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ATLAS DO
CÂNCER
RELACIONADO
AO TRABALHO
NO BRASIL
BRASÍLIA – DF
2018
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGIL ÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
E SAÚDE DO TRABALHADOR
ATLAS DO
CÂNCER RELACIONADO AO
TRABALHO NO BRASIL
BRASÍLIA – DF
2018
2018 Min is tério da Saú d e .
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Depar tamento de Vigilância em Saúde Ambiental
e Saúde do Trabalhador.
Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no Brasil/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Depar tamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.
202 p. : il.
ISBN 978-85-334-2669-6
Arma n do Meyer Ma rcos O live ira Sa bin o Pro j e to G rá f ico e D ia g ram ação
Ma ri l za Ca mpo s de M a g a lh ã e s
MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
E SAÚDE DO TRABALHADOR
ATLAS DO
CÂNCER RELACIONADO AO
TRABALHO NO BRASIL
BRASÍLIA – DF
2018
Fotogra f ia 1 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................ 2 1
Fotogra f ia 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 2 2
Fotogra f ia 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 2 9
Fotogra f ia 4 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 35
Fotogra f ia 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 43
Fotogra f ia 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 5 0
Fotogra f ia 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 53
Fotogra f ia 8 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ................ 7 1
Fotogra f ia 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 85
Fotogra f ia 1 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 91
Fotogra f ia 1 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 97
Fotogra f ia 1 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. 12 5
Fotogra f ia 2 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. 15 9
Fotogra f ia 24 .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .............. 17 1
Q u a d ro 1 – C la s s if ic a ç ã o IA R C do s a g e n te s c a rc in ó g e n o s . . . . . . . . . ................ 19
Q u a d ro 2 – Et a pa s pa ra a e la bo ra ç ã o de u m a pro p o s t a d e v ig ilân c i a e m
sa ú d e d e u m a po pu la ç ã o d e t ra ba lh a d o re s ex po s t a a s u b s t â n ci as com
p ote n ci al c a rc in o g ê n ico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ............... 20
Q u a d ro 3 – Exe m p l o s d e Ti p o s d e e s t u d o s d e a s s o c i a ç ã o d e Va r i áve i s
e ava l i a ç ã o d e c a u s a l i d a d e e n t re ex p o s i ç ã o a s u b s t â n c i a s tóx i c a s e
câncer ............................................................................................................... 25
Fi gu ra 2 – B lo co s d e pe rg u n t a s s o b re : h á bito de f u ma r, a g e n tes c an ce -
rí ge n os e p ro f is s õ e s , te mpo de ex po s iç ã o e te mpo de la tê n c ia ............. 37
TABELAS
13
N O S E STU D O S D E A S S O C I AÇÃO
CA N C E R Í G E N O S N O B R A S I L
E N T R E CÂ N C E R E O CU PAÇÃO
APRESENTAÇÃO
14
INTRODUÇÃO:
PAN OR A M A D O S E STU D O S D E
A SSOC I AÇÃO E N T RE CÂ N C E R E
T R ABAL H O UNIDADE 2: UNIDADE 3
EXPERIÊNCIAS EM
FONTES DE DADOS E
VIGILÂNCIA DO CÂNCER
INFORMAÇÃO
RELACIONADO AO
TRABALHO
32
CAPÍTULO 3:
R EG IST R O S D E CÂ N C E R
46
UNIDADE 1: CAPÍTULO 6:
A EXPE R I Ê N C I A I N T E R N AC I O N A L
36
EPIDEMIOLOGIA E
N A I NVE ST I G AÇÃO S O B R E O
VIGILÂNCIA
CÂ N C E R R E L AC I O N A D O AO
TRABALHO
CAPÍTULO 4:
18 Q S R – Q U E ST I O N Á R I O
CAPÍTULO 1:
S IMPL IFI CA D O PA R A R A ST R E I O
D E CÂ N C E R R E L AC I O N A D O 51
AMBIENTE DE TRABALHO, AO T R A B A L H O S EG U N D O A S CAPÍTULO 7:
CÂNCER E VIGILÂNCIA EM SAÚDE D IR E T R IZE S PA R A A VI G I L Â N C I A
A EXPE R I Ê N C I A B R A S I L E I R A N A
D O CÂ N C E R R E L AC I O N A D O AO
I NVE ST I G AÇÃO S O B R E O CÂ N C E R
TRABALHO
R E L AC I O N A D O AO T R A B A L H O
72 92
CAPÍTULO 10: CÂ N C E R D E B EXI G A
IMPACTO DA O CU PAÇÃO N A
UNIDADE 4
98
GÊ N E S E D O CÂ N C E R
EXPOSIÇÕES
OCUPACIONAIS E CÂNCER CÂNCER DE ESTÔMAGO
56 104
CAPÍTULO 8:
MIELOMA MÚLTIPLO
G R UPOS D E EXP O S I ÇÃO
O CUPAC I O NA L À CA R C IN Ó GE N O S UNIDADE 6
CÂNCER RELACIONADO
AO TRABALHO NO BRASIL 110
CÂNCER DE OVÁRIO
78
CAPÍTULO 11:
A N Á L IS E D E T E N D Ê N C I A D O S
114
CÂNCER DE RIM
UNIDADE 5 CÂ N C E R E S R E L AC I O N A D O S AO
TRABALHO
120
CATEGORIAS DE ANÁLISE
80
PARA O CÂNCER
RELACIONADO AO
CÂNCER DE PULMÃO,
TRABALHO
CÂ N C E R D E N A S O FA R I N G E E BRÔNQUIOS E TRAQUEIA
CAVIDA D E N A S A L
68 126
CAPÍTULO 9: 86 MELANOMA
E SPAÇO E T E M P O NA A N Á L IS E CÂ N C E R D E L A R I N G E
D O CÂNC E R RE L ACI O N A D O AO
T R ABAL H O
132
CÂNCER DE MAMA
172
136 MESOTELIOMA
CÂNCER DE TI REOI DE
178
142 CÂNCER DE PRÓSTATA
148
CÂNCER DE ESÔFAGO
154 182
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CÂNCER DE FÍGADO, VIAS
184
BILIARES E INTRA-HEPÁTICAS
160
REFERÊNCIAS
LEUCEMIAS
196
166
EQUIPE TÉCNICA
O
c ân cer é a s eg un da prin cipal causa de m o r te n o Brasil. Sua o co rrê n c ia n ã o se distribui de form a h o -
m o g ên ea n o país, e aproxima dam ente 60 % do s c aso s o co rre m e m e sta do s e mun ic ípio s d e ba i xa e
m é di a ren d a. Re co nh ece -se que uma série de expo siçõ e s o c upa c io n ais co n tribui sign if ic at ivam e n te pa ra a
c a rg a g l o bal d e c ân cer, pois possui impa c to impo r tan te n o po te n c ial de an o s de vida pe rdido s, n o p ote n -
c i a l de a n o s d e tra balh o perdidos e n o tempo de vida. Estudo s mais re ce n te s atribue m a fato re s a m b i e n -
t a i s ce rc a d e 1 9% d e todos os tipos de cân cer. De n tre e ste s fato re s, ce rc a de 90 0 a ge n te s c an ce rí g e n os s ã o
co s t u m ei ra m ente i dentif ica dos e avalia dos pe lo se u po te n c ial c arc in o gê n ico n o lo c al de traba l h o, s e n d o
a ex po s i ç ã o à m ai o ria deles absolutam ente evitáve l.
A epidemiologia tem avançado no entendimento e análise das relações causais entre câncer e exposição a
substâncias presentes no ambiente de trabalho, porém muitas lacunas ainda precisam ser preenchidas. Por
exemplo, a análise dos dados epidemiológicos indica uma subestimação signif icativa do câncer ocupacio
nal, principalmente devido ao longo período de latência dessas doenças. Neste sentido, é impor tante reco
nhecer a complexa relação causal entre agentes ocupacionais e localizações específ icas de câncer. Entre-
tanto, é necessário que a evidência seja f requentemente revista, já que diversas instituições continuamente
atualizam a classif icação das substâncias com relação ao seu potencial carcinogênico. É impor tante, por-
tanto, apresentar evidência científ ica unif icada da magnitude dos problemas, níveis de exposição, número
de trabalhadores expostos e produzir dados conf iáveis sobre resul tados negativos previstos.
16
As ex po si çõ e s o c u pa cionais in cluem: f ibras n a tribuiçõ e s fo c ais, de sde o e studo do câ n ce r e m
t u ra i s o u p o ei ra , com o asbesto, sílica e pó de e le tric itário s asso c ia do à expo siç ã o a os ca m p os
ma d e i ra e co uro ; m etais tais com o arsénio, be - e le tro ma gn é t ico s de se nvo lvido n o f in a l d os a n os
rí l i o, cá d m i o, c ro m o VI , cobal to, chumbo in o r 90 n o Brasil. E m se guida, h á a public a ç ã o d os e s -
gâ n i co e ní q uel ; solventes tais com o benze n o, tudo s do amian to e be n ze n o, que co n f i g u ra m u m
t ri cl o roe ti l en o o u tetra cloroetilen o; óleos min e pre n ún c io de pro ce sso s siste mático s com o a p re -
ra i s ; pro d uto s p etroquímicos e subproduto s se n t a do a qui n e ste Atlas, de sde da form a l i z a çã o
da co m b u s tã o, tais com o exaustã o do m o to r da lista de do e n ç as re la c io n a das a o tra ba l h o, e m
di e s e l , PA Hs ou TCDD ; produtos quími- 1 999; a in clusã o do c ân ce r re la c io n a do a o t ra ba l h o
co s rea ti v
os, com o 1, 3-buta dien o, etile n o, n a lista de a gravo s da po r t aria 777; e i n i ci a t i va s
fo rm a l de í d o
, cl o reto de vinilo, misturas fo r te s do I n stit uto N a c io n al do Cân ce r (I N CA ) n a org a n i -
de ácido i n o rg âni co conten do á cido sulfúrico ; z a ç ã o de um M an ual de Vigilân c ia do Câ n ce r re -
a m i n a s a ro m á ti c as; inseticidas nã o arsênico s; e la c io n a do a o trabalh o, c uj a aplic a ç ã o p rop i ci ou o
a cri l a m i d a ; e exp o sições ocupa cionais com o pin - re gist ro de ce rc a de 200 c aso s e m Lo n d ri n a e f u n -
to r, s o l d a d o r, c a b e leireiro e barbeiro, trabalh a do r dam e n t a a o rgan iz a ç ã o do que st io n ári o a p re s e n -
de fu n d i ç ã o d e a ço ; e dentro da in dústria de bo r- ta do n o c apitulo Q SR: Q ue stio n ário Si m p l i f i ca d o
ra ch a , e stanh o o u ref ina çã o de petróleo. Sabe - se , para Rast re io de c ân ce r re la c io n a do a o t ra ba l h o,
a i n da , q u e h á g ra n de diferen ça na ocorrên c ia de se gun do as Dire trize s para a vigilân c ia d o câ n ce r
câ n ce res o c upa c i o nais de a cordo com regiõe s ge - re la c io n a do a o t rabalh o ; be m co m o a p e rs p e c t i va
o gra f i c a m e nte esp ecíf icas, gra ças às form as de do Pro j e to CA REX do Brasil.
de s te rri to ri al i za ç ã o dos processos produtivos e à
Finalmente, é impor tante considerar prioridades
gl o ba l i za ç ã o 3 , e e ntre os sexos 2 , 3 .
na vigilância do câncer relacionado ao trabalho:
Existe um consenso a respeito do fato de que a Identif icação de causas de câncer no local de
análise dos dados epidemiológicos indica uma trabalho; vigilância de cânceres relacionados ao
subestimação signif icativa do câncer relaciona- trabalho e exposições no local de trabalho; e pes-
do ao trabalho, principalmente devido ao longo quisa de inter venção para desenvolver e avaliar
período de latência dessas doenças . Neste senti- 7
estratégias de prevenção e redução da exposi-
do, é impor tante reconhecer a complexa relação ção. Para que estas medidas sejam possíveis, é
causal entre agentes ocupacionais e localizações impor tante reconhecer a magnitude deste pro-
específ icas de câncer. blema de saúde pública, seja a exposição, seja a
doença propriamente e, ao f inal e ao cabo, reco-
As a çõ es d e v i g i l ân cia em saúde vol ta das a o c ân -
nhecer o impacto de qualquer inter venção reali-
ce r re l a c i o na d o a o trabalh o e os estudos qu e fo -
zada nesta direção.
c a m e s se te m a te m um percurso marca do por co n -
17
UNIDADE 1
EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA
Introdução
O
cân ce r re la c io n a do a o t rabalh o é de f in ido co m o de corre n te d a
expo siç ã o a a ge n te s c arc in o gê n ico s pre se n te s n o am b i e n te d e
trabalh o, m e sm o apó s a ce ssa ç ã o da expo siç ã o.
E M G E R A L , O C O R R E U M L O N G O P E R Í O D O D E E X-
POSIÇÃO A F AT O R E S OU CONDIÇÕES DE RISCO
D O A M B I E N T E D E T R A B A L H O , O Q U E D I F I C U LTA O
D I A G N Ó S T I C O E M A L G U N S T I P O S D E C Â N C E R ,
20
pelo menos duas espécies de animais. Na avaliação h uman o s. A maio r par te do s da do s é ob t i d a p or
f inal do risco de carcinogenicidade para o homem, expe rim e n to s e m an imais. Para min imiz a r e s s a d i -
além dessas evidências, são necessários dados de f ic ulda de , se de se nvo lve ram m o de lo s pa ra fa ze r,
testes de cur ta duração (evidências secundárias) de n t ro de in ce r tez as a ce itáve is, ext rapol a çã o d os
que detectam lesão do DNA , que apontam al tera- da do s e m an imais para h uman o s 1 0,1 1 . A Ag ê n ci a I n -
ções dos produtos gênicos ou das funções celulares te rn a c io n al para a I nve st iga ç ã o do Cân ce r ( d o I n -
e que avaliam al terações cromossômicas. glê s I n te rn at io n al Agen cy fo r Re search on Ca n ce r
– I A RC) classif ic a as subst ân c ias se gun d o s u a ca r-
U ma g ran d e d i f i c ulda de do estudo da carc in o -
c in o ge n ic ida de (Q ua dro 1 ) .
g e n i ci da d e q u í m i c a é a escassez de da dos e m
1 Carcin óge n o h um a n o D a d os s u f i ci e n te s e m h u m an os
D a d os l i m i t a d os e m h u m an os e d a d os s u f i c ientes em
2A Carcin óge n o prováve l h um a n o an i m ai s O U d a d os s u f i ci e n te s e m an i m ai s e o utro s
d a d os re l evan te s
D a d os l i m i t a d os e m h u m an os O U d a d os s u f i cientes em
2B Carcin óge n o h um a n o po ssí ve l an i m ai s O U d a d os l i m i t a d os e m an i m ai s e outro s d a d o s
re l evan te s
D a d os au s e n te s ou i n a d e q u a d os e m h u m an o s o u em
3 Nã o há evidê n c i a s de se r c a rc i n ó g e n o h u m an o
an i m ai s
Ne n h u m a ev i d ê n ci a e m e s t u d os a d e q u a d os em hum a-
4 Prováve l nã o ca rc i n ó g e n o h um a n o
n os e an i m ai s .
necessidade de vigilância permanente e ampla das s a m a s ba rre ira s pla ce n t á ria e h e m a to e n ce fál i c a;
4 . E l a b o r a r u m p ro to c o l o d e m o -
n i to r a m e n to c l í n i c o e ava l i a ç ã o
l a b o r a to r i a l e de b i o m a rc a d o -
re s ( d e ex p o s i ç ã o e e f e i to ) a s s o -
ciados às substâncias químicas
identif icadas.
23
UNIDADE 1:
EPIDEMIOLOGIA E
VIGILÂNCIA
CAPÍTULO 2:
APLICAÇÕES DA
EPIDEMIOLOGIA
NOS ESTUDOS
DE ASSOCIAÇÃO
ENTRE CÂNCER E
O C U PA ÇÃ O
24
F
re n te a e s t a d o e n ç a d e e l eva d a g r av i d a d e , busc ar do is tipo s de in fo rma çõ e s: i) ex i s te m p ro -
o s m é to d o s d a E p i d e m i o l o g i a p o d e m a p o i a r ce sso s pro dutivo s que po de m expo r as p e s s oa s à s
o p ro f i s s i o n a l d e s a ú d e e m t rê s m o m e n to s . E m sit ua çõ e s de risco para c ân ce r o u da do s s ob re p o -
p r i m e i ro l u g a r , n a a n á l i s e d a m a g n i t u d e d o p ro - lue n te s ambie n t ais po te n c ialm e n te c an ce rí g e n os
blema para a saúde das pessoas, mais especif i- n o s dive rso s co mpar tim e n to s ambie n t a i s? ; e i i ) o
c a m e n te s e o n ú m e ro d e c a s o s ex i s te n te s e m n úm e ro de c aso s de c ân ce r existe n te s é o e s p e -
d e te r m i n a d o p e r í o d o d e te m p o é a c i m a d o e s p e - ra do para e st a po pula ç ã o? Para re spo n d e r à e s t a s
r a d o p a r a a q u e l e l o c a l . A l é m d i s s o, c o n t r i b u i p a r a pe rgun tas se rá n e ce ssário a busc a po r d a d os p ri -
i d e n t i f i c a r a g l o m e r a d o s ( c l u s te r s ) d e c a s o s e m mário s (co le t a do s po r e ste pro f issio n al) ou d a d os
d e te r m i n a d a re g i ã o. E m s e g u n d o l u g a r, a u x i l i a se c un dário s dispo n íve is e m siste mas d e i n form a -
n a d e s c r i ç ã o d a o c o r rê n c i a d e s te s c a s o s n a p o - ç ã o do país. Este s úl tim o s sã o ge ralm e n te a m e l h or
p u l a ç ã o ex p o s t a , e n t re o u t ro s , d e s t a c a n d o g r u p o s o pç ã o pe la rapidez e m e n o r ut iliz a ç ã o d e re cu r-
e s p e c i a i s s o b m a i o r r i s c o. E m te rc e i ro l u g a r , n a so s para a co le t a do s da do s, e mbo ra a i n form a çã o
u t i l i z a ç ã o d o s s e u s m é to d o s n a p e s q u i s a d a re l a - po ssa te r qualida de duvido sa e m algun s ca s os ou
ç ã o c a u s a - e f e i to, o u s e j a , i nve s t i g a r s e a o c o r rê n - m e sm o n ã o se te n h a a in fo rma ç ã o de sej a d a .
c i a d o n ú m e ro d e c a s o s d e s t a d o e n ç a e s t á te n d o
É impo r tan te e n fatiz ar a impo r t ân c ia de s e te r e m
c o m o c a u s a a l g u m a ex p o s i ç ã o ex i s te n te n o s p ro -
co n side ra ç ã o a m e to do lo gia ut iliz a da n a con s t r u -
c e s s o s p ro d u t i vo s .
ç ã o de ste s siste mas de in fo rma ç ã o. Evid e n te m e n -
O D E S E N VO LV I M E N T O D E S T E S E S - te , in fo rma çõ e s o bt idas e m ce n so s, bases d e d a d os
C I A D E E F E I T O S A DVE R S O S PA R A À TA I S PA R A U M A B O A D E S C R I ÇÃ O D E
25
m a i s a co m e ti d o s p or cân cer ; e quem sã o os t raba- provo c a a do e n ç a D ) . Este s e studo s ut ili z a m g e ra l -
lh a d o res m ai s a ti n gidos? m e n te do is grupo s de pe ssoas: o grupo p ri n ci pa l
o u de e studo, que in clui pe ssoas expos t a s a u m
A Epidemiologia oferece para esta descrição di-
fato r e m e st udo e o utro grupo para co m pa ra çã o,
versas possibilidades em que o prof issional de
de n o min a do de co n tro le , co mpo sto d e p e s s oa s
saúde pode investigar, como por exemplo, por
que n ã o fo ram expo stas a o m e sm o fator. Pod e - s e ,
meio da análise da incidência (casos novos em
al te rn at ivam e n te , ut iliz ar do e n te s po r u m a d oe n -
uma população e local) ou prevalência (totalida-
ç a (grupo de c aso s) e co mparar co m pes s oa s s e m
de dos casos existentes – novos e antigos – em
a do e n ç a e m e studo (grupo co n tro le ) . N e s te ca s o,
uma população e local).
pro c ura- se ide n t if ic ar po ssíve is fato re s d e ri s co d e
Te n d o em v i sta q u e o cân cer é uma doen ça in sidio - uma do e n ç a. N o s do is c aso s, a e sco lh a d os d oi s
sa e c rôni c a, a s i m p les análise da in cidên cia ( c aso s grupo s deve se r muito c rite rio sa e o gru p o con t ro -
n ovo s ) n ã o é m ui to a dequa da, uma vez que muito s le deve se r o mais se m e lh an te po ssíve l a o g r u p o
c a s o s d e c ân cer já existentes nã o par ticiparia m de de e studo, te n do co m o dife re n ç a ape n a s e s t a r ou
q u a l qu e r anál i se, a m en os que os trabalha do re s n ã o expo sto a o fato r e m e st udo o u, a l te rn a t i va -
es te j a m sen d o s eg uidos regularm ente pelos se r vi- m e n te , e st ar o u n ã o do e n te da do e n ç a s ob e s t u d o.
ço s m é d i co s d a e m presa. D eve -se prioriz ar an álise Este s grupo s po de m se r parea do s (por exe m p l o,
p o r m ei o d a p reval ên cia, das taxas de m or talida de po r ida de e sexo ) o u n ã o parea do s.
es pe cí f i c a s (m o r te s de cân cer segun do variáve is
Para que o s e st udo s e pide mio ló gico s p os s a m s e r
re l a ci o na d a s a p essoa, local de exposiçã o e te m-
co n side ra do s válido s, é impe rio sa a ate n çã o com
p o ) , d a taxa d e l etalida de (m or tes por núm ero de
po ssíve is e rro s n o se u plan e j am e n to. Es te s e r-
p e s s oa s co m a d o en ça) , entre outras.
ro s po de m se r de do is tipo s: e rro s alea tóri os , q u e
A i n d a , a ep i d e m i o l ogia oferece, através de dive r- sã o de co rre n te s do fato de se trabalh ar com u m a
so s d e s enh o s d e e studo, a possibilida de de evi- am o stra e o s e rro s siste mático s, de n o m i n a d os d e
d e n c i a r a a sso c i a ç ã o e até a causalida de e n tre vie se s (bias, e m in glê s) , que po de m o co rre r q u a n -
si t u a çõ es d o s p ro cessos produtivos que po de m do o s grupo s sã o se le c io n a do s o u avalia d os d e for-
ex p o r t rabal h a d o re s e comunida des a riscos, co m o ma dife re n te . H á dive rsas o pçõ e s para i nve s t i g a r
o a pa rec i m ento d e cân cer. O s estudos anal ítico s qualque r re la ç ã o e n tre sit ua çõ e s a dve rs a s p re -
em E pi dem i o l o g i a visam en contrar associa çã o e n - se n te s n o s pro ce sso s de pro duç ã o com p e s s oa s
t re u m a exp o s i ç ã o de interesse e uma doen ça. E le s a co m e t idas po r c ân ce r e c abe a o pe squ i s a d or e s -
te s t a m h i p ó te ses al ternativas (que desej am o s te s- co lh e r o t ipo de e st udo mais a de qua do pa ra s e u
t a r, po r exe m p l o, a exposiçã o E provoca a doe n ç a o bj e tivo, te n do e m co n side ra ç ã o a fa c t i b i l i d a d e e
D? ) e m co ntra p o s i ç ã o à hipótese nula (quan d o n ã o o s re c urso s dispo n íve is para sua exe c u çã o. A l g u -
ex i s t i r a sso c i a ç ã o, por exemplo, a exposiçã o E n ã o mas o pçõ e s se e n co n tram n o qua dro 3.
26
Qua dro 3 – Exemplos d e Ti p os d e e stu d os d e a ss o c ia ç ã o de Va riáve is e ava lia ç ã o d e c a u s a lida d e e n t re exposi ç ã o
a su bst ân cias tóxicas e câ n ce r
a existên cia de exposiçã o à substân cia poten cial- Simples, barato e rápido porque ca da
m ente can cerígena, determinar, se possível, seu pessoa é avalia da som ente uma vez .
Prim eiro Passo: Formar um grupo de pessoas ex- Melh or estudo para eviden ciar causali-
27
Segun do Passo: Logo após, a companhar os dois
grupos por determina do período de tempo para Por ser o câncer doença insidiosa e crô-
identif icar os casos n ovos de cân cer n os grupos. nica é mais dif ícil de ser realizado, pois o
expostas ou nã o à substân cia poten cialm ente can- Embora sejam rápidos e baratos, sã o de
cerígena ocorrerem em alguma data do passa do dif ícil realiza çã o porque depen dem da
COORTE-HISTÓRICO através de pesquisa em registros e, a par tir desta existên cia de registros conf iáveis de ex-
data, procurar n estes registros os casos de cân cer posiçã o n o passa do e da dos da ocorrên-
que ocorreram após a exposiçã o n estes dois gru- cia do cân cer a par tir desta data.
Primeiro Passo: Formar um grupo de pessoas ex- Pouco fa c tível e n ecessita ampla análise
EXPE R I M E N TA L
postas à substância potencialmente cancerígena. dos fatores éticos.
28
S e g u n d o Pa s s o : A l o c a r a l ea to r i a m e n te e s s a s p e s -
s o a s e m d o i s g r u p o s : u m g r u p o q u e re c e b e r á u m
p o s s í ve l a n t í d o to à substância p o te n c i a l m e n te
c a n c e r í g e n a ( g r u p o d e e s t u d o ) e o u t ro q u e re c e -
b e r á o p l a c e b o.
EXPE R I M E N TA L Te r c e i r o p a s s o : A c o m p a n h a r o s d o i s g r u p o s p a r a
g r u p o d e e s t u d o s q u e n o c o n t ro l e . C a l c u l a - s e o
R i s c o R e l a t i vo. U t i l i z a r te s te s e s t a t í s t i c o s p a r a d e -
te r m i n a r s e a d i f e re n ç a f o i e s t a t i s t i c a m e n te s i g -
n i f i c a n te .
Ve j a m o s, p o r exe m plo, um dos tipos descri to s: a do e studo e pide mio ló gico de co o r te s h i s tóri ca s a
co o r te hi s tó ri c a. Com o foi dito, o trabalh o é c ate - par t ir de vín c ulo s de t rabalh o e st á n a a s s oci a çã o
go ri a a nal í ti c a central em Epidemiologia e variáve l de n um e ra do re s e de n o min a do re s e pi d e m i ol óg i -
in te r ve ni e nte n o p rocesso de produçã o da saúde co s de sc rito s para e stas fo n te s de da d os p op u l a -
e da d oe n ç a e m g rupos popula cionais com cara c- c io n ais que ve m se n do ch ama da de “ big d a t a”.
te rí s t i ca s so c i ai s comuns, eviden cian do inj ustiç a
NO BRASIL HÁ GRANDE DIFICUL-
s o c i a l e d esi g u a l d a des sociais em saúde 15 .
DADE DE ACESSO A REGISTROS DE
OS ESTUDOS DE COORTES HIS E XP O S I ÇÃO, P O R É M , PE L A S UA N A-
TÓRICAS PERMITEM VERIFICAR RE- TUREZA , VÁ R I A S FONTES DE RE-
LAÇÕES EPIDEMIOLÓGICAS ENTRE GISTROS PODEM SER COMBINADAS
DESFECHOS E EXPOSIÇÕES CONSI- PA R A R E C O N S T R U I R C O O R T E S H I S -
DERADAS COM INCERTEZA . T Ó R I C A S O C U PA C I O N A I S .
