Professional Documents
Culture Documents
1
Regime Geral de Previdência
Social
Regime Geral de Previdência Social
Autora: Mariana Gonçalves Gomes
Como citar este documento: GOMES, Mariana Gonçalves. Regime geral de previdência social. Vali-
nhos: 2016.
Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Introdução à seguridade social 05
Assista a suas aulas 20
Unidade 2: Evolução da proteção social 27
Assista a suas aulas 48
Unidade 3: Regime geral de previdência social 55
Assista a suas aulas 74
Unidade 4: Custeio da previdência social 81
Assista a suas aulas 104
2/222
Regime Geral de Previdência Social
Autora: Mariana Gonçalves Gomes
Como citar este documento: GOMES, Mariana Gonçalves. Regime geral de previdência social. Vali-
nhos: 2016.
Sumário
Unidade 5: Parte geral do plano de benefícios da previdência social 111
Assista a suas aulas 130
Unidade 6: Benefícios previdenciários 137
Assista a suas aulas 161
Unidade 7: Benefícios previdenciários por incapacidade 168
Assista a suas aulas 190
Unidade 8: Benefícios previdenciários em espécie 198
Assista a suas aulas 220
3
3/222
Apresentação da Disciplina
4/222
Unidade 1
Introdução à seguridade social
Objetivos
5/222
Introdução
Link
Informações sobre a Lei Orgânica da Saúde. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L8080.htm>. Acesso em: 10 dez. 2016.
As pessoas que não possuem condições de prover a própria subsistência poderão recorrer ao am-
paro da assistência social, conforme dispõe o artigo 203 da Constituição Federal. A assistência
social, assim como a saúde, não depende de contribuição, porém, não é universal, limitando-se
a atender as pessoas que necessitam de auxílio assistencial, ou seja, aquelas que preenchem os
requisitos de “miserabilidade”.
Regulamentada por lei própria, a Lei nº 8.742/93, a assistência social é um direito do cidadão e
dever do Estado que provê os mínimos sociais através da política da seguridade social. Assim, a
assistência social pode ser definida como um “conjunto integrado de ações de iniciativa pública
e da sociedade para garantir o atendimento às necessidades básicas”, conforme o artigo 1º da
Lei nº 8.742/93.
Os objetivos da assistência social estão expostos no artigo 2º da Lei nº 8.742/93, quais sejam:
proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, o amparo às crianças e
adolescentes carentes, habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de
sua integração à vida comunitária e habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a
promoção de sua integração à vida comunitária. Além disso, a assistência social garante a per-
cepção de uma renda no valor de um salário mínimo por mês à pessoa portadora de deficiência
ou ao idoso que comprove que não possui meios de prover a própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família.
Da tríplice estrutura que forma a Seguridade Social, apenas a Previdência Social constitui um re-
11/222 Unidade 1 • Introdução à seguridade social
gime contributivo e, por consequência, é ela a forma mais abrangente de proteção dos riscos so-
ciais (adversidades da vida) a que os seus contribuintes estão submetidos. Assim, a Previdência
Social concede benefícios previdenciários (em pecúnia) aos seus segurados para que, quando
da ocorrência de um risco social, lhe seja garantida a subsistência e manutenção de sua vida.
Link
Detalhes sobre contribuições e benefícios da Previdência Social. Disponível em: <http://www.
previdencia.gov.br>. Acesso em: 10 dez. 2016.
Além disso, a Previdência Social também concede aos seus segurados a prestação de serviços,
isto é, ela é responsável pela reabilitação do funcionário ao retorno de suas atividades laborati-
vas (sejam as mesmas ou outras funções).
A Previdência Social no Brasil pode ser dividida em dois principais regimes, o RGPS e o RPPS, em
que apenas os ocupantes de cargos públicos efetivos são segurados.
Assim, como nos ensinam Castro e Lazzari (2016, p. 118): “regida por lei, e não pela vontade de
particulares, a relação obrigacional de custeio é autônoma com referência à relação jurídica de
prestação previdenciária. Extrai-se, portanto, que nessa relação de caráter tributário do custeio
da previdência social, o sujeito ativo é o Estado, os sujeitos passivos são os cidadãos, as empresas
e os beneficiários e o fato gerador é a situação concreta que obriga o sujeito passivo a contribuir,
seja por sua condição de beneficiário, seja uma imposição da lei.
17/222
Considerações Finais
18/222
Referências
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 19.
Ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de Direito Previdenciário - 11ª Edição, Niterói/RJ: Impetus,
2011.
______. Curso de direito previdenciário. 20 Ed., Niterói/RJ: Impetus, 2015.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. CD. Comentários à lei básica da previdência social, Brasília-DF:
LTr/Rede Brasil, 1999.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2ª Ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
19/222 Unidade 1 • Introdução à seguridade social
Assista a suas aulas
Aula 1 - Tema: Seguridade social - Bloco I Aula 1 - Tema: Seguridade social - Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
edc2500834002e83e20627798caed7b6>. 1d/4a5cbcab0849a3f53008d619db8fa0f8>.
20/222
Questão 1
1. Sobre a estrutura da Seguridade Social, assinale a alternativa INCORRETA:
21/222
Questão 2
2. De acordo com o texto constitucional, “a seguridade social compreende
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previ-
dência e à assistência social”. Assim, é correto afirmar que:
a) A assistência social destina-se aos segurados da previdência social mais carentes, já a pre-
vidência destina-se ao segurado que não tem plano próprio de previdência privada.
b) Na área da saúde, o poder público destina suas ações à prestação de serviços, contudo, no
âmbito da previdência social, elas são destinadas à prestação de benefícios previdenciários.
c) A assistência social atende apenas aos segurados que se encontram no gozo dos direitos
que, nessa qualidade, lhe são inerentes.
d) A saúde e assistência social só se destinam aos segurados da previdência social.
e) A Previdência Social e a saúde são sistemas interligados, isto é, para fazer jus ao SUS é preci-
so contribuir para o INSS.
22/222
Questão 3
3. São objetivos da assistência social, exceto:
a) Proteção à família.
b) Proteção ao idoso.
c) Proteção ao presidiário e sua família.
d) Proteção ao deficiente.
e) Proteção aos que preenchem critérios de miserabilidade.
23/222
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta acerca da Seguridade Social:
a) Os princípios da Seguridade Social explícitos, ou seja, todos são previstos por lei.
b) Os princípios da Seguridade Social são implícitos, isto é, não estão expressos por lei.
c) Os princípios da Seguridade Social são os mesmos da Previdência Social.
d) Os princípios da Seguridade Social são divididos em explícitos, aqueles expressamente pre-
vistos em lei, e implícitos, aqueles que não estão expressos, mas sua base fundamenta os
demais princípios.
e) A Seguridade Social não possui princípios específicos utilizando-se de princípios de vários
ramos de direito.
24/222
Questão 5
5. Não é um princípio explícito da Seguridade Social:
25/222
Gabarito
1. Resposta: D. 5. Resposta: B.
A opção correta é a C. Conforme artigo 194, ape- A opção correta é a B. Os benefícios não podem
nas a Previdência Social tem caráter contributivo. ter seus valores reduzidos.
2. Resposta: B.
3. Resposta: C.
4. Resposta: D.
Objetivos
27/222
Introdução
Link
Conheça a Declaração dos Direitos do Homem completa. Disponível em: <http://pfdc.pgr.mpf.
mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/legislacao/direitos-humanos/declar_dir_ho-
mem_cidadao.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.
O surgimento dos primeiros grupos de mútuo, de origem livre, sem intervenção do Estado, nos
quais um conjunto de pessoas com interesses em comum se reuniam, visavam à cotização de
valor certo para resguardo de todos nos casos de infortúnios – prenúncio dos sistemas privados
complementares de previdência. Assim, o indivíduo passa a ser considerado detentor de direitos
e deveres e o trabalho passa a ser um mecanismo de desenvolvimento tanto pessoal como social.
29/222 Unidade 2 • Evolução da proteção social
E assim se delineia a primeira fase da prote- validez e velhice.
ção social – fase do assistencialismo –isto é, Passa-se, portanto, para o início da segun-
o Estado passa a ter a função de prestação da fase da proteção social – a fase do seguro
de auxílio à sociedade. social – ou seja, as ideias de direito privado
O surgimento da proteção social está inti- sobre um contrato de seguro foram trazidas
mamente ligado pela sociedade industrial, para o âmbito do direito público.
devido à vulnerabilidade da mão de obra Enquanto negócio jurídico bilateral, o segu-
dos trabalhadores e a dependência econô- ro é um contrato em que uma das partes se
mica concentrada na percepção do salário. obriga a indenizar, no caso da ocorrência de
Com a edição da Lei Bismark, em 1883, a um fortuito, enquanto a outra se obriga ao
criação da Previdência Social foi marcada pagamento mensal de um “prêmio”.
na história, isso porque foi a primeira lei que Assim, para transferir essa ideia para uma
previu a obrigatoriedade de se fornecer aos disposição de ordem pública, o prêmio se-
operários um “seguro-doença”. riam as contribuições mensais realizadas
Já em 1884, ainda na Alemanha, ocorreu a por aqueles que são segurados da Previ-
criação do seguro acidente de trabalho, e dência Social e a indenização seriam os ris-
cinco anos depois, em 1889, o seguro de in- cos sociais que são cobertos por este seguro
Link
Acesse o Decreto nº 4.682/1923. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/de-
creto/Historicos/DPL/DPL4682.htm>. Acesso em: dez. 216.
As CAPs eram mantidas por particulares (empregado e empregadores), possuíam custeio pró-
prio, privado e de adesão facultativa do empregado de determinada categoria profissional, no
caso, a dos ferroviários.
Dez anos depois, em 1933, as CAPs foram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pen-
sões, conhecidos como IAPs, voltados para categorias como bancários, marítimos, industriários,
comerciários e profissionais de transportes e cargas, sendo que continuavam a funcionar por
categoria profissional e a adesão a esse sistema era compulsória.
45/222
Considerações Finais
46/222
Referências
BIANCO, Dânae dal. Princípios constitucionais da previdência social. 1ª Edição, São Paulo – LTr,
2011.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: 21 nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário.
19. Ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. Ed., Niterói/RJ: Impetus, 2011.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2ª Ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
Aula 2 - Tema: Evolução da proteção social. Aula 2 - Tema: Evolução da proteção social.
