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1. . I. Título.
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Impresso no Brasil
Printed in Brazil
2017
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Introdução
1 Pós-Doutora em Direitos Humanos pela PPGIDH/UFG. Doutora em Direito pela UFPR. Pro-
fessora do PPIGDH/UFG e do Curso de Direito da UFG/REJ. Foi aluna do Curso de Direito da
Universidade de Cruz Alta e conviveu com Luis Alberto Warat durante a tentativa de aprova-
ção do Curso de Direito da SPEI em Curitiba, um sonho que Warat não viu se realizar.
2 Mestre em Direito pela Universidade do Alto Uruguai e das Missões (URI/Santo Ângelo).
Graduada em Direito pela Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Especialista em Direito
Civil e os Novos Rumos do Processo Civil pela URI/Santo Ângelo.
3 As autoras agradecem de modo especial ao Prof. Dr. João Martins Bertaso que foi Coorde-
nador do Curso à época e orientador de monografia e iniciação científica das autoras, sendo
o responsável pelas idas de Warat à Universidade de Cruz Alta, o que impactou sobremaneira
em suas formações profissionais e humanas.
60 Fernanda Busanello Ferreira, Candice Nunes Bertaso
Se não nos falha a memória, Luis começou o curso com uma dinâ-
mica. Deveríamos desenhar uma representação sobre nós. Usamos lápis
de cor, canetinha e nos esforçamos na criatividade. Logo após, fizemos
a apresentação aos colegas e Luis foi tecendo comentários sobre cada de-
senho. Quem conheceu o mestre, sabe que ele não nos reconfortou e sim
5 Nota da autora Fernanda: “Lembro-me que me desenhei subindo numa escada feita de li-
vros, meio que prevendo que os estudos teriam um papel central em minha vida, e também
desenhei minha família, que era acessível por um barco. Expliquei a Luis que minha família
era meu porto seguro, local para o qual sempre eu poderia voltar. Para minha surpresa Luis
imediatamente me advertiu: cuidado! Um porto seguro pode te prender ao invés de te libertar.
O impacto que essas palavras gerou sobre mim foi muito forte. Reputo um pouco a esse mo-
mento a minha coragem para não ficar presa no porto, seja qual ele for”.
62 Fernanda Busanello Ferreira, Candice Nunes Bertaso
simbólica. Freud disse que a fala revela aspectos ocultos dos aconteci-
mentos.
Quando se fala de um paradigma diferente, a concepção do mun-
do (diferente) está baseada nas características da mediação. O que no
fundo se determina realidade é uma visão do mundo, um critério de
produção de sentido, uma construção. Hoje há outra condição de sig-
nificação em que se dará um novo sentido, uma nova construção da
realidade. Vive-se a saudade do futuro, uma lembrança sem melancolia.
O mediador é um “ajudador”, um facilitador da comunicação
entre as partes. As relações humanas são relações de comunicação, o
conflito pode estar aí, porque somos muitas vezes perversos na comuni-
cação. O maltrato da comunicação humana é um assédio simbólico. Nas
relações familiares há maus-tratos.
O mediador deve cuidar para que haja ternura nas relações de
comunicação. O mediador tem que ajudar as pessoas a aprenderem a
reivindicação. A função da mediação é reeducar as pessoas no modo
meigo e doce de falar e se relacionar. A comunicação é uma ponte, não
um obstáculo.
A mediação deve ajudar as pessoas a serem autônomas. Toda pai-
xão é desmedida e destrutiva. As cidades incas são construções duráveis
porque não existia cimento. Balançam, mas não caem porque cada peça
é autônoma. O mediador tem que ajudar para que as pessoas tenham
movimento próprio.
Luis elencou o rol do mediador da seguinte forma:
ROL DO MEDIADOR
- Facilitar e promover a comunicação;
- Promover a confiança no procedimento e na pessoa (tem que
ser sedutor e ter o comando);
- Estabelecer certo comando com as partes (controlar as situa-
ções);
- Dirigir o procedimento;
- Ajudar as partes a identificarem seus interesses e definirem as
A GROTESCA VIOLAÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS NA MODERNIDADE E A MEDIAÇÃO 73
COMO DIREITO DO FUTURO: IN MEMORIAM A LUIS ALBERTO WARAT
questões em disputa;
- Ajudar a geração de opções de mútuo benefício;
- Ser agente da realidade;
- Ajudar a conhecer as necessidades do outro;
- Ajudar a pôr as fantasias no futuro;
- Ressaltar o aspecto positivo da negociação;
- Ajudar a manter viva a negociação;