A dú v i da s o b re re l a ções de causa e efeito pod e de - N o f in al da dé c a da de 20 0 0, surgiram ca s os p o -
co rre r de i ntro d u ç ã o de processos e produto s n o pula c io n ais e nvo lve n do expo siçõ e s o c u pa ci on a i s
mu n d o d o trabal h o, bem com o do consum o re stri- e ambie n t ais químic as tóxic as. Do is ca s os s ã o
to e a m p l i a d o d e i n ova ções tecn ológicas con side - e mble mát ico s quan to à aplic a ç ã o do d e s e n h o d e
ra d a s de efei to d u vidoso. A gran de poten cialida de co o r te h istó ric a o c upa c io n al: o c aso de con t a m i -
29
na ç ã o am b i e ntal e ocupa cional (por a grotóxico s) da saúde co m o pro ce sso de pro duç ã o s oci a l e n a
re l a ci o na d o à e m presa Sh ell em Paulínia-SP, e par t ic ipa ç ã o dire t a do s trabalh a do re s n a form u -
t a mb é m o c a so d a explora çã o e in dustrializ a ç ã o la ç ã o e de bate n o s pro ce sso s de mud a n ça , b e m
d o a m i anto na i n d ústria de f ibrocim ento. co m o n a libe rda de de a gir co le t ivam e n te s ob re a
o rgan iz a ç ã o e o pró prio t rabalh o. A lgum a s a çõe s ,
O s n ovo s ra c i o c í ni os sobre causa e efeito levam
n e ste se n t ido, sã o impo r t an te s:
em co n si d era ç ã o a dinâmica social dos conf lito s,
as s u s ce ti b i l i d a d e s in dividuais, as determin a çõ e s 1 . Qu e b ra r o s e g re d o ile g a l e s t a b e le c id o por e mpre -
d e cl a s s e so c i al e o s efeitos de doses mínimas n ã o s a s e ó rg ã o s de g ove rn o s o b re a s do e n ç as e a c i -
d e te c t áve i s a c ur to e lon go prazo. Por cont a dis- d e n te s do t ra ba lh o ;
so, a a sso c i a ç ã o e ntre proj etos epidemioló gico s
2 . Qu e b ra r o pa ra d ig ma do n exo c a u s a l i n di v i dual
as s o c i a d o s co m co or tes históricas pode rece be r a
q u e ex p re s s a a re c u s a d e p ro f is s io n a i s e pe squi -
pa r t i ci pa ç ã o v i g i l ante de trabalha dores expo sto s
s a do re s e m re co n h e ce r qu e s o m e n te g r upos co -
e n ã o ex p o sto s, p ro porcionan do distin guir o ve lh o
le t ivo s d e t ra ba lh a d o re s p o de m ex p ressar f re qu-
e o n ovo n o co n h ecim ento, n o direito de sa be r e
ê n c ia s m o dif ic a da s d e a d o e c im e n to, na forma de
na s a çõ e s co l eti vas e da opera çã o da j ustiça e m
c á lc u lo s d e ris co e p id e mio ló g ico s o b re g r upos h u-
d e fe s a d a v i d a . A consequên cia científ ica de sse
m a n o s e n ã o o brig a n do t ra ba lh a d o re s sol i tári os a
d e s e nvo l vi m ento s obre o pensam ento causa l e m
“ prova r ” q u e e s te j a m ex po s to s o u d o e n te s;
re l a çã o à i n ce r teza das exposições n o trabalh o e
n o a mb i ente l evam à impor tân cia de regist rar e 3. Qu e b ra r o pa ra dig ma d a “c u lpa da v ít im a” ;
a co m pan har as co o r tes históricas quanto a os de s-
4 . Im pe dir a s n e g o c ia çõ e s de g a ra n t ia s d as l e i s que
fe ch o s d e a g ravo s e m saúde. Dessa forma, o a co m-
p ro te g e m a v id a ; e
pa n h a m e nto d essas coor tes permite f un dam e n -
t a r a s p o l í ti c as p ú blicas de man eira transpa re n te 5 . Co m ba te r a g e s t ã o priva da e p riva t iz an te do S U S
e co mp reensí vel para o gran de público, sob re as p ro te g e n do e u t iliz a n d o s u a s ba s e s d e da dos e i n -
co n s e q u ê n c i as d a a çã o das corpora ções tran sn a- fo rma çõ e s in d iv id u a is e m s a ú d e .
c i o n a i s n as tra nsferên cias de processos produt ivo s
É necessário, por tanto, um conjunto de atitudes
d e pa í s para paí s co m pa drã o rebaixa do para e sc a-
sociais, legais e científ icas que poderão favore-
pa r à reg u l a ç ã o técnica, legal e social e para n ã o
cer a transição do modelo toxicológico para o
ap l i ca r p ri n c í p i o s d e precauçã o 16 .
modelo genético ambiental de doses mínimas ou
indetectáveis e defesa dos mais suscetíveis. Isso
Considerações f inais
representaria uma transição justa para os traba-
O s u cesso d a s estratégias e das a ções n o campo lhadores no Brasil em relação à exposição no tra-
da s a ú d e d o tra bal ha dor estaria na compree n sã o balho e no ambiente.
30
31
UNIDADE 2
FONTES DE DADOS
E INFORMAÇÃO
Introdução
E
studo s po pula c io n ais po de m se r vir co m o fo n te s impo r t a n te s s o -
bre a e t io lo gia do c ân ce r e as avalia çõ e s das te n dê n c ia s d a d oe n -
ça a o lon go do te mpo de spe r t am in te re sse , po is po de m dete c t a r m u -
dan ças, prin c ipalm e n te n a expo siç ã o a o s fato re s ambie n ta i s 17. Ne s te
contexto, co n side ran do o ambie n te de trabalh o, várias su b s t â n ci a s
can ceríge n as sã o e n co n t ra das e m maio re s co n ce n t ra çõ e s d o q u e e m
outros a mbie n te s ext ra labo rais. Assim, é f un dam e n t al a i n form a çã o
de boa qualida de so bre a o c upa ç ã o e m ban co s de da do s, o q u e p e r-
mite a m e lh o r c ara c te riz a ç ã o da o rige m da do e n ç a e fa c ilit a a s a çõe s
de vigilân c ia e m saúde 1 8 . De ssa fo rma, existe a n e ce ssid a d e d e s e
O S R E G I S T R O S D E CÂ N C E R S Ã O A S P R I N C I PA I S
FO R M A S D E CO L E TA , A R M A Z E N A M E N TO, PR O C E S -
CAPÍTULO 3: SAMENTO E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES SOBRE
REGISTROS DE E S S A PAT O L O G I A E M U M A R E G I Ã O G E O G R Á F I CA
CÂNCER E S PEC Í F I CA O U E M U M A U N I DA D E H O S PI TA L A R .
TEMPO. ISSO IMPLICA QUE O REGIS- pitais, um no Distrito Federal, um com cober tu-
ra estadual e outros cinco em cidades que não
TRO IRÁ OPERAR EM UMA ÁREA GE-
s ã o c a p i t a i s 1 9 . To d o s o s r e g i s t r o s d e c â n c e r d e -
OGRÁFICA ESPECÍFICA E TERÁ QUE
vem ser capazes de fornecer indicação objetiva
T E R A CA PA C I D A D E D E D I S T I N G U I R
da qualidade dos dados que tenham coletado.
E N T R E A Q U E L E S PA C I E N T E S R E S I - Os métodos disponíveis foram descritos em um
DENTES OU NÃO NESSA ÁREA. r e l a t ó r i o t é c n i c o d a I A R C e m 1 9 9 4 22 e a t u a l i z a -
d o s e m u m a p u b l i c a ç ã o n o a n o d e 2 0 0 9 21. O s m é -
D e s s a m an ei ra , o s R CB Ps sã o basicam ente uma
todos atuais se baseiam em quatro dimensões:
fe rra m en ta d e m o nitoram ento e vigilân cia do s c a-
comparabilidade, acurácia, atualidade e comple-
s o s d e cân ce r n a área geográf ica on de ele est á in s-
tude. A implantação e o funcionamento desses
t a l a do. As si m , se p restam ain da com o fonte de in -
registros, entretanto, tem encontrado bastante
fo rm a çõ e s para o estabelecim ento de priorid a de s
dif iculdade de garantia da continuidade nas ati-
n o s p rog ra m a s d e preven çã o e n o plan ej am en to e
35
vidades de coleta e publicação dos dados, prin- deles não tem informação da ocupação. Por outro
cipalmente pela falta de recursos f inanceiros. lado, em uma parcela dos casos com prof issão cole-
tada no banco de dados, a ocupação não estava rela-
A co m pl e tud e é avalia da por m étodos qualitat ivo s
cionada com a exposição de risco. Pode-se salientar
o u s e m i - q uanti ta ti vos que dã o uma in dica ç ã o do
que existe uma falta de informação da ocupação no
g ra u de a b ra n g ên c i a em rela çã o a outros reg ist ro s
RCBP-Barretos, que é considerada uma instituição
(co m para ç ã o d a s taxas de in cidên cia com outras
de referência e serviço especializado no Brasil.
p o pu l a çõ e s sem el h antes) , ou a o lon go do te mpo
(e s t a b i l i d a d e d a i n cidên cia a o lon go do tem po ) e
Um exemplo de RHC: Hospital Federal do
m é to d os q uanti ta tivos que forn ecem uma avalia-
Andaraí
ç ã o n u m éri c a d a extensã o em que todos os c aso s
el e g í vei s tenham si do registra dos 2 3 . O Hospital Federal do Andaraí (HFA) é uma unida-
de própria do Ministério da Saúde que presta as-
A e s te re sp e i to, o registro de informa ções do h is-
sistência hospitalar, ambulatorial e de emergência
tó ri co oc u pa c i o nal poderia ser determinante para
de al ta complexidade. Por se tratar de um Hos-
ava l i a ç ã o d o n exo causal de vários tipos de t um o -
pital generalista, que atende inúmeras especiali-
re s co ns i d era d o s rela ciona dos a o trabalh o. A lé m
dades médicas, a Oncologia tenta se adequar aos
d i s s o, a uxi l i a ri a n a n otif ica çã o do cân cer re la-
diversos fluxos internos para o seu pleno funciona-
c i o n a do a o trabal h o, conform e estabelecida pe la
mento. O setor de Oncologia funciona no regime
Po r t a ri a n° 1 04 , 201 1. De a cordo com Grabois e t al.
ambulatorial e, caso seja necessária a internação
( 2014 ) 1 8 , q u e ava l i o u a completude da informa ç ã o
hospitalar, o paciente deverá passar pela Emer-
o c u pa çã o d o s RHC do Brasil para as topograf ias:
gência e seguir para a enfermaria da especialidade
p u l m ã o, b exi g a , c avida de oral, farin ge, larin ge e
médica compatível com o seu tumor primário. As
le u ce m i a s, o p erce ntual m édio en contra do de au-
dif iculdades de completude de dados também são
s ê n c i a d e i nfo rm a ç ã o foi superior a 45% .
grandes. No que tange aos dados sociodemográf i-
cos (cor, escolaridade e ocupação), os dados estão
Um exemplo de RCBP: Barretos
presentes em torno de 30 - 40% dos prontuários. Es-
Af im de verif icar a completude do RCBP-Barretos no tes são buscados na folha de aber tura de prontuá-
quesito da ocupação, foram levantados os casos da rio, que é iniciada na recepção geral e com dados
DRS-V (Barretos e região incluindo um total de 18 do prontuário. E , no HFA em par ticular, todos os
cidades) na série temporal de 2000 a 2015 (excluindo dados levantados pelas registradoras são revisados
pele não melanoma), considerando todos as topolo- pelo coordenador. Então, caso não seja encontrado
gias relacionadas nas Diretrizes para Vigilância do o dado inicialmente, há uma segunda procura por
Câncer Relacionado ao Trabalho . Foi observado que
24
ele em 100% dos casos, mesmo para o quesito ocu-
entre 13.096 casos novos registrados na série, 65,2 % pação, que não é um quesito obrigatório 18 .
36
Desaf ios
37
U
ma vez que no Brasil há Diretrizes sobre o câncer relacionado ao
trabalho que foram construídas com objetivos claros, existe um sis-
tema de informações sobre agravos de notif icação compulsória que não
está sendo alimentado no Brasil. Embora prevista nas Diretrizes, essa
f icha não foi implementada na prática clínica, possivelmente pela dif i-
UNIDADE 2: culdade em se estabelecer um vínculo claro entre a doença e fatores de
FONTES DE risco ocupacionais. Com todas essas considerações, foi estabelecido no
38
s i mp l e s, rá p i d a , basea da na plataforma R edCap e 6 blo co s de pe rgun t as so bre h ábito de f u m a r, a g e n -
a p l i cáve l p o r s m a r t ph on es ou tablets. A Figura 1 te s c an ce ríge n o s e pro f issõ e s, te mpo de ex p os i çã o
re p re s en ta o fl uxo de informa ções utiliza do para e te mpo de latê n c ia, co n fo rm e de sc rito na Fi g u ra 2 .
co n s t r uç ã o d o q uestionário. Vale re ssal t ar que o re c rut am e n to é con t i n u o. As
in clusõ e s a co n te ce m po r to do o h o spita l on d e s ã o
Figura 1 – Primeiros passos para a construção do
ate n dido s pa c ie n te s re cé m dia gn o st ic a d os ( a té 1
questionário
an o do dia gn ó stico ) .
p re s e n te s n os locais de t rabalh o
2 . H á q u a n to 3. H á q u a n to te m p o vo cê
te mp o vo cê f u ma? pa ro u d e f u ma r ? E qu a nto
Q uai s s ã o o local de t rabalh o
e / ou prof issã o te mp o vo cê f u m o u ?
Cá lc u lo* d o te m -
p o to t a l q u e fu ma
Q u al é o tempo de exposiçã o Cá lc u lo* d o tem po
e o tempo de latên cia q u e pa ro u d e f u m a r e
d o te mp o q u e f u m o u
A pa r t i r d e ssas i n forma ções, iniciou o desenvo lvi-
m e n to d e q u e sti o n ário com a ferram enta R EDCap 4 . Você trabalha ou já trabalhou com essa substância
( R e s ea rch E l ec tro n ic Data Capture) que pos sibili- e / ou nessa função? (marque todos que se aplicam)
to u cri a r i n úm e ras lógicas de f luxo e fazer c álc u-
lo s pa ra o b ten ç ã o dos da dos que sã o n ecessário s. Ex p o s iç ã o 5 . Qu a n to te mp o
39
N
os s iste mas de in fo rma ç ã o e spe c íf ico s, co m o o Re gist ro d e Câ n -
cer de Base Po pula c io n al, RCBP, e o Re gistro H o spit al a r d e Câ n -
cer, R H C , ambo s do I n st it uto N a c io n al do Cân ce r – I N CA , a p e n a s a
ocupa çã o é da do de in te re sse para o c ân ce r re la c io n a do a o t ra ba l h o,
mas ain da po uco re gist ra da e co m baixa qualida de 1 8 . N o S I NA N, pa ra
os casos de c ân ce r re la c io n a do a o t rabalh o n o tif ic a do s, a p e n a s a l -
guns ca n ce ríge n o s sã o re gist ra do s n a f ich a de inve stiga çã o p róp ri a ,
outros que po de m c ausar in toxic a çõ e s exó ge n as a gudas, p od e m s e r
informa do s n o s re gist ro s e spe c íf ico s de sse s c aso s.
CAPÍTULO 5: R I S CO O C U PA C I O N A I S PA R A O CÂ N C E R N O PA Í S .
41
padronizados para cada país, com referência a um problema exclusivo de países em desenvolvimen-
padrão internacional, o International Standardized to, mas afeta também países ricos, embora em me-
Classif ication of Occupation (ISCO). No Brasil, a Co- nor escala. No Canadá, Estados Unidos e países da
missão Internacional de Classif icação (CONCLA), se- União Europeia, por exemplo, empregam-se dados
cretariada pelo IBGE, é responsável pela elaboração parciais para se estimar o número e prevalência
da Classif icação Brasileira de Ocupação (CBO), ba- de exposição ocupacional a cancerígenos, a par tir
seada na ISCO, preservando as especif icidades do de projeções feitas com dados de pesquisas, de al-
perf il produtivo do país, que se modif icam historica- gumas empresas, da vigilância ou mesmo com in-
mente. Notar que o emprego de dados ocupacionais formações relatadas por especialistas em higiene
requer o manejo adequado e ajustes de distintas e saúde ocupacional. Essas projeções, juntamente
classif icações da ocupação existente, e a compara- com outros dados de interesse sobre cancerígenos
bilidade com as diferentes versões da ISCO. Por um ocupacionais e, eventualmente, ambientais, con-
lado, é inegável a importância também da Classi- formam o International Information System on Oc-
f icação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), cupational Exposures to Carcinogens, chamado de
que se baseia no padrão internacional, International CAREX (Carcinogenic Exposures) 25 .
Standard Industrial Classif ication (ISIC), também
Desenvolvido no Instituto Finlandês de Saúde Ocu-
útil para o estabelecimento de estimativas de expo-
pacional (FIOH) no f inal da década de 1990, apoia-
sição a fatores de risco ocupacionais. Semelhante-
do pela OMS e pela IARC , o CAREX tem como seus
mente ao descrito para a CBO, há que se considerar
objetivos práticos imediatos o provimento de uma
suas modif icações e diferentes versões ao longo do
medida da extensão de expostos a cancerígenos, o
tempo. Apesar da sua importância e o registro da
número e a proporção de expostos. Assim, disponi-
ocupação com códigos da CBO e da CNAE em diver-
biliza dados que podem fundamentar a def inição
sos sistemas de informação em saúde, a completitu-
de prioridades de políticas, programas e ações no
de e qualidade ainda deixam a desejar 18,30 , limitando
campo da Saúde Pública e Saúde Coletiva, visando
o seu uso para interpretação direta do perf il pro-
a eliminação ou controle de fatores de risco conhe -
dutivo ou como proxy para exposições a fatores de
cidos. Também pode ser vir de aler ta para o conhe -
risco ocupacionais.
cimento do papel do trabalho para a ocorrência do
Por tanto, tratando-se de dados sobre exposições câncer, sua prevenção possível, e factibilidade de
ocupacionais, neste caso para os cancerígenos, o incorporação aos sistemas de monitoramento, por-
Brasil ainda se encontra por melhorar a informação, ventura em curso, no âmbito dos ambientes de tra-
especialmente, quando se compara com o estágio balho. De acordo com as informações da FIOH,
da vigilância epidemiológica em geral no país. A
pouca disponibilidade de dados quantitativos de
O CAREX É UMA BASE DE DADOS EM
42
VA S D O N Ú M E R O D E T R A B A L H A D O - da tabela atribuem-se valores de uma variável de
posto que o objetivo é obter uma estimativa proje- I n fe liz m e n te , n a maio ria do s paíse s em d e s e n -
tada nacional, impossível de ser calculada com da- vo lvim e n to, sã o raras as pe squisas, o s t a m a n h os
dos diretos primários de cada trabalhador. Na pri- am o st rais sã o re duz ido s e , e m e spe c ial, n ã o e s t ã o
meira etapa do trabalho do CAREX, após def inição do c um e n t a do s o s pro ce sso s de se le ç ã o a m os t ra l
dos agentes de risco, realiza-se ampla busca de li- o u e le gibilida de do s t rabalh a do re s que fora m a l vo
teratura per tinente – medidas quantitativas, semi- da m e n sura ç ã o. Ade mais, n o Brasil, a s m e d i d a s
-quantitativas ou qualitativas de exposição em am- quan t it at ivas sã o fe it as pe las e mpre sa s , s e m f i s -
bientes de trabalho e suas correspondências com c aliz a ç ã o do s pro ce sso s pe las auto rida d e s s a n i t á -
o número ou proporção de trabalhadores expostos rias, o s c rité rio s de se le ç ã o de expo sto s p ote n ci a i s
por ramo de atividade econômica 31 . Esses dados sã o subj e t ivo s e de f in ido s pe las e quipes d e s a ú d e
podem ser provenientes de estudos específ icos, de da e mpre sa, o que po de po te n c ialm e n te i m pa c t a r
mensurações compulsórias do monitoramento ocu- n a c re dibilida de do s da do s e o c asio n ar p os s í ve i s
pacional, ou de CAREX def inidas em outros países disto rçõ e s das e stimativas.
(Figura 3). Em uma 2ª etapa, estimam-se matrizes
Adotando-se a lógica de vigilância de base po-
compostas de ramos de atividade econômica e gru-
p u l a c i o n a l , o m o d e l o o r i g i n a l d o CA R E X d eve s e r
pos ocupacionais selecionados, e para cada célula
43
a d a p t a d o p a r a c a d a rea l i d a d e n a c i o n a l , c o n s i d e - Espera-se que o CAREX Brasil possa contribuir para
r a n d o - s e a s e s p e c i f i c i d a d e s d e s e u s p ro c e s s o s ampliar o conhecimento sobre cancerígenos ocupa-
p ro d u t i vo s ( f o r m a s d e p ro d u ç ã o, d i s t r i b u i ç ã o d a cionais no país, a ocorrência de casos de câncer cau-
f o rç a d e t r a b a l h o, te c n o l o g i a a p l i c a d a , n a t u re z a sados por esses agentes em trabalhadores, a gra-
d o s i n s u m o s e n vo l v i d o s , p a d rõ e s a m b i e n t a i s /c l i - vidade da inexistência ou pouco reconhecimento e
m á t i c o s o n d e a s ex p o s i ç õ e s p o d e m o c o r re r ) e e s - registro da relação com o trabalho desses casos. A
c o l h a s s o b re p r i o r i d a d e s d e v i g i l â n c i a ( d e f i n i ç ã o divulgação dessa informação pode impactar na for-
d o s a g e n te s , ex p o s i ç õ e s e s e to re s e c o n ô m i c o s mação dos prof issionais da saúde e, assim, cons-
a b r a n g i d o s ) . I s to p o s to, c i t a - s e a i n i c i a t i va , c o n - cientizá-los sobre a necessidade de maior cuidado
d u z i d a d e s d e 2 0 1 6 , d e c r i a ç ã o d o CA R E X B r a s i l , na identif icação das causas ocupacionais, ao ressal-
c o o rd e n a d o p e l o M i n i s té r i o d a S a ú d e , S e c re t a r i a tar a possibilidade de ações coletivas de prevenção
d a Vi g i l â n c i a e m S a ú d e , Co o rd e n a ç ã o G e r a l d e primária, reduzindo, consequentemente, o número
S a ú d e d o Tr a b a l h a d o r, e m p a rc e r i a c o m a Fu n d a - de casos pela adoção de uma política de fato ante-
c e n t ro e o I n s t i t u to N a c i o n a l d o C â n c e r. cipatória em relação à Saúde do Trabalhador.
Dados do
Esti mati vas d e e s tu dos Proporçã o d e
Ce n s o / PN AD
publ ic a d os com d a dos t rabalha dore s
d o n o. d e N o. d e t ra ba lha do re s
b ras i l e i ros expostos n o Bra s il
t ra ba lh a d o re s ex p o s to s p o r ra m o de
n o B ra s il a t iv id a d e e co n ô m i c a
Es ti m ati vas d e M edidas
p o r ra m o d e n o B ra s i l
preval ê n c i a d e ou tros proven ientes d e
a t iv id a d e
paí s e s higienist as
e co n ô mic a
44
45
UNIDADE 3
EXPERIÊNCIAS EM VIGILÂNCIA
DO CÂNCER RELACIONADO
AO TRABALHO
Introdução
A
s ex p o s i ç õ e s a c a rc i n o g ê n i c o s a m b i e n t a i s e o c u p a c i o n a i s re c o -
n h e c i d o s p o d e m s e r re d u z i d a s o u e l i m i n a d a s , p ro p o rc i o n a n d o
u m b e n e f í c i o i m p o r t a n te à s a ú d e d e to d o s o s i n d i v í d u o s , d o p ú b l i c o
ex p o s to e d a s g e r a ç õ e s f u t u r a s , g a r a n t i n d o a e q u i d a d e p o r r a z õ e s
s o c i o e c o n ô m i c a s . A ava l i a ç ã o d e r i s c o d e s s e s a g e n te s te m o i n t u i to
d e b u s c a r m e d i d a s d e s a ú d e p ú b l i c a p a r a re d u z i r o r i s c o d e c â n -
c e re s ev i t áve i s re l a c i o n a d o s a a g e n te s a m b i e n t a i s e o c u p a c i o n a i s .
UNIDADE 3:
E s s e p ro c e s s o f o r n e c e a b a s e c i e n t í f i c a p a r a a s d e c i s õ e s d e g e re n -
EXPERIÊNCIAS c i a m e n to d e r i s c o s o b re a s m e d i d a s q u e p o d e m s e r n e c e s s á r i a s p a r a
EM VIGILÂNCIA p ro te g e r a s a ú d e h u m a n a , s e n d o a i d e n t i f i c a ç ã o d e p e r i g o s o p r i -
m e i ro p a s s o n o p ro c e s s o.
DO CÂNCER
RELACIONADO AO OS DESFECHOS R E S U LT A N T E S D E STA S EXPOSI-
TRABALHO ÇÕ E S P O D E M S E R EVI TA D O S P O R M E I O D E P O L Í T I -
CA S Q U E PR O M OVA M A M B I E N T E S D E T R A B A L H O E
D E V I D A S A U D Á V E I S 32.
48
A S e ç ã o d e M e i o A m b i e n te e R a d i a ç ã o ( E nv i ro n - uma visão geral de onde os estudos são conduzi-
m e n t a n d R a d i a t i o n S e c t i o n – E N V ) i nve s t i g a ex- d o s , p o r c a m p o s d e e s t u d o e c o o rd e n a ç ã o d e c o n -
posições ambientais e ocupacionais com os obje- s ó rc i o s 3 4 . A l é m d i s s o, h á e s t re i t a c o l a b o r a ç ã o c o m
t i vo s d e c o n t r i b u i r p a r a a p reve n ç ã o p r i m á r i a d o o Pro g r a m a d e M o n o g r a f i a s d o I A R C ( a t u a l m e n te ,
c â n c e r e c o m a a va l i a ç ã o d o i m p a c to d e fa to re s n a S e ç ã o d e S í n te s e e C l a s s i f i c a ç ã o d e E v i d ê n -
a m b i e n t a i s n o p ro g n ó s t i c o e n o c u r s o d a d o e n ç a . cias), pois certas atividades de pesquisa podem
I s to s e d á p o r m e i o d e e s t u d o s e p i d e m i o l ó g i c o s s e r i n i c i a d a s o u i n c e n t i va d a s à l u z d o re s u l t a d o
c o l a b o r a t i vo s i n te r n a c i o n a i s , q u e u s a m a b o rd a - d a ava l i a ç ã o d e u m a M o n o g r a f i a e m p a r t i c u l a r,
g e m m u l t i d i s c i p l i n a r, o u p o r m e i o d o i n í c i o d e a f i m d e e s c l a re c e r q u e s tõ e s a b e r t a s o u a m p l i a r
estudos epidemiológicos analíticos individuais; a o c o n h e c i m e n to s o b re p o s s í ve i s a g e n te s c a n c e -
S e ç ã o a i n d a c o o rd e n a c o n s ó rc i o s i n te r n a c i o n a i s r í g e n o s . D a m e s m a f o r m a , o Pro g r a m a d e M o n o -
de estudos epidemiológicos. g r a f i a s d o I A R C e s t á e n vo l v i d o e m a l g u n s e s t u d o s
E N V, c o n t r i b u i n d o c o m ex p e r t i s e s o b re o s a g e n -
Co m u m f o r te v i é s n a á rea a m b i e n t a l ( i n c l u i n -
te s e d i s p o n i b i l i z a n d o o s m a i s re c e n te s c o n h e c i -
d o o c u p a ç ã o e ex p o s i ç ã o à r a d i a ç ã o ) , e s t a s e ç ã o
m e n to s s o b re n ovo s d e s e n vo l v i m e n to s .
c o n c e n t r a s u a p ro d u ç ã o n a m e l h o r c o m p re e n -
s ã o d a c a rg a d e c â n c e r a t r i b u í ve l a e s te s fa to re s
O programa de monograf ias da IARC
e e m d e s c o b r i r re l a ç õ e s d o s e - re s p o s t a p a r a o u -
t ro s s u p o s to s f a to re s d e r i s c o. A s s i m , s e u f o c o f o i O PROGRAMA DE MONOGRAFIAS
d i re c i o n a d o p a r a Pa í s e s d e B a i xa e M é d i a R e n d a
DA IARC É UM ELEMENTO CEN-
( L ow- a n d - M i d d l e - I n c o m e - Co u n t r i e s – L M I Cs ) , e m
TRAL DO PORTFÓLIO DE ATIVIDA-
p a r t i c u l a r , j á q u e o s n í ve i s d e p o l u i ç ã o a m b i e n -
DES DA IARC. NELE, GRUPOS IN-
t a l n e s s e s l o c a i s s ã o f re q u e n te m e n te m a i s a l to s
e a re g u l a m e n t a ç ã o s o b re p ro te ç ã o o c u p a c i o n a l TERNACIONAIS DE ESPECIALISTAS
49
b i l i d a de d e d esenvolver cân cer depen derá de o u- d a d o s a t r avé s d o vo l u m e 1 2 0 d a s M o n o g r a f i a s d a
t ro s fa to res, co m o o tipo e extensã o da exposiç ã o e I A R C c o r re s p o n d e n te s a o s a n o s d e 1 9 7 1 a 2 0 1 7, i n -
a fo rç a d o e fei to d o a gente. Esta informa çã o po de d i c a n d o q u e o n ú m e ro d e c a rc i n o g ê n i c o s o c u p a -
se r u s a d a p o r a g ê n cias na cionais de saúde , po r c i o n a i s re c o n h e c i d o s a u m e n to u p ro g re s s i va m e n -
exe m pl o, co m o s up or te científ ico para suas a çõ e s te n a s ú l t i m a s d é c a d a s . I n f o r m a ç õ e s a d i c i o n a i s
d e p reven ç ã o à exposiçã o a poten ciais carcin ó ge - s o b re o t i p o d e c â n c e r , c e n á r i o s d e ex p o s i ç ã o e
n o s . O Pro g ra m a d e Mon ograf ias é uma das prin - ro t a s e a d i s c u s s ã o d a s te n d ê n c i a s n a i d e n t i f i c a -
c i pa i s fo nte s d e ju stif icativa científ ica para re co - ç ã o d e c a rc i n ó g e n o s a o l o n g o d o te m p o t a m b é m
m e n da çõ es d e s aúde pública rela ciona das a o m e io f o r a m f o r n e c i d a s . 47 c a rc i n o g ê n i c o s o c u p a c i o n a i s
am bi e n te e à o c upa çã o. As m on ograf ias sã o am- conhecidos (substâncias individuais, misturas ou
p l a m e n te u ti l i za d a s e referen cia das por gove rn o s, t i p o s d e r a d i a ç ã o ) f o r a m i d e n t i f i c a d o s e m 2 0 1 7,
o rga n i z a çõ es e p el o público em todo o mun do . 33
e m c o m p a r a ç ã o c o m 2 8 e m 2 0 0 4 . A l é m d i s s o, 1 2
o c u p a ç õ e s , i n d ú s t r i a s o u p ro c e s s o s t a m b é m f o -
Até o momento, foram publicados 122 volumes de
r a m a p o n t a d o s p o r e s te p o te n c i a l ( j á d e s c r i to n o
Monograf ias que abrangem mais de 1000 agen-
e s t u d o d e Co g l i a n o e t a l . , 2 0 1 1 1 2 ) . O c â n c e r d e p u l -
tes. Os agentes individuais e exposições comple-
m ã o f o i o t i p o m a i s c o m u m d e c â n c e r d e to d a s a s
xas são atribuídos a diferentes grupos, de acordo
a s s o c i a ç õ e s d e c â n c e re s ( 2 3%) , s e g u i d o d e c â n c e r
com o nível de evidência de sua carcinogenici-
d e p e l e ( 1 0 %) , c â n c e r ó s s e o ( 9 %) , c â n c e r d e b ex i g a
dade, a saber: o grupo 1, carcinógenos humanos,
( 7 %) , c â n c e r d e c av i d a d e n a s a l e p a r a n a s a l ( 6%) .
que atualmente consiste em 120 agentes; o grupo
A s ro t a s d o m i n a n te s d e ex p o s i ç ã o f o r a m a i n a l a -
2A , os prováveis carcinógenos humanos, possui
ç ã o e a a b s o rç ã o d é r m i c a .
