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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0020966-44.2015.8.05.0001


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : GENERALLI DO BRASIL SEGUROS
Recorrido(s) : GUILHERME SAVASTANO VASSALLO
Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO
MATUTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

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EMENTA

RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE SEGURO.


AUTOR QUE FIRMOU CONTRATO COM EMPRESA DIVERSA PARA QUE
ESTA INTERMEDIASSE A CONTRATAÇÃO COM A SEGURADORA
RECORRENTE. AUSÊNCIA DE PROVAS ACERCA DA CONTRATAÇÃO
HAVIDA ENTRE O AUTOR E A EMPRESA RECORRENTE. SUPOSTO USO
INDEVIDO DO NOME DA RECORRENTE POR EMPRESA QUE RECEBEU
OS VALORES DA CONTRATAÇÃO DO SERVIÇO. ILEGITIMIDADE PASSIVA
DA SEGURADORA. . EXTINÇÃO DO PROCESSU SEM JULGAMENTO DO
MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, INCISO VI DO CPC. SENTENÇA
REFORMADA.
ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, MARIA AUXILIADORA
SOBRAL LEITE – Relatora, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ e
ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA ,Presidente, em proferir a
seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. UNÂNIME, de acordo com a
ata do julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios, ante o êxito da
parte no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 04 de Fevereiro de 2016.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA

Juíza Presidente

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Processo Nº. : 0020966-44.2015.8.05.0001
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : GENERALLI DO BRASIL SEGUROS
Recorrido(s) : GUILHERME SAVASTANO VASSALLO
Origem : 15ª VSJE DO CONSUMIDOR (UNIVERSO
MATUTINO)
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. INDENIZATÓRIA. CONTRATO DE SEGURO.


AUTOR QUE FIRMOU CONTRATO COM EMPRESA DIVERSA PARA
QUE ESTA INTERMEDIASSE A CONTRATAÇÃO COM A
SEGURADORA RECORRENTE. AUSÊNCIA DE PROVAS ACERCA
DA CONTRATAÇÃO HAVIDA ENTRE O AUTOR E A EMPRESA
RECORRENTE. SUPOSTO USO INDEVIDO DO NOME DA
RECORRENTE POR EMPRESA QUE RECEBEU OS VALORES DA
CONTRATAÇÃO DO SERVIÇO. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
SEGURADORA. . EXTINÇÃO DO PROCESSU SEM JULGAMENTO
DO MÉRITO, NOS TERMOS DO ART. 267, INCISO VI DO CPC.
SENTENÇA REFORMADA.

RELATÓRIO

Dispensado o relatório nos termos da Lei n.º 9.099/95.