Bloco I Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
e3f394ec2a45103abb85cb6df9f5bfcd>. 1d/84a5b54673c482063abe0e40a48566d3>.
48/222
Questão 1
1. De acordo com os princípios da seguridade social, assinale a opção que re-
presente o princípio que garante aos estrangeiros no Brasil poderem receber
atendimento da Seguridade Social.
a) Princípio da seletividade.
b) Princípio da universalidade.
c) Princípio da irredutibilidade.
d) Princípio do orçamento diferenciado.
e) Princípio da precedência de fonte de custeio.
49/222
Questão 2
2. Complete a frase de acordo com a Lei nº 8.213/91. Os princípios que re-
gem a previdência social incluem a ________ e a equivalência dos benefí-
cios e serviços prestados às populações urbanas e rurais.
a) Universalidade.
b) Uniformidade.
c) Isonomia.
d) Diferenciação.
e) Seletividade.
50/222
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. O caráter democrático e descentralizado da
administração da Previdência Social garante participação de:
a) Dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados, formando a de-
nominada gestão tripartite.
b) Dos empregadores, trabalhadores, aposentados e do Governo nos órgãos colegiados for-
mando uma gestão quadripartite.
c) Dos empregadores, sindicatos, centrais sindicais e Governos formando uma gestão quadri-
partite.
d) Das empresas, do Governo Federal e da Caixa Econômica Federal formando uma gestão tri-
partite.
e) Dos entes federativos, do poder executivo, dos empregadores e dos trabalhadores formando
uma gestão quadripartite
51/222
Questão 4
4. São riscos cobertos pela Previdência Social, exceto:
52/222
Questão 5
5. O princípio da contrapartida pode ser definido como a diretriz que
impõe:
a) A existência de prévia fonte de custeio para que um benefício ou serviço da seguridade so-
cial seja criado ou majorado.
b) Que valor de benefício que não seja inferior ao valor do salário mínimo nacional vigente à
época da concessão.
c) Que os direitos não podem ser reduzidos tanto em alcance como em quantidade.
d) Uma forma de resguardar as gerações futuras ou mesmo as atuais de eventual estado de
pobreza e perda da dignidade humana.
e) Que ninguém pode escusar-se de recolher contribuição social caso a lei estabeleça como
fato gerador alguma situação em que incorra.
53/222
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: E.
54/222
Unidade 3
Regime geral de previdência social
Objetivos
55/222
Introdução
Os regimes previdenciários são divididos em dois grandes grupos: o Regime Geral de Previdência
Social e os Regimes Especiais de Previdência. O foco desse estudo está no RGPS e o estudo das
normas disciplinadoras da relação jurídica estabelecida em todo o sistema do seguro social.
Para isso, o objetivo da presente temática consiste na observação da relação de filiação estabe-
lecida entre o segurado e a previdência social, quem são as pessoas que podem se filiar ao siste-
ma e, ainda, quem poderá receber os benefícios previdenciários.
O entendimento de regime previdenciário pode ser descrito conforme Castro e Lazzari (2016, p.
97):
A seguir serão apresentados detalhes a respeito deste assunto a fim de auxiliar na compreensão
dos benefícios e serviços às pessoas tidas como seguradas.
Os regimes previdenciários especiais são normalmente associados aos regimes gerais de previ-
dência próprios, ou seja, por categoria profissional. Eles são disciplinados por leis ou estatutos
próprios ou pela Constituição Federal. São exemplos de regimes gerais de previdência próprios:
para funcionários públicos federais civis (Lei nº 8.112/90), para servidores militares (Estatuto
dos Militares), para servidores públicos estaduais, municipais ou distritais (artigo 149 da CF).
Link
Conheça o regime geral dos servidores públicos federais civis. Disponível em: <https://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8112cons.htm>. Acesso em: 11 dez. 2016.
Outro regime previdenciário especial é a previdência privada disposta no artigo 202 da CF, é fa-
cultativa e visa à complementação dos benefícios do RGPS. Normalmente, essas previdências
privadas são operadas por entidades de previdência aberta (acessível a todas as pessoas, sem
fins lucrativos e organizada sob a forma de fundação ou sociedade civil) ou fechada (acessível
apenas aos funcionários de uma determinada empresa, ou de um grupo de empresas e têm na-
58/222 Unidade 3 • Regime geral de previdência social
tureza de Sociedade Anônima – S.A). Assim, como explica Ribeiro (2011), o RGPS
é o principal regime previdenciário em nos-
so país e abrange, de modo obrigatório, to-
Para saber mais dos os trabalhadores da iniciativa privada
Para se aprofundar no estudo sobre previdências que exercem atividade remunerada, sendo
privadas recomenda-se a leitura da Lei da Previ- regido pela Lei 8.213/91. É a autarquia fe-
dência Privada, auxiliada pela doutrina comentada deral denominada de Instituto Nacional do
Previdência Privada – Lei da Previdência Complemen- Seguro Social, criado pela Lei nº 8.029/90,
tar Comentada, de Jerônimo Jesus dos Santos. que é responsável pela concessão e manu-
tenção dos benefícios e serviços previden-
2. Regime geral de previdência ciários.
social
Dessa forma, o RGPS, através do INSS, tem como principal objetivo garantir a proteção de seus
segurados diante dos riscos e contingências sociais, tais como: incapacidade, desemprego, ida-
de avançada, doença, acidente, prisão, morte e maternidade.
2.1 Filiação
A filiação é o nome dado para a relação jurídica estabelecida entre o segurado e o Regime Geral
da Previdência Social. Assim, como disserta Ibrahim (2011, p. 173): “decorre automaticamente
da atividade remunerada, ou seja, no momento em que uma pessoa iniciar o exercício de algu-
ma atividade remunerada, isso facto, estará filiada à previdência social”. Assim, todo aquele que
exerce atividade remunerada, aufere renda, obrigatoriamente tem que contribuir vertendo con-
tribuições ao RGPS, em regra essas contribuições são mensais.
60/222 Unidade 3 • Regime geral de previdência social
De forma excepcional, o segurado pode op- remunerada que o vincule ao RGPS, e ele
tar por contribuir com o RGPS, isto é, aquelas será filiado por cada uma delas.
pessoas que não exercem atividade remu- Para ser considerado um filiado regular do
nerada ou não auferem renda, têm a facul- RGPS, o segurado deve além de exercer ati-
dade de poder contribuir voluntariamente vidade remunerada, inscrever-se perante
com a previdência social, são os chamados a Previdência Social, ou seja, o segurado
segurados facultativos. deve fornecer dados pessoais que possibi-
litem a sua identificação perante o INSS. Em
Para saber mais suma, como ressalta o art. 20 do Decreto
Para saber quais são os benefícios concedidos aos n. 3.048/99 “a filiação à previdência social
segurados facultativos leia o Manual do Direito Pre- decorre automaticamente do exercício de
videnciário, de Carlos Alberto Pereira de Castro e atividade remunerada para os segurados
João Batista Lazzari, capítulo dos segurados. obrigatórios e da inscrição formalizada com
o pagamento da primeira contribuição para
Outro importante detalhe que deve ser o segurado facultativo”.
mencionado é que o segurado pode ter fi-
liações múltiplas, isto quer dizer que o se-
gurado pode exercer mais uma atividade
61/222 Unidade 3 • Regime geral de previdência social
2.2 Segurados exerceu foi no Brasil ou em outro país, o que
deve ser levado em consideração é sua con-
Qualidade atribuída às pessoas físicas tratação ter sido realizada no Brasil ou se há
maiores de dezesseis anos, exceto o menor acordo internacional sobre contribuições
aprendiz que pode ser mais de catorze anos, previdenciárias com este país estrangeiro.
são segurados aqueles que exercem ativi- O artigo 12 da Lei nº 8.212/91 elenca o rol
dade remunerada ou aqueles que por opção de pessoas físicas que são segurados obri-
querem contribuir com o RGPS. Dessa for- gatórios da Previdência Social: empregado,
ma, podemos dividir os segurados em duas empregado doméstico, contribuinte indivi-
espécies de classificação: os segurados dual, trabalhador avulso e segurado espe-
obrigatórios e os segurados facultativos. cial.
Os segurados obrigatórios são aqueles que De acordo com o artigo 3º da CLT, emprega-
exercem atividade laborativa remunera- do é a pessoa física que presta seus serviços
da com ou sem vínculo empregatício, sen- ao empregador de maneira pessoal, habi-
do rural ou urbano, avulso, empresário ou tual, onerosa e subordinada. Assim, o em-
especial. O segurado obrigatório pode ser pregador pode ser uma pessoa física, uma
brasileiro ou estrangeiro, sendo que não pessoa jurídica de direito privado ou de di-
importa se a atividade remunerada que reito público, desde que não tenha regime
62/222 Unidade 3 • Regime geral de previdência social
previdenciário próprio, que desenvolve uma atividade econômica, seja esta empresária ou não.
O empregado pode ser classificado como urbano ou rural de acordo com o local e o tipo de pres-
tação dos seus serviços.
Importante ressaltar que a idade mínima de filiação ao RGPS é de dezesseis anos, sendo que no
caso do menor aprendiz, esta idade pode ser reduzida para quatorze anos.
A Lei nº 11.718/08 também alterou disposições das Leis nº 8.212/91 e nº 8.213/91 para passar
a admitir, também, que o segurado especial possa exercer atividades diferentes, como por exem-
plo, explorar sua pequena propriedade rural como pousada. Quanto ao pescador artesanal a lei
de 2008 não trouxe mudanças.
Apenas a título de informação, apesar da grande polêmica em relação ao assunto, de acordo com
a Lei nº 8.212/91, o aposentado pelo RGPS que volta a exercer atividade remunerada, ou que não
deixa de exercê-la em razão da aposentadoria é um segurado obrigatório do RGPS.
Aqueles que não preenchem nenhuma das hipóteses caracterizadoras dos segurados obrigató-
rios podem ingressar no RGPS por sua espontânea vontade, são os segurados facultativos. Con-
forme Castro e Lazzari (2009, p. 198):
2.3 Dependentes
Beneficiários do RGPS por terem um vínculo familiar com o segurado do regime, os dependentes
são pessoas que não contribuem para o sistema, mas que fazem jus a alguns benefícios.