82 agentes; o grupo 2B, dos possíveis carcinogê-
nicos humanos, possui 302; o grupo 3, não clas-
Projetos da Seção de Ambiente e Radiação
sif icável para carcinogenicidade em humanos,
da IARC
possui 501; e o grupo 4 , provavelmente não car-
c i n o g ê n i c o p a r a h u m a n o s , t e m 1 a g e n t e 35. U m a A e pide mio lo gia do c ân ce r re la c io n a do a o t ra ba -
atualização abrangente de todos os carcinogê- lh o n a I A RC fo i co n duz ida e m grupo s com n om e s
n i c o s d o g r u p o 1 f o i r e a l i z a d a e m 2 0 1 0 , n o Vo l u - dife re n te s, j á que a e st rut ura do s grup os d e p e s -
me 100 A a F . Os procedimentos utilizados para
36
quisa mudo u a o lo n go do te mpo.
avaliar as evidências científ icas estão descritos
A IARC INICIOU E REALIZOU ESTU-
n o P r e â m b u l o d a s M o n o g r a f i a s 3 7.
D O S PA R A R E S P O N D E R P E R G U N TA S
U m a rev i s ã o re c e n te d e L o o m i s e t a l . ( 2 0 1 8 ) 3 8 a t u -
ESPECÍFICAS DE PESQUISA E MON-
a l i z o u a s l i s t a s p u b l i c a d a s a n te r i o r m e n te d e c a r -
TOU CONSÓRCIOS INTERNACIONAIS
cinogênicos ocupacionais conhecidos, incluindo
DE ESTUDOS JÁ REALIZADOS.
50
Exe m pl o s d e estud os inicia dos e coordena dos pe la n ó rdico s, o que pe rmite um re c rut am e n to d e l on -
IA R C e co n d u zi d o s por colabora dores de to do o go prazo e a in clusã o de uma gran de am os t ra .
mu n d o sã o o Estudo de Trabalha dores de Asfal to
Outro consórcio é o AGRICOH, composto por estu-
Eu ro pe us, para i nvestigar o risco de cân cer e n tre
dos de coor te agrícola para incentivar e apoiar o
t ra ba l ha d o re s exp ostos a o betum e e o estudo de
agrupamento de dados af im de estudar associações
O c u pa çã o, Me i o A mbiente e Cân cer de Pulmã o n a
entre doenças e exposições que coor tes individuais
Eu ro pa Ce ntral e Oriental.
não têm poder estatístico suf iciente para estudar 40 .
Projetos de pesquisa atuais sobre exposições O consórcio também inclui três coor tes gerais da
ocupacionais em ENV incluem o estudo de As- população com grandes proporções de agricul to-
best, que obser va a exposição ocupacional à cri- res. Para for talecer a pesquisa em ambientes pou-
sotila em trabalhadores em minas e instalações co estudados, o consórcio busca identif icar novas
de processamento em Asbest, Rússia . Trata-se 39
coor tes agrícolas par ticipantes em países de baixa
de um estudo de coor te histórica realizado em e média renda. O consórcio é coordenado por um
colaboração com o Instituto de Pesquisa de Saú- grupo diretor que funciona por um período de cin-
d e O c u p a c i o n a l I z m e r o v, e m M o s c o u . O s p r i n c i - co anos (atualmente, 2016-2020). No primeiro proje-
pais objetivos do estudo são caracterizar ainda to de agrupamento dentro do consórcio AGRICOH,
mais a relação exposição-resposta entre a criso- foram desenvolvidas matrizes de exposição de cul-
tila e os cânceres já estabelecidos como causa- turas para uma avaliação da exposição ocupacional
dos por amianto, e acrescentar à evidência dis- a ingredientes ativos e grupos químicos de agro-
ponível informações sobre os riscos de outros tóxicos. Um ar tigo descrevendo a metodologia foi
tipos de câncer. A coor te está sendo atualmente publicado 41 e várias análises estão em andamento,
calculada e seu tamanho esperado é de mais de como também outras sendo planejadas.
30.000 trabalhadores.
O Estudo Internacional de Trabalhadores Nucleares
O e s t u d o NORD -T EST é outro estudo em ENV, co m (INWORKS) é um estudo epidemiológico colabora-
fo co e m exp o s i çõ e s ocupa cionais. É um estu do de tivo para melhorar o conhecimento sobre os efeitos
c a s o - contro l e basea do em registro n os paíse s n ó r- na saúde da exposição prolongada a baixas doses
d i co s q u e i nvesti g a m a exposiçã o ocupa ciona l do s de radiações ionizantes. Trata-se de um estudo de
pa i s e o ri sco d e c â n cer testicular em seus f ilh o s. É coorte multinacional, seguindo 308.297 trabalhado-
rea l i z a do n o s pa í s es n órdicos, uma regiã o con h e - res da indústria nuclear na França, no Reino Unido
c i d a p or ter a m ai o r prevalên cia de cân cer testic u- e nos EUA . Em um seguimento médio de 27 anos, o
la r n o mu n d o e co nh ecida por sua al ta qualida de número de mortes observadas foi de 66.632, incluin-
n o re gi stro d e d a d os. Desde a déca da de 19 60, o do 17.957 mortes por cânceres sólidos, 1.791 mortes
re gi s t ro d o c â n cer tem sido obrigatório n os paíse s por cânceres hematológicos e 27.848 mortes por
51
doenças cardiovasculares. A dose externa cumulati- pamento são bem-sucedidos,
va individual média no período 1945-2005 foi de 25 é possível estudar exposições
millisievert. As análises demonstraram uma associa- combinadas, exposições raras e
ção signif icativa entre a dose de medula óssea ver- fazer sub-análises, como restri-
melha e o risco de leucemia (excluindo a leucemia tas a não fumantes, mulheres ou
linfocítica crônica) e entre a dose de cólon e o risco grupos etários específ icos, etc .
de cânceres sólidos. O INWORKS é uma importan- que se conf iguram estudos valio-
te fonte de informação na proteção de adultos com sos. Um projeto de agrupamento
baixa exposição à radiação ionizante . 42
deve ser baseado em estudos de
boa qualidade; ou seu alto valor
Outros consórcios internacionais, como o Consórcio
científ ico é perdido.
Internacional de Leucemia Infantil (CLIC) e o Con-
sórcio Internacional de Epidemiologia do Câncer de O s de saf io s at uais in clue m a
Cabeça e Pescoço (INHANCE), têm um escopo mais pro te ç ã o aprim o ra da de da do s
amplo do que o estudo de exposições ocupacio- pe ssoais e m to do o mun do. At u-
nais 43,44
. No entanto, permitem a análise de exposi- alm e n te , os da do s utiliz a do s
ções ocupacionais em um subconjunto de estudos, e m ban co s a grupa do s sã o an ô -
ou seja, aqueles que coletaram informações de tra- n im o s, e n quan to a ch ave para
balho dos sujeitos do estudo e/ou de seus pais . Es-45
ide n tif ic a do re s e a ce sso a da-
ses consórcios estão em colaboração com a IARC ou do s n a c io n ais e ste n dido s pe r-
foram iniciados pela mesma. A coordenação do CLIC man e ce n o re spe c t ivo in st it uto
é agora administrada principalmente pela Berkeley n a c io n al. A I A RC po de co mple -
University, enquanto o centro de coordenação de m e n t ar a ge n das de pe squisa re -
dados está no IARC, e a coordenação do INHANCE é gio n ais e n a c io n ais po r m e io de
feita pela Universidade de Utah. pe squisas dif íce is de se re m re -
aliz a das e m paíse s in dividuais,
Considerações f inais po r exe mplo, e m co n diçõ e s de
expo siç ã o raras. I n st it uto s de
A IARC ganhou grande experiência na coordenação
pe squisa re gio n ais e n a c io n ais
de consórcios e na hospedagem de dados e é f re-
sã o e st imula do s a t rabalh ar e m
quentemente entendida como parceira “ neutra” em
co n j un to co m o I A RC para e s-
colaborações internacionais. A partilha de estudos
t udar o c ân ce r e m po pula çõ e s
requer sempre uma estreita colaboração entre par-
afe t a das sub pe squisa das e e s-
ceiros, a f im de harmonizar e explorar os dados da
t udar c ân ce re s c uj as c ausas sã o
melhor maneira possível. Quando os dados de agru-
de sco n h e c idas.
52
O
inve st im e n to da Á rea Té c n ic a A mbie n te , Trabalh o e Câ n ce r d o
I nst it uto N a c io n al de Cân ce r J o sé A le n c ar Go m e s da S i l va – I NCA
em proj e to s de pe squisa visa à
TRABALHO
Monitoramento de populações expostas a agentes cance-
rígenos e vigilância do câncer
RELACIONADO AO
Inquéritos com trabalhadores expostos ocupacionalmente
TRABALHO ao Benzeno
53
de combustíveis entre os anos de 2011 e 2013. Esse mun ic ípio de Do m Fe lic ian o – RS , dé c im o te rce i ro
estudo contou com apoio f inanceiro da OPAS . maio r mun ic ípio pro duto r de t aba co do pa í s 46 , q u e
fo i um e studo in te rin stit uc io n al, co o rden a d o p e l a
Estudo Epidemiológico Caso-controle: Ris- Á rea Té c n ic a, teve co m o o bj e tivo prin c i pa l t ra ça r
cos ocupacionais e Linfoma não-Hodgkin um dia gn ó st ico da sit ua ç ã o de saúde d a p op u l a -
em adul tos ç ã o, c uj a at ivida de prin c ipal e ra o c ul tivo d o t a ba -
co. N a m e sma po pula ç ã o, fo i avalia da a ocorrê n ci a
U m pro jeto d e p esquisa desenvolvido pela Á rea
da Do e n ç a da Fo lh a Ve rde do taba co e seu s fa tore s
d e A m bi e nte, Tra balh o e Cân cer que m erece de s-
asso c ia do s e m a gric ul to re s pro duto re s d e t a ba co
t a q u e , p o r ser u m estudo analítico do tipo c aso -
re side n te s n o mun ic ípio.
- co n t ro l e e p e l o c aráter pion eiro n o Brasil , é o
“R i s co s o c u p a c i o n ais e linfom as n ão -H odgkin e m No ano de 2016 teve início o projeto de pesquisa
a du l to s ”. Tal p ro je to foi desenha do para aval iar o s intitulado “Investigação dos efeitos tóxicos sobre a
ri s co s o c u pa c i o nai s associa dos a o desenvolvi m e n - saúde de trabalhadores rurais do município de Ca-
to de Li nfo m a nã o -H odgkin n o Brasil, ten do sido simiro de Abreu (RJ) expostos aos agrotóxicos”, que
co n du zi d o e ntre o s an os de 2012 e 2016 n o H o s- tem os seguintes objetivos: (1) Avaliar a exposição
p i t a l do Câ n cer I d o I NCA . O s seus da dos j á fo ram ocupacional a agrotóxicos, através da identif icação
an a l i s a d o s e a p o n tam um aum ento da chan ce do de danos genotóxicos/mutagênicos, que possam
d e s e nvo l vi m ento d e LNH em in divíduos que fo ram estar relacionados ao desenvolvimento de câncer
ex p o s tos o c u pa c i o nalm ente a solventes e a gro - em trabalhadores rurais do município de Casimiro
tóx i co s. E m b reve os ar tigos científ icos com uma de Abreu, estado do Rio de Janeiro; e (2) elaborar
c a ra c teri za ç ã o m a i s prof un da do estudo e d o s re - proposta de documento técnico para combater os
su l t a do s s erã o p ub l ica dos em revistas científ ic as. impactos dos agrotóxicos sobre a saúde, bem como
construir uma matriz de exposição que possa pro-
Inquéritos Rurais com trabalhadores ex- duzir subsídios para o planejamento em saúde a
postos ocupacionalmente ao Sol, ao Taba- par tir dos conhecimentos e práticas das comunida-
co e aos Agrotóxicos des, dos prof issionais de saúde e lideranças locais.
55
UNIDADE 4
E XP O S I ÇÕ E S O C U PA C I O N A I S
E CÂNCER
ATLAS DO CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO NO BRASIL
A
IDENTIFICAÇÃO DOS AGENTES CANCERÍ-
GENOS NOS AMBIENTES DE TRABALHO,
A AVALIAÇÃO DOS RISCOS A QUE OS TRABA-
LHADORES ESTÃO EXPOSTOS E A IMPLEMEN-
TAÇÃO DE MEDIDAS PREVENTIVAS NOS MICRO-
AMBIENTES DEVEM SER OS PRIMEIROS PASSOS
PARA QUE HA JA REDUÇÃO EFETIVA DE EXPO-
SIÇÃO E ADOECIMENTO.
58
Ex i s te m evi d ên c i as suf icientes em human o s da e apo n ta fo r te asso c ia ç ã o co m o de se nvol v i m e n -
a s s o c i a ç ã o entre a exposiçã o à poeira de couro e to de c ân ce r sin o n asal, co m exce sso de ri s co pa ra
o d e s e nvo l vi m ento de cân cer na cavida de nasal e a de n o c arc in o ma. Asso c ia çõ e s mais f ra c a s , q u e n e -
n o s s e i o s pa ranasais. N esse sentido, a poeira de ce ssitam apro f un dam e n to do s e studo s , a p on t a m
co u ro é d e f i n i ti va m ente carcin ogênica (Grup o 1 ) 3 6 . asso c ia ç ã o co m c ân ce r de o ro farin ge , fa ri n g e , l a -
D a m e sm a fo rm a q ue na in dústria têxtil, a po e ira rin ge e pulmã o 3 6 ,49 .
d e co u ro n o s s eus diversos processos de trabalh o,
O c ar vã o (o u c ar vã o de pe dra) co n siste ba s i ca m e n -
d e s de a reti ra d a d o couro animal e seu cur ti m e n -
te de mate rial ve ge tal c arbo n iz a do e exi s te e m vá -
to, a té a m a nufatura e reparo de calça dos, envo lve
rias fo rmas (lin ito, be tumin o so, an tra ci to, e n t re
p ro du tos q u í m i co s, alguns classif ica dos pela I A RC
o ut ro s) . Po de se r ma c io o u duro e classif i ca d o p e l o
co m o ca rc i n o g êni cos. Ain da segun do a I AR C 33 , as
te o r de c in z as e o te o r de e n xo f re . É en con t ra d o
ev i dê n ci as q ue rel a cionam o trabalh o na in dústria
prin c ipalm e n te n o subso lo e , e m de co rrê n ci a , s u a
d e m a n ufatura e reparo do calça do com o aum e n -
prin c ipal fo rma de expo siç ã o o c upa c io na l é a m i -
to do ri s co d e c ân cer na cavida de nasal e n os se io s
n e ra ç ã o, po de n do o co rre r també m n o t ra n s p or te ,
pa ra n a sa i s sã o fo r tes, com desta que para o a de n o -
n a e sto c a ge m, n o pro ce ssam e n to e n o s e u u s o. A
c a rc i n o m a s i n o n asal.
co mpo siç ã o da po e ira de c ar vã o varia d e a cord o
H á u m a e n o r m e va r i e d a d e d e e s p é c i e s d e á r vo re s co m se u tipo e t ambé m co m a n aturez a d a roch a
c o m d i f e re n te s t i p o s d e m a d e i r a , e m d i f e re n te s de o n de e la se o rigin a; da m e sma fo rm a , os d i fe -
re g i õ e s d o p l a n e t a e d i f e re n te s f o r m a s d e c u l t i - re n te s pro ce sso s de trabalh o o n de e st á i n s e ri d a ,
vo, fa z e n d o c o m q u e a c o m p o s i ç ã o d a p o e i r a va - po de m e nvo lve r expo siçõ e s a o ut ro s a g e n te s ca r-
r i e c o n s i d e r a ve l m e n te . A l é m d i s s o, a p o e i r a d e c in o gê n ico s. As evidê n c ias que apo n tam a re l a çã o
m a d e i r a é g e r a d a e m d i ve r s o s p ro c e s s o s , d e s d e o e n t re a expo siç ã o o c upa c io n al à po e ira d e ca r vã o
c o r te d a s á r vo re s a té o p ro d u to /u s o f i n a l ( m óve i s , co m o c ân ce r de e stô ma go sã o co n sisten te s ; j á e m
c o m p e n s a d o s , m a d e i r a d o p a r a c o n s t r u ç ã o, e tc . ) . re la ç ã o a o c ân ce r de pulmã o, h ipo farin g e e l a ri n -
N o s m u i to s p ro c e s s o s p e l o s q u a i s p a s s a p a r a o s ge , as evidê n c ias sã o po uco co n siste n te s 3,50–52 .
s e u s d i ve r s o s u s o s , e l a p o d e te r s i d o ex p o s t a a o
f o r m a l d e í d o, s o l ve n te s , p re s e r va t i vo s d e m a d e i r a , M E TA I S
a g ro tóx i c o s , c re o s o to, e n t re m u i to s o u t ro s . O s 34
D i ve r s o s p ro c e s s o s d e t r a b a l h o e n vo l ve m m e t a i s ,
t r a b a l h a d o re s d e to d a c a d e i a d e p ro d u ç ã o /ex t r a -
t a n to n a f o r m a d e p o e i r a c o m o d e f u m o s /va p o r e
ç ã o d a m a d e i r a s ã o ex p o s to s a p o e i r a d e m a d e i r a
as principais vias de acesso são a inalação e in-
e a o s s e u s c o n t a m i n a n te s , m u i to s re c o n h e c i d a -
g e s t ã o. A l g u n s e s t u d o s a p o n t a m a re l a ç ã o e n t re
m e n te c a rc i n o g ê n i c o s .
a ex p o s i ç ã o a p o e i r a s , d e m e t a l i n c l u s i ve , a o d e -
A I A R C cl assi f i c a a poeira de ma deira e a marce n a- s e n vo l v i m e n to d e c â n c e r d e e s tô m a g o 5 3 , 5 4 . O u t ro s
ri a co m o d e f i ni ti va m ente carcin ogênicos (Gru po 1 ) re l a c i o n a m a p re s e n ç a d e f u m o s a o d e s e nvo l v i -
59
m e n to d e c â n c e r d e p u l m ã o e d e v i a s a é rea s s u - c ân ce r re n al e de pró st at a. O Cá dmio e s e u s com -
p e r i o re s 5 4 – 5 6 . A s e g u i r, a l g u n s m e t a i s ( e s e u s c o m - po sto s sã o classif ic a do co m o Grupo 1 pel a I A R C 36 .
p o s to s ) s e r ã o d e t a l h a d o s .
O ch umbo o co rre n aturalm e n te n a c ro s t a d a te rra
A exposição ocupacional ao Arsênio, um subprodu- e po de se r o btido po r min e ra ç ã o, alé m d a ra s pa -
to da produção de metais não ferrosos, se dá, ma- ge m de pro duto s co m ch umbo (re c icla g e m ). Tra -
joritariamente, em usinas termelétricas de car vão, balh a do re s e stã o expo sto s n as in dústri a s d e re f i -
fundição, manufatura de vidro, montagem de bate- n o e f un diç ã o de ch umbo, man ufat ura d e ba te ri a s ,
rias e indústria de eletrônicos. A via de exposição co r te e so lda ge m de a ço, co n st ruç ã o ci v i l , s ol d a -
principal é a inalação. Há evidências suf icientes de ge m co m so lda de ch umbo, in dústria de p i n t u ra e
sua carcinogenicidade e relação causal com o cân- impre ssã o, po sto s de gaso lin a/gara ge ns . Es t u d os
cer de pulmão, bexiga e pele, além de associação m o stram re la ç ã o e n tre a expo siç ã o a os com p os -
positiva com o câncer renal, de f ígado e de prósta- to s de ch umbo in o rgân ico e o de se nvo lv i m e n to d o
ta. O Arsênio e os compostos inorgânicos de Arsê - c ân ce r de pulmã o, e stô ma go e rin s. N o e n t a n to, h á
nio são classif icados como Grupo 1 pela IARC . 36
evidê n c ias limita das e m re la ç ã o à sua ca rci n og e -
n ic ida de . O s co mpo sto s de ch umbo in o rg â n i co s ã o
Um dos elementos mais abundantes na crosta da
classif ic a do s co m o provave lm e n te c arc i n og ê n i cos
terra, o Berílio é encontrado em rochas e minerais.
para h uman o s, grupo 2 A 3 6 .
Sua exposição ocupacional se dá na fundição/fabri-
cação de berílio, em fundições não ferrosas, fabrica- O Co bal to o co rre n a n at urez a distribuí d o e m d i -
ção de cerâmicas, ref ratários e eletrônicos e nas ati- fe re n te s ro ch as, de o n de po de se r ext ra í d o. A v i a
vidades de soldagem. A via de exposição principal é prin c ipal de expo siç ã o é a in ala ç ã o e po d e ocorre r
a inalação. Há evidências suf icientes de sua carci- duran te o re f in o do co bal to, n a pro duç ã o d e l i g a s ,
nogenicidade para humanos e de sua relação causal n a in dúst ria do m e t al pe sa do. N e sta úl t i m a , coe -
com o câncer de pulmão. O Berílio e seus compostos xiste a expo siç ã o à po e ira de o utro s m et a i s p e s a -
são classif icado como Grupo 1 pela IARC 36,55
. do s. Est udo s m o st ram re la ç ã o e n tre a ex p os i çã o
a o Co bal to e o de se nvo lvim e n to do c ân ce r d e p u l -
M e n o s co m u m , o Cá dmio é en contra do asso c ia do
mã o, po ré m h á evidê n c ias limita das e m re l a çã o à
p ri n ci pa l m ente a o zin co, chumbo e cobre. A expo -
sua c arc in o ge n ic ida de . Asso c ia do a o c arb on e to d e
s i ç ã o o c u pa c i o nal ocorre prin cipalm ente at ravé s
Tun gstê n io, e le é classif ic a do co m o provave l m e n -
d e p o e i ra e va p o r/fum o em ativida des com o re f i-
te c arc in o gê n ico (Grupo 2 A ) ; j á o co bal to ( m e t a l ),
n o d o z i n co /ch um b o/cobre, manufatura de ligas e
iso la dam e n te , é classif ic a do co m o po ss i ve l m e n te
p i g m e nto s , p ro d uç ã o de baterias de níquel- c á d-
c arc in o gê n ico (Grupo 2B) 3 6 .
m i o e ga l vani za ç ã o. H á evidên cias suf iciente s de
s u a c a rc i n o g eni c i d a de e rela çã o causal com o c ân - Trabalh a do re s po de m se r expo sto s a o C rom o He -
ce r de pu l m ã o, al é m de associa çã o positiva co m o xavale n te (VI ) e se us co mpo sto s pe la i n a l a çã o,
60
a t ravé s d e p o e i ra s, n évoas e f um os. As prin c ipais incluam compostos de Níquel e o Níquel metal, as-
a t i v i d a de s o n d e e ssa exposiçã o pode ocorre r sã o : sim como de sua relação causal com o câncer de
pro d u çã o, u s o e solda gem de m etais e liga co m pulmão, cavidades nasais e seios paranasais 36 .
crô m i o ; p ro d uç ã o e uso de compostos de c ro m o
O t r a b a l h o n a s f u n d i ç õ e s d e Fe r ro e A ç o p o d e e n -
t i n t a s e p i g m ento s; galvaniz a çã o e a grotóxico s.
vo l ve r u m a s é r i e d e ex p o s i ç õ e s , c o m o s í l i c a , m o -
H á ev i d ê n c i as s uf i c ientes da carcin ogenicida de de
n óx i d o d e c a r b o n o, h i d ro c a r b o n e to s p o l i c í c l i c o s
co m po s to s co m C rom o Hexavalente (VI ) e su a re -
a ro m á t i c o s ( H PA / PA H ) , c o m p o s to s d e N í q u e l e
la ç ã o causal co m o cân cer de pulmã o, além d e as-
C ro m o, C h u m b o, Fo r m a l d e í d o, A m i n a s , e n t re o u -
s o c i a ç ã o p o s i ti va e ntre a exposiçã o dos comp o sto s
t ro s . A v i a d e ex p o s i ç ã o é p r i m o rd i a l m e n te a i n a -
de C ro m o (VI) e o cân cer de nariz e seios nasais.
l a ç ã o d e p o e i r a s , f u m o s e n é vo a s . H á ev i d ê n c i a s
O C ro m o e seus co mpostos sã o classif ica do co m o
s u f i c i e n te s d a c a rc i n o g e n i c i d a d e d a ex p o s i ç ã o
G r u po 1 p e l a IA RC 36 .
o c u p a c i o n a l n a f u n d i ç ã o d e f e r ro e a ç o ( G r u p o 1 )
Co mp osto s de MetilMercúrio sã o classif i c a do s e s u a re l a ç ã o c a u s a l c o m o c â n c e r d e p u l m ã o. D a
co m o po s si vel m ente carcin ogênicos para hum an o s m e s m a f o r m a , o t r a b a l h o n a i n d ú s t r i a d e p ro d u -
( G r u p o 2B), p o i s a s evidên cias de sua carcin o ge n i- ç ã o d e a l u m í n i o ex p õ e o t r a b a l h a d o r a o M o n óx i d o
c i d a de sã o i n a d e q ua das em human os e suf ic ie n - d e c a r b o n o, D i óx i d o d e e n xo f re , C ro m o, N í q u e l ,
te s e m ani m ai s d e laboratório. A via de exposiç ã o e n t re o u t ro s , m a s a p r i n c i p a l ex p o s i ç ã o é a o s
o c u pa ci o nal é a i nala çã o, que pode ocorre r n a H i d ro c a r b o n e to s Po l i c í c l i c o s A ro m á t i c o s ( H PA /
p ro du ç ã o e uso d e f un gicidas, equipam entos e lé - PA H ) . A i n d a , h á e v i d ê n c i a s s u f i c i e n te s d a c a rc i n o -
t ri co s , a nti s sép ti co s, assim com o em labora tó rio s g e n i c i d a d e d a ex p o s i ç ã o o c u p a c i o n a l n a i n d ú s t r i a
d e pa to l o g i a , co n sul tórios dentários, entre outro s. d o A l u m í n i o ( G r u p o 1 ) e s u a re l a ç ã o c a u s a l c o m o
O M e rcú ri o m etál i co e compostos in orgânico s de c â n c e r d e b ex i g a e p u l m ã o.
m e rcú ri o sã o cl assi f ica dos n o Grupo 3 . 36
RADIAÇÃO
A exposição ocupacional ao Níquel e seus compos-
tos ocorre através da inalação de poeiras, fumos e A s p r i n c i p a i s f o n te s d e ex p o s i ç ã o o c u p a c i o n a l à
névoas. As atividades mais comuns estão relaciona- R a d i a ç ã o I o n i z a n te s ã o a c i d e n te s n a p ro d u ç ã o e
das às indústrias de produção, desde a mineração t r a n s p o r te d e a r m a s n u c l ea re s , p ro d u ç ã o d e e n e r -
até fundição e ref ino do elemento. Além dessas, g i a n u c l ea r e s e u u s o m é d i c o p a r a d i a g n ó s t i c o e
destacam-se também as atividades de fabricação te r a p i a , n o q u e s e re f e re a o s r a i o s X e g a m a , a l é m
de aço inoxidável e outras ligas contendo Níquel d a ex p o s i ç ã o à r a d i a ç ã o s o l a r n a s a t i v i d a d e s d e
e na produção de baterias. Este e seus compostos t r a b a l h o a o a r l i v re e d e r a d i a ç ã o u l t r av i o l e t a n o
são classif icados como def initivamente carcinogê- t r a b a l h o d e s o l d a g e m . E s s a s f o n te s d e r a d i a ç ã o
nicos para humanos (Grupo 1), pois há evidências s ã o c l a s s i f i c a d a s c o m d e f i n i t i va m e n te c a rc i n o g ê -
suf icientes da carcinogenicidade de misturas que n i c a s p e l a I A R C 3 6 , 57 .
