCIA DE
PROVA. DEVER DE INDENIZAR. INEXISTÊNCIA. 1. Na sentença, julgou-se
improcedente pedido de indenização por danos morais, por ausência de conduta
lesiva da Ré. 2. Ao contrário do alegado pela autora, o Crédito Direto Caixa
(CDC) não fica disponibilizado na conta corrente, havendo necessidade de
solicitação expressa, conforme cláusula contratual. 3. A autora estava
inadimplente em relação às prestações de outros empréstimos, fato que
autorizava a Ré a bloquear limite de crédito disponível. 4. Não provada conduta
lesiva da ré, inexiste dever de indenizar. 5. Apelação não provida.” (AC 0000945-
62.2005.4.01.3810 / MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOÃO BATISTA
MOREIRA, QUINTA TURMA, e-DJF1 p.69 de 07/08/2009)
10. Assim, impende a declaração de inexistência do contrato de empréstimo Crédito
Direto CAIXA CDC no valor de R$ 15.000,00.
11. Por conseguinte, conforme pedido constante da petição inicial, devem ser
devolvidos à parte autora todos os valores debitados de sua conta poupança com a finalidade de
arcar com o empréstimo CDC declarado inexistente, aos moldes do Extrato de Bancário de fl. 12,
onde se observa o desconto da quantia de R$ 1.050,64, a título de “DEB P CDC”.
12. Embora não conste dos autos extratos dos meses subsequentes à propositura da
demanda a demonstrar os valores descontados, como não foi concedida à autora antecipação de
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tutela, é plausível que as parcelas referentes ao CDC indevidamente realizado tenham já sido
descontadas da conta da autora, cabendo à CEF, por ocasião do cumprimento do presente
acórdão, fazer prova em sentido contrário.
13. Relativamente à indenização por danos morais pleiteada pela parte autora, tem-se
que o dano moral nada mais é do que a violação aos direitos da personalidade e estes, por sua
vez, são todos aqueles diretamente relacionados à dignidade da pessoa humana. Para sua
configuração, pouco importa, portanto, que haja dor física ou sofrimento, bastando a
demonstração de mácula a direitos essenciais do ser humano, como a integridade física e
psicológica, a boa fama, a honra subjetiva, a segurança, inclusive sob seu viés econômico.
14. Nesse sentido, a realização de empréstimo em valor de R$ 15.000,00 (quinze mil
reais), equivalente a mais de 20 vezes o valor do salário mínimo vigente à época da fraude
perpetrada em face da autora (R$ 622,00), causa grave impacto na vida do cidadão médio, por
sua relevância.
15. Ademais, conforme se verifica às fls. 10/11, houve realização de saques indevidos
na conta poupança da autora que totalizaram R$ 12.674,30, valor igualmente elevado para o
cidadão comum.
16. Ainda, não se pode descurar do fato de que a autora já era idosa à época dos fatos
e de que só obterá seu direito em razão de provimento jurisdicional, apesar da tentativa de
solucionar a falha no serviço prestado administrativamente (fls. 15/16).
17. Quanto a esta última circunstância, impende salientar que o próprio C. STJ já
reconheceu que o recurso ao Poder Judiciário para a solução de falha nos serviços bancário é
hábil a ensejar a reparação por danos morais. Nesse sentido, confira-se:
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL (ART. 544 DO
CPC) - AÇÃO CONDENATÓRIA - DANOS PATRIMONIAIS E MORAIS
DECORRENTES DE SAQUE INDEVIDO DE NUMERÁRIO DEPOSITADO EM
CONTA POUPANÇA - INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS QUE JULGARAM
PARCIALMENTE PROCEDENTE O PEDIDO, APENAS NO QUE CONCERNE À
INDENIZAÇÃO PELOS PREJUÍZOS DE ORDEM PATRIMONIAL - DECISÃO
MONOCRÁTICA NÃO ACOLHENDO O RECLAMO. INSURGÊNCIA DO AUTOR.
AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO.
Pretensão condenatória deduzida por titular de conta poupança, tendo em vista a
realização de saques indevidos de numerário lá depositado. Instâncias ordinárias
que julgaram parcialmente procedentes os pedidos, condenando a instituição
financeira ré ao ressarcimento somente dos danos patrimoniais.
1. Ofensa ao artigo 557 do Código de Processo Civil. O agravo, nos termos do
artigo 544 do diploma instrumental, é apreciado pelo Relator, que tomará uma das
providências elencadas nos incisos e parágrafos do citado artigo. Outrossim,
conforme sólida jurisprudência desta Corte, a reapreciação do reclamo pelo órgão
colegiado, em sede de agravo regimental, supre eventual nulidade.
2. Insurgência quanto ao afastamento da tese de negativa de prestação
jurisdicional e no que toca à aplicação da Súmula 7/STJ.
Impositivo o conhecimento do agravo (art. 544 do CPC), a fim de que se examine,
de plano, o próprio apelo extremo.
2.1 Ausência de violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil, pois o
acórdão recorrido encontra-se devida e suficientemente fundamentado, tendo
enfrentado todas as questões necessárias à solução da controvérsia.
2.2 O dano extrapatrimonial, mais do que o simples efeito de lesão, é aquele que
incide sobre objetos próprios, sobre bens da vida autônomos, consistindo em
gênero, no qual haverá espécies.
Segundo desenvolvimento doutrinário, a par das lesões a direitos da
personalidade (imagem, honra, privacidade, integridade física), o que se
pode denominar de dano moral objetivo e, ainda, que ensejam um prejuízo a
partir da simples violação da proteção a eles conferida, surgem situações
outras, que, embora não atinjam diretamente tal complexo de direitos,
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também consubstanciam dano extrapatrimonial passível de compensação,