O RGPS tem como objetivo garantir proteção aos seus segurados e dependentes diante da ocor-
rência de algum risco social, isso porque, o benefício previdenciário, além de ter caráter contri-
butivo, tem também natureza alimentar, devido assim, aos beneficiários que se caracterizam
como dependentes do segurado. Conforme Castro e Lazzari (2016, p. 202),
66/222 Unidade 3 • Regime geral de previdência social
os critérios para a fixação do quadro de dependentes são vários, e não so-
mente o da dependência puramente econômica. São vínculos familiares,
dos quais decorre a solidariedade civil e o direito dos necessitados à provi-
são da subsistência pelos mais afortunados.
Os dependentes são divididos em três gru- Isso quer dizer que, para a lei previdenciária,
pos, de acordo com o que dispõe o artigo relacionamentos oriundos do casamento
16 da Lei nº 8.213/91, sendo que as clas- ou de união estável não são distintos. Aliás,
ses formam uma hierarquia, ou seja, a exis- cumpre lembrar que esse relacionamento
tência de um dependente na classe superior pode ser entre pessoas de sexos opostos ou
exclui o direito dos dependentes das demais do mesmo sexo. Quanto aos filhos meno-
classes. res de vinte e um anos são equiparados os
A primeira classe é composta por cônjuges, enteados e o menor que esteja sob a tutela
companheiros e filhos não emancipados, do segurado e não possua bens suficientes
de qualquer condição, menor de vinte e um para o seu próprio sustento. Importante sa-
anos ou inválido ou que tenha deficiência lientar que, quanto ao filho inválido, há uma
intelectual ou mental ou deficiência grave. grande discussão sobre a legalidade de exi-
Link
Para entender as mudanças legislativas trazidas pela Lei nº 13.146/2015, conhecida como Esta-
tuto da Pessoa com Deficiência, acesse: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/Lei/L13146.htm>.
A segunda classe é formada pelos ascendentes do segurado, ou seja, seus pais, cuja dependência
econômica do segurado deve ser devidamente comprovada.
A terceira classe é horizontal, isto é, inclui o irmão não emancipado, de qualquer condição, me-
nor de vinte e um anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência
grave.
70/222
Considerações Finais
71/222
Referências
BRASIL. Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Disponível em: < Lei nº 8.112, de 11 de dezem-
bro de 1990>. Acesso em: 21 nov. 2016.
BRASIL. LEI COMPLEMENTAR N° 150, de 1 de junho de 2015. Disponível em: < https://www.pla-
nalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp150.htm>. Acesso em: nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 11.
ed., Florianópolis: Conceito Editorial, 2009.
___________. Manual de direito previdenciário. 19. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. ed., Niterói/RJ: Impetus, 2011.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Prova de tempo de serviço – previdência social. 3. ed., São Paulo:
LTr, 2002.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2. ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
SANTOS, Jerônimo Jesus dos. Previdência privada – lei da previdência complementar comen-
tada. Rio de Janeiro: Livraria Jurídica, 2013.
Aula 3 - Tema: Regimes previdenciários. Bloco I Aula 3 - Tema: Regimes previdenciários. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
e8d7c7c45ea3bce099f623637e70d700>. 1d/5a5e3628937d588ea43cf55bd2b6701d>.
74/222
Questão 1
1. O regime geral de previdência social constitui um gênero do regime
previdenciário e se estende a todos os trabalhadores, exceto:
a) Trabalhadores da iniciativa privada.
b) Trabalhadores do serviço público.
c) Funcionários públicos estatutários com previdência própria.
d) Contribuintes individuais.
e) Trabalhadores rurais.
75/222
Questão 2
2. Mariana é servidora pública federal e seu marido, Eduardo, é empregado
de uma empresa privada. Caso Mariana morra, Eduardo terá direito a receber
o benefício de pensão por morte pago pelo regime de previdência social dos
servidores públicos federais. Todavia, se Eduardo morrer primeiro, Mariana
terá direito a receber pensão por morte a ser pago pelo RGPS?
a) Não, por ser servidora pública Mariana não tem direito à pensão.
b) Não, pois Mariana não é dependente de Eduardo.
c) Sim, Mariana receberá pensão pelo RGPS.
d) Sim, Mariana receberá pensão pelo regime próprio.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
76/222
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. O segurado obrigatório é a pessoa
física que exerce atividade remunerada abrangida pelo Regime Geral de
Previdência Social na qualidade de:
a) Empregado.
b) Trabalhador avulso e empregado doméstico.
c) Empregado e contribuinte individual.
d) Empregado, trabalhador avulso, empregado doméstico e contribuinte individual.
e) Autônomo.
77/222
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Os segurados especiais são segurados:
a) Facultativos do RGPS.
b) Obrigatórios do RGPS.
c) Não são segurados.
d) Como não possuem renda não são segurados.
e) São segurados contribuintes individuais.
78/222
Questão 5
5. São considerados trabalhadores avulsos, exceto:
a) O amarrador de embarcação.
b) O ensacador de café, cacau, sal e similares.
c) O carregador de bagagem em porto.
d) O pescador artesanal.
e) O guindasteiro.
79/222
Gabarito
1. Resposta: C. 4. Resposta: B.
A opção correta é a C. Só os servidores pú- A opção correta é a B. Os segurados espe-
blicos que não possuem regime de previ- ciais são segurados obrigatórios.
dência próprio são segurados obrigatórios
do RGPS. 5. Resposta: C.
2. Resposta: C. A opção correta é a C. O pescador artesanal
é segurado especial.
A opção correta é a C. Mariana é cônju-
ge e dependente de Eduardo pela Lei nº
8.213/91.
3. Resposta: D.
A opção correta é a D. Esta alternativa está
em consonância à Lei nº 8.213/91.
80/222
Unidade 4
Custeio da previdência social
Objetivos
81/222
Introdução
A Seguridade Social é financiada por toda a Assim, o estudo versa sobre quais são as
sociedade de forma direta e indireta, além contribuições sociais vertidas para a Segu-
de possuir uma receita anual destinada ex- ridade Social, quem são as pessoas obriga-
clusivamente pela União ao seu custeio. A das a contribuir e como essas contribuições
Seguridade Social é financiada através de integram esse sistema de custeio.
dois tipos de sistema: um sistema não con-
tributivo de custeio da Seguridade Social, o 1. Custeio da seguridade social
qual determina que os valores que são ver-
tidos são retirados do orçamento realizado Regulado pela Lei nº 8.212/91 e pelo De-
pela Administração Pública, e um sistema creto nº 3.048/99, o custeio é o conjunto de
contributivo de custeio, que pode ser dividi- normas que regulam o sistema financeiro
do em duas espécies, que são o sistema de da Seguridade Social.
capitalização e o sistema de repartição. Para definirmos custeio, é necessário que
As regras de custeio possuem o nítido ob- recordemos alguns conceitos de Direito Fi-
jetivo de manutenção do equilíbrio orça- nanceiro, como receita, orçamento e des-
mentário da Seguridade Social, em especial pesa.
da Previdência Social, o único dos institutos Assim, como ensina Ibrahim (2011, p. 38) ao
que possui caráter contributivo. aplicarmos estes elementos na Seguridade
82/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
Social, verificamos que receita significa que “a Seguridade Social será financiada por toda a so-
ciedade de maneira direta ou indireta, de forma direta e indireta, mediante recursos provenien-
tes dos orçamentos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, e das contribuições sociais”,
elencados no artigo 195 da CF/88”. Ainda, denominam-se orçamento:
Quanto às despesas, os gastos com a Seguridade Social serão realizados “através do pagamen-
to das prestações (benefícios previdenciários e assistenciais), realização de serviços públicos e
gastos da administração em geral (gastos com pessoal, material, funcionamento dos estabele-
cimentos da Seguridade Social)” (RIBEIRO, 2011, p. 436). Dessa forma, pode-se concluir que o
custeio da Seguridade Social visa a um grande objetivo: a manutenção de seu equilíbrio orça-
83/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
mentário. realizado pela Administração Pública.
Já o sistema contributivo de custeio pode
1.1 Sistema de financiamento ser dividido em duas espécies: o sistema
da seguridade social de capitalização e o sistema de repartição.
O sistema de capitalização é comumente
A Seguridade Social, de acordo com a Cons-
aplicado aos regimes de previdência priva-
tituição Federal, é financiada por toda a so-
da, onde o segurado é responsável pelo pa-
ciedade. Para Castro e Lazzari (2016, p. 183),
gamento do benefício que será beneficiário.
o custeio pode ser obtido de duas formas:
Já o sistema de repartição é o adotado por
“uma pela receita tributária, unicamente, a
nosso ordenamento jurídico para regular o
que se chama de sistema não contributivo; e
RGPS.
outra, pela qual a fonte principal de custeio
são as contribuições específicas, que são os Nos termos do artigo 195, caput da Consti-
tributos vinculados para este fim, sistema tuição Federal, o sistema financeiro da Se-
então chamado de contributivo”. guridade Social será financiado por toda a
sociedade de forma direta e indireta, nos
Assim, o sistema não contributivo de cus-
termos da lei, mediante recursos provenien-
teio da Seguridade Social determina que os
tes dos orçamentos da União, dos Estados,
valores vertidos são retirados do orçamento
dos Municípios e do Distrito Federal e das
84/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
contribuições sociais. Importante ressaltar que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
que, conforme o artigo 212 da Constituição empregatício. Também incide sobre a sua
Federal, não há uma porcentagem fixa das receita ou faturamento e sobre o lucro.
verbas orçamentárias que devem ser com- O E-social, sistema criado pelo Governo Fe-
prometidas para o financiamento da Segu- deral, que integra a receita Federal, o Minis-
ridade Social. tério do Trabalho, o INSS e a Caixa Econômi-
A contribuição para a Seguridade Social, ca Federal, regulariza os recolhimentos de
como explica Castro e Lazzari (2016, p. 184) INSS e FGTS dos trabalhadores domésticos.