61
Há ev i d ê n c i as s uf i ciente da carcin ogenicida de da H á evidê n c ias suf ic ie n te da c arc in o ge n i ci d a d e d a
ra d i a ç ã o X e g a m a e sua rela çã o causal com Le uce - expo siç ã o a o Ra dô n io e sua re la ç ã o c au s a l com o
m i a ( excl u i n d o LLC) , Cân cer de mama, de tireo ide , c ân ce r de P ulmã o (Grupo 1 ) . També m foi con s t a t a -
d e pe l e (cé l u l as basais) , de estôma go, de colón , de da asso c ia ç ã o po sit iva co m Le uce mia 3 6 , 57.
p u l m ã o, d e g l â n d ula salivar, de esôfa go, de o sso s,
As pe ssoas e stã o, ain da, expo stas à ra d i a çã o n ã o
d e ri n s , d e b exi g a e do SNC . Assim com o també m
io n iz an te , at ravé s de c ampo s/o n das e let rom a g n é -
fo i o bs er va d a a sso cia çã o positiva com cân ce r do
t ic as que po de m se r n at urais o u fe itos p e l o h o -
re to, f í g a d o, pâ n c reas, ovário, próstata, MM e L N H .
m e m, co m o n a in dústria de e n e rgia e l é t ri ca , n os
O s e s t u d o s s o b re R a d i a ç ã o S o l a r t a m b é m m o s - t ran spo r te s e le t rif ic a do s, e n tre o ut ro s . As on d a s
t r a m e v i d ê n c i a s s u f i c i e n te d e s u a c a rc i n o g e n i c i - e le t ro ma gn é t ic as de f re quê n c ia ext re m a m e n te
d a d e e re l a ç ã o c a u s a l c o m C a rc i n o m a d e c é l u l a s baixa sã o re la c io n a das a fo n te s fe itas pel o h om e m ,
basais, de células escamosas e o Melanoma Ma- co m o n a o pe ra ç ã o de siste mas/e st a çõ es d e força
l i g n o ( G r u p o 1 ) . A l é m d e a s s o c i a ç ã o p o s i t i va c o m e n a in dúst ria de dispo sit ivo s e lé t rico s e e l e t rôn i -
c â n c e r d e l á b i o s , C a rc i n o m a d e c é l u l a s e s c a m o - co s. As evidê n c ias so bre a c arc in o ge n ic i d a d e d os
s a s d a c o n j u n t i va e m e l a n o m a o c u l a r. Fo n te s a r- c ampo s e le t ro ma gn é t ico s e stát ico s e el é t ri cos d e
t i f i c i a i s d e U V ( c a m a s b ro n z ea d o r a s ) t a m b é m s ã o f re quê n c ia extre mam e n te baixo s n ã o sã o cl a s s i f i -
c l a s s i f i c a d a s c o m o D e f i n i t i va m e n te C a rc i n o g ê n i - c áve is co m o c arc in o gê n ico s para h uman os ( G r u p o
ca para humanos (Grupo 1) e foram constatadas 3) . J á o s c ampo s ma gn é t ico s de f re quê n ci a ex t re -
ev i d ê n c i a s s u f i c i e n te s d e s u a re l a ç ã o c a u s a l c o m mam e n te baixa sã o classif ic a do s co m o p os s i ve l -
M e l a n o m a M a l i g n o, M e l a n o m a o c u l a r e C a rc i n o - m e n te c arc in o gê n ico s para h uman o s ( G r u p o 2 B ).
ma de células escamosas. Da mesma forma, a Ra- O s c ampo s e le t ro ma gn é t ico s de ra dio f re q u ê n ci a ,
d i a ç ã o U l t r a v i o l e t a ( U VA , U VB , e U VC ) t a m b é m é que e nvo lve m ativida de s co m o pro duç ã o e u s o d e
classif icada pela IARC no Grupo 1 . 36
co mun ic a ç ã o se m f io (wire le ss) , apre sen t a m ev i -
dê n c ias da c arc in o ge n ic ida de limit a da s . Foi ob -
As e m i s sõ es Ul travioleta do trabalh o de solda ge m
se r va da asso c ia ç ã o po sit iva e n tre uso d e ce l u l a re s
s ã o d e f i n i ti va m ente carcin ogênicas para hum an o s
e glio ma de cé re bro e n e uro ma a c úst ico. Ca m p os
( G r u p o 1 ) e h á ev i d ên cias suf iciente de sua asso -
e le t ro ma gn é t ico s de ra dio f re quê n c ia sã o p os s i ve l -
c i a ç ã o c a usal co m o Melan oma ocular 3 6 .
m e n te c arc in o gê n ico s para h uman o s (G r u p o 2 B ) 36 .
O Ra dô ni o é um gás ra dioativo natural, re sul ta-
d o d o d e c a i m ento do urânio e do tório. Ele po de Q UÍ MI CO S I NDUST RI AI S
s e r e n co ntra d o em pequenas quantida des nas ro -
O fo rmalde ído é um gás pro duz ido mu n d i a l m e n -
ch a s e s o l o s e m to do o mun do. A prin cipal fo rma
te , e m gran de e sc ala, a par tir do m e tan ol . É m u i -
d e ex p osi ç ã o o c u pa cional é o trabalh o em m in e -
to utiliz a do e m re sin as n as in dúst rias d e m a d e i -
ra çã o sub terrâ n ea e a via prim ordial é a ina la ç ã o.
ras, pape l e ce lulo se ; n o t ratam e n to do cou ro; e m
62
a b ra s i vo s, p l ásti co s , tintas e vernizes; na in dúst ria sal co m o Me lan o ma Malign o, alé m de a s s oci a çã o
têx t i l e d e fun d i ç ã o; produçã o e uso de f un gi c idas po sitiva co m o c ân ce r de mama e o L N H 36 .
e ge rm i c i d as; e em h ospitais e laboratórios (I A RC ,
O clo re to de Vin ila é usa do e sse n c ia l m e n te n a
20 0 4 ) . A p ri n c i pal via de exposiçã o é a inala ç ã o. O
pro duç ã o da re sin a de PVC (Po liClo re to d e Vi n i -
fo rm a l de í d o é co n sidera do com o D ef initivam e n te
la) e e sta é usa da n a pro duç ã o de e n c a n a m e n tos
Ca rci n og ê ni co p el a I AR C (Grupo 1) e há evidê n c ias
de plástico, reve stim e n to de pavim e n tos e ou t ros
s u f i c i e nte q u e o rela cionam causalm ente a o de -
pro duto s de plástico. A expo siç ã o o cu pa ci on a l
s e nvo l v i m e nto d o cân cer de Nasofarin ge e à Le u-
o co rre po r in ala ç ã o n as fábric as de ma n u fa t u ra e
ce mi a . Tam b ém fo i obser va da associa çã o po sit iva
pro ce ssam e n to de PVC . H á evidê n c ia s u f i ci e n te
co m o câ n cer S i n o nasal 3 6 .
da c arc in o ge n ic ida de do clo re to de Vini l a ( G r u p o
A exposição ocupacional dos solventes clorados Tri- 1 ) e sua re la ç ã o c ausal co m o an gio sarcom a d e f í -
cloroetileno e Tetracloroetileno está principalmente ga do e co m o c arc in o ma h e pato ce lular 36 .
relacionada ao trabalho de limpeza e desengordu-
A expo siç ã o o c upa c io n al n a in dúst ria d e m a n u fa -
ramento de metais (manufatura de metais, de pro-
tura da bo rra ch a é classif ic a da pe la I A R C ( 201 2 )
dutos de plástico, maquinário elétrico, equipamen-
co m o de f in it ivam e n te c arc in o gê n ic a ( G r u p o 1 ).
tos de transporte, aeroespacial, etc). Além disso,
N e la, o s t rabalh a do re s e st ã o expo sto s à p oe i ra s e
foram amplamente utilizados para limpeza/lavagem
f um o s do s pro ce sso s de man ufatura e v u l ca n i z a -
à seco, principalmente no século XX, inicialmente o
ç ã o da bo rra ch a que po de m co n te r n itros a m i n a s ,
Tricloroetileno, posteriormente substituído pelo Te-
PA H s, so lve n te s, e n tre o utras subst ân c ia s , q u e va -
tracloroetileno. A principal via de exposição é a ina-
riam co m o tipo de pro duto e a é po c a d a ex p os i -
lação. Há evidência suf iciente da carcinogenicidade
ç ã o. H á evidê n c ias suf ic ie n te da c arc in og e n i ci d a -
do Tricloroetileno (Grupo 1) e sua relação causal com
de e sua re la ç ã o c ausal co m Le uce mia, L i n fom a e
o câncer renal, além de associação positiva com o
o s c ân ce re s de bexiga, pulmã o e e stô m a g o. A i n d a
câncer de f ígado e o LNH 36,49,58 .
fo i o bse r va da asso c ia ç ã o po sit iva co m o câ n ce r d e
M u i to us a d a s n o século XX e banidas pela maio - e sô fa go, pró st at a e larin ge 3 6 , 5 9 .
ri a do s paí s es a par tir dos an os 19 8 0, as Bife n ilas
Po l i cl o ra d a s (BPC /P CB) nã o ocorrem na nat urez a P O EI RAS I NO RGÂNI CAS
e s u a exp o s i ç ã o s e dava prin cipalm ente du ran te
O A mian to (Asbe sto ) e a Sílic a c ristal i n a s ã o a s
s u a p rod uç ã o, m a s também na manufatura e re pa-
prin c ipais po e iras in o rgân ic as re co n h e c i d a s com o
ro d e c apa c i to res e transforma dores, libera çã o a c i-
fato re s de risco para o c ân ce r re la c io n a d o a o t ra -
d e n t a l . Atual m ente , a exposiçã o de PCB se dá via
balh o. A I A RC classif ic a as duas co m o re con h e ci -
in cê n di o s , rec i cl a g em e in cin era çã o de resí duo s.
dam e n te c an ce ríge n as para h uman o s ( G r u p o 1 ).
H á ev i dên c i a s uf i c i ente da carcin ogenicida de das
A in da n e sse grupo, a I A RC in clui a E ri on i t a , q u e
B i fe n i l as Po l i cl o ra d as (Grupo 1) e sua rela çã o c au-
63
ap re s e n ta m o rfo l o gia similar a o Amianto An f ibó - A Sílic a, o u dióxido de silíc io SiO2 (Grup o 1 ), é u m
li o, po rém co m c a ra c terísticas f ísicas e químic as co mpo sto n at ural e po de se r e n co n t ra da e m d i ve r-
d i ve rs a s. A Eri o n i ta natural nã o é min era da ou co - sas fo rmas, co m o sílic a c ristalin a, vít rea e a m or-
m e rci a l i za d a d esd e os an os 19 8 0 . 36
fa. Fo rma do po r oxigê n io e silíc io, a Síl i ca e s e u s
co mpo sto s fo rmam aproxima dam e n te 6 0 % d o p l a -
Amianto (Asbesto) é a designação genérica de f i-
n e t a 62 e se us de pó sito s e st ã o pre se n te s n o m u n -
bras minerais que podem ser divididas em dois
do to do. A Sílic a po ssui múl t iplas apli ca çõe s co -
grupos: serpentina (crisotila/asbesto branco) e an-
m e rc iais e in dust riais, se n do uma das ex p os i çõe s
f ibólio (crocidolita/asbesto azul, antrof ilita, actino -
o c upa c io n ais mais prevale n te s n o mun d o, q u e s e
lita, tremolita e amisita/asbesto marrom) 36 . A IARC
dá po r m e io da in ala ç ã o de po e ira co n te n d o s í l i ca
classif ica todos os 6 tipos como reconhecidamen-
livre c ristalin a. A expo siç ã o ambie n tal p od e t a m -
te cancerígenos para humanos (Grupo 1), incluindo
bé m se dar po r in ge st ã o, alé m de in ala çã o.
talco com presença de f ibras asbestiformes.
E x i s t e m f o r t e s e v i d ê n c i a s d a a s s o c i a ç ã o d a e x-
A ex p o si ç ã o a o A m ianto pode ser ocupa cional o u
posição à Sílica cristalina e o desenvolvimento
a mb i e nta l e s uas f i bras podem ser aspira das (mais
do câncer de Pulmão, independentemente dos
f re q u e nte ) o u m esm o deglutidas com o cont ami-
diferentes fatores de confundimento, como, por
n a n te s d e al i m entos e á gua. O utras vias mais ra-
e x e m p l o , o Ta b a c o . E s t u d o s a p o n t a m q u e h á
ra s , co m o a transp l a centária ou introduçã o n o sis-
maior risco de desenvolvimento de câncer de
te m a rep ro d u ti vo durante o coito ou pelo u so de
pulmão em silicóticos do que em não silicóticos,
t a l co con te n d o f i b ras asbestiform es, sã o rela t a das
mantendo a discussão sobre a possibilidade da
e m e s t u d o s c i e ntí f i cos 60 .
exposição à Sílica per se ser suf iciente para cau-
As principais neoplasias relacionadas à exposi- s a r c â n c e r d e p u l m ã o 36,49,58,63.
ç ã o a o A m i a n t o /a s b e s t o s ã o o c â n c e r d e P u l m ã o
e o Mesotelioma Maligno de Pleura (o mais co- AGROTÓXI CO S
mum) e de Peritônio. O Mesotelioma, em especial
De a co rdo co m a le gisla ç ã o brasile ira 64 , a g rotóx i -
o de Pleura, é considerado uma neoplasia ocu-
co s e af in s sã o de f in ido s co m o :
pacional por excelência, pois estudos mostram
que 70 a 95% dos indivíduos que desenvolvem tal “a) os p rod u tos e os a g e n te s d e p roce s so s f ísi-
patologia estiveram ocupacionalmente expostas cos , q u í m i cos ou b i ol óg i cos , d e s t i n a d os a o uso
ao Amianto (ou Asbesto) 36,60
. A exposição ocupa- n os s e tore s d e p rod u çã o, n o arm aze nam ento
cional pode ter ocorrido até 30-50 anos antes do e b e n e f i ci am e n to d e p rod u tos a g rí colas, nas
d i a g n ó s t i c o 2 4 , 3 6 , 6 1 . Ta m b é m e s t ã o r e l a c i o n a d a s a s pas t a g e n s , n a p rote çã o d e f l ore s t as , n ativas o u
neoplasias de Faringe, Laringe, Esôfago, Estôma- i m p l an t a d as , e d e ou t ros e cos s i s te m as e tam-
g o , Co l o r e t a l e O v á r i o . 36
b é m d e am b i e n te s u rban os , h í d ri cos e in d us-
64
t ria is, cuja f inalida de se ja a l te ra r a co m po si ç ã o m e n to, t ran spo r te o u utiliz a ç ã o (prin c i pa l m e n te
da f lora ou da fau n a , a f i m de pre se r vá -l a s d a n a a gric ul t ura) , at ravé s do co n sum o de á g u a e a l i -
a ç ã o dan osa de s e re s vi vo s co n si de ra do s n o - m e n to s co n t amin a do s o u m e sm o po r m ora d i a e m
c ivos; b) substân ci a s e pro duto s, e m pre g a d os áreas co n tamin a das.
co m o de sfolhante s, de sse c a n te s, e st i m ul a d o -
U ma das h ipó te se s para a e leva da in c idên ci a d e a l -
res e inibidore s de c re sc i m e n to”.
gun s t ipo s e spe c íf ico s de c ân ce r e m t raba l h a d ore s
Co n s i deran d o o a mplo espec tro de substân cias e da a gric ul t ura é sua expo siç ã o à a gro tóx i cos . A l é m
pro d u to s a barc a d o s por estas def inições e se us de um co n side ráve l a c úmulo de evidê n ci a s a pa r-
im pa c tos à s aúd e humana e a o m eio ambie n te , a tir de e studo s e m an imais, dive rso s e s t u d os e p i -
m e s ma l ei fed e ra l e toda a sua regulam en t a ç ã o de mio ló gico s tê m de m o n stra do que a gri cu l tore s e
e s t a b e l ecem a s co mpetên cias dos setores s aúde , re side n te s de áreas a gríco las apre se n ta m a u m e n -
m e i o a mb i ente e a gricul tura n o processo de ava- to n o risco de de se nvo lve r n e o plasias m a l i g n a s .
li a çã o e reg i s tro d e a grotóxicos n o país.
Existe um considerável acúmulo de evidências so-
O B ra s i l f i g u ra entre os maiores m erca dos co n su- bre a ação carcinogênica de diversos agrotóxicos,
mi do re s d e a g ro tóx icos n o mun do, ten do alcan ç a- tanto a par tir de estudos experimentais em animais
do o top o d o rankin g em 2008 65 . D e a cordo co m de laboratório, quanto a par tir de estudos epide-
d a do s d o AG ROF IT consolida dos pelo Ministé rio da miológicos 68 , graças à sua possível atuação como
S a ú de , o Bra si l pa ssou de uma com ercializa ç ã o de iniciadores - substâncias capazes de al terar o DNA
62 3 . 353.690 to n el a das em 2007 para 1. 552 . 9 98 .0 56 de uma célula, podendo futuramente originar o tu-
to n e l a da s em 201 4 , o que representa um aum e n to mor – e/ou como promotores tumorais – substân-
d e 1 49% . cias que estimulam a célula al terada a se dividir 69 .
Quando analisados os números de 2014, obser- Vale re gist rar que , co mpara do à po pula çã o g e ra l ,
va-se que o glifosato e todos os seus sais foram vário s e studo s tê m de m o n stra do exce s s o d e câ n -
os agrotóxicos mais consumidos no país, cor- ce r e m a gric ul to re s, po ssive lm e n te as s oci a d o à
respondendo a 488.388.696,10 toneladas. Logo expo siç ã o o c upa c io n al a o s a gro tóxico s . S e g u n d o
em seguida, o 2,4D ocupou o segundo lugar em e ste s e studo s, o s t rabalh a do re s expo stos a e s t a s
quantidade comercializada, correspondendo a subst ân c ias tê m um risco maio r de de se nvol ve r a l -
5 2 . 8 8 9 . 3 5 6 , 0 2 t o n e l a d a s 66. gun s t ipo s de c ân ce re s, que , se sabe , e s t ã o a s s o -
c ia do s co m a supre ssã o imun o ló gic a.
O q u a dro 4 a s eg uir m ostra alguns a grotóxico s
reava l i a d o s re cente m ente pela I AR C 67. A expo siç ã o A I A RC reviso u uma gran de varie da de de p rod u tos ,
h u ma n a a o s a g ro tóxicos pode ocorrer de dive rsas c rian do uma classif ic a ç ã o que se para o s com p os -
fo rma s , i n cl u i n d o a manipula çã o dos m esm os, se j a to s avalia do s e m c in co grupo s, de a co rd o com o
p o r m ei o d a p ro d u çã o de produtos, do armaze n a- po te n c ial c arc in o gê n ico para a e spé c i e h u m a n a .
65
D e n t re o s p ro d u to s revisa dos, foram in cluídos uma de s co m o a gase if ic a ç ã o do c ar vã o (re la çã o ca u s a l
gra n d e vari e d a d e d e inseticidas, f un gicidas, h e rbi- co m c ân ce r de pulmã o ) , de stila ç ã o de a l ca t rã o d e
ci da s e o u tro s a g ro tóxicos. O DDT, por exem plo, é c ar vã o (c ân ce r de pe le ) , pro duç ã o de coq u e ( câ n -
pe r te n cente a o g rupo “ 2 B” (possivelm ente can ce - ce r de pulmã o ) , pro duç ã o de alumín io ( câ n ce r d e
rí ge n o ) para a esp écie humana, por ser capaz de bexiga e pulmã o ) , pavim e n ta ç ã o co m p i ch e ( p u l -
pro d u z i r c ân cer d e f íga do, de pulmã o e linfo mas mã o e bexiga) , limpez a de ch amin é s ( câ n ce r d e
e m a n i m ai s d e l ab oratório .
36
pe le e pulmã o ) , alé m da expo siç ã o a o B e n zop i re -
n o. O t rabalh o de pre se r va ç ã o de ma d e i ra s com
N o s ú l ti m o s an o s, foram publica das algumas revi-
c re o so to e a fabric a ç ã o de e le t ro do s d e ca rb on o
s õ e s e m e ta- anál i ses obser van do uma assoc ia ç ã o
sã o classif ic a do s co m o provave lm e n te ca rci n og ê -
p o s i t i va e ntre exp osiçã o a a grotóxicos e de se n -
n ico s para h uman o s (Grupo 2 A ) .
vo l v i m ento d e c â n cer, prin cipalm ente em a gri-
c u l to re s, re fo rç an d o a hipótese de que a ativida- O óxido de e tile n o é um gás in f lamáve l q u e é u s a -
d e a g ríco l a a um enta o risco de desenvolvim e n to do para a pro duç ã o de o utro s gase s e co m o e s te ri -
d e de term i na d a s n eoplasias n esses trabalha do re s liz an te para e quipam e n to s m é dico s e h o s p i t a l a re s
r u ra i s . Dentre e ste s, as n eoplasias h ematoló gic as e é n e ssas ativida de s que maj o rit ariam e n te ocorre
( l e u ce m i a s e l i n fo mas) e os h orm ônios- depen de n - a expo siç ã o a e le . As evidê n c ias da rel a çã o ca u -
te s ( pró stata, testí culos, mama, ovário e tire o ide ) , sal co m n e o plasias lin fátic as e h e matop oi é t i ca s
tê m m ere c i d o g ran de desta que na literatura 68 ,70–72
. (lin fo ma n ã o H o dgkin , mie lo ma múl tip l o e l e u ce -
mia lin fo c ític a c rô n ic a) e de mama sã o l i m i t a d a s .
S O LV E N T E S O R G Â N I C O S E P R O D U T O S D E Co n tudo, h á evidê n c ia suf ic ie n te de su a ca rci n o -
CO M B U STÃO ge n ic ida de e m an imais de labo rató rio. O óx i d o d e
e t ile n o é classif ic a do co m o de f in it ivam e n te ca rci -
A ex po si ç ã o o c u pa cional a o Hidrocarbon eto s Po -
n o gê n ico para h uman o s (Grupo 1 ) 3 6 .
li cí cl i cos A ro m áti cos (HPA / PAH ) é uma das mais
co m u n s, p o i s q ual q uer processo in dustrial que e n - Preparados a partir do petróleo cru, os óleos mine-
vo l va co m b u s tã o e pirólise de car vã o ou o uso de rais podem ser lubrif icantes, sendo usados como
pro d u to s d e ri va d o s deste, produz HPA / PAH . Tam- óleos de motores e engrenagens, fluidos hidráulicos
bé m é u m co ntaminante ambiental impor t an te , e em atividades que incluam trabalho com metais.
s e n do pro d u to d e combustã o e pirólise de mate - Também podem ser não-lubrif icantes e tem seu uso
ri a l o rg âni co e d a fuma ça do cigarro 73 . A par tir do s na agricultura e no trabalho de impressão em gráf i-
a n o s 90, u m a g ran de par te da produçã o de H PA / cas. A exposição pode se dar por inalação, ingestão
PA H o co rre u n a i n d ústria petroquímica. e via dérmica. Há evidência suf iciente de que os óle-
os minerais sem ou com pouco tratamento são car-
S ã o cl assi f i c a d a s com carcin ogênicas para huma-
cinogênicos para humanos e de sua relação causal
n o s ( G ru p o 1 ) a exp osiçã o ocupa cional em at ivida-
com câncer de pele, especialmente do escroto, sen-
66
do classif icados como Grupo 1. Os óleos minerais al- no para humanos e sua relação causal com Leucemia
tamente ref inados são classif icados como Grupo 3 36 . Mieloide Aguda/leucemia aguda não linfocítica (Gru-
po 1). Assim como associação positiva com Leucemia
O Benzeno é um hidrocarboneto aromático que é
Linfocítica Aguda, Leucemia Linfocítica Crônica, Mie-
produzido pela destilação do petróleo e também na
loma Múltiplo e Linfoma não Hodgkin 36,74,75 .
siderurgia, onde é produto secundário do coque. Vul-
cões e queimadas são fontes naturais de benzeno, A E missã o /Esc ape /De sc arga de Die se l é cl a s s i f i ca -
que também está presente na fumaça dos cigarros. da pe la I A RC co m o de f in it ivam e n te c arc i n og ê n i ca
É utilizado na indústria química, na de borracha, de para h uman o s (Grupo 1 ) , h á t ambé m evi d e n ci a s u -
tintas e vernizes, no setor têxtil, no setor sucroalco- f ic ie n te para sua re la ç ã o c ausal co m o câ n ce r d e
oleiro, no gás de coqueria/BTX (benzeno, tolueno e pulmã o, alé m da asso c ia ç ã o co m c ân ce r d e b ex i g a .
xileno), como aditivo da gasolina (postos de gasolina, A via de expo siç ã o é a in ala ç ã o e t rabalh a d ore s d a
transporte, trabalho na rua, etc.), entre outros. A ex- min e ra ç ã o, das at ivida de s e nvo lvidas com t ra n s -
posição se dá via inalação e absorção pela pele. Há po r te e trabalh o e m e st ra das, alé m da in d ú s t ri a d a
evidência suf iciente da carcinogenicidade do Benze- co n st ruç ã o sã o o s mais expo sto s 76–78 .
Qua dro 4 – Classif ica çã o dos prin cipais a grotóxicos de a cordo com as cara c terísticas seleciona das
Agricultura e
Glifosato Herbicida Limitada Suf iciente LNH 2A
Silvicultura
Agricultura,
Silvicultura
Inseticida
Parathion Agricultura Inadequada Suf iciente 2B
organ ofosfora do
67
UNIDADE 5
CAT EG O R I A S D E A N Á L I S E
PA R A O CÂ N C E R R E L A C I O N A D O
AO TRABALHO
ATLAS DO CÂNCER RELACIONADO AO TRABALHO NO BRASIL
Introdução
O
s eve n to s po de m apre se n tar pa drõ e s te mpo rais sazon a i s e te n -
dên c ias, alé m de e strut ura n o e spa ço, que po de m co n t ri b u i r n o
enten dim e n to do pro ce sso ge ra do r da do e n ç a. A lé m disso,
A n á l i s e d e S é r i e s Te m p o r a i s
70
e va ri a çõ e s sazo n ai s, além da detecçã o de mudan - fe re n te e m suce ssivo s grupo s de ida de e s u ce s s i -
ça s e m seu co m p o r t am ento ou traj etória. O s m é to - vo s pe río do s, asso c ian do - se a h ábito s de l on g a d u -
do s q u e anal i sam a dim ensã o tempo têm sido mais ra ç ã o. Este tipo de an álise te m sido am p l a m e n te
co m u m ente e m p rega dos na prática . 81
e mpre ga do n o e n te n dim e n to de que stõe s i m p or-
tan te s e m e studo s de mudan ç as so c iais , e t i ol og i a
PA R A ALÉM DO TEMPO CALEN-
de do e n ç as, e nve lh e c im e n to, alé m de p roce s s os
DÁRIO OU MOMENTO DO TEMPO da din âmic a po pula c io n al 82 , 83 .
QUE O EVENTO OCORRE, DEFINI-
Os modelos APC possibilitam avaliar separada-
DO COMO EFEITO DE PERÍODO, A
mente os efeitos de idade, período e coorte de
EVOLUÇÃO TEMPORAL DE DETER-
nascimento na evolução temporal das taxas de
MINADO FENÔMENO PODE SER determinado evento. No entanto, esses três fa-
INFLUENCIADA POR MAIS DOIS tores estão fortemente correlacionados, resul-
FATORES: IDADE E COORTES DE tando no então conhecido problema de iden-
71
Análise Espacial Par tindo da premissa de que as coisas são pareci-
das, e coisas mais próximas se parecem mais entre
A ex p re s s ã o “ a n á l i s e d e d a d o s e s p a c i a i s ” p o d e
si do que coisas distantes, a autocorrelação espacial
s e r e n te n d i d a c o m o u m c o n j u n to d e té c n i c a s q u e
mede o grau de dependência espacial entre unida-
t r a b a l h a m d a d o s e s p a c i a i s d e d i f e re n te s f o r m a s ,
des de área. A análise exploratória para esse tipo
c o m a f i n a l i d a d e d e ex t r a i r s i g n i f i c a d o s a d i c i o -
de dado visa identif icar a estrutura da correlação,
n a i s , p o te n c i a l i z a n d o a i d e n t i f i c a ç ã o d e p a d rõ e s
que usualmente decai com o aumento da distância
e s p a c i a i s d e m o r b i d a d e e /o u m o r t a l i d a d e e o s f a -
entre as unidades. Os testes globais testam se há
to re s a s s o c i a d o s a e s s e s p a d rõ e s , v i s a n d o s u a m e -
presença de aglomerados, sem ter a habilidade de
l h o r p re d i ç ã o e c o n t ro l e 8 5 .
identif icá-los ou def inir sua localização específ ica.
