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Orientador:
José Sérgio da Rocha Neto
Aluno:
José Maurı́cio Ramos de Souza Neto
Setembro de 2007
Campina Grande - PB
Conteúdo
1 Introdução 1
1.1 Instrumentação Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 Materiais e Métodos 5
2.1 Principais Componentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.1 O Sistema de Aquisição de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1.2 O LabVIEW . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.1.3 Amplificadores de Instrumentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.1.4 O Osciloscópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2.2 Plataforma Experimental - Uma Visão Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 Fonte de Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.4 A Interface Digital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.5 Rotina para Leitura das Portas Analógicas do Dispositivo . . . . . . . . . . . 18
2.6 Rotina para Escrita/Leitura das Portas Digitais do NI USB-6210 . . . . . . . 20
2.7 PWM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.7.1 Rotina para Geração de Modulação de Largura de Pulso no Dispositivo
DAQ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 Experimentos 23
3.1 Medição de Inclinação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.1 Aceleração: Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1.2 O Acelerômetro ADXL202 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.1.3 O Circuito de Condicionamento de Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.1.4 Metodologia e Testes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1.5 A Instrumentação Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.2 Monitoramento Cardı́aco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.2.1 O Eletrocardiograma . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.2.2 O Circuito de Condicionamento de Sinal . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.2.3 Curva Cardı́aca Observada no Osciloscópio . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3 Medição de Temperatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.3.1 Termômetros de Semicondutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
3.3.2 O Sensor LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.3.3 Circuito de Medição Usando LM35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
3.4 O Módulo de Peltier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.4.1 O Efeito Peltier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
3.4.2 O Princı́pio de Funcionamento dos Dispositivos . . . . . . . . . . . . 43
3.4.3 Configuração Tı́pica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3.4.4 O Sistema Desenvolvido e a Interface Usada . . . . . . . . . . . . . . 46
3.5 O Servomotor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
iii
iv CONTEÚDO
4 Monitoramento Remoto 51
4.1 Instrumentação Virtual versus Instrumentação Remota . . . . . . . . . . . . 51
4.2 Alguns Conceitos sobre Redes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.2.1 Cliente/Servidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.2.2 TCP/IP e DNS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.3 Metodologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
4.3.1 Site da Disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
4.3.2 LabVIEW como Servidor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5 Conclusões 59
Lista de Figuras
v
vi LISTA DE FIGURAS
vii
viii LISTA DE TABELAS
Capı́tulo 1
Introdução
Aquisição de dados é a coleta de informação do mundo real de forma a gerar dados que
podem ser manipulados por um computador ou um sistema microprocessado. Normalmente
envolve a aquisição de sinais e formas de onda e o processamento destes para obter a in-
formação desejada.
Os componentes dos sistemas de aquisição de dados incluem sensores apropriados que con-
vertem qualquer parâmetro medido em um sinal elétrico, o qual é adquirido pelo hardware
de aquisição de dados. Os dados adquiridos são normalmente monitorados, analisados e
guardados num PC. Isto é conseguido usando um software interativo de controle fornecido
pelo produtor do hardware ou então os monitores dos dados e o seu controle pode ser levado
a cabo usando uma linguagem de programação tal como LabVIEW, Visual Basic, ou C.
A proposta deste trabalho é apresentar o desenvolvimento de um conjunto de experimentos
para implementação destas no laboratório da disciplina sistemas de aquisição de dados e
interface, usando como base a ementa da disciplina que abrange tópicos como:
• Conversão analógico/digital;
• Condicionamento de sinais;
• Condicionamento de sinais;
1
2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
uma da outra. Nos últimos anos, elas convergiram para esse novo conceito de engenharia
virtual. Agora, pode-se falar na instrumentação virtual enviando dados reais em tempo real
para um modelo simulado, que processa esses dados e retorna ao sistema fı́sico, através de
interfaces adequadas, estı́mulos, sinais e efeitos.
Essa tecnologia de instrumentação permite automtizar os experimentos permitindo que os
fenômenos que se deseja estudar possam ser explorados intensivamente. Isso requer que se
realize as seguintes atividades, de forma automática:
Um instrumento real genérico pode ser visto como um aparelho dotado dos seguintes com-
ponentes:
• um transdutor;
• um painel de conexões.