“é uma espécie de contribuição social, cuja
receita tem por finalidade o financiamento
das ações nas áreas da saúde, previdência Link
social e assistência social”. Conheça o sistema do E-social. Disponível em:
<http://www.esocial.gov.br/>. Acesso em: 11
Exige-se contribuição social que deve ser
dez. 2016.
recolhida pelo empregador, empresa ou
entidade a ela equiparada na forma da lei,
Assim, os empregadores domésticos tam-
que deverá incidir sobre a folha de salários
bém se tornam obrigados a recolher as
e demais rendimentos do trabalho pago ou
contribuições sociais que incidem sobre o
creditado a qualquer título, à pessoa física
85/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
salário de contribuição de seus emprega-
dos. Assim como os empregadores, os tra- Link
balhadores assalariados também recolhem Conheça o conteúdo da Emenda Constitucional nº
a contribuição social que incide sobre o seu 42/2003. Disponível em: <https://www.planal-
salário de contribuição. to.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/
Sobre a receita bruta decorrente de espetá- emc/emc42.htm>. Acesso em: 11 dez. 2016.
culos desportivos, as associações despor-
tivas que possuem equipes de futebol pro- Além das contribuições sociais tratadas pela
fissional também devem recolher as contri- Constituição Federal, a Lei nº 8.212/91, em
buições sociais. seu artigo 27, enumera uma série de outras
A contribuição social também incide sobre receitas que são destinadas à Seguridade
a receita bruta proveniente da comerciali- Social, são elas: as multas, a atualização
zação da produção rural. monetária e os juros moratórios; a remune-
ração recebida por serviços de arrecadação,
Com a Emenda Constitucional nº 42/2003,
fiscalização e cobrança prestados a tercei-
o importador de bens ou serviços do exte-
ros; as receitas provenientes de prestação
rior, ou a eles equiparados por lei, também
de outros serviços e de fornecimento ou
deve recolher a contribuição social.
arrendamento de bens; as demais receitas
86/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
patrimoniais, industriais e financeiras; as doações, legados, subvenções e outras receitas even-
tuais; 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único
do art. 243 da Constituição Federal; 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens
apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; outras receitas previstas em legislação es-
pecífica.
Além disso, conforme dispõe o parágrafo único do referido artigo, as companhias seguradoras
que mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias
terrestres, de que trata a Lei nº 6.194, de dezembro de 1974, deverão repassar à Seguridade So-
cial 50% (cinquenta por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao SUS, para cus-
teio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.
2. Contribuições ao RGPS
Por ser um Regime Geral de Previdência Social contributivo, deve-se estudar um importante con-
ceito sobre como as contribuições devem ser vertidas ao sistema e como é atribuído o seu valor.
Faz-se necessário, portanto, a conceituação do instituto do salário de contribuição. Como expli-
ca Castro e Lazzari (2016, p. 189):
Importante lembrar que os valores recebidos pelo auxílio-acidente integram o valor do salário de
contribuição, assim como as verbas de natureza salarial percebidas em reclamatórias trabalhis-
tas.
O salário de contribuição do contribuinte individual, conforme dispõe o artigo 28, III da Lei nº
8.212/91, é calculado pela remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício
de sua atividade por conta própria, durante o mês, observado o limite imposto pelo teto previ-
denciário.
Já para o segurado facultativo, o valor do salário de contribuição é por ele escolhido entre o valor
91/222 Unidade 4 • Custeio da previdência social
do salário mínimo e valor estipulado do teto, isso porque ele não é um segurado obrigatório da
Previdência Social, podendo optar por quanto quer contribuir.
No caso do MEI, a contribuição previdenciária, a partir de outubro de 2011, passou a ser na alí-
quota de 5% do salário de mínimo, sendo que não faz jus a aposentadoria por tempo de contri-
buição sem que recolha uma complementação da contribuição.
Como regra geral, tanto para o contribuinte individual como para o facultativo, aplica-se a alí-
quota de 20% de recolhimento de contribuição previdenciária sobre o salário de contribuição. A
exceção a essa alíquota foi criada pela Lei Complementar nº 123, de 2006, que alterou a forma
de contribuição tanto do contribuinte individual como do facultativo, limitando, inclusive, os
benefícios previdenciários que por eles podem ser percebidos.
Link
Conheça a LC nº 123/2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
Lcp123.htm>. Acesso em: 11 dez. 2016.
Este segurado passou a poder contribuir com a alíquota de 5% do salário mínimo e, também, não
faz jus a percepção de aposentadoria por tempo de contribuição sem que recolha um comple-
mento de renda mensal.
A alíquota deste adicional de contribuição varia de 1 a 3%, sendo que quanto mais é o risco de
acidente de trabalho, maior é a alíquota, cabendo à empresa o enquadramento no respectivo
grau de risco de acordo com sua atividade preponderante. Assim, a GILRAT (antigo SAT – Seguro
de Acidente de Trabalho) é uma das várias contribuições previdenciárias obrigatórias sobre as
atividades laborais no Brasil. O principal objetivo desta contribuição é financiar a aposentadoria
especial e os demais benefícios concedidos pela Previdência Social que guardam nexo de causa-
lidade com as atividades desenvolvidas pela empresa.
A redação do artigo 195, inciso I alínea c, institui a contribuição social sobre o lucro líquido, cha-
mada de CSLL, que deve ser paga pelas pessoas jurídicas (e pessoas físicas equiparadas) sobre o
valor do resultado do exercício antes da provisão para o imposto de renda, de acordo com o arti-
go 2º da Lei nº 7.689/88. Assim, as alíquotas da CSLL variam de 9% para as pessoas jurídicas em
Previsto no artigo 240 da Constituição Federal, como nos explica Ibrahim (2011, p. 195):
100/222
Considerações Finais
101/222
Referências
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 19.
ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016.
COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de direito comercial – direito de empresa. 28 ed. São Paulo:
RT,2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11 ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011.
MARTINEZ, Wladimir Novaes; SANTOS, Tais. Revisão dos benefícios previdenciários – teoria e
prática. 2 ed. São Paulo: LTr, 2016.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2 ed. São Paulo: Quar-
tier Latin, 2011.
SANTOS, Jerônimo Jesus dos. Previdência privada – lei da previdência complementar comen-
tada. Rio de Janeiro: Livraria Jurídica, 2013.
Aula 4 - Tema: Custeio da previdência social. Aula 4 - Tema: Custeio da previdência social.
Bloco I Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
bf8de5a2a382f99f3ccd2b0881f3ed97>. 73fdb99a53a99c5d4d5b571618a9a64b>.
104/222
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. A majoração da alíquota da contribuição
social deve obedecer à anterioridade:
a) Nonagesimal.
b) Quinquenal.
c) Anual.
d) Pode ser majorada a qualquer tempo sem que se obedeça a anterioridade.
e) Trintenal.
105/222
Questão 2
2. São fontes de financiamento do custeio da Previdência Social, exceto:
a) Toda sociedade.
b) Os recursos provenientes da União.
c) Os recursos provenientes dos Estados.
d) Os recursos provenientes dos municípios.
e) Os recursos provenientes de multas de trânsito.
106/222
Questão 3
3. Conforme a Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa
correta:
a) O Orçamento Anual da seguridade social será elaborado de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, educação, previdência social e assistência social.
b) O benefício da previdência social poderá ser criado, majorado, estendido, reduzido ou extin-
to, independente da previsão da fonte de custeio total.
c) As contribuições sociais do empregador poderão ter alíquotas ou bases de cálculos diferen-
ciadas, em razão da atividade econômica ou do porte da empresa.
d) A contribuição social só poderá ser exigida no exercício financeiro seguinte ao que tenha
sido publicada a lei que a houver instituído ou modificado.
e) Seguridade Social será financiada por toda a sociedade apenas de maneira direta.
107/222
Questão 4
4. Assinale a alternativa correta. Os valores arrecadados com os resultados
dos leilões de bens apreendidos pela Receita Federal do Brasil, constituem
fonte de receita da seguridade social e são destinados em uma proporção
de:
a) 20%.
b) 40%.
c) 10%.
d) 30%.
e) 50%.
108/222
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. Se um empregado possui dois vínculos
empregatícios há a possibilidade de ele só recolher por um dos vínculos
quando:
a) Em um deles o valor do salário de contribuição já supera o valor do teto, no outro vínculo ele
não precisará recolher a contribuição previdenciária.
b) É opção de o empregado escolher qual vínculo quer contribuir.
c) O empregado pode apenas comunicar ao empregador que não quer recolher INSS sobre
aquele vínculo.
d) Em nenhuma hipótese o empregado pode deixar de recolher o INSS por um dos vínculos.
e) Apenas trabalhadores que ganham salário mínimo têm essa opção.
109/222
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.
110/222
Unidade 5
Parte geral do plano de benefícios da previdência social
Objetivos
111/222
Introdução
Além disso, veremos em quais hipóteses De acordo com a redação do artigo 24 da Lei
será aplicado ao valor do salário de benefí-
112/222 Unidade 5 • Parte geral do plano de benefícios da previdência social
nº 8.213/91, o período de carência “é o número mínimo de contribuições mensais indispensá-
veis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro
dia dos meses de suas competências”.
Link
Acesse a disposição completa sobre carência. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/L8213cons.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016.
Porém, trata-se de uma regra geral que 2.1 Renda mensal inicial
comporta algumas exceções, seja pela es-
pécie de benefício, seja pela lei que deve ser Após auferido o valor do salário de bene-
aplicada, levando-se em consideração que fício, calculado de acordo com o salário de
ao Direito Previdência aplica-se o princípio contribuição do segurado, é preciso mensu-
do direito adquirido. rar o valor da renda mensal inicial referente
ao benefício a que fará jus o segurado. As-
Assim como o valor do salário de contribui-
sim, como explica Castro e Lazzari (2016, p.
ção, a base de cálculo dos benefícios será
406):
devidamente estudada quando analisar-
mos cada espécie de benefícios.
Dessa forma, cada benefício pago pela Previdência Social possui um coeficiente de cálculo, isto
é, um determinado percentual que deve ser aplicado ao valor do salário de benefício.
Como trataremos dos benefícios em espécie, a RMI de cada benefício será estudada de forma
detalhada quando analisarmos cada um dos benefícios previdenciários.