O d e s e nvo l v i m e n to d e te c n o l o g i a s d e m a p ea m e n -
to d i g i t a l e d o s a m b i e n te s d e n o m i n a d o s S i s te m a s Considerações Finais
d e I n f o r m a ç õ e s G e o g r á f i c a s ( S I G ) a b r i u n ovo s c a -
A an álise e spa ço - te mpo ral é , po r t an to, u m a fe rra -
m i n h o s p a r a i n ve s t i g a ç õ e s e p i d e m i o l ó g i c a s q u e
m e n ta impo r t an te para a de te cç ã o de pa d rõe s e s -
u t i l i z a m té c n i c a s d e m a p ea m e n to e a n á l i s e d a
pa c iais e te mpo rais da in c idê n c ia e m o r t a l i d a d e d e
d i s t r i b u i ç ã o d e e ve n to s re l a c i o n a d o s à s a ú d e . A s
c ân ce r re la c io n a do a o trabalh o, alé m d e forn e ce r
p r i n c i p a i s á rea s d e a p l i c a ç ã o d e m é to d o s e s p a -
h ipó te se s so bre po ssíve is re la çõ e s co m a s ca ra c-
c i a i s d i v i d e m - s e b a s i c a m e n te e m t rê s g r u p o s : o
te rístic as da po pula ç ã o, fo n te s de co nt a m i n a çã o
m a p ea m e n to d e d o e n ç a s , n o q u a l , a p a r t i r d e u m
e expo siç ã o a de te rmin a do s eve n to s. O ri s co à d o -
c o n j u n to d e d a d o s c o m “ r u í d o ” s e b u s c a m a p ea r
e n ç a po de e star co n dic io n a do a o co n tex to s oci a l
a distribuição espacial da incidência; a modela-
e ambie n t al. Po r sua vez , a m o de la ge m e s t a t í s t i ca
g e m e c o l ó g i c a , c u j o o b j e t i vo é b u s c a r a s s o c i a ç ã o
de pro ce sso s pe rmite pre diç ã o e spa c ial e e s pa ço -
e n t re a i n c i d ê n c i a o b s e r va d a d e a g r avo s e p o te n -
- te mpo ral de fato re s impo r tan te s, que p od e m a u -
c i a i s fa to re s d e r i s c o ; e a a n á l i s e d e o c o r rê n c i a
xiliar n a inve st iga ç ã o das c ausas do eve n to, e s t a -
d e c l u s te r s d e d o e n ç a s , v i s a n d o ava l i a r d i f e re n -
be le ce n do pro po stas de in te r ve n ç ã o 79, 86 .
ç a s s i g n i f i c a t i va s e m s e u p a d r ã o d e d i s t r i b u i ç ã o
e s p a c i a l , e /o u re l a c i o n a r e s te p a d r ã o a p o te n c i a i s A análise da distribuição de morbimortalidade
73
Introdução
O
reco n h e c im e n to de c arc in ó ge n o s o c upa c io n ais é i m p or t a n te
para a preve n ç ã o primária e vigilân c ia de trabalh a dore s ex p os -
tos, bem co m o para distin guir as c ausas de c ân ce r n a po p u l a çã o e m
geral. R e ce n te m e n te a lista de c arc in ó ge n o s o c upa c io n ai s con h e ci -
dos foi a tualiz a da pe la I A RC , fo rn e ce n do in fo rma çõ e s a dici on a i s s o -
bre o tipo de c ân ce r, ce n ário s de expo siç ã o e ro t as, e disc u t i n d o te n -
dên cias n a ide n t if ic a ç ã o de c arc in o gê n ico s a o lo n go do te m p o 38 .
75
fago, Estômago, Fígado, vias biliares intra-he- Tabela 1 – Frações atribuíveis a agentes ocupacionais
páticas, Glândula tireoide, Laringe, Leucemias,
F R AÇÃO AT R I B U ÍVE L P O -
Linfoma Não Hodgkin, Mama, Melanoma cutâneo,
PULACIONAL
Mesotelioma, Mieloma múl tiplo, Nasofaringe e LOCALIZAÇÃO
cavidade nasal, Ovário, Próstata, Rim, Traqueia, M a s c u lin o Fe mi n i n o
B r ô n q u i o s e P u l m õ e s . J á a s c i r c u n s t â n c i a s d e e x-
Bexiga 14 , 20 3,67
posição ocupacional são classif icadas pela IARC.
Co n s i d e r o u - s e para a elaboração deste Atlas Sistema n er voso central 8 ,64 2 ,46
77
UNIDADE 6
CÂNCER RELACIONADO AO
TRABALHO NO BRASIL
N
este At las fo ram co n side ra do s o s da do s do s re gist ro s d e d e cl a -
ra çã o de ó bito re fe re n te s a 1 8 t ipo lo gias de c ân ce r, ex t ra í d os d o
Sistema de I n fo rma ç ã o de Mo r talida de (SI M ) . O s da do s de p op u l a çã o
sã o est imativas realiz a das pe lo I n st it uto Brasile iro de G e og ra f i a e
Estatíst ic a (I BGE ) . To do s o s da do s e n co n tram- se dispo n íve i s n o p or-
tal do D e par tam e n to de I n fo rmát ic a do SU S (DATA SU S) , pa ra o p e rí -
odo de 36 an o s co mpre e n dido s e n tre 1 98 0 e 201 5, n o Bras i l .
Já os mapas foram elaborados pelo software QGIS com base nos da-
dos de mor talidade referentes às 18 tipologias de câncer, para os anos
1980 e 2015. Os mapas foram desagregados por unidade da federação
(UF) e sexo, e os dados foram ordenados em inter valos de tercil, de
diferente amplitude, mas com igual número de elementos. Desta for-
ma, pode-se obter grupos de mesmo tamanho, e pode-se obser var se
sua composição al terou ao longo do período e obser vação.
80
A i n d a , a s ten d ên c i as dos coef icientes de m o r ta- pe río do de 1 98 0 a 201 5. Para e st a e t apa, foi u t i l i z a -
li da d e d a s ti p o l o g i as de cân cer, para a avalia ç ã o do o pro grama J o in po in t Re gre ssio n Prog ra m , ve r-
de e fe i to s d e p e rí o do, foram analisa das por m e io sã o 4 .1 .1 .5, dispo n ibiliz a do pe lo I n st it uto Na ci on a l
de re gressã o jo i n p oint , segun do sexo, referente a o do Cân ce r do s Est a do s U n ido s.
Es tô ma go 151 .0 a 1 51 .9 C 1 6 .0 a C 1 6 .9
C8 2 .0 a C8 2 .9 / C8 3 .0 a C8 3 .9 / C84 .0 a
Linfo ma Nã o -Hodgki n 20 0.0 a 20 0.9 / 202 .0 a 202 .9
C8 4 .9 / C8 5.0 a C8 5.9
81
CÂNCER DE
NASOFARINGE E
CAVIDADE NASAL
O CÂ N C E R D E CAVI D A D E N A S A L E S E I O S PA R A N A S A I S É R A R O. CO R R E S P O N D E
A MENOS DE 3% DOS CÂNCERES DE CABEÇA E PESCOÇO E A 0,8% DE TODOS OS
C Â N C E R E S H U M A N O S 9 7. D E F O R M A S E M E L H A N T E , O C Â N C E R D E N A S O F A R I N G E
R E PR E S E N TA 0,7 % D E TO D O S O S CÂ N C E R E S E TO R N O U - S E O 2 3 º CÂ N C E R M A I S
C O M U M N O M U N D O 98.
82
A
c av i d a d e n asal é revestida pela mucosa que é co mpo sta po r dive rso s t ipo s ce lulare s e qua l q u e r u m a
d as cé l u l as q ue a compõe pode se tornar c an ce ríge n a. Po r tan to, o s tipo s de c ân ce r que p od e m s e
d e s e nvo l ve r na c av i da de nasal variam de a co rdo co m o s t ipo s ce lulare s, se n do que o mais co mu m é o ca r-
c i n o m a d e cé l u l as escam osas 99 .
Já o câ n cer d e nasofarin ge (NPC) é um tum o r re lativam e n te raro e m e sc ala glo bal, mas que e m d e te rm i -
n a da s p o p ul a çõ es pode ser en dêmico, com o o sude ste asiát ico e o sul da Ch in a 98 .
Há uma distribuição etária bimodal com um pico de incidência entre os 50 e 60 anos e outro pico menor na
adolescência e em adultos jovens. Ainda, os fatores de risco que o envolvem são bem tipif icados, como a in-
gesta de peixes salgados (o principal), o tabagismo, o abuso de álcool, baixa ingesta de f rutas e legumes e de-
terminados locais de trabalho, todos estes bastante relacionados à exposição a N-nitrosamina. Vale ressaltar
que certas infecções também predispõem a estes cânceres, como o HPV e o Vírus Epstein-Barr 98 .
Estimativas para varia çã o anual m édia da taxa de m or- Razã o de sexos para cân cer de Nasofarin ge e Cavida de
t alida de do cân cer de Nasofarin ge e Cavida de Nasal se - Nasal, Brasil 1980 -2015
2 .0 0
1991-1 998 0,03 0,01 0,01 20 10 19 86
1 .5 0
20 09 1 9 87
1998-2015 0,01 0,01 0, 27 1 .0 0
20 08 1 9 88
Fe mi n in o 1980 -1984 - 0,01 0,01 0, 24 0 .5 0
2007 19 8 9 0 .0 0
1984 -2015 0,01 0,01 0,01
20 06 19 9 0
2 0 03 19 93
A qua n tida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra m a io r
20 0 2 19 94
f lu t u a ç ã o n o sexo mascu l i n o q u e n o fe m i ni n o. 20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
19 99 19 97
19 98
83
Distribuição espacial do câncer de Nasofaringe e Cavidade
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e N a s o fa ri n-
MASCULINO
FEMININO
0.5
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
0.4 5
0.4 COEFICIENTE
0.35 D E M O RTA L I DA D E
0.3 (x100.000)
0.00 - 0.00
0.25
0.00 - 0.23 1980
0.2
0.23 - 0.75 MASCULINO
0.15
0.1
0.05
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.42
84
Distribuição espacial do câncer de Nasofaringe e Cavida-
de Nasal no Brasil segundo UF para o sexo feminino, 1980
M A S CU L IN O – H á u ma m u da n ç a n a dis t ri bui ç ã o e s-
pa c ia l da s m a io re s t a xa s e m 201 5 , co n t ra stan do com
COEFICIENTE
a m a io r co n ce n t ra ç ã o n a R e g iã o Su l e Sude ste , que
D E M O RTA L I DA D E
FE M IN IN O – E m re la ç ã o a 201 5 , h á u ma fo r te mudan ç a
D I F E R E N ÇA S – S ã o re l a t i va m e n t e c o m p l e m e n t a re s ,
com a distribuição espacial mais concentrada para o
s exo f e m i n i n o.
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.11
85
86
0 .0 0
0 .5 0
1 .0 0
1 .5 0
2 .0 0
2 .5 0
0.0 0
0 .5 0
1.0 0
1. 5 0
2 . 00
2.50
1 9 00- 1 9 04
1 9 05 - 1 9 09
198 0 -19 84
15-19
1 9 1 0- 1 9 1 4
1915-1919
1 9 2 0- 1 9 2 4
1985-19 89
20-24
1925-1929
1 9 3 0- 1 9 3 4
1 99 0 -19 9 4 1935-1939
1 9 4 0- 1 9 4 4
25-29
1945-1949
1995-19 99
1 9 5 0- 1 9 5 4
1955-1959
30-34
1 9 6 0- 1 9 6 4
2 00 0-20 04
1965-1969
Coor te -i d a d e d e h om en s
Id a de -p erí od o d e h om en s
1 9 7 0- 1 9 7 4
35-39
2 0 0 5-200 9 1975-1979
1 9 8 0- 1 9 8 4
1985-1989
201 0-20 14
40-44
1 9 9 0- 1 9 9 4
1995-1999
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
50-54
0
0. 2
0. 4
0. 6
0. 8
1
1. 2
1. 4
1. 6
1. 8
2
1 9 0 0-1 9 04
1 9 0 5 -1 9 09
198 0 -19 84
1 9 1 0-1 9 1 4
55-59
1 9 1 5 -1 9 1 9
1 9 2 0 -1 9 2 4
1985-19 89
1 9 2 5 -1 9 2 9
60-64
1 9 30 -1 9 34
1 99 0 -19 9 4 1 9 35 -1 9 39
1 9 40 -1 9 44
65-69
1 9 45 -1 9 49
1995-19 99
1 9 5 0 -1 9 5 4
1 9 5 5 -1 9 5 9
7 0 - 74
2 00 0-20 04 1 9 6 0 -1 9 6 4
1 9 6 5 -1 9 6 9
Coor te - ida de de m ulh eres
1 9 70 -1 9 74
2 0 0 5-200 9
75-79
1 9 75 -1 9 79
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 8 0 -1 9 8 4
1 9 8 5 -1 9 8 9
80+ 201 0-20 14
1 9 9 0 -1 9 9 4
1 9 9 5 -1 9 9 9
H OM ENS – A par tir do s a n os 2000 a ta xa d e m or t a lida -
de a u m enta na faixa e tá ri a d e 8 0 e m a i s. As m a io re s
t a xa s estã o nas faixa s e tá ri a s d e 75-7 9 e 8 0 e ma is
( grá f i co ida de -períod o). Com o e sp e ra d o a s m a io re s
t a xa s estã o entre os m a i ore s d e 60 a n os. S u ge rin do
ten dên cia de aum en to a pa r ti r d e 65- 69 a n os na co o r-
te de 1900 e até 1 944 ( grá f i co coor te - i d a d e ).
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R N A S O FA R I N G E E
CAVI DA D E N A S A L , P O D E R E M O S R E D U Z I R 3 , 5 6%
DO NÚMERO DE CASOS EM MULHERES, E 5,65%
DO NÚMERO DE CASOS EM HOMENS.
H á u m a f o r te re l a ç ã o c o m o s e s p a ç o s d a ex p a n s ã o d a
a g ro p e c u á r i a . N e s s e s te r r i tó r i o s , a c o n s t r u ç ã o e s p a -
c i a l d o s r i s c o s d eve s e r i n te r p re t a d a p e l a r á p i d a m u -
d a n ç a d o p a d r ã o d e u s o d a te r r a , i n i c i a l m e n te c o m
o u s o d e té c n i c a s d e q u e i m a d a s , i n te n s i f i c a ç ã o d a s
a t i v i d a d e s d e p ro d u ç ã o d e g r ã o s e d e c a n a d e a ç ú -
c a r, a l é m d e p e c u á r i a d e c o r te 1 0 0 . D e s t a c a m - s e t a m -
b é m n e s s e s te r r i tó r i o s o i n c re m e n to d o s e to r d e s e r -
v i ç o s , a m p l i a ç ã o d a p re s e n ç a d a m u l h e r n o m e rc a d o
d e t r a b a l h o e a t r a n s f e rê n c i a d e i n d ú s t r i a s d a s á rea s
h i s to r i c a m e n te c o n s o l i d a d a s p a r a a s R e g i õ e s Ce n t ro -
- O e s te e N o rd e s te .
87
CÂNCER DE
LARINGE
O CÂNCER DE LARINGE É UM TUMOR MALIGNO QUE, SEGUNDO O GLOBOCAN,
R E P R E S E N T A O 2 1 O C Â N C E R M A I S I N C I D E N T E N O M U N D O 101. N O B R A S I L , A
E S T I M AT I VA D O I N CA PA R A 2 0 1 9 É Q U E O CO R R A M 6 . 3 9 0 CA S O S N OVO S D E CÂ N C E R
D E L A R I N G E E M H O M E N S E 1 . 2 8 0 E M M U L H E R E S , R E PR E S E N TA N D O O 8 O CÂ N C E R
M A I S I N C I D E N T E E M H O M E N S E O 1 6 O E M M U L H E R E S 20.
88
O
câncer de laringe se apresenta normalmente como uma lesão na mucosa deste órgão, gerando
sintomas conforme sua localização. Por exemplo, tumores das pregas vocais geram rouquidão
persistente precocemente e tumores da epiglote geram f requentemente sintomas mais tardios, como
odinofagia, voz abafada ou dispneia. Os tumores da epiglote podem já se apresentar com metástases
nos linfonodos cervicais ao serem diagnosticados. Os principais agentes que causam o câncer de la-
ringe são o tabagismo e etilismo, bem como certas ocupações. Já foi comprovado estatisticamente
q u e e s t e s f a t o r e s d e r i s c o a u m e n t a m o r i s c o d e c â n c e r d e l a r i n g e 102 e a s u a m o r t a l i d a d e 103, a l é m d e
d i m i n u i r a e f i c á c i a d o t r a t a m e n t o 104,105.
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Razão de sexos para câncer de Laringe, Brasil 1980-2015
2 0 13 19 83
1 0 .0 0
2 0 12 19 84
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r
20 11 19 85 8.0 0
20 08 1 9 88 2 .0 0
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
2007 19 8 9
E P: erro pa d rã o
0 .0 0
20 06 19 9 0
A qu antida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra flu t u a -
20 05 1 9 91
çõ es i guais n o s exo m a scu l i n o e n o fe m i ni n o
20 04 19 92
2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
19 99 19 97
19 98
A ra z ã o d e s exo s m o s t ra p re d o m i n â n c i a n o s exo m a s-
c u l i n o co m va l o re s d e 7, 3 8 ( 1 9 8 4 ) a 1 0,02 ( 20 0 0 ) .
89
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e L a ri n g e n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e L a ri n g e s e -
g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
7
D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
(x100.000)
6
0.00 - 1.93
2 D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e L a ri n g e n o B ra s i l
1 s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
1980
1981
1982
1983
1 9 84
1985
1986
1987
1 9 88
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
2.15 - 5.14
90
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e L a ri n g e n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
COEFICIENTE
ç ã o do cl uster Sul -Sudeste ( Reg i ã o Sul e o s e s t a do s
D E M O RTA L I DA D E de Sã o Pa ul o, Ri o de J a n ei ro e Espí ri to Sa n to ) e o e s -
(x100.000)
ta bel ec i m ento do co rredo r Sul - Centro -N o r te , a co m -
0.00 - 0.04
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.61
91
92
0
5
10
15
20
25
30
35
0
5
10
15
20
25
30
35
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
198 0 -19 8 4
15-19
1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
19 9 0-1 99 4 1 9 35- 1 9 39
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
2 010 -20 1 4
40-44
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
1
2
3
4
5
6
0
1
2
3
4
5
6
50-54
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
198 0 -19 8 4
1 9 10- 19 14
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
19 9 0-1 99 4 1 9 3 5 - 19 3 9
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
1 9 6 0- 19 6 4
7 0 - 74
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
2 005 -20 09 1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
2 010 -20 1 4
80+ 1 9 9 0- 19 9 4
1 9 9 5 - 19 9 9
HOMENS – Nos an os 2000, as faixas etárias a par tir dos 65
M U L H E R E S – A s fa i xa s e t á r i a s i n f e r i o re s a o s 6 0 a n o s
a p re s e n t a m te n d ê n c i a e s t a c i o n á r i a e m to d a a s é r i e . A
p a r t i r d e 2 0 0 0, o b s e r va - s e a u m e n to n a s fa i x a s e t á r i a s d e
75 -7 9 a n o s e 8 0 e m a i s ( G r á f i c o i d a d e - p e r í o d o ) . D e n t re
a ç ã o n a s t a xa s d e m o r t a l i d a d e q u e p a re c e e s t a r re l a c i o -
n a s c e r a m a p a r t i r d e 1 9 2 0, p a re c e h ave r u m a e s t a b i l i -
d a d e p a r a to d a s a s fa i x a s e t á r i a s m e n o re s d e 6 5 a n o s
( G r á f i c o c o o r te - i d a d e ) .
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R L A R I N G E , P O D E R E -
93
CÂNCER DE
BEXIGA
O CÂ N C E R D E B EXI G A ( CA B ) R E PR E S E N TA A 7 ª N EO PL A S I A M A L I G N A M A I S
DIAGNOSTICADA MUNDIALMENTE E A 13ª CAUSA DE MORTE. NO BRASIL , EM 2016,
H O U VE C E R CA D E 1 0.0 0 0 CA S O S D I AG N O ST I CA D O S CO M TAXA D E M O RTA L I DA D E
A PR OXI M A DA M E N T E 3 , 2 P O R 1 0 0.0 0 0 H A B I TA N T E S , S EG U N D O DA D O S D O I N CA .
94
O
câ n cer d e b exiga (CaB ) geralm ente se de se nvo lve n a muco sa da bexiga, ch ama da de uro té l i o. A n e -
o pl asi a é cl assif ica da de a cordo com seu te c ido de o rige m, se n do, n a bexiga, o c arc in o m a u rote l i a l
(c a m a da m a i s i n te rna da bexiga) , o carcin oma de cé lulas e sc am o sas e o a de n o c arc in o ma o s m a i s p reva -
len te s resp e c ti vam ente 10 6 .
Ex i s te m fa to res d e risco com for tes evidên cias c arc in o gê n ic as n o CaB , co m o 1 ) taba gism o : é o fa tor d e
ri s co ma i s co m um , está diretam ente rela ciona do co m a c arga tabá gic a e e stá pre se n te e m ce rca d e 5 0 a
60 % do s c aso s; 2) exposiçã o ocupa cional: é re spo n sáve l po r 1 0% do s c aso s, c ara c te riz a da po r ex p os i çã o a
a g e n te s q u í m i co s, com o a betanaf talina, 4 -am in o fe n il, be n ze n o s, j ato s, a e ro ssó is e so lve n te s; 3) t ra t a m e n -
to s o n co l ó g i co s: há relatos de n eoplasia de bexiga in duz ida po r a ge n te s quimio te rápico s, co m o a ci cl ofos -
fa m i d a , u ti l i za d a há alguns an os n o tratam e n to do c ân ce r de mama. A expo siç ã o à ra dio te rapi a t a m b é m
fo i de s c ri ta co m o fator de risco.
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Raz ã o de sexos para c ân ce r de Bex iga , Bras i l 1 9 8 0 -201 5
2 0 13 19 83 3.5 0
2 0 12 19 84
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r 3.0 0
20 11 19 85
2 .5 0
1 .0 0
2007 19 8 9
Fem ini n o 1 9 80 -1989 - 0,01 0,01 0,03 0 .0 0
20 06 19 9 0
1 9 89 -200 5 0,01 0,01 0,01
20 05 1 9 91
20 0 5 -2010 - 0,03 0,02 0, 2 2
20 04 19 92
201 0 -2015 0,07 0,01 0,01
2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
20 0 1 19 9 5
E P: erro pa d rã o 20 0 0 19 96
19 99 19 97
19 98
95
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e B ex i g a n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e B ex i g a s e -
g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
4 .5 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
4
(x100.000)
3.5 0.00 - 0.93
1.5
1 D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e B ex i g a n o B ra s i l s e -
0.5 g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
19 80
19 81
1982
19 83
19 84
1985
19 86
1987
19 88
19 89
199 0
199 1
19 92
19 9 3
19 9 4
19 95
199 6
1997
19 9 8
199 9
200 0
200 1
20 02
20 0 3
20 0 4
20 05
200 6
2007
20 0 8
200 9
2010
2011
20 12
20 13
20 14
20 15
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 2.32
96
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e B ex i g a n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 1 9 8 0
(x100.000) be m co n s o lid a d a s n a s ú l t im a s d é c a da s .
0.00 - 0.22
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e B ex i g a n o B ra s i l s e - s e de s lo c a m do 2 º pa ra o 3º te rc il, e o d e sl oc am e n to
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.96
97
98
0
10
20
30
40
50
60
70
0
10
20
30
40
50
60
70
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
198 0 -19 8 4
15-19
1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
19 9 0-1 99 4 1 9 35- 1 9 39
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
2 010 -20 1 4
40-44
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
5
10
15
20
25
50-54
0 .0 0
5 .0 0
10 .0 0
15 .0 0
2 0 .0 0
2 5 .0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 99 4
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
2 005 -20 09
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – As taxas de m or ta l i d a d e p or i d a d e e pe río -
do si nalizam aum en to d a s ta xa s na s fa i xa s e tá ria s de
80 e mais an os (Gráf i co i d a d e - p e rí od o). A m or t a lida -
de segun do coor te e i d a d e sã o se m e l ha nte s a o o bs e r-
va do nas mulh eres (G rá f i co coor te - i d a d e ).
M U L H E R E S – Pa re c e ex i s t i r u m a te n d ê n c i a d e a u -
m e n to n a s fa i x a s e t á r i a s d e m a i o r m a g n i t u d e , q u e
vã o d e 75 -7 9 e 8 0 e m a i s a n o s ( G r á f i c o i d a d e - p e r í o -
d o ) , b e m c o m o n a s c o o r te s q u e vã o d o s a n o s 1 9 1 0 a
1 9 3 9 ( G r á f i c o c o o r te - i d a d e ) . A s d e m a i s fa i xa s e t á r i a s
a p a re n t a m e s t a r e s t a b i l i z a d a s .
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER BEXIGA , PO -
DEREMOS REDUZIR 3,67% DO NÚMERO DE CASOS
EM MULHERES, E 14,20% DO NÚMERO DE CASOS
EM HOMENS.
99
CÂNCER DE
ESTÔMAGO
A I N C I D Ê N C I A D O CÂ N C E R D E E STÔ M AG O VE M D I M I N U I N D O, M A S A M O RTA L I DA D E
P E R M A N E C E A LT A . P A R A O B R A S I L , H Á U M R I S C O E S T I M A D O D E 1 3 , 1 1 C A S O S N O V O S
A C A D A 1 0 0 M I L H O M E N S E 7, 3 2 A C A D A 1 0 0 M I L M U L H E R E S . E N T R E H O M E N S , É O
Q U A R T O M A I S I N C I D E N T E E O S E X T O E N T R E A S M U L H E R E S 108.
100
A
c au s a d e sse c ân cer é mul tivaria da e os co mpo n e n te s de risco co n h e c ido s po de m te r o ri g e m : 1 ) i n -
fe cc i o sa, co m o a infecçã o pelo H. pylori o u E BV; 2) ida de avan ç a da e gê n e ro masc ulin o ; 3) h á b i tos d e
v i d a co m o o b e si d a de e dieta rica em sal e ali m e n to s co n se r va do s; 4) t aba gism o ; 5) asso c ia ç ã o com g a s t ri -
te crô ni c a atró f i c a, m etaplasia intestinal da muco sa gá stric a, an e mia pe rn ic io sa, pólipo a de n om a tos o d o
es tôm a g o e g astri te hiper tró f ica gigante; e 6) h istória pe ssoal o u familiar de co n diçõe s h e re dit ári a s , com o
o próp ri o c â n cer g ástrico e a polipose a den omato sa familiar 1 09 .
20 13 19 83 2 .45
20 12 19 84 2 .40
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r
20 11 19 85 2 .35
2 .2 5
2 .1 5
20 01 -200 5 0,12 0, 25 0,6 2 20 08 19 88
2 .1 0
2007 19 89
20 0 5 -200 9 - 0, 83 0, 25 0,01 2 .0 5
20 06 19 9 0
20 0 9 -2015 0,09 0,08 0, 27
20 05 1 9 91
Fem ini n o 1 9 80 -1985 - 0, 39 0,05 0,01
20 04 19 92
1 9 85 -20 02 - 0,14 0,01 0,01
2 0 03 19 9 3
101
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Es tô m a g o n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e Es tô m a g o
se g u n do s exo, B ra si l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
30 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
25 (x100.000)
1.45 - 10.70
20 1 0 . 7 0 - 2 7. 2 5 1980
2 7. 2 5 - 3 9 . 1 6 MASCULINO
15
10
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Es tô m a g o n o B ra s i l
5
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
19 80
1 981
198 2
1 983
19 84
198 5
1 9 86
1 987
1 9 88
1 9 89
19 9 0
1 991
199 2
199 3
19 9 4
199 5
1 9 96
1 997
1 9 98
1 9 99
2000
20 01
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
20 10
201 1
201 2
201 3
20 14
201 5
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
8.33 - 12.21
12 . 21 - 15.41 2015
15.41 - 32 . 32 MASCULINO
102
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e Es tô m a g o n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
MASCULINO – Entre os períodos de 1980 e 2015, há um au-
(x100.000)
FEMININO – Entre os períodos de 1980 e 2015, há um au-
0.00 - 4.86
4.86 - 12.50 1980 mento dos coef icientes do 1º tercil, uma diminuição nos
1 2 . 5 0 - 1 7. 1 8 FEMININO
coef icientes do 3º tercil e na máxima do 2º tercil. Espacial-
D I F E R E N ÇA S – O c â n c e r d e e s to m a g o a p re s e n t a FA P s e -
m e l h a n te p a r a o s s exo s m a s c u l i n o e f e m i n i n o. E m b o r a o
c o e f i c i e n te m a s c u l i n o s e a p re s e n te s u p e r i o r a o f e m i n i -
COEFICIENTE n o n o s d o i s p e r í o d o s , e s p a c i a l m e n te h á f o r te c o e rê n c i a
D E M O RTA L I DA D E
e n t re o s s exo s n o a n o d e 2 0 1 5 , c o n f l i t a n d o c o m a d i f e -
(x100.000)
3.98 - 5.76 re n ç a d e c o e f i c i e n te s e a p o n t a n d o p a r a u m a d i v i s ã o s e -
5 . 7 6 - 7. 1 2 2015 xu a l d a a t i v i d a d e 1 1 0,1 1 1
7. 1 2 - 1 0 . 9 8 FEMININO
103
0
20
40
60
80
100
120
1 40
160
180
200
104
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
1 900-1 904
1 905-1 909
1 98 0 -19 8 4
15-19
1 91 0-1 91 4
1 91 5-1 91 9
1 920-1 924
198 5- 19 8 9
20-24
1 925-1 929
1 93 0-1 93 4
1 99 0 -1 99 4 1 93 5-1 93 9
25-29
1 94 0-1 94 4
1 94 5-1 94 9
19 95 -19 9 9
1 950-1 954
1 955-1 959
30-34
1 960-1 964
20 0 0 - 20 0 4
1 965-1 969
Co o r te - i d a d e d e h o m e ns
I d a d e - p e rí o d o d e h o m e ns
1 97 0-1 97 4
35-39
2 00 5 -2 0 0 9 1 97 5-1 97 9
1 980-1 984
1 985-1 989
40-44
2 0 10 -2 0 1 4
1 990-1 994
1 995-1 999
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
20
40
60
80
100
120
50-54
0.00
20.00
40.00
60.00
8 0.00
100.00
120.00
1900-1904
1905-1909
1 98 0 -19 8 4 1910-1914
55-59
1915-1919
1920-1924
198 5- 19 8 9
1925-1929
60-64
1930-1934
1 99 0 -1 99 4 1935-1939
1940-1944
65-69
1945-1949
19 95 -19 9 9 1950-1954
1955-1959
7 0 - 74
1960-1964
20 0 0 - 20 0 4
1965-1969
Co o r te - ida de de m ulh e re s
1970-1974
75-79
2 00 5 -2 0 0 9 1975-1979
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1980-1984
1985-1989
80+ 2 0 10 -2 0 1 4
1990-1994
1995-1999
As t a xa s de m or talid a d e e stã o d e cre sce n d o a o lo n g o
do s an os, tan to para h om e ns q u a nto pa ra m u l h e re s .