por se relacionarem com um mal sofrido pela pessoa em sua subjetividade,
em sua intimidade psíquica, sujeita a dor ou sofrimento intransferíveis, que o
ato ilícito ou antijurídico veio a subverter.
Enquanto a primeira categoria traduz um dano aferível de plano, com a mera
lesão a um direito de personalidade, a segunda pressupõe uma maior
investigação do caso concreto, a fim de que sejam examinadas as suas
peculiaridades e, ao final, de definir se aquela determinada hipótese fática e
suas repercussões e desdobramentos, embora não tenham atingido um
direito de personalidade, ultrapassaram o que se entende por mero
aborrecimento e incômodo, alcançando sobremodo a integridade psíquica
do sujeito.
É sob a ótica desta segunda categoria - danos morais subjetivos, os quais
reclamam uma análise mais pormenorizada das circunstâncias do caso
concreto - , que deve ser procedido o exame acerca do reconhecimento ou
não de dano extrapatrimonial passível de compensação em hipóteses como
a dos autos - saque indevido de numerário depositado em conta poupança.
2.3 A análise do enquadramento jurídico dos fatos expressamente mencionados
no acórdão impugnado não constitui simples reexame probatório, mormente
quando, em um juízo sumário, for possível visualizar primo icto oculi que a tese
articulada no apelo nobre não retrata rediscussão de fato e nem interpretação de
cláusulas contratuais, senão da própria qualificação jurídica dos fatos já apurados
e consignados nas decisões proferidas pelas instâncias ordinárias.
2.4 Na hipótese dos autos, diversamente do que compreendido pelas instâncias
ordinárias, as circunstâncias que envolveram o caso são suficientes à
caracterização do dano moral. O autor somente está vendo restituído o seu
dinheiro, indevidamente retirado de sua conta poupança, após ter intentado
uma ação judicial que obrigou a instituição financeira a recompor os
depósitos. Evidente que essa circunstância vai muito além de um mero
dissabor, transtorno ou aborrecimento corriqueiro, não sendo admissível
compreender que o intento e longo acompanhamento de uma demanda
judicial, único instrumento capaz de refazer seu patrimônio e compelir a ré a
proceder à reparação, seja acontecimento normal, comum no cotidiano de
qualquer indivíduo.
3. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO, a fim de conhecer do agravo (art. 544 do
CPC) para, de plano, uma vez superada a preliminar de negativa de prestação
jurisdicional, dar provimento ao recurso especial, reconhecendo a configuração da
dano moral na hipótese.” (AgRg no AREsp 395.426/DF, Rel. Ministro ANTONIO
CARLOS FERREIRA, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA,
julgado em 15/10/2015, DJe 17/12/2015) (Negritei)
18. Quanto à fixação do valor devido a título de indenização por danos morais, não se
pode descuidar do critério bifásico adotado pelo C. STJ, segundo o qual, à luz do caso narrado
nos autos, deve-se levar em consideração os parâmetros jurisprudenciais, bem como as
circunstâncias específicas da situação concreta que se analisa. Para maior elucidação:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CIVIL.
RESPONSABILIDADE CIVIL. MORTE DA FILHA DOS AUTORES.
ATROPELAMENTO NA CALÇADA POR CAMINHÃO DE LIXO. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. PENSIONAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO DO VALOR REVISÃO. ÓBICE DA SÚMULA
7/STJ. GENITORA DA VÍTIMA. INDENIZAÇÃO IRRISÓRIA. POSSIBILIDADE DE
REVISÃO. MÉTODO BIFÁSICO.
1. Não nega a prestação jurisdicional o acórdão que trata, pontualmente, da
relação mantida entre concessionária de serviço público e a empresa que o
executara, assim como analisa a legislação para concluir que o serviço
encontrava-se inserido naqueles legalmente atribuídos à agravante.
2. Arbitramento pela origem de indenização bastante abaixo dos valores arbitrados
por esta Corte Superior em favor dos pais em face da morte de filho. Majoração
para 300 salários mínimos ante as peculiaridades da causa.
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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF

3. Reconhecimento da responsabilidade dos réus com supedâneo nas provas


coligidas e em édito legislativo local a disciplinar a prestação de serviço de limpeza
urbana do Rio de Janeiro.
Insindicabilidade na estreita via do recurso especial.
4. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.” (AgRg no REsp 1533178/RJ, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
17/11/2015, DJe 26/11/2015)

“CIVIL E PROCESSO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL.


ACIDENTE FERROVIÁRIO. MORTE. QUANTUM INDENIZATÓRIO. CRITÉRIOS.
MAJORAÇÃO.
1. Ação ajuizada em 13.05.2008. Recurso especial concluso ao gabinete da
Relatora em 08.08.2013.
2. Recurso especial em que se discute a razoabilidade do valor arbitrado a título
de danos morais.
3. O valor da indenização por danos morais somente comporta revisão em sede
de recurso especial nas hipóteses em que se mostra ínfimo ou exagerado, sob
pena de restar caracterizada afronta ao enunciado nº 07 da Súmula/STJ.
Precedentes.
4. Em acidente ferroviário do qual resulta a morte do pai do autor por culpa
exclusiva da empresa operadora do trem, afigura-se razoável a fixação de
indenização no valor de R$200.000,00.
Montante arbitrado com base no método bifásico, por meio do qual se
estabelece primeiro um valor básico de indenização, considerando o
interesse jurídico lesado, para somente então se chegar a um montante
definitivo, mediante ajustes que refletem as peculiaridades do caso.
5. Recurso especial provido.” (REsp 1395250/SP, Rel. Ministra NANCY
ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/11/2013, DJe 27/11/2013)
19. Com essas considerações, esta E. Corte em situações semelhantes à retratada nos
autos, envolvendo fraudes bancárias, tem fixado a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a título
de indenização por danos morais. A tal respeito, seguem algumas ementas:
“AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DE COMPENSAÇÃO POR
DANOS MORAIS. OCORRÊNCIA DE SAQUES INDEVIDOS DE NUMERÁRIO
DEPOSITADO EM CONTA POUPANÇA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
ART. 6º, VIII, DO CDC. POSSIBILIDADE. HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA
RECONHECIDA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR DE
SERVIÇOS. ART. 14 DO CDC. I. Fraudes envolvendo senhas e cartões
magnéticos são fatos notórios, fortuitos comuns ao cotidiano bancário. A ré não
logrou comprovar de modo idôneo a impossibilidade de ter ocorrido fraude no
presente caso, razão pela qual não se desincumbiu do ônus probatório invertido
aos moldes do art. 6º, VIII do CDC. Precedentes. II. Havendo nexo de
causalidade entre o dano sofrido pela autora (saques indevidos e multa por
rescisão de contrato de compra e venda do veículo Fiat Strada, Placas GLD-
7534), e a conduta omissiva da ré, consubstanciada na não comprovação da
regularidade dos saques efetuados na conta da primeira autora, impende
reconhecer a responsabilidade civil da ré/apelada, objetiva, à luz do que dispõe o
art. 14, § 3º do Código de Defesa do Consumidor. III. É de se ressaltar que os
fatos que causaram prejuízo financeiro à autora, por si só, configuram danos
morais. IV. Danos materiais configurados pelos saques (R$ 28.328,90),
acrescidos de R$ 2.000,00 (dois mil reais), em virtude de multa aplicada à
apelante pela rescisão de contrato de compra e venda de veículo automóvel. V.
Dano moral cuja indenização é fixada em R$ 10.000,00 (dez mil reais). VI.
Apelação da autora a que se dá provimento.” (AC 0004703-02.2007.4.01.3803 /
MG, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, SEXTA
TURMA, e-DJF1 de 18/12/2015)