3. Fator previdenciário
Instituído pela Lei nº 9.876/99, o fator previdenciário é um instituto criado para ser aplicado às
aposentadorias por tempo de contribuição e por idade. Assim, como mencionado por Castro e
Lazzari (2016, p. 400), o fator previdenciário é uma fórmula que “leva em conta o tempo de con-
tribuição, a idade na data da aposentadoria e o prazo médio durante o qual o benefício deverá
ser pago, ou seja, a expectativa de sobrevida do segurado”. A fórmula do fator previdenciário
123/222 Unidade 5 • Parte geral do plano de benefícios da previdência social
consiste em: judicial para os segurados que optam por se
aposentar com pouca idade. Quanto mais
jovem é o segurado, maior é sua expectativa
de sobrevida e menor será o valor de seu be-
nefício. Por outro lado, a aplicação do fator
Sendo: previdenciário nas aposentadorias é a única
f = fator previdenciário; forma de o segurado poder ganhar mais do
que o valor de sua aposentadoria integral,
Es = expectativa de sobrevida no mo- dependendo do tempo que ele contribuiu
mento da aposentadoria; com o INSS. A isso damos o nome de fator
Tc = tempo de contribuição até a data previdenciário positivo.
da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposenta- 3.1 Não aplicação do fator
doria; previdenciário
a = alíquota de contribuição que cor- Há algumas aposentadorias que, embo-
responde a 0,31. ra por idade ou por tempo de contribuição,
O fator previdenciário tende a ser mais pre- não se aplica a fórmula do fator previden-
127/222
Considerações Finais
128/222
Referências
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 19.
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011.
MARTINEZ, Wladimir; SANTOS, Tais. Revisão dos benefícios previdenciários - teoria e prática.
2, ed. São Paulo: LTr, 2016.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2 ed. São Paulo: Quar-
tier Latin, 2011.
Aula 5 - Tema: Parte geral do plano de benefí- Aula 5 - Tema: Parte geral do plano de benefí-
cios. Bloco I cios. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
f0535cbf94092982f7b4223441ecf8b9>.
fa5564983ca348d7988010594a9ad8c3>.
130/222
Questão 1
1. Um segurado empregado que foi demitido, sendo que já possui 15 anos
de tempo de contribuição manterá a qualidade de segurado por ______,
caso comprove a situação de desemprego em órgão próprio da previdência
social. A alternativa que preenche corretamente a lacuna é:
a) 36 meses.
b) 24 meses.
c) 18 meses.
d) 12 meses.
e) Perderá a qualidade de segurado com a dispensa do emprego.
131/222
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Independe de cumprimento de carência:
132/222
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Com base no disposto na Lei nº 8.213/1991,
que trata dos planos de benefícios da previdência social e dá outras pro-
vidências, em regra, o período de carência para a concessão do benefício
de auxílio-doença é de:
a) 1 mês.
b) 3 meses.
c) 6 meses.
d) 12 meses.
e) 18 meses.
133/222
Questão 4
4. Manterá a condição de segurado, independentemente de
contribuições, EXCETO:
a) Aquele que estiver em gozo de benefício.
b) Aquele que não contribuir por até 60 meses.
c) Aquele que está recebendo salário maternidade.
d) Aquele que está participando de processo de reabilitação.
e) A qualidade de segurado depende sempre de contribuições.
134/222
Questão 5
5. Nenhum benefício será inferior ao salário mínimo, EXCETO:
a) Salário maternidade.
b) Auxílio doença.
c) Auxílio acidente.
d) Pensão por morte.
e) Auxílio-reclusão.
135/222
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.
A opção correta é a A. O período de graça A opção correta é a B. O maior período de
é de 36 meses nesses casos, pois o segura- graça é de 36 meses.
do conta com mais de 10 anos de tempo de
contribuição.
5. Resposta: C.
2. Resposta: C. A opção correta é a C. Possui natureza inde-
A opção correta é a C. Apenas benefícios nizatória e por isso pode ser inferior ao salá-
que possuem natureza acidentária é que in- rio mínimo.
dependem de carência.
3. Resposta: D.
A opção correta é a D. É a regra; períodos di-
ferentes são exceção.
136/222
Unidade 6
Benefícios previdenciários
Objetivos
137/222
Introdução
A aposentadoria por idade visa proteger o segurado da velhice, pois com o avançar da idade sur-
gem outros problemas ao segurado, como incapacidade para o trabalho, doenças, limitações que
muitas vezes acarretam em condições financeiras difíceis. Como explica Ribeiro (2011, p. 145):
A data do início do benefício, isto é, data na qual a aposentadoria por idade passa a ser devida,
varia de acordo com o tipo de segurado. Para o segurado empregado, inclusive o doméstico,
o benefício inicia-se partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa
140/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
data ou até 90 (noventa) dias depois dela cio não pode superar 100% (cem por cento)
ou a partir da data do requerimento, quan- do salário de benefício e, caso seja mais be-
do não houver desligamento do emprego néfico ao segurado, pode ocorrer a multipli-
ou quando for requerida após este prazo. Já cação pelo fator previdenciário.
para os demais segurados, a aposentadoria O benefício da aposentadoria por idade
por idade terá como data de início a data da pode ter caráter compulsório para o segura-
entrada do requerimento. do empregado, conforme dispõe o artigo 51
A renda mensal inicial da aposentadoria por da Lei nº 8.213/91 este benefício pode ser
idade, conforme dispõe o artigo 50 da Lei nº requerido pela empresa, desde que o segu-
8.213/91, consistirá numa renda mensal de rado empregado tenha cumprido o período
70% (setenta por cento) do salário-de-be- de carência e completado 70 (setenta) anos
nefício, sendo que é acrescentado mais 1% de idade, se do sexo masculino, ou 65 (ses-
(um por cento) a cada grupo de 12 (doze) senta e cinco) anos, se do sexo feminino.
contribuições. Assim, um homem com 65 Neste caso, por se tratar de uma aposenta-
anos de idade e com 20 anos de contribui- doria compulsória, será garantida ao em-
ção, por exemplo, fará jus a 90% (noventa pregado a indenização prevista na legisla-
por cento) de seu salário de contribuição. ção trabalhista, considerada como data da
Importante ressaltar que o valor do benefí- rescisão do contrato de trabalho a imedia-
141/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
tamente anterior à do início da aposenta- de cinco anos na idade mínima para apo-
doria. sentadoria por idade do trabalhador rural.
Dessa forma, para fazer jus ao benefício da
Para saber mais aposentadoria por idade, o trabalhador ru-
ral deverá completar se homem sessenta
Os juristas João Marcelino Soares e Melissa Fol-
anos de idade e se mulher cinquenta e cin-
mann possuem uma obra que trata profundamen-
co anos. Cumpre lembrar que trabalhadores
te o tema da aposentadoria por idade, é o livro
rurais, que sejam empregados, trabalhado-
Aposentadoria por idade - teoria e prática.
res eventuais, trabalhadores avulsos e se-
gurados especiais é que possuem direito a
2.1 Aposentadoria por idade do essa espécie de aposentadoria.
trabalhador rural Outro requisito para a concessão dessa apo-
sentadoria é que o trabalhador comprove o
O artigo 202, I da Constituição Federal, pre- efetivo exercício da atividade rural, me-
viu em sua redação a possibilidade de redu- diante apresentação dos documentos des-
ção referente à idade do segurado traba- critos no artigo 106 da Lei nº 11.718/2008.
lhador rural. Com a entrada em vigor da Lei
nº 8.213/91, foi estabelecida uma redução
Importante salientar que a TNU já formulou pacífico entendimento de que para a concessão da
aposentadoria por idade rural não se exige que a prova documental, chamada de início de prova
material, corresponda a todo o período da carência do benefício (Enunciado 14).
Link
Acesse a redação completa da Súmula 14 da TNU. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/php-
doc/virtus/listaSumulas.php>. Acesso em: 12 dez. 2016.
Assim, atingida a idade mínima requerida, comprovada a efetiva atividade rural, bem como o
período de carência, ainda que descontínuo, o artigo 143 da Lei nº 8.213/91 limitou o valor do
143/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
benefício deste segurado, sendo sempre no valor de um salário mínimo. Conforme nos alerta
Castro (2009, p. 591): “a aposentadoria por idade dos rurais é uma das preocupações das au-
toridades governamentais em matéria de Previdência Social, em face da suposta facilidade em
requerer o benefício sem que tenha havido contribuição nesta condição”.
O artigo 48, § 3o trazido pela Lei nº 11.718/2008, dispõe que os trabalhadores rurais, que não
atendam aos requisitos para a concessão da aposentadoria rural por idade, mas que satisfaçam
essa condição se forem considerados períodos de contribuição sob outras categorias do segura-
do, farão jus ao benefício ao completarem sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
anos, se mulher.
Trata-se da possibilidade da aposentadoria por idade “mista” ou híbrida. Neste caso, o STJ já
confirmou que no caso dessa espécie de aposentadoria a RMI será calculada conforme as regras
144/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
da aposentadoria por idade urbana, porém, Conforme explica Ibrahim (2011), as críticas
a esta modalidade não se aplica o fator pre- à aposentadoria por tempo de contribuição
videnciário. decorrem da conclusão de que “este bene-
fício não é tipicamente previdenciário, pois
3. Aposentadoria por tempo de não há qualquer risco social sendo protegi-
contribuição do – o tempo de contribuição não traz pre-
sunção de incapacidade para o trabalho”.