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER ESTÔMAGO,
P O D E R E M O S R E D U Z I R 6 , 74 % D O N Ú M E R O D E C A -
S O S E M M U L H E R E S , E 6 , 74 % D O N Ú M E R O D E C A -
SOS EM HOMENS.
105
MIELOMA
M Ú LT I PLO
O M I E L O M A M Ú LT I P L O C O R R E S P O N D E A 1 % D O T O T A L D E N E O P L A S I A S M A L I G N A S ,
É LIGEIRAMENTE MAIS FREQUENTE EM HOMENS (1,1:1) E ACOMETE QUASE DUAS
VE Z E S M A I S A P O PU L AÇÃO A F R O D E S C E N D E N T E N O RT E -A M E R I CA N A Q UA N D O
CO M PA R A D A A CAU CA S O I D E .
106
O
mi el o m a m úl tiplo (MM) é uma n eoplas ia co m o rige m n a m e dula ó ssea (M O ) , ge ralm e n te d e a co -
m e ti m ento m a ciço. O compor tam ento clín ico do MM varia de assin to mático a fo rmas a l t a m e n te
a gre s s i va s. S e c a ra c teriza pela prolifera çã o de plasm ó c ito s n e o plásico s co m a co m e t im e n to m u l t i foca l e
a s s o c i a d o, n a m ai o ria das vezes, com secreçã o de uma imun o glo bulin a m o n o clo n al: a pro te ín a M n o s oro
e /o u n a uri n a e d a n o a órgã os, rela ciona do à e sta pro te ín a 1 1 2 . O dia gn ó stico base ia- se e m c rité rios cl í n i cos ,
m o r fo l ó g i co s, i m un ológicos e ra diológicos.
A etiologia do MM é desconhecida. Os fatores de risco são prováveis estímulos antigênicos contínuos provo -
cados por doenças infecciosas e crônicas que, ao estimularem a formação de clones benignos, aumentariam
a probabilidade de um evento de iniciação maligna. A exposição à radiação é fator de risco para o MM 113,114 .
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Razão de sexos para câncer de Mieloma Múl tiplo,
talida de d o câ n cer d e M i el om a M úl t i pl o seg un do sexo, Brasil 1980-2015
Brasil, 1 9 80 -201 5.
19 80
20 15 19 81
2 0 14 19 82 4.0 0
2 0 12 19 84
3.0 0
Mas culin o 1 9 80 -1 992 0,01 0,01 0,01 20 11 19 85
2 .5 0
1 .5 0
20 09 1 9 87
20 0 5 -2011 - 0,01 0,02 0,76
1 .0 0
20 08 1 9 88
201 1 -2015 0,13 0,03 0,01 0 .5 0
2007 19 8 9 0 .0 0
20 0 2 19 94
Bet a: coef iciente de in cre m e n to 20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
E P: erro pa d rã o 19 99 19 97
19 98
107
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e M i e l o m a M ú l t i p l o
n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e M i e l o m a
M ú l t i p l o se g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
2. 5
(x100.000)
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
0.00 - 0.00
2 0.00 - 0.51 1980
0.51 - 1.55 MASCULINO
1.5
1
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e M i e l o m a M ú l t i p l o
0. 5 n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
19 80
1 981
198 2
1 983
19 84
198 5
1 9 86
1 987
1 9 88
1 9 89
19 9 0
1 991
199 2
199 3
19 9 4
199 5
1 9 96
1 997
1 9 98
1 9 99
2000
20 01
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
20 10
201 1
201 2
201 3
20 14
201 5
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.78 - 1.99
108
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M i e l o m a M ú l t i p l o
n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
COEFICIENTE
M A S CU L IN O – H á u m a mu da n ç a n o pa drã o e spa c i al
D E M O RTA L I DA D E
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M i e l o m a M ú l t i p l o de s t a c a m n a c io n a lm e n te .
n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 201 5
D IFE R E N ÇA S – Es pa c ia lm e n te , a s t a xa s de óbi tos mas-
c u lin a s a p re s e n t a m m a io r co n ce n t ra ç ã o, com a cl ara
de f in iç ã o de u ma fa ixa de co n ce n t ra ç ã o, di fe re n te da
dis t rib u iç ã o e s pa c ia l do s exo fe min in o.
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0 . 0 0 - 1 . 47
1 . 47 - 1 . 8 3 2015
1.83 - 4.16 FEMININO
109
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
110
0. 00
2. 00
4. 00
6 . 00
8.00
1 0. 00
1 2. 00
1 4. 00
1 6 . 00
1 8 . 00
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
1 98 0 -19 8 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 99 4
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
1 9 7 5- 1 9 7 9
2 005 -20 09
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
2 010 -20 1 4 1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
2
4
6
8
10
12
14
50-54
0 .0 0
2 .0 0
4.0 0
6.0 0
8 .0 0
10 .0 0
12 .0 0
14.0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
1 98 0 -19 8 4 1 9 10- 19 14
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 99 4
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
2 005 -20 09
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – Ida de apre se nta m e sm o p e r f i l ob se r va d o
na s mulh eres com te n d ê n ci a a sce n d e nte pa ra a s s e -
gu i ntes faixas etárias: 70 -74 a n os; 75-7 9; e 8 0 an o s e
m ais. Nas demais , nã o é p ossí ve l i d e nti f i ca r u m a te n -
dên c i a específ ica (G rá f i co i d a d e - p e rí od o). A evo lu -
ç ã o da m or talida de s e gu n d o coor te a p re se nta m e s m o
perf il que a das mulh e re s ( G rá f i co coor te - i d a d e ) .
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
F A T O R E S D E R I S C O D E C Â N C E R M I E L O M A M Ú LT I -
PLO, PODEREMOS REDUZIR 2,01% DO NÚMERO DE
CASOS EM MULHERES, E 10,01% DO NÚMERO DE
CASOS EM HOMENS.
111
CÂNCER DE
OVÁRIO
S E G U N D O E S T I M AT I VA S D O I N C A , S Ã O E S P E R A D O S PA R A 2 0 1 8 , 6 . 1 5 0 N O V O S C A S O S D E
C Â N C E R D E O VÁ R I O N O B R A S I L , C O M U M R I S C O E S T I M A D O D E 5 , 7 9 PA R A C A D A 1 0 0 0
M I L M U L H E R E S . A TAXA D E S O B R E V I D A E M C I N C O A N O S G I R A E M T O R N O D E 4 5 % 2 0 .
112
O
câ n cer d e ová rio é uma doen ça grave, de dif íc il dia gn ó st ico e m sua fase in ic ial, quan do ai n d a é p ou -
co si n to m áti co ou assintomático. Além disso, te m po te n c ial de disse min a ç ã o n as supe rf íc i e s s e ros a s
d a c av id a d e p e ri to n eal, invasã o de órgã os a dj a ce n te s e à dist ân c ia, o que o co rre mais co mum e n te com
tu m o res d e s ub ti p o histológico a gressivo 115 .
talida de d o câ n cer d e Ovári o n o sexo fem i ni n o, B rasil, sexo fe min in o, Brasil 19 8 0 -2015
1980 -201 5.
FEMININO
4. 5
Feminin o 1 9 80 -2015 0,04 0,01 0,01 4
3.5
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
3
E P: erro pa d rã o
2. 5
2
A qua ntida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra c re s c i-
1. 5
m ento lento, porém su ste nta d o, d e form a re la t iva - 1
m ente h om og ên ea n a sé ri e hi stóri ca . 0.5
0
1980
1981
198 2
198 3
1984
198 5
1986
198 7
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2 000
2 001
2 00 2
2 00 3
2 004
2 00 5
2 006
2 00 7
2 00 8
2 009
2 010
2 011
2 012
2 013
2 014
2 015
Ta xa d e m o r t a lid a d e de c re s ce n te e m to d o o pe rí odo.
113
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e O vá ri o n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 1 9 8 0
Houve um aumento das taxas em todos os tercis, sen-
do que, espacialmente, há uma distribuição menos re-
gular das maiores taxas. Isto difere do cenário de 1980,
onde há também uma concentração das maiores taxas
no Centro -Sul do país, além do estado do Amazonas.
(x100.000) H á a u m e n to d a s t a x a s c o m o a va n ç a r d a i d a d e , e e l e -
0.00 - 1.11 va ç ã o d a m o r t a l i d a d e p a r a to d a s a s c o o r te s a té 1 9 5 0 -
1.11 - 2.04 1980
1954 e para as faixas de 60-64 anos de idade. (Gráf ico
2 . 0 4 - 7. 6 3 FEMININO
c o o r te - i d a d e ) .
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e O vá ri o n o B ra s i l s e -
AO S FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R OVÁ R I O,
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 201 5
P O D E R E M O S R E D U Z I R 2 ,7 1 % D O N Ú M E R O D E CA-
SOS EM MULHERES.
114
Coor te -id a d e d e mulh eres
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
25
20
15
10
0
19 00-1904
19 05-1909
1910-1914
1915-1919
19 20-1924
19 25-1929
19 30-1934
19 35-1939
19 40-1944
19 45-1949
19 50-1954
19 55-1959
19 60-1964
19 65-1969
19 7 0-197 4
19 7 5-197 9
19 8 0-198 4
19 8 5-198 9
19 90-1994
19 95-1999
25.00
20.00
15.00
10.00
5.00
0.00
1980 -1984
1 985-1989
1 990 -1994
1 995-1999
20 0 0-200 4
20 05-20 09
20 10 -2014
FA I XA E TÁ R I A
115
CÂNCER DE
RIM
O CA R C I N O M A D E C É LU L A S R E N A I S ( CC R ) R E PR E S E N TA 2 A 3% D E TO D O S O S T I P O S
D E CÂ N C E R . A P R E S E N TA I N C I D Ê N C I A M A I O R N O S PA Í S E S O C I D E N TA I S E S E U P I CO
DE INCIDÊNCIA OCORRE ENTRE A 6ª E A 7 ª DÉCADA DE VIDA COM FREQUÊNCIA
3 : 2 D E H O M E N S PA R A M U L H E R E S .
116
O
câ n cer d e ri m ou carcin oma de células re n ais (CCR) , é a te rce ira n e o plasia uro ló gic a mai s f re q u e n -
te. Tem o ri g em n o epitélio tubular rena l, re pre se n tan do 90% das n e o plasias re n ais 1 1 6 . Pa c i e n te s com
in s u f i ci ê n c i a re nal crônica em fase terminal (dialític a) apre se n t am risco dez veze s maio r de a p re s e n t a r
CC R d o q u e a p o p u l a çã o geral. Fatores etioló gico s in clue m o be sida de , taba gism o e h ipe r te n sã o a r te ri a l 117.
Estimativas para variação anual média da taxa de morta- Raz ã o de sexos para c ân ce r de R im, Bra sil 1 9 8 0 -201 5
1 .0 0
20 09 1 9 87
201 2-2015 0,16 0,06 0,01
0 .5 0
20 08 1 9 88
Fem ini n o 1 9 80 -2002 0,02 0,01 0,01
2007 19 8 9 0 .0 0
E P: erro pa d rã o 2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
A qu antida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra flu t u a - 20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
çõ es i guais n o s exo m a scu l i n o e n o fe m i ni n o. 19 99 19 97
19 98
117
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e R i m n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r t a l i d a d e pa ra o c â n ce r d e R i m s e g u n-
d o s exo, B ra si l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
3.5 D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
(x100.000)
3
0.00 - 0.26
2. 5
0.26 - 0.88 1980
0.88 - 3.53 MASCULINO
2
1.5
1 D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e R i m n o B ra s i l s e -
0. 5 g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
198 0
1 9 81
1 982
1 9 83
198 4
1 985
19 86
1 9 87
19 88
19 89
199 0
1 9 91
1 992
1 993
199 4
1 995
19 9 6
1 9 97
19 9 8
19 9 9
200 0
2001
20 02
20 03
200 4
20 05
200 6
20 07
200 8
200 9
201 0
2011
201 2
201 3
201 4
201 5
Ta x a d e m o r t a l i d a d e c o m c r e s c i m e n t o c o n s t a n t e n o
sexo masculino com destaque a par tir de 2000. Em
contrapar tida, crescimento lento no sexo feminino
a partir de 1990.
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.73 - 2.21
118
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e R i m n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 1 9 8 0
COEFICIENTE
MASCULINO – Destaca-se que a mudança de faixas de
D E M O RTA L I DA D E
D IFE R E N ÇA S – A m a io r co n ce n t ra ç ã o do s c asos fe mi -
n in o s n o Ce n t ro -Su l e N o rd e s te .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 1.12
119
0.00
5.00
10.00
15 . 0 0
20.00
25.00
120
0. 00
5.00
1 0. 00
15.00
2 0. 00
25.00
1 900-1 904
1 905-1 909
15-19
1 98 0 - 19 84 1 91 0-1 91 4
1 91 5-1 91 9
1 920-1 924
19 85 -1 98 9
20-24
1 925-1 929
1 93 0-1 93 4
1 99 0 -1 99 4 1 93 5-1 93 9
25-29
1 94 0-1 94 4
1 94 5-1 94 9
19 95 - 19 99 1 950-1 954
1 955-1 959
30-34
1 960-1 964
20 0 0 - 20 0 4
1 965-1 969
Co o r te - i d a d e d e h o m e ns
I d a d e - p e rí o d o d e h o m e ns
1 97 0-1 97 4
35-39
2 00 5 -2 0 0 9 1 97 5-1 97 9
1 980-1 984
1 985-1 989
40-44
2 0 10 -2 0 1 4
1 990-1 994
1 995-1 999
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
2
4
6
8
10
12
50-54
0
2
4
6
8
10
12
1900-1904
1905-1909
1 98 0 -19 8 4
1910-1914
55-59
1915-1919
1920-1924
198 5- 19 8 9
1925-1929
60-64
1930-1934
1 99 0 -1 99 4 1935-1939
1940-1944
65-69
1945-1949
19 95 -19 9 9
1950-1954
1955-1959
7 0 - 74
1960-1964
20 0 0 - 20 0 4
1965-1969
Co o r te - ida de de m ulh e re s
1970-1974
Ida de - pe río do de m ulh e re s
2 00 5 -2 0 0 9 1975-1979
75-79
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1980-1984
1985-1989
2 0 10 -2 0 1 4
80+ 1990-1994
1995-1999
HOMENS – Nota-se uma tendência de aumento para
as faixas etárias a partir de 60-64 anos a 80 e mais
anos (Gráf ico idade-período). As coor tes de nasci-
mento de 1900 a 1959 até a faixa etária de 50-55 anos
também aparentam tendência de aumento (Gráf ico
coor te-idade).
S E C E S S A R M O S A E X P O S I Ç Ã O O C U PA C I O N A L A O S
F AT O R E S D E R I S C O D E C Â N C E R R I M , P O D E R E M O S
REDUZIR 0,63% DO NÚMERO DE CASOS EM MULHE-
RES , E 3,96% DO NÚMERO DE CASOS EM HOMENS .
121
CÂNCER DE
PULMÃO, BRÔNQUIOS
E TRAQUEIA
SEGUNDO O INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, ESTIMAM-SE UM RISCO DE 18,16
CASOS NOVOS A CADA 100 MIL HOMENS , SENDO O SEGUNDO TUMOR MAIS
F R E Q U E N T E ; E U M R I S C O E S T I M A D O D E 1 1 , 8 1 P A R A C A D A 1 0 0 M I L M U L H E R E S 20.
122
O
câncer de pulmão segue sendo uma doença de impacto signif icativo em âmbito nacional e mundial, seja
pela elevada incidência e mortalidade, ou pela forte associação com o tabagismo, o que tornaria muitos
casos evitáveis caso houvesse uma melhor conscientização da população. A estimativa mundial mostrava
que, em 2012, ocorreram 14,1 milhões de casos novos de câncer de pulmão e 8,2 milhões de óbitos por esta
doença. Houve um discreto predomínio do sexo masculino tanto na incidência (53%) quanto na mortalidade
(57%). De modo geral, as maiores taxas de incidência foram observadas nos países desenvolvidos 118 .
2 0 12 19 84
3.0 0
Mas culin o 1 9 80 -1 995 0, 28 0,03 0,01 20 11 19 85
2 .5 0
1 .5 0
20 09 1 9 87
20 01 -20 05 0,49 0, 34 0,1 7
1 .0 0
20 08 1 9 88
20 0 5 -2010 - 0,78 0, 22 0,01 0 .5 0
2007 19 8 9 0 .0 0
20 0 2 19 94
201 0 -2015 0,69 0,07 0,01
20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
19 99 19 97
Bet a: coef iciente de in cre m e n to 19 98
E P: erro pa d rã o
A ra z ã o de s exo s m o s t ra pre d o min â n c ia n o sexo mas-
A qu antida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra flu t u a - c u lin o co m va lo re s d e 1 ,74 (201 5 ) a 3, 8 4 ( 1 982 ) .
çõ es i guais n o s exo m a scu l i n o e n o fe m i ni n o.
123
Distribuição espacial do câncer de Pulmão, Brônquios e
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e P u l m ã o,
MASCULINO
FEMININO
30 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
25 (x100.000)
0.00 - 6.94
15
10
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
11.57 - 19.10
124
Distribuição espacial do câncer de Pulmão, Brônquios e
D IFE R E N ÇA S – Es pa c ia lm e n te co in c id e n te s n as Re g i -
õ e s Su l, Su d e s te e Ce n t ro - Oe s te . A pre s e n ta di fe re n -
ç a s ma is s ig n if ic a t iva s n a R e g iã o N o r te .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
8.12 - 11.49
125
0
50
100
150
200
250
126
0. 00
5 0. 00
1 00. 00
1 5 0. 00
2 0 0. 00
2 5 0. 00
1 900-1 904
1 905-1 909
15-19
1 98 0 - 19 84 1 91 0-1 91 4
1 91 5-1 91 9
1 920-1 924
19 85 -1 98 9
20-24
1 925-1 929
1 93 0-1 93 4
1 99 0 -1 99 4 1 93 5-1 93 9
25-29
1 94 0-1 94 4
1 94 5-1 94 9
19 95 - 19 99 1 950-1 954
1 955-1 959
30-34
1 960-1 964
20 0 0 - 20 0 4
1 965-1 969
Co o r te - i d a d e d e h o m e ns
I d a d e - p e rí o d o d e h o m e ns
1 97 0-1 97 4
35-39
2 00 5 -2 0 0 9 1 97 5-1 97 9
1 980-1 984
1 985-1 989
40-44
2 0 10 -2 0 1 4
1 990-1 994
1 995-1 999
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
50-54
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
8 0.00
90.00
1900-1904
1905-1909
1 98 0 - 19 84 1910-1914
55-59
1915-1919
1920-1924
19 85 -1 98 9
1925-1929
60-64
1930-1934
1935-1939
1 99 0 -1 99 4
1940-1944
65-69
1945-1949
19 95 - 19 99 1950-1954
1955-1959
7 0 - 74
1960-1964
20 0 0 - 20 0 4
1965-1969
Co o r te - ida de de m ulh e re s
1970-1974
1975-1979
75-79
2 00 5 -2 0 0 9
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1980-1984
1985-1989
80+ 2 0 10 -2 0 1 4 1990-1994
1995-1999
H OM ENS – Obser va- se re d u çã o na s ta xa s d e m o r t a li-
da de para todas as fai xa s e tá ri a s n o ú l ti m o q u i n q u ê -
nio est uda do (201 0 -2014), com exce çã o d a fa i xa e t á ria
de 80 e mais an os (G rá f i co i d a d e - p e rí od o). A m o r t a -
l ida de nas coor tes ap re se ntou re d u çã o i m p or tan te a
pa r t ir da coor te de 1 93 0 a 193 4 ( G rá f i co coor te - i d a de ) .
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R PU L M ÃO, B R Ô N -
QUIOS E TRAQUEIA , PODEREMOS REDUZIR 5,44%
DO NÚMERO DE CASOS EM MULHERES, E 15,63%
DO NÚMERO DE CASOS EM HOMENS.
127
MELANOMA
NO BRASIL , O INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA) ESTIMA QUE NO ANO
D E 2 0 1 8 H AVE R Á 2 . 9 2 0 CA S O S N OVO S D E M E L A N O M A E M H O M E N S E 3 . 3 4 0 E M
M U L H E R E S . N O A N O D E 2 0 1 5 , O C O R R E R A M 1 . 7 9 4 Ó B I T O S P E L A D O E N Ç A 20.
128
O
m e l a n o m a é u m tipo de cân cer origina do do m e lan ó c ito, po de n do a co m e te r a pe le , supe r f í ci e s m u -
co sas, o l h o s e m enin ges 121 . Apesar de ser re spo n sáve l po r ce rc a de 5% do s c aso s de c ân ce r d e p e l e , o
m e l a n om a e stá a ssocia do a 9 0% das m or tes re la c io n a das a o s c ân ce re s c ut ân e o s 1 2 1 ,1 2 2 .
Vá ri o s fato re s d e ri sco têm sido associa dos com o de se nvo lvim e n to do m e lan o ma. A h istó ria de ex p os i çã o
à ra di a çã o u l travi o l eta (UV ) , par ticularm ente expo siç ã o so lar in te rmite n te e in te n sa e re lato de q u e i m a d u -
ra s o l a r e stã o a sso cia dos com aum ento do risco para o surgim e n to do m e lan o ma c utân e o. Vári os e s t u d os
tê m m os tra d o a sso cia çã o entre o bronzeam en to ar t if ic ial e o m e lan o ma 1 2 3 . So m e n te 1 0% do s m e l a n om a s
e s t ã o asso c i a d o s com um compon ente famili ar 1 2 3 .
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Razão de sexos para câncer de Melanoma, Brasil 1980-2015
2 0 13 19 83 1 .80
2 0 12 19 84 1 .6 0
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r 1 .40
20 11 19 85
1 .2 0
Mas culin o 1 9 80 -1986 - 0,01 0,01 0,1 1 20 10 19 86 1 .0 0
0 .80
1 9 86 -1 993 0,04 0,01 0,01 20 09 1 9 87
0 .6 0
0 .40
1 9 93 -2013 0,01 0,01 0,01 20 08 1 9 88
0 .2 0
2007 19 8 9
201 3 -2015 0,09 0,06 0,1 8 0 .0 0
20 06 19 9 0
Feminin o 1 9 80 -20 01 0,01 0,01 0,01
20 05 1 9 91
20 01 -2013 - 0,01 0,01 0, 2 9
20 04 19 92
201 3 -2015 0,09 0,06 0,1 8
2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
20 0 1 19 9 5
E P: erro pa d rã o 20 0 0 19 96
19 99 19 97
19 98
129
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e M e l a n o m a n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e M e l a n o m a
se g u n do s exo, B ra si l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
1.8 D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
1.6 (x100.000)
0.00 - 0.14
1.4
0.14 - 0.68 1980
1.2 0.68 - 1.97 MASCULINO
0. 8
0. 6
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e M e l a n o m a n o B ra s i l
0. 4
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0. 2
0
19 80
1 981
198 2
1 983
19 84
198 5
1 9 86
1 987
1 9 88
1 9 89
19 9 0
1 991
199 2
199 3
19 9 4
199 5
1 9 96
1 997
1 9 98
1 9 99
2000
20 01
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
20 10
201 1
201 2
201 3
20 14
20 15
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.92
130
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e M e l a n o m a n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000) M A S CU L IN O – Pe qu e n o a u m e n to de coe f i c i e n te ,
0.00 - 0.10
ma io r co n ce n t ra ç ã o e s pa c ia l n o s e s t a d o s do Ce n tro -
0.10 - 0.35 1980
0.35 - 1.02 FEMININO
-Su l, co m fo r te d e te rm in a ç ã o e s pa c ia l e m 2015 .
FE M IN IN O – Au m e n to n o s co e f ic ie n te s e m todos
o s te rc is , co m u m a fo r te co n ce n t ra ç ã o espa c i al das
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e M e l a n o m a n o B ra s i l ma io re s t a xa s , n o s e s t a d o s do Ce n t ro -Su l d o Brasi l .
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 201 5
D IFE R E N ÇA S – A m plio u a d ife re n ç a de coe f i c i e n te s
e n t re o s s exo s , co m a s m a io re s t a xa s n o s exo masc ul i -
n o. H á , co n t u d o, u ma s imila rida d e e s pa c ial .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.42
131
0.00
2.00
4.00
6.00
8.00
10.00
12.00
14.00
132
0. 00
2. 00
4. 00
6 . 00
8.00
1 0. 00
1 2. 00
1 4. 00
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
198 0 -19 8 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
20-24
1 9 25- 1 9 29
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 99 4
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
2 010 -20 1 4
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
50-54
0 .0 0
1.0 0
2 .0 0
3.0 0
4.0 0
5 .0 0
6.0 0
7.0 0
8.0 0
9.0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 99 4
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
1 9 6 0- 19 6 4
7 0 - 74
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
2 005 -20 09
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
HOMENS – Verif ica-se elevação das taxas de mortalida-
de a partir de 1995 a 1999, sobretudo na faixa etária de
80 e mais anos (Gráf ico idade-período). A mortalidade
nas coortes apresentou elevação até a coorte de 1945-
1949 e faixa etária 65-69 anos (Gráf ico coorte-idade).
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER MEL ANOMA ,
P O D E R E M O S R E D U Z I R 1 ,7 1 % D O N Ú M E R O D E CA-
SOS EM MULHERES , E 5,53% DO NÚMERO DE CA-
SOS EM HOMENS.
133
CÂNCER DE
MAMA
A E S T I M AT I VA D A I N C I D Ê N C I A D E CÂ N C E R N O B R A S I L PA R A O A N O D E 2 0 1 8 , VÁ L I D A
TA M B É M PA R A O A N O D E 2 0 1 9 , A P O N TA PA R A A O CO R R Ê N C I A D E 5 9 . 70 0 CA S O S
N OVO S D E CÂ N C E R D E M A M A PA R A CA D A A N O D E S T E B I Ê N I O.
134
O
câ n cer d e m a ma é responsável por cerc a de 25% de to do s o s c ân ce re s fe min in o s dia gn o s t i ca d os n o
mu n d o, co m cerca de 1.700.000 n ovos c aso s e m 201 2 1 24 ,1 2 5 . N o Brasil, e le é o se gun do mais f re q u e n te
e n t re tod o s o s c ân ceres e sua in cidên cia corre spo n de a 22 % de to do s o s c aso s de c ân ce r e m m u l h e re s ,
o qu e si g n i f i c a s er 2 vezes mais f requente do que qualque r c ân ce r e m o utro ó rgã o fe min in o a l é m d e s e r
t a mb é m a p ri n c i pal causa de m or te por cân ce r n a po pula ç ã o fe min in a 20,1 24 ,1 2 5 .
1 9 9 8-20 01 - 0, 33 0, 55 0,55
15
20 01 -200 6 0,42 0,17 0,02
20 0 6 -20 09 - 0,6 0, 55 0, 2 8 10
135
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M a m a n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 1 9 8 0
H á u m fo r te a u m e n to d o s co e f ic ie n te s e ntre os doi s
pe río d o s . Es pa c ia lm e n te , a s t a xa s de c â n cer de mama
po de m s e r d e f in ida s co m o u m clu s te r Ce ntro -S ul h i s-
to ric a m e n te b e m d e f in ido, s o m a d o a u m pa drã o e s-
pa c ia l ma is h o m o g ê n e o n o re s t a n te do B rasi l .
0.00 - 5.12
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M a m a n o B ra s i l s e -
g u n d o U F pa ra o sexo fe m i n i n o, 201 5 Muito fortemente relacionado aos fatores demográf i-
cos, mesmo assim, se destacam em territórios com forte
exposição a químicos industriais e agropecuários.