Circunscrevendo a lide e a discussão recursal para efeito de registro,
saliento que a Recorrente GENERALI BRASIL SEGUROS S/A, pretende a reforma
da sentença lançada nos autos que julgou procedente em parte os pedidos
formulados pela exordial , nestes termos: “Isto posto, em face na abusividade da conduta,
julgo procedente em parte os pedidos formulados condenando as reclamadas a indenizarem a
parte Autora , de forma solidária, a título de dano moral na importância de R$ 5.000,00 (cinco mil
reais) atualizada monetariamente e corrigida com juros à taxa de 1% a.m. a partir dessa decisão.
A título de dano material condeno as acionadas, de igual forma, a indenizarem o autor no importe
de R$ 448,85 com a atualização a contar do efetivo desembolso..”
Na origem, trata-se de ação em que a parte autora alega ter
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celebrado contrato de seguro junto ao réu GENERALLI DO BRASIL SEGUROS,
por intermédio do réu IMPACTO TEAM. Aduz o autor que em viagem realizada para
a cidade de Volta Redonda , Rio de Janeiro, local em que moram seus pais, no dia
06/03/2014 sofrera acidente de veículo, em que a motocicleta que dirigia sofrera
colisão com um veículo automotor, na parte traseira, ao realizar uma curva.
Assevera que após a batida, tentou por diversas formas entrar em
contato com os réus, para a reparação dos danos materiais sofridos, consistentes
nas peças da motocicleta que teriam que ser substituídas, bem como o
ressarcimento com os gastos de locomoção que teve que despender, haja vista
que sua atividade profissional exigiria o uso da motocicleta. Não tendo sido
atendido a contento, ajuizou a presente demanda, por intermédio da qual busca o
ressarcimento pelos danos materiais e morais sofridos em decorrência de tais
eventos.
Em suas razões recursais, a empresa recorrente alega a ilegitimidade
passiva, por não ter celebrado contrato algum com o autor, desconhecendo a a
contratação havida entre o mesmo e a empresa demandada IMPACTO TEAM,
suscita a falta de interesse de agir, diante da ausência de quaisquer provas acerca
da contratação supostamente havida, e no mérito, sustenta a inexistência de
responsabilidade, tendo em vista a ausência de vínculo contratual, por não haver
sido juntado a apólice do seguro ou qualquer documento comprobatório, e afirma
inexistirem danos morais a serem ressarcidos na espécie.
Em contrarrazões, o recorrido pugna pela manutenção do decisum.
Sem contrarrazão foram os autos conclusos.
Os autos foram distribuídos à 2ª Turma Recursal, cabendo-me a
função de Relatora.
Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,
apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, que submeto aos demais
membros desta Egrégia Turma.

VOTO
No concernente à preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela
recorrente, esta merece acolhimento. Com efeito, não consta dos autos a apólice
ou qualquer documento assinado pelo recorrente GENERALLI DO BRASIL SEGUROS,
, indicativo da contratação do seguro alegado pelo autor, tendo em vista que a
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demandada IMPACTO TEAM, não responde e nem tem capacidade para contrair obrigações em
nome da recorrente, por se tratar de pessoa jurídica diversa, e diante da ausência de provas nesse
sentido.

O autor junta aos autos no evento 01 um termo de condições gerais de


contratação, todavia tal instrumento não possui qualquer assinatura, e nem a
assinatura de qualquer representante legal do recorrente, sendo portanto meio de
prova inidôneo para a comprovação da relação jurídica supostamente travada entre
o mesmo e a recorrente GENERALLI DO BRASIL SEGUROS.

O autor, por outro lado, afirma na exordial que teria celebrado contrato
junto ao réu IMPACTO TEAM, que por sua vez se responsabilizaria por celebrar
avença junto ao recorrente, todavia não constam elementos indicativos de que o
primeiro réu atuaria em nome do segundo.

Como sabido, a legitimidade para a causa se constitui em uma das


condições da ação e, em princípio, decorre da pertinência abstrata com o direito
material controvertido, e pode ser analisada tanto sob o prisma do autor, quanto
sob a ótica do réu, sendo a matéria disciplinada no art.6º do CPC, que afirma que “
ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei .”

In casu, não há pertinência subjetiva no concernente à demandada


GENERALLI DO BRASIL SEGUROS, que nem mesmo firmara contrato com o autor, não
havendo sequer qualquer elemento ou indício que indique tê-lo feito, o que a
desobriga de figurar no pólo passivo do processo.

Nesta senda, mister que haja a extinção do processo sem julgamento do


mérito, nos termos do art. 267, inciso VI, do CPC, diante da ausência de condição
da ação, consistente na ilegitimidade passiva da demandada GENERALLI DO BRASIL
SEGUROS para figurar no pólo passivo da lide.

Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR


PROVIMENTO ao recurso interposto pela recorrente GENERALLI DO BRASIL
SEGUROS, para acolher a preliminar de ilegitimidade passiva, extinguindo o
processo sem julgamento de mérito em relação ao ora recorrente, por ausência de
condição da ação. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da
parte no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 04 de Fevereiro de 2016

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BEL. MARIA AUXILIADORA

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