Prevista nos artigos 52 a 56 da Lei nº Assim, a aposentadoria por tempo de con-
8.213/91 e no Decreto nº 3.048/99 nos ar- tribuição é devida ao segurado após trinta
tigos 56 a 63, a aposentadoria por tempo e cinco anos de contribuição, se homem, ou
de contribuição foi instituída em 1998 com trinta anos, se mulher.
a publicação da Emenda Constitucional nº
Importante ressaltar que não há idade míni-
20.
ma para que este benefício seja requerido, o
Com a EC 20/98 ocorreu uma das maiores que existe são algumas regras de transição
e mais polêmicas reformas da Previdência que são aplicadas aos segurados filiados
Social: extinguiu-se a aposentadoria por ao RGPS antes da Emenda Constitucional
tempo de serviço e passou-se a conceder a 20/98 – ou seja, antes de 16.12.1998. Para
aposentadoria por tempo de contribuição. essas pessoas, foi estipulada uma regra de
145/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
transição temporária com limites de ida- esteve recebendo auxílio-doença ou apo-
de de cinquenta e três anos para homens sentadoria por invalidez, entre períodos de
e 48 quarenta e oito anos para mulheres. atividade; o período em que a segurada es-
Assim, de acordo com o artigo 59 da Lei nº teve recebendo salário-maternidade; o pe-
8.213/91, são descontados do tempo de ríodo em que o segurado esteve recebendo
contribuição os períodos legalmente esta- benefício por incapacidade por acidente do
belecidos como de suspensão de contrato trabalho, intercalado ou não.
de trabalho, de interrupção de exercício e Porém, muito importante destacar que não
de desligamento da atividade. é computado como tempo de contribuição
Importante ressaltar que, é ônus do contri- o já considerado para concessão de qual-
buinte individual a prova interrupção ou o quer aposentadoria prevista neste Regula-
encerramento da atividade pela qual vinha mento ou por outro regime de previdência
contribuindo, sendo que a mesma deverá social (artigo 60, § 1º da Lei nº 8.213/91).
ser feita de acordo com o que estipula o ar- A data do início do benefício de aposenta-
tigo 59, § 2º da Lei nº 8.213/91. doria por tempo de contribuição obedece à
O artigo 60 da Lei nº 8.213/91 regulamen- mesma regra da aposentadoria por idade,
ta no cômputo do tempo de contribuição, ou seja, para o segurado empregado, inclu-
por exemplo, o período em que o segurado sive o doméstico, a partir da data do des-
146/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
ligamento do emprego, quando requerida brio da renda mensal inicial dos benefícios
até essa data ou até noventa dias depois levando-se em conta a idade do segura-
dela; ou da data do requerimento, quando do, tempo de contribuição e expectativa
não houver desligamento do emprego ou de sobrevida”, conforme conceitua Ribeiro
quando for requerida após o prazo e, para (2011).
os demais segurados, da data da entrada do Com a edição da Lei nº 9.876/99, criou-se
requerimento. o fator previdenciário como uma forma
A aposentadoria por tempo de contribuição de limitar o valor do salário de benefício da
também exige o cumprimento de carência aposentadoria por tempo de contribuição,
de cento e oitenta contribuições e a renda cujo segurado ainda tenha uma expectativa
mensal deste benefício é de cem por cento de sobrevida grande.
do salário de benefício, porém, com a apli-
cação obrigatória do fator previdenciário. Para saber mais
O prof. Wladimir Martinez publicou uma obra que
3.1 Fator previdenciário trata de perguntas e respostas sobre o fator pre-
videnciário. São as principais indagações sobre a
Como estudado, o fator previdenciário é fórmula do fator previdenciário no livro: Fator pre-
uma fórmula “destinada a manter o equilí- videnciário em 420 perguntas e respostas.
Link
Acesse a lista completa de agentes agressivos. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 12 dez. 2016.
Para aqueles segurados que não cumpriram Assegurada pela Lei Complementar nº
com a totalidade do tempo de contribui- 142/2013, a aposentadoria por tempo de
ção em atividade especial, a lei previu uma contribuição para a pessoa com deficiência
regra de conversão do tempo especial em passou a ser disciplinada em nosso ordena-
comum. Trata-se de um multiplicador que mento jurídico.
é utilizado para que o tempo laborado pelo
segurado em condições especiais seja devi-
damente convertido em tempo comum.
Link
Acesse o conteúdo completo dessa lei comple-
Assim, para o segurado homem usa-se o mentar. Disponível em: <https://www.planal-
multiplicador 1,4, e para a segurada mu- to.gov.br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp142.htm>.
lher o multiplicador 1,2, por ser pacífico na Acesso: 12 dez. 2016.
jurisprudência que a regra de conversão a
ser aplicada a aposentadoria é a vigente no Para a lei, pessoas com deficiência são aque-
tempo de sua concessão (Súmula 12 TNU). las que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sen-
154/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
sorial, os quais, em interação com diversas e vinte e oito anos, se mulher. Nesses casos,
barreiras, podem obstruir sua participação a renda mensal inicial do benefício será de
plena e efetiva na sociedade em igualdade cem por cento do salário de benefício.
de condições com as demais pessoas. Além dessas possibilidades, o segurado
Assim, a lei passou a estipular critérios para com deficiência poderá optar por se apo-
a concessão deste novo benefício de acordo sentar, independente do grau aos sessen-
com o grau da deficiência apresentado pelo ta anos de idade, se homem, e cinquenta e
segurado, que será constatado através de cinco anos de idade, se mulher, desde que
perícia no próprio INSS. cumprido o tempo mínimo de contribuição
Dessa forma, caso a deficiência seja grave, o de quinze anos e comprovada a existência
segurado será aposentado aos vinte e cinco de deficiência durante igual período. Já nes-
anos de tempo de contribuição, se homem sa hipótese, o valor da renda mensal inicial
e vinte anos, se mulher. No caso de defi- será de 70% do salário de benefício, sendo
ciência moderada, a regra é os vinte e nove acrescentado um por cento a cada grupo de
anos de tempo de contribuição, se homem, doze contribuições mensais até o limite de
e vinte e quatro anos, se mulher. E por fim, cem por cento.
no caso de deficiência leve aos trinta e três
anos de tempo de contribuição, se homem,
155/222 Unidade 6 • Benefícios previdenciários
Glossário
DER: Data da entrada do requerimento.
EPI: Equipamento de proteção individual.
LTCAT: Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho.
PPP: Perfil Profissiográfico Previdenciário.
PPRA: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.
TNU: Turma Nacional Uniformização.
157/222
Considerações Finais
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 11.
ed. Florianópolis: Conceito Editorial, 2009.
________. Manual de direito previdenciário. 19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
FOLMANN, Melissa; SOARES, João Marcelino. Aposentadoria por idade – teoria e prática. 2. ed.
São Paulo: Juruá, 2015.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011.
MARTINEZ, Wladimir Novaes. Fator previdenciário em 420 perguntas e respostas. 2. ed. São
Paulo: LTr, 2004.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2. ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
Aula 6 - Tema: Benefícios previdenciários. Blo- Aula 6 - Tema: Benefícios previdenciários. Blo-
co I co II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/74b106a67252e93bdd0b737f97a63a37>. df3ab5d2af375cd71334af546c1d8220>.
161/222
Questão 1
1. Cláudio possui 15 anos de tempo de contribuição e conta com 65 anos de
idade, assinale a opção que corresponde à qual benefício ele faz jus.
a) Aposentadoria por idade.
b) Aposentadoria por tempo de contribuição.
c) Aposentadoria especial.
d) Aposentadoria rural.
e) Não faz jus a nenhum benefício.
162/222
Questão 2
2. Não incide o fator previdenciário no cálculo dos benefícios, EXCETO:
163/222
Questão 3
3. Fernando contribuiu para o RGPS por trinta anos, completou 60 anos
de idade em 2016. Assinale a opção que se refere à qual benefício de
aposentadoria ele tem direito.
164/222
Questão 4
4. Sobre a aposentadoria por tempo de contribuição do professor a partir
da EC 20/98, para que ele faça jus à redução em 5 anos nos critérios de
idade e tempo de contribuição, ele deve comprovar, exclusivamente, de
tempo nas funções de magistério, o que inclui:
a) Aulas de inglês particulares.
b) Docência no ensino fundamental e médio.
c) Função de coordenação de ensino superior.
d) Docência no ensino superior.
e) Docência em cursos de pós-graduação.
165/222
Questão 5
5. Sobre aposentadoria do segurado rural, assinale qual assertiva está cor-
reta:
a) Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material não precisa ser
contemporâneo à época dos fatos a provar.
b) O exercício de atividade urbana intercalada impede a concessão de benefício previdenciário
de trabalhador rural.
c) Para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de prova material precisa ser con-
temporâneo à época dos fatos a provar.
d) Não existe diferença entre a aposentadoria do segurado urbano e do segurado rural.
e) A aposentadoria rural é especial.
166/222
Gabarito
1. Resposta: A. 4. Resposta: B.
3. Resposta: E.
167/222
Unidade 7
Benefícios previdenciários por incapacidade
Objetivos
168/222
Introdução
Link
Conheça o rol completo de doenças que independem do cumprimento de carência para a concessão de
aposentadoria por invalidez. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.
htm>. Acesso: 12 dez. 2016.
Link
Conheça o que dispõe a Lei nº 8.036/90 em seu artigo 15 sobre a continuidade dos depósitos fi-
duciários. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8036consol.htm>.
Acesso em: 12 dez. 2016.
Isso porque a aposentadoria por invalidez é um benefício que pode ser revogado a qualquer tem-
po já que a incapacidade laborativa pode deixar de existir. Por isso, o vínculo com a empresa do
segurado empregado é mantido durante a sua percepção, de modo que o TST editou a Súmula
175/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
160 que prevê o direito do trabalhador de 1.3 Acréscimo de 25% no
retornar ao emprego após cancelada a apo- salário de benefício da
sentadoria por invalidez. aposentadoria por invalidez
2. Auxílio doença
O benefício de auxílio doença é devido ao segurado que esteja incapacitado, total ou parcial-
mente, para o exercício de suas atividades laborais por mais de 15 dias consecutivos, porém, com
possibilidade de recuperação. Conforme alerta Ribeiro (2011, p. 224):
A incapacidade laboral não é para todo tipo de atividade, e sim para aquela
que o segurado exercia habitualmente. É fundamental que essa incapa-
cidade seja julgada pelo INSS como temporária, passível de recuperação;
caso contrário, o benefício a ser concedido será a aposentadoria por inva-
lidez.
177/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
O auxílio-doença, conhecido também como B31, só será concedido após o segurado se subme-
ter à perícia médica perante a autarquia previdenciária.
Ao segurado que se filiar ao RGPS já portando a doença incapacitante, não faz jus ao benefício de
auxílio-doença, salvo nos casos de progressão e agravamento da doença. A TNU, porém, enten-
de que não há direito ao auxílio-doença quando a incapacidade para o trabalho é preexistente
ao reingresso do segurado no RGPS (Súmula 53).
Link
A Medida Provisória nº 664/2014 foi convertida na Lei nº 13.135/2015. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13135.htm>. Acesso em: 12 dez.
2016.
A intenção da Previdência, como explica Castro e Lazzari (2016, p. 393): “é evitar situações em
que o valor do benefício fica acima do último salário que o segurado recebia, o que faz com que
muitos segurados não se sintam estimulados a voltar ao trabalho”.