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
10.23 - 16.35
136
Coor te -id a d e d e mulh eres
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
120
1 00
80
60
40
20
0
19 00-1904
19 05-1909
1910-1914
1915-1919
19 20-1924
1925-1929
19 30-1934
1935-1939
19 40-1944
19 45-1949
19 50-1954
1955-1959
19 60-1964
19 65-1969
19 7 0-197 4
197 5-197 9
19 8 0-198 4
19 8 5-198 9
19 90-1994
19 95-1999
I da de -períod o d e mulh eres
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
120.00
100.00
80.00
60.00
40.00
20.00
0.00
1 980-1984
1 985-1989
1 990 -1994
1995 -1999
200 0-200 4
2005 -2 009
2 010-2014
FA I XA E TÁ R I A
137
CÂNCER DE
TIREOIDE
O I N S T I T U T O N A C I O N A L D E CÂ N C E R ( I N CA ) E S T I M A Q U E , PA R A CA D A A N O D O
BIÊNIO 2018/2019, SEJAM DIAGNOSTICADOS 9.610 NOVOS CASOS DE CÂNCER DE
T I R E O I D E ( 1 . 5 7 0 E M H O M E N S E 8 . 0 4 0 E M M U L H E R E S ) N O B R A S I L 20.
138
O
câ n cer d e ti re oide, por razões ain da nã o e sclare c idas, a co m e te ce rc a de 3 veze s mais m u l h e re s d o
qu e h o m e ns. Ele pode a contecer em qua lque r ida de , mas o s pico s de risco in c ide m an te s n a s m u l h e -
re s , n a m ai o ri a d a s vezes entre os 40 e 5 0 an o s, do que n o s h o m e n s, ge ralm e n te e n tre 60 e 70 a n os 20 . O s
d o i s t i p o s m a i s co muns sã o o carcin oma papilífe ro e o c arc in o ma fo lic ular. E mbo ra m e n o s co m u n s , te m -
-s e t a m b ém o c arc i n oma de células de H ür thle , o c arc in o ma m e dular da tire o ide , c arc in o ma ana p l á s i co e
li n fo ma d a ti re o i d e 99 .
A t a xa de m o r ta l i d a de para o cân cer de tireoide e stá e st áve l h á algun s an o s, e é baixa e m co mpa ra çã o com
a ma i o ri a d o s o u tros tipos de cân cer.
Fa to re s d e ri sco co nh ecidos para esse tipo de c ân ce r sã o h istó rico familiar, h e re dit arie da de e d i e t a p ob re
e m i o do 127. A l ém d e sses, tem-se a exposiçã o à ra dia ç ã o, po r o rige m o c upa c io n al o u n ã o 1 2 8 .
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Razão de sexos para câncer de Tireoide, Brasil 1980-2015
talida de d o câ n cer d e Ti reo i d e seg un do sexo, Bra sil,
19 80
20 15 19 81
1980 -201 5. 20 14 19 82 0 .7 0
20 13 19 83
0 .6 0
20 12 19 84
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r 0 .5 0
20 11 19 85
0 .30
2007 19 89
201 1 -2015 0,02 0,01 0,1 3 0 .0 0
20 06 19 9 0
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
20 05 1 9 91
E P: erro pa d rã o
20 04 19 92
139
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Ti re o i d e n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e Ti re o i d e
se g u n do s exo, B ra si l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
0. 8 D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
(x100.000)
0. 7
0.00 - 0.00
0. 6 0.00 - 0.45 1980
0.45 - 0.96 MASCULINO
0. 5
0. 4
0. 3
0. 2 D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Ti re o i d e n o B ra s i l
0. 1
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
19 80
1 981
198 2
1 983
19 84
198 5
1 9 86
1 987
1 9 88
1 9 89
19 9 0
1 991
199 2
199 3
19 9 4
199 5
1 9 96
1 997
1 9 98
1 9 99
2000
20 01
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
20 10
201 1
201 2
201 3
20 14
20 15
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.29
140
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e Ti re o i d e n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
M A S CU L IN O – M u d a n ç a do pa drã o e s pa c i al do Ce n -
t ro -Su l-N o rde s te pa ra a co n s o lid a ç ã o de d uas fai xas.
A prim e ira co m po s t a p e lo s e s t a do s d a Re g i ã o S ul ,
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 201 5 D I F E R E N ÇA S – A f o r te c o n c e n t r a ç ã o d e c a s o s n a p o r -
ç ã o Ce n t ro - N o r te d o p a í s d e s t a c a a p r i n c i p a l d i f e -
re n ç a e n t re a e s p a c i a l i z a ç ã o d o s re c o r te s d e g ê n e ro.
U m p o n to i m p o r t a n te é a c o n f i g u r a ç ã o d e u m v i é s
d e g ê n e ro, p o i s o FA P p a r a o c â n c e r d e t i re o i d e é 3
ve z e s m a i o r p a r a o s exo m a s c u l i n o, e , m e s m o a s s i m ,
a s t a x a s d o s exo f e m i n i n o s e a p re s e n t a m m a i o re s e m
to d o s o s te rc i s .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.57
141
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
142
0.00
0 . 50
1.00
1 . 50
2. 0 0
2. 50
3. 0 0
3. 50
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
19 8 0-1 98 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
19 8 5- 1 98 9
20-24
1 9 25- 1 9 29
1 9 30 - 1 9 3 4
19 9 0-1 9 94 1 9 3 5- 1 9 39
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
20 0 5- 200 9 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
201 0-2 014
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
1
2
3
4
5
6
7
8
50-54
0 .0 0
1.0 0
2 .0 0
3.0 0
4.0 0
5 .0 0
6.0 0
7.0 0
8 .0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
19 8 0-1 98 4 1 9 10- 19 14
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
19 8 5- 1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 9 94
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
1 9 6 0- 19 6 4
7 0 - 74
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
20 0 5- 200 9
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – O perf il da m or ta l i d a d e se gu n d o fa i xa e t á -
ri a e pe ríodo é sem e l ha nte a o d a s m u l h e re s. E , s e -
gu n do a coor te e a id a d e , a p re se nta fl u tu a çõe s a té a
co o r te de 1 945-1 9 49, com e ça n d o a re d u zi r a pa r t ir d a
co o r te de 1 950 -1 9 54 e d a fa i xa e tá ri a d e 55- 59 a n o s
( Gráf i co coor te -ida de ).
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R T I R EO I D E , P O D E -
REMOS REDUZIR 6,66% DO NÚMERO DE CASOS
EM MULHERES, E 14,83% DO NÚMERO DE CASOS
EM HOMENS.
143
CÂNCER DE
SISTEMA NERVOSO
CENTRAL
PA R A O B R A S I L , E S T I M A M - S E U M R I S CO D E 5 , 6 2 CA S O S N OVO S A CA D A 1 0 0 M I L
H O M E N S E 5 , 1 7 PA R A CA D A 1 0 0 M I L M U L H E R E S , CO R R E S P O N D E N D O À D É C I M A E À
N O N A P O S I Ç Õ E S , R E S P E C T I V A M E N T E 20.
144
O
câncer de sistema nervoso central é resultante do crescimento descontrolado de células anormais. Dentre
os mais comuns em adultos, podem ser mencionados os Gliomas, que são tumores malignos primários e
podem ocorrer em qualquer parte do Sistema Nervoso Central (SNC), mas ocorrem principalmente no cérebro
e surgem no tecido glial 129. Embora o câncer cerebral seja responsável por apenas 2% do total de cânceres, ele
pode ser classif icado como um dos mais incapacitantes e letais, possuindo uma taxa média de sobrevivência de 1
ano 130. A incidência e mortalidade de câncer cerebral vêm aumentando em muitos países industrializados e atin-
ge principalmente crianças e adultos maiores de 65 anos, com maior incidência em indivíduos do sexo masculino.
H i s tó ri co fa m i l i ar e algumas doen ças gen éticas, imun o ssupre ssã o, expo siç ã o a químico s (re f in o d o p e t ró -
leo, bo rra cha, m ed i cam entos e trabalha dores rurais expo sto s à a gro tóxico s, de n t re o utro s) , ra d i a çã o i on i -
z a n te e ra d i a ç ã o nã o ioniz ante (telefon es celulare s, c ampo s ma gn é tico s de baixa f re quê n c ia) s ã o a l g u n s
fa to re s d e ri sco co nh ecidos na literatura para n e o plasias ce re brais.
do sexo, B ra s i l , 1 9 80 -201 5 .
19 80
20 15 19 81
2 0 14 19 82 1 .80
2 0 12 19 84 1 .40
1 .0 0
1 9 86 -1 990 - 0, 26 0,13 0,06 20 10 19 86
0 .80
20 09 1 9 87
1 9 9 0 -1995 0, 22 0,08 0,01 0 .6 0
0 .40
20 08 1 9 88
1 9 9 5 -1 998 0,68 0, 27 0,01 0 .2 0
2007 19 8 9 0 .0 0
20 0 2 19 94
1 9 9 5 -1 998 0, 59 0, 22 0,01
20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
1 9 9 8-2015 0,04 0,01 0,01 19 99 19 97
19 98
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e S i s te m a
MASCULINO
FEMININO
7
COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
6 D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
5 0.00 - 0.33
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
3 . 47 - 5 . 3 5
146
Distribuição espacial do câncer de Sistema Ner voso
M A S CU L IN O – E m 201 5 , h á u m a u m e n to s i g n i f i c ati vo
do s co e f ic ie n te s e m to do s o s te rc is , co m mudan ç as
n a s U Fs qu e s e po s ic io n a m n o 3º te rc il. H á de se de s-
t a c a r o s e s t a d o s do R io G ra n de do Su l, Sa n ta Catari n a,
Pa ra n á , M a to G ro s s o, R io d e J a n e iro e o D is tri to Fe de -
ra l, qu e pe rma n e ce m n o 3º te rc il e m a m bos os pe rí o -
COEFICIENTE do s co m fo r te a u m e n to e m s u a s t a xa s . Is so també m
D E M O RTA L I DA D E o co rre n o Es pírito Sa n to e a mu da n ç a do 1º para o 3º
(x100.000)
te rc il n o s e s t a do s do Ac re e R o ra ima .
0.00 - 0.44
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
3.55 - 4.21
147
0
5
10
15
20
25
30
148
0. 00
5. 00
1 0. 00
1 5. 00
20. 00
25. 00
30 . 0 0
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
19 8 0-1 98 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
19 8 5- 1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 9 94
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
1 9 7 5- 1 9 7 9
20 0 5- 200 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
201 0-2 014 1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
5
10
15
20
25
50-54
0 .0 0
5 .0 0
10 .0 0
15 .0 0
2 0 .0 0
2 5 .0 0
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
19 8 0-1 98 4 1910-1914
55-59
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
19 8 5- 1 98 9
1 9 25- 1 9 29
60-64
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 9 94
1940-1944
65-69
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
7 0 - 74
1960-1964
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5- 1 9 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1970-1974
1 9 7 5- 1 9 7 9
75-79
20 0 5- 200 9
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
1 9 9 5- 1 9 9 9
H OM ENS – Ao an alisa r o e fe i to i d a d e - p e rí od o, o b -
ser va-se que as taxas d e m or ta l i d a d e se a p re se n t a m
m aio res do que as da s m u l h e re s. Entre ta nto, o pe r f il
da evo luçã o da ida de e d a coor te é se m e l ha nte (G rá -
f i co i da de - coor te).
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R S I ST E M A N E R VO -
SO CENTRAL , PODEREMOS REDUZIR 2,46% DO
NÚMERO DE CASOS EM MULHERES , E 8 ,64% DO
NÚMERO DE CASOS EM HOMENS.
149
CÂNCER DE
ESÔFAGO
D E ACO R D O CO M A S E ST I M AT IVA S D E I N C I D Ê N C I A R E A L I Z A DA S PE LO I N ST I TUTO
NACIONAL DO CÂNCER – INCA /MS , EM 2018, ESTIMAM-SE 10.790 CASOS NOVOS ,
S E N D O 8 . 2 4 0 E M H O M E N S ( 7, 9 9 C A S O S N O V O S A C A D A 1 0 0 M I L H O M E N S ) E 2 . 5 5 0
M U L H E R E S ( 2 , 3 8 PA R A CA D A 1 0 0 M I L M U L H E R E S ) , O C U PA N D O O 6 º L U G A R E N T R E O S
D E Z M A I S I N C I D E N T E S N O B R A S I L 20.
150
O
c ân cer d e e sô fa go (CE) é uma n eoplasia muito a gre ssiva e po de te r do is subtipo s: o c arci n om a e p i -
d erm o i d e e sc am oso, que é o mais f reque n te e re spo n sáve l po r aproxima dam e n te 96% dos ca s os , e
o a de n oc a rc i n o m a que está em crescente au m e n to, se n do re la c io n a do à po rç ã o in fe rio r do es ôfa g o. D i -
ve rs o s estud o s ap o ntam a ida de, história fam iliar, e t ilism o e t aba gism o co m o fato re s de risco pa ra C E 9 9 .
A l i te ratu ra i n te rna cional apresenta fatores re la c io n a do s à o c upa ç ã o co m o risco de de se nvo lv i m e n to d e
c â n ce r d e e sô fa g o, entre eles o trabalh o em min as, o t rabalh o co m po e ira de m e tais, o utras p oe i ra s n a
co n s t r uç ã o c i vi l , assim com o o trabalh o com c ar vã o e co m bo rra ch a 24 ,49, 5 8 .
1980 -201 5.
19 80
20 15 19 81
2 0 14 19 82 5 .0 0
2 0 12 19 84 4.0 0
3.0 0
2 .0 0
20 09 1 9 87
20 02-200 5 0, 28 0,4 0,4 8 1 .5 0
1 .0 0
20 08 1 9 88
20 0 5 -2010 - 0, 27 0,12 0,04 0 .5 0
2007 19 8 9 0 .0 0
201 0 -2015 0,19 0,09 0,03
20 06 19 9 0
Fem ini n o 1 9 80 -2015 - 0,01 0,01 0,01
20 05 1 9 91
E P: erro pa d rã o 2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
A qua n tida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra m a io r 20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
f lu t u a ç ã o n o sexo mascu l i n o q u e n o fe m i ni n o. 19 99 19 97
19 98
151
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Es ô fa g o n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e Es ô fa g o s e -
g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
12 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
10 (x100.000)
0.00 - 2.48
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Es ô fa g o n o B ra s i l
2
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
198 0
19 81
19 82
1 98 3
19 84
19 85
19 86
1 98 7
19 88
19 89
19 9 0
1 991
19 92
199 3
1 994
19 95
1 996
199 7
19 98
1 999
2000
2 001
2002
2 003
2 004
2005
2 006
2 007
2008
2 009
2 010
201 1
2 012
2013
201 4
201 5
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
1 . 0 3 - 7. 1 6
7. 1 6 - 9 . 3 4 2015
9.34 - 18.13 MASCULINO
152
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e Es ô fa g o n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
M A S CU L IN O – Es pa c ia lm e n te co n ce n t ra d o n a Re g i ã o
Ce n t ro -Su l, te n do n o 3º te rc il a co n f ig u ra ç ã o de um
“clu s te r ” Su l- Ce n t ro - Oe s te a co mpa n h a n do o proce s-
s o de mig ra ç ã o d a s p o pu la çõ e s da R e g iã o S ul para
Ce n t ro Oe s te 10 6 e Su de s te , à exce ç ã o d o e s ta do do Ri o
D I F E R E N ÇA S – E m b o r a a p re s e n te s e m e l h a n ç a s n a
d i s t r i b u i ç ã o e s p a c i a l n a s R e g i õ e s S u l e N o rd e s te , o
c o e f i c i e n te d e m o r t a l i d a d e é m u i to m a i s b a i xo n o
s exo f e m i n i n o, ex p re s s a n d o u m a p o s s í ve l d e te r m i n a -
ç ã o d e g ê n e ro.
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 1.89
153
0
10
20
30
40
50
60
70
154
0. 00
1 0. 00
20. 00
30. 00
40. 00
50. 00
6 0. 00
70. 00
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
19 8 0-1 98 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
19 8 5- 1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 9 94
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
20 0 5- 200 9 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
201 0-2 014 1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
5
10
15
20
25
30
50-54
0 .0 0
5 .0 0
10 .0 0
15 .0 0
2 0 .0 0
2 5 .0 0
30 .0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
19 8 0-1 98 4 1 9 10- 19 14
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
19 8 5- 1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 9 94
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 9 5-1 9 99 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2 0 0 0-2 004
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
20 0 5- 200 9
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – As taxas d e m or ta l i d a d e sã o m a i ore s e m
to da s as faixas etári a s q u a n d o com pa ra d a s à s d a s
m ulh eres , com es tab i l i za çã o pa ra a s fa i xa s e t á ria s
m ais velh as até por vol ta d e 1999 ( G rá f i co i d a d e -p e rí-
o do ). Nas coor tes, a m or ta l i d a d e su ge re u m p e r f il d e
est abilida de até a coor te d e 1955-1959 e fa i xa e t á ria
de 55 -5 9 an os (Gráf ico coor te - i d a d e ).
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER ESÔFAGO,
P O D E R E M O S R E D U Z I R 0, 3 4% D O N Ú M E R O D E CA-
S O S E M M U L H E R E S , E 3 ,1 9 % D O N Ú M E R O D E CA-
SOS EM HOMENS.
155
CÂNCER DE
156
O
câ n cer h epáti co é um tum or malign o que se o rigin a a par tir de cé lulas que co mpõ e m o f í g a d o. U m a
vez q ue o f í g a do é composto por vários t ipo s dife re n te s de cé lulas, dive rso s t ipo s de t um o re s p od e m
c re s ce r n o ó rg ã o, o u sej a, tum ores primários o co rre m quan do sua o rige m é o f íga do e se c un dári os q u a n d o
é o ri g i na d o em o utro órgã o e também atin ge o f íga do. O h e pato c arc in o ma o u c arc in o ma h e pa toce l u l a r é
a fo rma m ai s co m u m de cân cer h epático em a dul to s, atin gin do 90% do s c aso s 24 , 97.
2 0 12 19 84 1 .40
Mas culin o 1 9 80 -20 01 0,03 0,01 0,01 20 11 19 85 1 .2 0
1 .0 0
20 01 -20 06 0, 26 0,06 0,01 20 10 19 86
0 .80
20 09 1 9 87
20 0 6 -200 9 - 0, 22 0,19 0, 26 0 .6 0
0 .40
20 08 1 9 88
20 0 9 -2015 0, 32 0,03 0,01 0 .2 0
2007 19 8 9 0 .0 0
Fem ini n o 1 9 80 -1987 - 0,06 0,03 0,07
20 06 19 9 0
1 9 87-2011 0,01 0,01 0,08
20 05 1 9 91
201 1 -2015 0,14 0,08 0,1 2
20 04 19 92
20 0 2 19 94
E P: erro pa d rã o
20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
A qua n tida de de que b ra s d e p e rí od o m ostra m a io r 19 99
19 98
19 97
f lu t u a ç ã o n o sexo mascu l i n o q u e n o fe m i ni n o.
A ra z ã o de s exo s m o s t ra pre d o min â n c ia n o sexo mas-
c u lin o co m va lo re s d e 1 ,1 7 ( 1 9 8 1 ) a 1 ,74 (201 5 ) .
157
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Fí g a d o, Vi a s B i l i a -
re s e I n t ra - H e pá t i c a s n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo
m a s c u l i n o, 1 9 8 0
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
10
D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
9
(x100.000)
8 1.63 - 4.00
7 4.00 - 6.72 1980
6 6.72 - 14.46 MASCULINO
3 D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Fí g a d o, Vi a s B i l i a -
2 re s e I n t ra - H e pá t i c a s n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo
1 m a s c u l i n o, 201 5
0
19 80
198 1
1 98 2
19 83
198 4
1 98 5
198 6
19 87
1 98 8
198 9
1 990
19 9 1
199 2
19 93
19 9 4
199 5
19 9 6
19 97
199 8
19 9 9
2 000
2001
2 002
2003
2004
2 005
2006
2007
2 008
2009
201 0
2 011
2012
2 013
2 014
2 015
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
6 . 5 4 - 7. 8 5
7. 8 5 - 9 . 1 5 2015
9.15 - 13.21 MASCULINO
158
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e Fí g a d o, Vi a s B i l i a -
re s e Int ra - H e pá t i c a s n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo
fe m i n i n o, 1 9 8 0
M A S CU L IN O – H á u m a u m e n to d o 1 º e 2º te rc i s n o
ú l t im o p e río d o, m e s m o h ave n do m u da n ç a n o í n di ce
do s e s t a d o s p o r te rc is , o qu e d e m o n s t ra u ma con ce n -
t ra ç ã o e s pa c ia l n o Su l- Ce n t ro - Oe s te e n os e sta dos
de Sã o Pa u lo e Es pírito Sa n to, a m plia d o n os e sta dos
de R o n d ô n ia , Ac re , A ma zo n a s e R o ra im a , n o N or te do
pa ís , e a co n f ig u ra ç ã o d e á rea s n o N o rd e s te (Al a g oas,
Pe rn a mbu co e Pa ra íba ) . Co n t u do, a R e g iã o S ul , a c re s-
c ida de Sã o Pa u lo e Es pírito Sa n to, e R o n dôn i a e Ac re
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
s e a p re s e n t a m co m o á rea s de ma io r in te re sse .
(x100.000)
re s e Int ra - H e pá t i c a s n o B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo
deste (Maranhão, Piauí, Pernambuco e Alagoas), Norte
fe m i n i n o, 201 5
(Acre, Roraima, Amapá e Tocantins) e no Mato Grosso, o
que é muito diferente de 1980, quando havia uma forte
concentração nos estados das Regiões Sul e Sudeste.
159
0
10
20
30
40
50
60
70
160
0
10
20
30
40
50
60
70
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
198 0 -19 8 4
15-19
1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1 9 30 - 1 9 3 4
19 9 0-1 99 4 1 9 3 5- 1 9 39
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
2 010 -20 1 4
40-44
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
50-54
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
198 0 -19 8 4
1 9 10- 19 14
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
19 9 0-1 99 4 1 9 3 5 - 19 3 9
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
2 005 -20 09 1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
2 010 -20 1 4
80+ 1 9 9 0- 19 9 4
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – Obser va- se ta xa s d e m or ta l i d a d e com te n -
dên c i a de aum ento na s fa i xa s e tá ri a s d e 60 - 64 a 8 0 e
m ais an os (Gráf ico de i d a d e - p e rí od o). Nota - se e leva -
ç ã o na m or talida de até a coor te d e 1955-1959 e fa ixa
et á ria de 55-59 an os ( G rá f i co i d a d e - coor te ).
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R F Í G A D O, VI A S B I -
L I A R E S E I N T R A- H E PÁT I CA S , P O D E R E M O S R E D U -
ZIR 1,51% DO NÚMERO DE CASOS EM MULHERES,
E 5,30% DO NÚMERO DE CASOS EM HOMENS.
161
LEUCEMIAS
ESTIMATIVAS BRASILEIRAS RECENTES SÃO DE 5.940 CASOS NOVOS EM HOMENS , E
4 . 8 6 0 E M M U L H E R E S PA R A CA DA A N O D O B I Ê N I O 2 0 1 8 -2 0 1 9, S I G N I F I CA N D O U M A
TAXA DE RISCO DE 5,75 CASOS NOVOS A CADA 100 MIL HOMENS E 4 ,56 A CADA
1 0 0 M I L M U L H E R E S 20,135.
162
A
s leucem i as s ã o doen ças cara c teriz a das pe la t ran sfo rma ç ã o n e o plásic a do s le ucó c ito s. El a s p od e m
s e r cl a ssi f i c a d as em leucemias mielóides, lin fo ide s o u de lin h a ge m mist a, a de pe n de r do t i p o ce l u l a r
q u e s o f re u a tra nsforma çã o maligna inicial, e e m a gudas e c rô n ic as.
R e pre s e ntam ri sco para as leucemias: fatore s familiare s e ge n é tico s, expo siçõ e s o c upa c io n ais , ra d i a çã o
io n i z a nte e n ã o i o nizante, produtos químicos, a gro tóxico s, t aba gism o, fato re s re la c io n a do s a t ra t a m e n tos
m é di co s , co m o ra d i oterapia e alguns quimiote rápico s e do e n ç as in fe cc io sas virais, se n do o s pri n ci pa i s fa -
to re s de ri sco a ra d ia çã o ionizante em al tas d o se s, a expo siç ã o a o be n ze n o e o vírus H TLV-1 87.
Es timati va s pa ra va ri a ç ã o anual m éd i a d a t axa de m or- Razão de sexos para câncer de Leucemias, Brasil 1980-2015
talida de d o câ n cer d e Leucem i as seg un do sexo, B ra sil,
19 80
20 15 19 81
1980 -201 5. 2 0 14 19 82 1 .5 0
2 0 13 19 83 1 .45
2 0 12 19 84
Sexo Perí odo Beta EP p va l o r 1 .40
20 11 19 85
1 .35
1 .2 0
2007 19 8 9
20 0 5 -2010 - 0,1 0,04 0,01 1 .1 0
20 06 19 9 0
201 0 -2015 0,16 0,02 0,01
20 05 1 9 91
Feminin o 1 9 80 -1988 - 0,01 0,01 0, 38
20 04 19 92
1 9 88-20 06 0,03 0,01 0,01
2 0 03 19 93
163
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Le u ce m i a s n o B ra s i l
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e Le u ce m i a s
se g u n do s exo, B ra si l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
6 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
5 (x100.000)
0.00 - 1.66
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e Le u ce m i a s n o B ra s i l
1
s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0
19 8 0
1981
1982
19 8 3
19 8 4
1985
1986
19 8 7
19 8 8
1989
1990
19 9 1
19 9 2
1993
1994
19 9 5
19 9 6
1997
1998
19 9 9
2 00 0
2 001
20 02
2 003
2 004
20 05
20 06
2 00 7
2 00 8
20 09
2 01 0
20 11
20 12
20 13
20 14
20 15
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
2.84 - 3.76
164
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e Le u ce m i a s n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
M A S CU L IN O – E n t re o s a n o s de 1 9 8 0 e 2015 , h á uma
COEFICIENTE
pe rma n ê n c ia do s e s t a do s da R e g iã o Su l do Brasi l n o
D E M O RTA L I DA D E
F E M I N I N O – R e d u ç ã o d o c o e f i c i e n te d e m o r t a l i d a d e
do estado de Roraima, e mudança do padrão espacial
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e Le u ce m i a s n o B ra s i l d o 1 º e 2 º te rc i l , c o m a m a n u te n ç ã o d a R e g i ã o S u l n o
s e g u n do U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 201 5 te rc e i ro te rc i l .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
1.50 - 2.73
165
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
166
0. 00
5. 00
1 0. 00
1 5. 00
20. 00
25. 00
30. 00
35. 00
40. 00
45. 00
50 . 0 0
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
198 0 -19 8 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1930-1934
1 9 35- 1 9 39
19 9 0-1 99 4
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
2 010 -20 1 4 1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
5
10
15
20
25
30
50-54
0 .0 0
5 .0 0
10 .0 0
15 .0 0
2 0 .0 0
2 5 .0 0
30 .0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 99 4
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
2 005 -20 09
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
HOMENS – Apresenta perf il semelhante ao das mulhe -
res, porém com maior magnitude (Gráf ico idade -perí-
odo), o que também é obser vado na evolução da mor-
talidade segundo as coor tes (Gráf ico coor te -idade).
SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER LEUCEMIAS ,
PODEREMOS REDUZIR 8,69% DO NÚMERO DE
CASOS EM MULHERES, E 36,93% DO NÚMERO DE
CASOS EM HOMENS.
D e s t a c a n d o o s s e r v i ç o s re l a c i o n a d o s à c o m e rc i a -
l i z a ç ã o d o s d e r i va d o s d e p e t ró l e o, e m e s p e c i a l o s
c o m b u s t í ve i s , a d i s t r i b u i ç ã o d a s m a i o re s t a xa s s e e s -
pacializam nos locais de maior demanda por esses
serviços, somando-se às múltiplas atividades gera-
d o r a s d e r i s c o. O s e s p a ç o s d a a g ro i n d ú s t r i a t a m b é m
s ã o p re d o m i n a n te s .
167
LINFOMAS
NÃO-HODGKIN (LNH)
A E S T I M AT I VA R E C E N T E , R E A L I Z A D A P E L O I N C A , É D E 5 . 3 7 0 C A S O S N O V O S D E L N H
E N T R E H O M E N S E 4 . 8 1 0 E M M U L H E R E S PA R A C A D A A N O D O B I Ê N I O 2 0 1 8 -2 0 1 9 . E M
A M B O S O S S E X O S , É A 1 1 ª N E O P L A S I A M A I S F R E Q U E N T E E N T R E T O D O S O S C Â N C E R E S 20.
168
O
s l i nfo m a s s ã o um grupo h eterogên eo de tum o re s de o rige m lin fó ide que po ssue m c ara c te rí s t i ca s
cl ín i c as, g e n éticas e biológicas próprias. E le s sã o re sul ta do s da pro life ra ç ã o clo n al de so rd e n a d a d e
li n fó c i to s e m ani fe starã o cara c terísticas próprias a de pe n de r da lin h a ge m e e st á gio de de se nvol v i m e n to
m a t u rati vo e m q u e se en contravam quan do so f re ram t ran sfo rma ç ã o n e o plásic a. Po de - se divid i r os l i n fo -
m a s i n i c i a l m ente entre Linfomas de H odgkin e L in fo mas N ã o - H o dgkin . Do po n to de vista o c upa ci on a l , os
Li n fo m as Nã o - Ho d gkin possuem maior relevâ n c ia 1 3 6 .