Nº Lote: 2016161858 - 2_0 - APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO
APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF

“CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. SEGURO DESEMPREGO.


SAQUE INDEVIDO. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. CABIMENTO DA
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. VALOR INDENIZATÓRIO.
RAZOABILIDADE. INTEGRAL ATENDIMENTO DAS FINALIDADES DO
INSTITUTO. I - "A orientação do STJ firmada no exame de recursos repetitivos de
que trata o art. 543-C do CPC, é no sentido de que: 'As instituições bancárias
respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados
por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou recebimento de
empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -, porquanto tal
responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se como
fortuito interno.' (REsp 1199782/PR)." (AC 0006464-20.2010.4.01.3300 / BA, Rel.
DESEMBARGADOR FEDERAL JIRAIR ARAM MEGUERIAN, SEXTA TURMA, e-
DJF1 p.527 de 11/06/2013). II - Na espécie dos autos, houve incontroversa falha
na prestação de serviços bancários, consubstanciada no saque indevido de
parcela de seguro desemprego, por terceira pessoa, em local diverso do domicílio
da beneficiária, montante que só foi restituído após o transcurso de mais de dois
anos, redundando em verdadeira violação de direitos da personalidade, o que
caracteriza o dano moral passível de reparação. III - Destarte, considerando as
peculiaridades do caso, o valor fixado pelo juízo monocrático, se mostra
desarrazoado, em especial, diante da capacidade econômica da ofensora e de sua
reincidência em comportamentos deste jaez, de forma que se afigura razoável a
majoração do quantum indenizatório para R$ 10.000,00 (dez mil reais), quantia
que, mesmo não sendo a ideal, na medida em que a dor moral não tem preço,
mostra-se mais compatível com a situação testificada nos autos. IV - Apelação
provida.” (AC 0001330-81.2007.4.01.3602 / MT, Rel. DESEMBARGADOR
FEDERAL SOUZA PRUDENTE, QUINTA TURMA, e-DJF1 p.434 de 21/10/2015)
20. Assim, em que pese a autora seja idosa, o que agravaria o valor da indenização a
ser imposta, não houve menção nos presentes autos de que tenha sido indevidamente inscrita em
cadastros restritivos de crédito. Portanto, como não ocorreu violação à sua honra objetiva, mas
certamente houve violação à sua honra subjetiva e à sua segurança econômica, bem como à
confiança que deve permear as relações de consumo, a indenização por danos morais no
presente caso deve ser fixada em R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Pelo exposto, dou provimento ao apelo da autora, a) declaro inexistente o
contrato de empréstimo Crédito Direto Caixa, no valor de R$ 15.000,00, indevidamente
disponibilizado em conta poupança na data de 19/03/2012; b) determino a devolução das
parcelas descontadas da conta poupança da autora com a finalidade de arcar com a avença
que se declara inexistente; e c) condeno a CEF ao pagamento de indenização por danos
morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), com juros de mora a contar da data do ato
danoso (19/03/2012), de acordo com a Súmula nº 54, do C. STJ, e correção monetária a fluir
da presente fixação, nos termos da Súmula nº 362, do C. STJ, todos calculados de acordo
com os índices previstos no Manual de Cálculos da Justiça Federal.
Custas e honorários pela CEF, fixados os últimos em 10% sobre o valor da
condenação, nos termos do art. 85, § 2º do CPC/2015.
É como voto.

Desembargador Federal JIRAIR ARAM MEGUERIAN


Relator

Nº Lote: 2016161858 - 2_0 - APELAÇÃO CÍVEL N. 0027801-85.2012.4.01.3400/DF

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