Para o segurado especial, a renda mensal inicial será apenas a média aritmética dos 80% maio-
180/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
res salários de contribuição contados a par- peciais, sendo que a Lei Complementar nº
tir da competência de julho de 1994. 150/2015 estendeu este benefício aos em-
O benefício de auxílio-doença cessará com pregados domésticos.
a recuperação da capacidade laboral ou, Não há período de carência que deve ser
caso não seja possível, será transformado cumprido para a concessão deste benefício
em aposentadoria por invalidez. e sua percepção, de acordo com artigo 118
da Lei nº 8213/91, acarreta na estabilida-
2.1 Auxílio-doença acidentário de do empregado por 12 meses contados a
partir da cessação do benefício. Além disso,
O benefício de auxílio-doença acidentário, devem ser mantidos os depósitos de FGTS
conhecido também como B91, é concedido durante todo o período de afastamento.
ao segurado que, por motivo de doença pro-
Quanto à doença profissional equiparada
fissional, acidente de trabalho ou acidente
ao acidente de trabalho para o estabeleci-
de qualquer natureza, é impedido de exer-
mento do nexo causal entre a atividade de-
cer temporariamente as suas atividades la-
senvolvida pelo segurado e os transtornos
borais. Dessa forma, só faz jus a percepção
sofridos em sua saúde, além do exame clíni-
deste benefício aos segurados empregados,
co fazem-se necessárias análises especiais,
trabalhadores avulsos e os segurados es-
tais como estudo local de trabalho e dados
181/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
epidemiológicos.
A data do início do benefício é a mesma da modalidade comum, porém a renda mensal inicial do
B91 é de 92% do salário de benefício ou do salário de contribuição vigente no dia do acidente.
Esta espécie de benefício cessará com recuperação da capacidade, caso a recuperação seja par-
cial, poderá ser concedido o benefício de auxílio-acidente. Caso o segurado não recupere a sua
capacidade laborativa, este benefício será transformado em aposentadoria por invalidez aci-
dentária.
3. Auxílio-acidente
Para ter direito ao benefício do auxílio-acidente, o beneficiário deverá ter qualidade de segura-
do, apresentar redução parcial e definitiva para sua habitual atividade laboral, além de ter que
comprovar o nexo de causalidade entre o acidente e a redução que apresenta. Importante ressal-
tar que o segurado não precisa cumprir carência, apenas deve ter qualidade de segurado.
A data de início do benefício é o dia seguinte ao da cessação do benefício de auxílio-doença ou
a partir da data do requerimento quando não precedida deste benefício.
A renda mensal inicial, a partir da edição da Lei nº 9.032/95, corresponde a 50% do salário de
benefício e será devida até a concessão de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
segurado.
183/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
Para saber mais
Antes dessa referida lei, a Lei nº 8.213/91 dispunha que o auxílio-acidente deveria ter recebido em caráter
vitalício dependendo da gravidade da sequela, tendo valor variado dia 30%, 40%, ou 60% do salário de
contribuição do segurado.
O valor do auxílio-acidente pode ser inferior ao valor do salário mínimo, sendo que este benefício
não pode ser cumulado com qualquer aposentadoria paga pelo RGPS.
A nº Lei 9.528/97 estabeleceu que o valor recebido pelo segurado, a título de auxílio-acidente,
integra o salário de contribuição para fins de cálculo de salário de benefício de qualquer aposen-
tadoria.
4. Reabilitação profissional
O processo de reabilitação profissional é um serviço prestado pelo INSS que deve ser indicado ao
segurado quando este continua incapaz para suas atividades laborais, porém, poderia exercer
uma nova atividade que lhe garanta a própria subsistência. Em regra, o segurado que está em
187/222
Considerações Finais
188/222
Referências
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário.
19. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2. ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
189/222 Unidade 7 • Benefícios previdenciários por incapacidade
Assista a suas aulas
Aula 7 - Tema: Benefícios previdenciários por Aula 7 - Tema: Benefícios previdenciários por
incapacidade. Bloco I incapacidade. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
df97cc219cbc473d3f3308b13c1e4d76>. b264fa7e13f18132557a86121f794ca8>.
190/222
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. Mariana, com apenas 3 meses de contribui-
ção, descobriu uma neoplasia maligna nos rins, ela terá direito a:
a) Auxílio-doença se a incapacidade for parcial e temporária.
b) Aposentadoria por invalidez se a incapacidade for parcial e temporária.
c) Auxílio-acidente.
d) A nenhum benefício, pois não completou a carência de 12 meses.
e) Auxílio-doença acidentário.
191/222
Questão 2
2. Fernanda é portadora de uma doença congênita e degenerativa,
mas até os 40 anos conviveu com esse problema, quando sua situação
começou a se agravar já não tendo mais condições nem de trabalhar,
nem de realizar suas atividades cotidianas. Considerando que ela tem
qualidade de segurado, é correto afirmar:
192/222
Questão 3
3. Assinale a alternativa correta. Walmir sofre um acidente de trabalho
tendo três dedos de sua mão direita amputados, a perícia constatou que
ele apresenta uma pequena redução de sua capacidade laboral, mas ain-
da pode exercer sua profissão. Assim, faz jus à percepção do benefício de:
193/222
Questão 4
4. São modalidades de benefícios previdenciários por incapacidade, exce-
to:
a) Aposentadoria por invalidez.
b) Auxílio-doença.
c) Auxílio-acidente.
d) Aposentadoria por invalidez acidentária.
e) Aposentadoria especial.
194/222
Questão 5
5. Sobre aposentadoria por invalidez, é incorreto afirmar:
a) Será concedida quando o segurado apresentar uma incapacidade total e permanente para
atividades laborais.
b) É um benefício não vitalício, isto é, o segurado não possui direito adquirido a esse benefício
se sujeitando a perícias quando convocado pelo INSS.
c) Pode ser ou não ser precedida de concessão de auxílio-doença.
d) Possui natureza indenizatória.
e) Pode decorrer de acidente de trabalho, sendo concedida na modalidade de aposentadoria
por invalidez acidentária.
195/222
Gabarito
1. Resposta: A. 3. Resposta: D.
2. Resposta:D. 4. Resposta: E.
196/222
Gabarito
5. Resposta: D.
197/222
Unidade 8
Benefícios previdenciários em espécie
Objetivos
198/222
Introdução
Com o objetivo de proteger não só o segu- A pensão por morte pode ter origem comum
rado como também os seus dependentes, ou pode ter origem acidentada, quando a
esses benefícios serão estudados de forma morte do segurado decorrer de acidente de
especial, sendo que abordaremos os requi- trabalho, acidente de qualquer natureza e
sitos necessários para a sua concessão, o doença profissional.
valor do benefício, enfim, todos os detalhes Faz jus à percepção do benefício de pensão
e peculiaridades de cada um. por morte os dependentes arrolados no ar-
199/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
tigo 16 da Lei nº 8.213/91 sendo que, na data do óbito, deve o segurado falecido ter comprovada
qualidade de segurado. Essa exigência fica ressalvada no caso de o segurado ter implementado
os requisitos para a concessão de uma aposentadoria, sendo a qualidade de segurado na data do
óbito dispensada por ser inegável.
No caso de morte presumida, a pensão por morte pode ser concedida em caráter temporário de
acordo com o art. 78 da Lei nº 8.213/91.
Independente da origem da pensão por morte, os dependentes devem se habilitar perante o
INSS para requerer o benefício, sendo que aqueles que estão na mesma classe de dependência
concorrem em igualdade de condições. Como alerta Castro e Lazzari (2016, p. 560):
Link
Acesse a Súmula 336 do STJ. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/docs_internet/revista/ele-
tronica/stj-revista-sumulas-2012_28_capSumula336.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2016.
Em se tratando de união estável, seja entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo oposto, a presun-
ção de dependência econômica é presumida, bastando a comprovação da união estável em si.
A Lei nº 13.135/2015 trouxe limitações a concessão deste benefício para os óbitos ocorridos a
partir de 15 janeiro 2015, em especial estipulando regras no caso dos dependentes do segurado
serem o seu cônjuge ou companheiro.
201/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
Pela nova redação da lei de benefícios, além cio o cônjuge ou companheiro dependente
de comprovar a união estável e o casamento, pelo período de apenas quatro meses.
o cônjuge e o companheiro terão ainda que Não tem direito à percepção do benefício de
provar que o óbito ocorreu depois de verti- pensão por morte o dependente que, após
das dezoito contribuições mensais feitas a o trânsito em julgado de sentença conde-
pelo menos dois anos após o início do ca- natória, tenha provocado dolorosamente a
samento ou da união estável. Excepcional- morte do segurado.
mente, essa regra não será aplicada quando
o óbito do segurado decorrer de acidente O artigo 16 da Lei nº 8.213/91, nos incisos I
de trabalho, acidente de qualquer natureza e III, assegura o direito de pensão por morte
ou doença profissional ou se o cônjuge ou ao filho e ao irmão do segurado, desde que
companheiro forem inválidos ou portadores tenham até 21 anos ou sejam considerados
de deficiência. inválidos. Porém, tal regra foi modificada
pelo Decreto nº 6.939/2009 que estabele-
Se o segurado morrer sem que tenha verti- ceu que tal benefício só será concedido para
do as dezoito contribuições mensais ou sem aquele cuja invalidez seja constatada antes
que o casamento ou união estável tenha de completar 21 anos. Era polêmica a reda-
comprovada duração de dois anos, a Lei nº ção desse dispositivo, pois parte da doutri-
13.135/2015 dispôs que fará jus ao benefí- na discordava da restrição legislativa, já que
202/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
sustentam que a dependência econômica do filho inválido deve ser entendida como presumida
não importando a idade do dependente na data do óbito do segurado.
A partir da Lei nº 13.146/2015, que alterou a redação do artigo 16 da Lei nº 8.213/91 em es-
pecial seus incisos I e III, tal polêmica foi parcialmente solucionada, já que a redação passou a
abranger filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que te-
nha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave.
A carência deve ser comprovada para a concessão do benefício de pensão por morte, assim, para
o segurado que faleceu antes de 5 de abril de 1991, o dependente deverá provar o cumprimento
de 12 meses de carência.
Assim, a pensão por morte torna-se vitalícia das, sendo que o cônjuge ou companheiro
apenas quando o cônjuge ou companheiro não precisará preencher os quesitos relati-
já contar com mais de 44 anos de idade. Es- vos à carência.
sas regras, pela Lei nº 13.135/2015, passa-
ram a vigorar a partir de 1 março 2015, ou 2. Auxílio-reclusão
seja, só são aplicadas para os óbitos ocorri-
dos após essa data. Outro benefício concedido exclusivamente
aos dependentes do segurado, o auxílio-re-
No caso de o óbito do segurado ter sido de-
clusão será devido à família do segurado
corrente de acidente de trabalho, doença
que não estiver em gozo de auxílio doença,
profissional ou acidente de qualquer natu-
aposentadoria, ou qualquer outro benefício
reza, estas regras de sensação serão aplica-
pago pelo INSS.