Os Linfomas Não-Hodgkin (LNH) são um grupo de tumores que podem ter origem em linfócitos de linhagem
B, T ou NK. Para def inir o subtipo, é necessária a análise imuno-histoquímica, genética, molecular e clínica,
sendo que 88% deles são provenientes de linfócitos B. São classif icados ainda em indolentes ou agressivos 137.
Dentre os fatores de risco temos agente infecciosos, tais como HIV, EBV, HHV8, HTLV-1, Helicobacter pylori, e
alterações da imunorregulação, exposição a fatores ambientais e ocupacionais, especialmente agrotóxicos 138 .
g u n do s exo, B ra s i l , 1 9 80 -201 5 .
19 80
20 15 19 81
20 14 19 82 1 .80
20 12 19 84 1 .40
1 .0 0
1 9 9 0 -1998 0,1 0,01 0,01 20 10 19 86
0 .80
20 09 1 9 87
1 9 9 8-20 06 0,03 0,01 0,09 0 .6 0
0 .40
20 08 19 88
20 0 6 -2010 - 0,06 0,06 0, 33 0 .2 0
2007 19 89 0 .0 0
20 0 2 19 94
Bet a: coef iciente de in cre m e n to 20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
E P: erro pa d rã o 19 99 19 97
19 98
169
Distribuição espacial do câncer de Linfomas Não-Hodgkin
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e L i n fo m a s
N ã o - H o d g ki n ( LN H ) se g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
4 COEFICIENTE
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
D E M O RTA L I DA D E
3.5
(x100.000)
3 0.00 - 0.88
1.5
1
Distribuição espacial do câncer de Linfomas Não-Hodgkin
0.5
(LNH) no Brasil segundo UF para o sexo masculino, 2015
0
1980
1981
19 82
19 83
19 84
19 85
1986
1987
19 88
1989
1990
1991
19 9 2
199 3
199 4
19 9 5
1996
19 97
199 8
1999
2000
2001
20 0 2
200 3
200 4
20 0 5
2006
20 07
200 8
2009
2010
2011
20 12
2013
2014
2015
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
1.19 - 2.67
170
Distribuição espacial do câncer de Linfomas Não-Hodgkin
M A S CU L IN O – H á u ma co n ce n t ra ç ã o d o s mai ore s co -
e f ic ie n te s n o s e s t a do s da s R e g iõ e s Su l, S ude ste e
COEFICIENTE
Ce n t ro - Oe s te , a p o n t a n do a fo rma ç ã o d e um cl uste r
D E M O RTA L I DA D E
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 1.83
171
0
5
10
15
20
25
30
172
0. 00
5. 00
1 0. 00
1 5. 00
20. 00
25. 00
30 . 0 0
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
15-19
198 0 -19 8 4 1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
1 9 25- 1 9 29
20-24
1 9 30 - 1 9 3 4
1 9 3 5- 1 9 39
19 9 0-1 99 4
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
1 9 7 5- 1 9 7 9
2 005 -20 09
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
40-44
2 010 -20 1 4 1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
50-54
0 .0 0
2 .0 0
4.0 0
6.0 0
8 .0 0
10 .0 0
12 .0 0
14.0 0
16.0 0
18.0 0
2 0 .0 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
1 9 3 5 - 19 3 9
19 9 0-1 99 4
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9 1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 5 - 19 7 9
75-79
2 005 -20 09
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
1 9 9 5 - 19 9 9
HOMENS – Apresentam perf il semelhante ao obser-
vado nas mulheres, tanto no que diz respeito à evolu-
ção temporal da mortalidade segundo idade e período
(Gráf ico idade-período) quanto coorte e idade, porém
com maior magnitude das taxas (Gráf ico coorte-idade).
M U L H E R E S – O aum e nto na s ta xa s d e m or ta l id a d e
na s fa ixas etárias de 65- 69 a n os a 8 0 e m a i s a pa r t ir
de 1995-1 9 99 (Gráf ico i d a d e - p e rí od o) p od e e sta r re la -
c io na do a mudan ça d a C l a ssi f i ca çã o I nte rna ci on a l d e
D o en ç a s (CID ) . N as coor te s, h ou ve e l eva çã o na s t a xa s
de m o r talida de até 1 950 -1954 e fa i xa e tá ri a d e 6 0 - 6 4
an o s ( Gráf ico coor te - i d a d e ).
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R L I N FO M A S N ÃO -
-HODGKIN, PODEREMOS REDUZIR 2 , 84% DO NÚ-
MERO DE CASOS EM MULHERES , E 15,96% DO NÚ-
MERO DE CASOS EM HOMENS.
173
MESOTELIOMA
O M E S O T E L I O M A É R E CO N H E C I D A M E N T E U M CÂ N C E R O C U PA C I O N A L , E S TA N D O
D I R E T A M E N T E A S S O C I A D O À E X P O S I Ç Ã O C R Ô N I C A A O A M I A N T O ( A S B E S T O ) 139,140.
O R I S C O D E U M T R A B A L H A D O R D E A M I A N T O D E S E N V O LV E R M E S O T E L I O M A É D E
10% AO LONGO DA VIDA , E CERCA DE 70% DOS CASOS DE MESOTELIOMA TÊM
EXP O S I ÇÃO D O CU M E N TA DA AO A M I A N TO.
1 74
O
m e so tel i o m a é uma forma rara de tum o r malign o que surge das cé lulas m e so te liais o u su b m e s ote -
l i ai s d a p l e ura, peritônio, pericárdio ou tún ic a va gin alis. M ais de 8 0% do s m e so te lio mas sã o ori g i n á -
ri o s d a p l e ura e m a is de 8 0% dos pa cientes co m m e so te lio ma ple ural sã o h o m e n s 1 4 0 . O pico de i n ci d ê n ci a
o co rre na q ui n ta e sexta déca das de vida.
Vale destacar que todas as formas de amianto (crisotila, amosita, tremolita, actinotila e antof ilita) são can-
cerígenas para seres humanos. O mesotelioma leva muito tempo para se desenvolver, visto que o tempo
entre a primeira exposição ao amianto e o diagnóstico do mesotelioma pode ser entre 20 e 50 anos. Infe-
lizmente, o risco de mesotelioma não diminui ao longo do tempo, mesmo após cessar a exposição a este 99 .
Ao s e rem i n al a d o s , esses a gentes ch egam até a ple ura, o n de dan if ic am as cé lulas m e so te liais. I s to l eva à
in fl a m a ç ã o e c i c atriz a çã o, o que pode al terar as cé lulas e se u DN A , re sul tan do e m um c re sc im e n to d e s or-
d e n a do e d esco ntrola do dessas. Em caso de in ge st ã o, po de m at in gir a c avida de abdo min al, o n d e tê m u m
pa pe l i mp o r tante n a etiologia do m esotelioma pe rito n eal 99 .
1 .0 0
20 09 1 9 87
Bet a: coef iciente de in cre m e n to
0 .5 0
20 08 1 9 88
E P: erro pa d rã o
2007 19 8 9 0 .0 0
20 04 19 92
2 0 03 19 93
20 0 2 19 94
20 0 1 19 9 5
20 0 0 19 96
19 99 19 97
19 98
B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
Te n d ê n c i a d e m o r ta l i d a d e pa ra o c â n ce r d e M e s o te l i o -
m a s e g u n d o s exo, B ra s i l 1 9 8 0 -201 5
MASCULINO
FEMININO
COEFICIENTE
0.12 D E M O RTA L I DA D E
T A X A PA D R O N I Z A D A ( P O R 1 0 0 M I L )
(x100.000)
0.10 0.00 - 0.00
0.06
0.04
D i s t ri b u i ç ã o e s pa c i a l d o c â n ce r d e M e s o te l i o m a n o
0.02 B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 201 5
0.00
1980
1981
19 82
1983
1984
19 85
1986
19 87
1988
1989
19 90
19 91
199 2
1993
1994
199 5
19 96
19 9 7
1998
19 99
20 00
20 01
200 2
2003
2004
200 5
20 06
20 0 7
2008
20 09
20 10
20 11
2012
2013
2014
20 15
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.00
176
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M e s o te l i o m a n o
B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 1 9 8 0
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
FE M IN IN O – U ma d is t rib u iç ã o e s pa c ia l próxi ma a o
ma s c u lin o, co m a fo rm a ç ã o d a fa ixa Su l-Norde ste , e
D i s t ri b u i ç ã o e spa c i a l d o c â n ce r d e M e s o te l i o m a n o o clu s te r N o r te .
B ra s i l s e g u n d o U F pa ra o s exo fe m i n i n o, 201 5
D IFE R E N ÇA S – U m a p e qu e n a dife re n ç a de coe f i c i e n -
te s , a mplia d a a pe n a s n o te rce iro te rc il, co m di fe re n -
ç a s e s pa c ia is ma is s ig n if ic a t iva s n a R e g iã o N or te .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
0.00 - 0.00
177
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
178
0
0.2
0. 4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1900-1904
1 9 0 5- 1 9 0 9
198 0 -19 8 4
15-19
1910-1914
1 9 1 5- 1 9 1 9
1 9 20 - 1 9 24
1 98 5-1 98 9
20-24
1 9 25- 1 9 29
1930-1934
19 9 0-1 99 4 1 9 35- 1 9 39
1940-1944
25-29
1 9 4 5- 1 9 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 50 - 1 9 54
1 9 55- 1 9 59
30-34
1960-1964
2000 -20 04
1 9 6 5- 1 9 6 9
Co o r te -i da de de h om ens
Id a d e - perí o do de h om ens
1970-1974
35-39
2 005 -20 09 1 9 7 5- 1 9 7 9
1980-1984
1 9 8 5- 1 9 8 9
2 010 -20 1 4
40-44
1990-1994
1 9 9 5- 1 9 9 9
45-49
FA I XA E TÁ R I A
0
0 .2
0 .4
0 .6
0 .8
1
1 .2
50-54
0 .0 0
0 .2 0
0 .40
0 .60
0 .80
1.0 0
1.2 0
1 9 00- 19 04
1 9 05 - 19 09
55-59
1 9 15 - 19 19
1 9 2 0- 19 2 4
1 98 5-1 98 9
1 9 2 5 - 19 2 9
60-64
1 9 3 0- 19 3 4
19 9 0-1 99 4 1 9 3 5 - 19 3 9
1 9 4 0- 19 4 4
65-69
1 9 4 5 - 19 4 9
19 95- 19 9 9
1 9 5 0- 19 5 4
1 9 5 5 - 19 5 9
7 0 - 74
1 9 6 0- 19 6 4
2000 -20 04
1 9 6 5 - 19 6 9
Coor te - ida de de mulh e re s
I da de - p e ríodo de mulh e re s
1 9 7 0- 19 7 4
75-79
2 005 -20 09 1 9 7 5 - 19 7 9
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 M U L H E R E S
1 9 80- 19 84
1 9 85 - 19 89
80+ 2 010 -20 1 4
1 9 9 0- 19 9 4
1 9 9 5 - 19 9 9
H OM ENS – Obser va- se p e r f i l se m e l ha nte a o d as m u -
l h eres tanto na evoluçã o d a s ta xa s p or i d a d e - p e río d o
( Gráf i co ida de -períod o) q u a nto coor te - i d a d e ( G rá f ico
co o r te -ida de) , porém com m a i or m a gni tu d e .
S E C E S S A R M O S A E XP O S I ÇÃ O O C U PA C I O N A L A O S
FATO R E S D E R I S CO D E CÂ N C E R M E S OT E L I O M A ,
P O D E R E M O S R E D U Z I R 1 0 0 % D O N Ú M E R O D E CA-
S O S E M M U L H E R E S , E 1 0 0 % D O N Ú M E R O D E CA-
SOS EM HOMENS.
E s p a c i a l m e n te , o c o m p o r t a m e n to d o m e s o te l i o m a
t r a d u z o e s p a ç o d a c o n s t r u ç ã o c i v i l , a u to m o t i va e
d e f o r te s m u d a n ç a s d e m o g r á f i c a s . S u a i n t r í n s e c a
l i g a ç ã o c o m a c a d e i a p ro d u t i va d o a m i a n to e a ex-
p o s i ç ã o a s í l i c a s , a p o n t a m p a r a e s s a i n te r p re t a ç ã o.
D e s t a c a m - s e t a m b é m a p ro d u ç ã o e o c o n s u m o d e
p ro d u to s q u e u t i l i z a m a m i a n to e á rea s d e ex p a n s ã o
urbana e de serviços.
179
CÂNCER DE
PRÓSTATA
D E ACO R D O CO M O I N ST I TUTO N AC I O N A L D O CÂ N C E R ( I N CA ) A E ST I M AT IVA É
Q U E S E JA M D I AG N O ST I CA D O S 6 8 . 2 20 N OVO S CA S O S D E CÂ N C E R D E PR Ó STATA N O
B R A S I L PA R A O S A N O S D E 2 0 1 8 / 2 0 1 9 , O Q U E I N D I CA U M R I S CO E S T I M A D O D E 6 6 , 1 2
N O V O S C A S O S P A R A C A D A 1 0 0 . 0 0 0 H O M E N S 20.
180
O
adenocarcinoma é o tipo de câncer de próstata mais comum, que em geral se desenvolve a partir das
células glandulares encontradas na próstata. Embora raros, outros tipos de câncer que também podem
ter início na próstata são os sarcomas, carcinomas de pequenas células e carcinoma de células transicionais 20 .
Alguns estudos apontam que idade, histórico familiar, al terações genéticas, alimentação, prática de exercí-
cios f ísicos e outros hábitos podem contribuir não só para o desenvolvimento do câncer de próstata como
também para a sobrevida dos pacientes em tratamento. Além do estilo de vida, alguns estudos sugerem que
o trabalho de alguns prof issionais pode estar associado a um risco aumentado para o câncer de próstata
como agricul tores, policiais, bombeiros, dentre outros 141,142 . Ressal ta-se, no entanto, que novos estudos são
necessários para af irmar o risco aumentado de câncer para essas prof issões, considerando alguns aspectos
de confusão uma vez que não avaliaram histórico familiar, tempo de ocupação, além de não saberem se o
acesso ao screening para o câncer de próstata foi diferente entre as diferentes ocupações.
talida de d o câ n cer d e Próst at a n o sexo m asc ul i n o, Bra- n o sexo ma sc ulin o, Bra sil 19 8 0 -2015
E P: erro pa d rã o
0
181
D i s t ri b u i ç ã o es pa c i a l d o c â n ce r d e Pró s t a t a n o B ra s i l
s e g u n do U F pa ra o s exo m a s c u l i n o, 1 9 8 0
O bser va -se um a um ento si g ni f i c a ti vo da s t a xa s , co m
uma ma i o r co n centra ç ã o espa c i a l na s Regi õ e s No r te
e Centro - O este, fo rma n do um co ntí nuo j u n t a m e n te
co m o s esta do s do Pa ra ná , Serg i pe e Ro rai m a .
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E SE CESSARMOS A EXPOSIÇÃO O C U PA C I O N A L
(x100.000) AOS FATORES DE RISCO DE CÂNCER PRÓSTATA ,
1.10 - 5.98
Es pa c ia lm e n te , h á u m de s t a qu e da s m ai ore s taxas
COEFICIENTE
D E M O RTA L I DA D E
(x100.000)
15.63 - 20.45
182
Coor te -id a d e d e h om ens
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 H O M E N S
600
500
4 00
300
200
1 00
0
19 00-1904
19 05-1909
1910-1914
1915-1919
19 20-1924
1925-1929
19 30-1934
1935-1939
19 40-1944
19 45-1949
19 50-1954
1955-1959
19 60-1964
19 65-1969
19 7 0-197 4
197 5-197 9
19 8 0-198 4
19 8 5-198 9
19 90-1994
19 95-1999
I da de -períod o d e h om ens
TAXA D E M O RTA L I DA D E P O R 1 0 0.0 0 0 H O M E N S
600.00
500.00
400.00
300.00
200.00
100.00
0.00
1 980 -1984
1985-1989
1 990-1994
1995-1999
200 0-200 4
20 05-20 09
20 10 -20 14
FA I XA E TÁ R I A
183
O
A t l a s d o C â n c e r R e l a c i o n a d o a o Tr a b a l h o e v i d e n c i a a s n e o p l a -
s i a s c o m o s e n d o u m i m p o r t a n te p ro b l e m a d e S a ú d e P ú b l i c a ,
a l é m d e s e r a s e g u n d a c a u s a d e m o r te n o B r a s i l .
A t u a l m e n te , a e v i d ê n c i a c i e n t í f i c a a p o n t a q u e m u i to s c â n c e re s e m
h u m a n o s s ã o c a u s a d o s p o r a g e n te s ex te r n o s , c o m o p o e i r a s o rg â -
n i c a s e i n o rg â n i c a s , m e t a i s , r a d i a ç ã o, q u í m i c o s i n d u s t r i a i s , a g ro tó -
x i c o s , s o l ve n te s o rg â n i c o s , p ro d u to s d e c o m b u s t ã o, e n t re o u t ro s .
Po ré m , u m a m e l h o r c a r a c te r i z a ç ã o d o s r i s c o s a s s o c i a d o s a i n d a é n e -
c e s s á r i a , s e f a z e n d o e s s e n c i a l re c o n h e c e r a c o m p l ex a re l a ç ã o c a u s a l
e n t re a g e n te s o c u p a c i o n a i s e l o c a l i z a ç õ e s e s p e c í f i c a s d e c â n c e r.
Ta i s a g e n te s s ã o f a c i l m e n te e n c o n t r a d o s n o s a m b i e n te s d e t r a b a l h o
e a m a i o r p a r te d o s r i s c o s d e ex p o s i ç ã o é e v i t áve l . U m i m p o r t a n te
exe m p l o, d e s c r i to n e s te A t l a s , é o m e s o te l i o m a , c u j a to t a l i d a d e d o s
c a s o s d e s s e c â n c e r p o d e r i a s e r e v i t a d a s e c e s s a d a a ex p o s i ç ã o o c u -
p a c i o n a l a o a m i a n to /a s b e s to.
CONSIDERAÇÕES Pre s s u p õ e - s e q u e s e re d u z i d a s o u e l i m i n a d a s a s ex p o s i ç õ e s a a g e n -
FINAIS te s q u í m i c o s , u m n ú m e ro ex p re s s i vo d e n ovo s c a s o s d e c â n c e r p o -
d e r i a t a m b é m s e r e v i t a d o. Co n s i d e r a n d o q u e o s d a n o s à s a ú d e p e l a
ex p o s i ç ã o à s u b s t â n c i a s q u í m i c a s o c o r re a l o n g o p r a z o, o s p ro c e s -
s o s d e v i g i l â n c i a e m s a ú d e p re c i s a m s e r p e r m a n e n te s c o m a te n ç ã o
a o s a m b i e n te s d e t r a b a l h o, b e m c o m o e s t a b e l e c e r a ç õ e s d e a te n -
ç ã o i n te g r a l à s a ú d e d e s s e s t r a b a l h a d o re s e t r a b a l h a d o r a s ex p o s to s ,
c o m a te n ç ã o p a r a o s d e s f e c h o s d e s a ú d e a p re s e n t a d o s n e s s e d o c u -
m e n to, q u e p o d e m o c o r re r d e f o r m a t a rd i a e va r i a d a .
N esse At las també m fo ram abo rda das algumas in ic iat ivas n a ci on a i s
e interna c io n ais, co m fo co n a ate n ç ã o à saúde de po pula çõe s ex p os -
tas ocupa c io n alm e n te , co m o e st udo s e pide mio ló gico s e tox i col óg i -
cos, com in t uito de m e lh o rar o co n h e c im e n to so bre a re la çã o e n t re
exposiçã o a químico s e de se nvo lvim e n to de c ân ce r, be m com o for-
n ecer subsídio s para aprim o ram e n to das po lític as públic as d e s a ú d e .
Pa r a q u e a s p o l í t i c a s d e s a ú d e e s te j a m b a s ea d a s n a s m e l h o re s ev i -
d ê n c i a s , é n e c e s s á r i a a d i s p o n i b i l i z a ç ã o d e i n f o r m a ç õ e s c o n f i á ve i s
184
e d e q u a l i d a d e . O p re e n c h i m e n to d o c a m p o “o c u - r a b i l i d a d e s o c i a l , e e m c i rc u n s t â n c i a s n ã o p re -
p a ç ã o ” n o s s i s te m a s d e i n f o r m a ç ã o e m s a ú d e é v i s t a s e m l e i , to r n a n d o a s e v i d ê n c i a s e p i d e m i o -
e s s e n c i a l p a r a m e l h o r c a r a c te r i z a ç ã o d a o r i g e m lógicas inadequadas pela escassez de dados de
d a d o e n ç a e re s p e c t i va s a ç õ e s d e v i g i l â n c i a e m ex p o s i ç ã o q u a n t i t a t i va .
saúde. Dessa forma, para além da melhoria da
M e s m o c o m a s l i m i t a ç õ e s a p o n t a d a s , o s re s u l t a -
q u a l i d a d e d a i n f o r m a ç ã o, n e c e s s i t a m o s d e u m a
d o s p e r m i te m u m a a p re c i a ç ã o d e q u e o i nve s t i -
m a i o r p r i o r i z a ç ã o e i nve s t i m e n to n o s re g i s t ro s d e
m e n to n a p re ve n ç ã o p r i m á r i a te m u m g r a n d e i m -
c â n c e r n a c i o n a l , t a n to o s h o s p i t a l a re s ( R H C ) , d e
p a c to n a re d u ç ã o d a i n c i d ê n c i a d e c â n c e r n o p a í s .
b a s e p o p u l a c i o n a l ( R C B P ) , q u a n to n o re g i s t ro d a
h i s tó r i a o c u p a c i o n a l p re g re s s a d o p a c i e n te . I s s o Diante do exposto, esta publicação traz a cen-
n o s p e r m i t i r á e s t a b e l e c e r a s p r i o r i d a d e s n o s p ro - tralidade do olhar da gestão em saúde para a
g r a m a s d e p re ve n ç ã o e n o p l a n e j a m e n to e exe c u - elaboração e concretização de políticas públicas
ção dos serviços de saúde. de eliminação dos fatores de risco evitáveis as-
sociados ao trabalho.
Pa ra a efeti va red u çã o da exposiçã o e, conseq ue n -
te m e n te, d o a d o e c i m ento, há n ecessida de de ide n - Ta l q u a d ro a p o n t a p a r a a n e c e s s i d a d e d e i nve s t i -
t i f i c a çã o d o s a g entes can cerígen os n os ambi e n te s m e n to n o d e s e n vo l v i m e n to d e a ç õ e s a m p l a s p a r a
de t ra bal h o, aval i a çã o de riscos de exposiçã o e a m e l h o r i a d o c o n t ro l e d o c â n c e r e m to d o s o s n í -
im pl e m enta ç ã o d e m edidas preventivas. ve i s , c o m o : p ro m o ç ã o d a s a ú d e , d e te c ç ã o p re c o -
c e , a s s i s tê n c i a a o s p a c i e n te s , v i g i l â n c i a d o c â n c e r
A análise da distribuição de morbimortalidade
e d o s s e u s f a to re s d e r i s c o, f o r m a ç ã o d e re c u r s o s
p o r c â n c e re s re l a c i o n a d o s a o t r a b a l h o p o s s i b i l i -
humanos, comunicação e mobilização social, pes-
t a e n te n d e r o c o m p o r t a m e n to d e s t a d o e n ç a , n o
q u i s a e g e s t ã o d o S U S . E m p a r t i c u l a r, a ç õ e s d e
te m p o e n o e s p a ç o, s u b s i d i a n d o a ava l i a ç ã o e o
p re ve n ç ã o p r i m á r i a e s e c u n d á r i a s ã o f u n d a m e n -
p l a n e j a m e n to d e p o l í t i c a s p ú b l i c a s d e a te n ç ã o
t a i s p a r a d i m i n u i r o n ú m e ro d e c a s o s n ovo s d e
i n te g r a l a s a ú d e d o s t r a b a l h a d o re s , e nvo l ve n d o
c â n c e r e p re ve n i r m o r te s a s s o c i a d a s à d o e n ç a .
d e s d e a d e te c ç ã o p re c o c e d a d o e n ç a a té o a c e s -
so aos serviços de saúde, incluindo as ações de Co m o j á d e s c r i to n e s s e d o c u m e n to, é n e c e s s á r i o
p ro m o ç ã o e p re ve n ç ã o, c o m o a p r i m o r a m e n to d a “ u m c o n j u n to d e a t i t u d e s s o c i a i s , l e g a i s e c i e n t í -
vigilância em saúde. f i c a s q u e p o d e r ã o f avo re c e r a t r a n s i ç ã o d o m o d e -
l o tox i c o l ó g i c o p a r a o m o d e l o g e n é t i c o a m b i e n t a l
A o q u e p e s e o ex t re m o r i g o r c o n s e r va d o r c o m
d e d o s e s m í n i m a s o u i n d e te c t á ve i s e d e f e s a d o s
que os dados dessa publicação foram tratados,
m a i s s u s c e t í ve i s . I s s o re p re s e n t a r i a u m a t r a n s i -
re c o n h e c e - s e q u e m u i t a s ve z e s a i n te n s i d a d e d a
ç ã o j u s t a p a r a o s t r a b a l h a d o re s n o B r a s i l e m re l a -
ex p o s i ç ã o é m a i o r e m s i t u a ç õ e s d e t r a b a l h o c o m
ç ã o à ex p o s i ç ã o n o t r a b a l h o e n o a m b i e n te ”.
v í n c u l o p re c á r i o, e n t re p e s s o a s c o m m a i o r v u l n e -
185
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5. S a n t a n a VS , R ibe iro FSN . Occ u pa t io n a l c a n ce r b u rde n in deve l opi n g
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Acce s s Sc i So u rce . 201 1 ; 1 0 (SU PPL . 1 ) : S1 0.
6. R u s h to n L . Occ u pa t io n a l c a n ce r : R e ce n t deve lo p m e n t s i n re search
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7. Ra j P, H o h e n a d e l K , D e m e rs PA , Z a h m SH , B la ir A . R e ce n t tre n ds
INTRODUÇÃO H E N R I Q U E C É S A R S A N T E J O S I LVE I R A ( 1 ) ; FA B I A N A D E
L I M A VA Z Q U E Z ( 1 ) ; A L L I N I M A F R A D A CO S TA ( 1 ) ; CA M I L A
J ORGE MESQUITA H U ET MAC HA DO (1)
D R U M O N D M U Z I ( 2 ) ; M A R I A LU C I A F E I T O S A G O U L A RT
(1) Fun d a ç ã o O swa l d o Cruz – Fio c ruz
D A S I LVE I R A ( 3 )
(2 ) U n i versi d a d e d e Brasília – Un B
UNIDADE 3
(3 ) D epa r t a m en to d e Vigilân cia e m Saúde A mbienta l e
EXPERIÊNCIAS EM VIGILÂNCIA DO CÂNCER
Sa ú d e d o Tra ba l h a do r – DSA ST/SVS/MS
RELACIONADO AO TRABALHO
(4 ) Po n t i f í c i a Un i vers ida de Cató lic a de Campin as – PU C
198
CAPÍTULO 6: A EXPERIÊNCIA INTERNACIO-
NAL NA INVESTIGAÇÃO SOBRE O CÂNCER
RELACIONADO AO TRABALHO ( 1 ) U ni versi da de do Esta do do Ri o de Ja n ei ro – UERJ
(1) In tern a t i o n a l Ag e n cy fo r Re search o n Can ce r – IARC ( 3) U ni versi da de Federa l do Ri o Gra n de do Nor te – UFRN
UNIDADE 4 UNIDADE 6
(1) Fun d a ç ã o O swa l d o Cruz – Fio c ruz GUIMARÃES (2) ; RENAN DUARTE DOS SANTOS SARAIVA (3) ;
R A FA E L TAVA R E S J OM A R (4) ; CA M IL A D RU M ON D
(2 ) Co o rd en a ç ã o G eral de Vigilân c ia e m Saúde A mbi enta l
MUZI (4)
; VIVIA N E G OM E S PA R R E IR A D UTRA ( 2 ) ; JU L IO
– CG VA M / D S A ST/SVS/MS
C E SA R VE R N EQU E L AC E R DA (3 ) ; ISA B E L L A D E OL IVEIRA
( 2 ) Fu n da çã o Oswa l do C ru z – FIOC RU Z
199
CÂNCER DE RIM
CÂNCER DE NASOFARINGE E CAVIDADE
NASAL A L EX M A LTZ SC H U L (1) ; DA N IE L SÁ R EG O H AM PL ( 1 )
GUIMAR Ã ES ( 2)
200
(1) In st i t u to N a c i o n a l do Cân ce r – I NCA
LINFOMAS NÃO–HODGKIN (LNH)
(2 ) D epa r t a m en to d e Vigilân cia e m Saúde A mbienta l e
M A R IL ZA CA M P OS DE M AG A L H Ã E S (1) ; L AVÍN IA
Sa ú d e d o Tra ba l h a do r – DSA ST/SVS/MS
LU STOSA B E R G IE R (1) ; CA M IL A D R U M OND M U Z I (2);
(3 ) Fun d a ç ã o O swa l d o Cruz – F I O CRUZ
SIL M A R A F E R N A N D E S M OU R A (3 )
201
ISBN 978-85-334-2669-6
9 788533 426696
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SAÚDE Federal