207/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
O auxílio-reclusão, para ser concedido, exi- ção do segurado que deverá ser compro-
ge a comprovação da qualidade de misera- vada através de documento expedido pela
bilidade do segurado, isto é, deve se verifi- autoridade responsável. O valor estipulado
car o valor do último salário de contribuição como critério de miserabilidade é corrigido
do segurado que se encontra em regime de e reajustado periodicamente e se encontra
privação de liberdade. disponível no site da Previdência Social.
Para que os dependentes tenham direito à
percepção do benefício de auxílio-reclusão,
o segurado deve estar recolhido em estabe-
Link
lecimento prisional cumprindo pena priva- Conheça o valor do salário de contribuição que
tiva de liberdade, seja em regime fechado poderá gerar o benefício de auxílio-reclusão. Dis-
ou em regime semiaberto. ponível em: <http://www.previdencia.gov.br/
servicos-ao-cidadao/todos-os-servicos/au-
Os dependentes do segurado, a partir do xilio-reclusao/>. Acesso em: 13 dez. 2016.
efetivo recolhimento do segurado ao esta-
belecimento prisional, fazem jus à percep-
ção do auxílio-reclusão, ou seja, para con-
cessão do benefício, os beneficiários devem
levar ao conhecimento do INSS essa situa-
208/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
Cumpre lembrar que, antes da Emenda sária a comprovação da carência de 18 con-
Constitucional 20, de 1998, o auxílio-reclu- tribuições mensais para que o cônjuge ou
são era concedido independente da com- companheiro tenham direito ao benefício
provação dos critérios de miserabilidade. por mais de quatro meses de duração, tan-
Caso o segurado recluso esteja desempre- to na pensão por morte como no auxílio-re-
gado, porém dentro do período de graça, clusão.
conforme explica Ibrahim (2011, p. 393), A data do início do benefício é contada a
“poderá permitir a seus dependentes a ob- partir da data do efetivo recolhimento do
tenção do auxílio-reclusão, que seria, no segurado ao estabelecimento prisional se
caso, de um salário mínimo”. requerido até 90 dias deste fato. Antes da
A partir da Lei nº 8.213/91, o auxílio-reclu- vigência da Lei nº 13.135/2015, o prazo era
são passou a ser concedido independente- de 30 dias. Passados esses prazos, o benefí-
mente do número mínimo de contribuições cio terá como data inicial a data do reque-
pagas pelo segurado, bastando comprovar rimento. Lembrando que, contra absoluta-
qualidade de segurado. Antes de entrar em mente incapaz, isto é, contra os menores de
vigor a regra exigia a carência de 12 contri- 16 anos, não corre prazo de prescrição nem
buições mensais. Com a entrada em vigor de decadência.
da Lei nº 13.135/2015, passou a ser neces- O valor do auxílio-reclusão é 100% do va-
209/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
lor do salário de benefício, de acordo com sional trimestral ou se o segurado deixar a
os artigos 75 e 80 da Lei nº 8.203/91, sendo prisão por livramento condicional.
que no caso de o recluso ser segurado es-
pecial, o valor do benefício é sempre de um 3. Salário maternidade
salário mínimo.
Com o intuito de proteger a trabalhadora
Assim como a pensão por morte, o valor do
gestante no campo do direito do trabalho,
benefício de auxílio-reclusão pode ser ra-
a licença-maternidade foi instituída. Já para
teado. Este benefício cessa na data da sol-
o Direito previdenciário o salário-materni-
tura, com o óbito do segurado ou do bene-
dade é concedido à segurada gestante, em
ficiário, com a ocorrência da perda da quali-
regra, por 120 dias.
dade de dependente, sendo que no caso de
morte do segurado este benefício será au- Com a entrada em vigor da Lei nº 6.136/74,
tomaticamente convertido em pensão por passou a ser uma obrigação da empresa
morte. adiantar salário integral para a segurada
empregada a título de licença-maternida-
O auxílio-reclusão será suspenso se o segu-
de, isto é, a empresa arcava com o salário
rado recluso fugir, passar a receber auxílio-
da empregada durante o período de licença,
-doença, salário da empresa, se o depen-
sendo que este valor depois era reembolsa-
dente deixar de apresentar atestado pri-
210/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
do pelo INSS. da, sendo que a segurada empregada, em-
pregada doméstica, trabalhadora avulsa o
recebe independente de carência.
Link Já para as contribuintes individuais, segu-
Conheça a redação completa da Lei nº 6.136/74. radas especiais e seguradas facultativas,
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ o prazo de carência é de 10 contribuições
ccivil_03/Leis/1970-1979/L6136.htm>. Aces- mensais, de acordo com a alteração legisla-
so em: 13 dez. 2016. tiva sofrida a partir de 1999 com a mudança
de redação do artigo 25 da Lei nº 8213/91.
O salário-maternidade será concedido e
Serão 120 dias de duração o tempo de per-
assegurado à empregada, empregada do-
cepção do benefício de salário-maternida-
méstica, trabalhadora avulsa, segurada es-
de, que poderá ter início até 28 dias antes
pecial, contribuinte individual contribuinte
do parto e 91 dias após dele. No caso de
facultativa, podendo ser cumulado com a
parto antecipado o benefício é pago 120
percepção do benefício de aposentadoria.
dias após o parto.
Importante ressaltar que para concessão do
No caso do natimorto, a gestante mãe terá
salário-maternidade, o período de carência
direito aos 120 dias previstos em lei devida-
é diferente de acordo com o tipo de segura-
211/222 Unidade 8 • Benefícios previdenciários em espécie
mente comprovados com a certidão de óbito do filho falecido. Já no caso de aborto não crimino-
so, a assegurada terá direito ao salário-maternidade por duas semanas.
Importante lembrar que, o benefício deve ser pago tanto para gestante, como para mãe adotan-
te (ou que conseguiu a guarda judicial). Sendo que no caso de adoção de criança a partir da vi-
gência da Medida Provisória 619, de 2013, que foi convertida na Lei nº 12.870/2013, a duração
do salário-maternidade não será mais escalonada, sendo sempre de 120 dias.
216/222
Considerações Finais
»» Verificação dos requisitos específicos que devem ser preenchidos pelo segurado para conces-
são de pensão por morte, auxílio-reclusão, salário-maternidade, salário-família e abono anual.
»» A pensão por morte e o auxílio reclusão são benefícios pagos aos dependentes do segurado, sen-
do que o conceito de alguns dependentes foi modificado pela vigência da Lei nº 13.146/2015.
»» A pensão por morte, com a vigência da Lei nº 13.135/2016, sofreu grandes e significativas
alterações.
»» Apesar de polêmico o auxílio-reclusão tem uma destinação restrita que leva em consideração
tanto o regime de reclusão do preso como o valor do seu salário de contribuição.
»» Salário-maternidade é um benefício destinado à mulher segurada. Porém, com a finalidade de
preservar a saúde e integridade do nascituro, bem como que a partir de 2013 não há mais o
escalonamento do prazo de vigência desse benefício sendo concedido por 120 dias.
»» - O salário-família é uma obrigação paga ao segurado empregado e que o abono anual é uma
gratificação paga a alguns segurados em gozo de benefícios previdenciários.
217/222
Referências
ALENCAR, Hermes Arrais. Benefícios previdenciários. 4. ed. São Paulo: Leud, 2009.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm >. Acesso em: nov. 2016.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário.
19. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Resumo de direito previdenciário. 11. ed. Niterói/RJ: Impetus, 2011.
RIBEIRO, Juliana de Oliveira Xavier. Direito previdenciário esquematizado. 2. ed. São Paulo:
Quartier Latin, 2011.
Aula 8 - Tema: Benefícios em espécie. Bloco I Aula 8 - Tema: Benefícios em espécie. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
1d/1128e0f51f89e3f5711bfda55fca0634>. 12c612a32f88889ebe9dfb35b15c8d35>.
220/222
Questão 1
1. Assinale a alternativa correta. Fernanda, casada com Felipe (segurado do
INSS) há 5 anos, ficou viúva. Ela tem 29 anos de idade e não tem filhos. Terá
direito à pensão por morte:
a) Vitalícia.
b) Por 6 meses.
c) Por 4 meses.
d) Por 10 anos.
e) Não terá direito à pensão.
221/222
Questão 2
2. Assinale a alternativa correta. Mariana, 19 anos de idade, em união está-
vel com Eduardo há 3 anos, requereu auxílio-reclusão por Eduardo ter sido
preso temporariamente, mas solto em 30 dias. Eduardo trabalhava e ganha-
va salário mínimo quando da sua prisão. Mariana terá direito:
222/222
Questão 3
3. Assinale alternativa correta. É garantido à segurada grávida o
benefício de salário-maternidade, cumprida a carência de:
a) 12 meses.
b) 10 meses.
c) 9 meses.
d) 18 meses.
e) Não há carência.
223/222
Questão 4
4. São modalidades de benefícios previdenciários pagos ao segurado,
exceto:
a) Aposentadoria por invalidez.
b) Auxílio-doença.
c) Auxílio-acidente.
d) Aposentadoria por invalidez acidentária.
e) Pensão por morte.
224/222
Questão 5
5. Assinale a alternativa correta. O abono anual será no valor:
a) Calculado, no que couber, da mesma forma que a Gratificação de Natal dos trabalhadores,
tendo por base o valor da renda mensal do benefício do mês de dezembro de cada ano.
b) Corresponderá a 100% do valor de salário de benefício.
c) Corresponderá a 91% do valor de salário de benefício.
d) Será calculado através de 100% da renda mensal inicial.
e) Não poderá ser pago na forma proporcional.
225/222
Gabarito
1. Resposta: D. 4. Resposta: E.
A opção correta é a E. A pensão por morte é
A opção correta é a D. De acordo com o arti-
paga aos dependentes do segurado.
go 77 da Lei nº 8.213/91.
2. Resposta: E. 5. Resposta: A.
3. Resposta: B.
A opção correta é a B. A carência do salário-
-maternidade é de 10 meses.
226/222