Materiais e Métodos
Com o objetivo de projetar uma série de experimentos para a utilização em aulas práticas, a
equipe responsável por essa tarefa, reuniu-se no Laboratório de Instrumentação e Controle
(LIEC), local o qual nos forneceu os meios necessários ao desenvolvimento e as rotinas de
testes para os experimentos. Neste tópico são descritos os principais componentes utilizados
e os experimentos propostos.
5
6 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
Software
de
Hardware Aquisição
de Computador
Aquisição
V+ − V−
Resol = (2.1)
2n
2.1. PRINCIPAIS COMPONENTES 7
Os ajustes do referencial de aterramento para as entradas analógicas podem ser feitos basi-
camente de três formas:
• DIFF (Differential): No modo diferencial, o dispositivo mede a diferença de tensão
entre dois sinais aplicados a uma entrada analógica;
• RSE (Referenced Single-Ended): Neste modo, o dispositivo mede a diferença entre o
sinal de tensão aplicado a entrada analógica e a entrada AI GND;
• NRSE (Non-Referenced Single-Ended): Neste modo, o dispositivo mede a diferença
entre o sinal de tensão aplicado a entrada analógica e a entrada AI SENSE;
Os modos de conexão das entradas analógicas devem seguir as recomendações do dispositivo,
Figura 2.2.
O módulo possui oito linhas de entradas digitais estáticas, P0.[0-7], estas linhas também
podem ser usadas como entradas PFI (Programmable Function Interface, ou seja, são linha
de interface de função programável, que podem assumir as seguintes caracterı́sticas:
cada entrada PFI pode ser configurada individualmente como:
• Uma entrada digital estática;
• Um sinal de entrada de sincronismo para as AI, AO, ou as funções de contador/temporizador.
cada saı́da PFI pode ser configurada individualmente como:
• Uma saı́da digital estática;
• Um sinal de saı́da de sincronismo para as AI, AO, ou as funções de contador/temporizador.
As linhas digitais são desabilitadas quando o dispositivo é ligado através de um resistor
de pull-down. Através de software é possı́vel ativar a porta como um todo, que uma vez
ativada é possı́vel manipular cada linha, isto é, setando-a para 0, 1 ou utilizando como
contadores/temporizadores. Na Figura 2.3 pode se visualizar o esquema para o circuito de
uma das linhas de entrada digital e de uma saı́da digital.
Algumas caracterı́sticas de entradas digitais e saı́das digitais estão descritas nas Tabelas 2.2
e 2.3, respectivamente.
8 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 2.2: Modo aconselhado pelo fabricante para conexão das entradas analógicas ao
dispositivo.
2.1.2 O LabVIEW
LabVIEW (Laboratory Virtual Instrument Engineering Workbench) é uma linguagem de
programação gráfica que utiliza ı́cones, em vez de linhas de texto, para criar aplicações. Em
contraste às linguagens de programação baseadas em texto, em que instruções determinam a
execução do programa, o LabVIEW utiliza programação baseada em fluxo de dados, onde o
fluxo dos dados determina a execução. No LabVIEW, você constrói uma interface de usuário,
utilizando um conjunto de ferramentas e objetos. A interface de usuário é conhecida como
Painel frontal. A partir daı́, pode-se adicionar o código utilizando representações gráficas
de funções para controlar os objetos do painel frontal. O diagrama de blocos contém esse
código. Sob certos aspectos, o diagrama de blocos assemelha-se a um fluxograma.
O LabVIEW está totalmente integrado para comunicação com diversos hardwares, como
GPIB, VXI, PXI, RS-232, RS-485 e dispositivos DAQ plug-in. O LabVIEW também pos-
sui recursos internos para conectar sua aplicação à Internet, utilizando o LabVIEW Web
Server e aplicativos como ActiveX e redes TCP/IP. Utilizando o LabVIEW, você pode criar
aplicações de teste e medição, aquisição de dados, controle de instrumentos, registro de da-
dos, análise de medição e geração de relatórios. Também pode criar executáveis e bibliotecas
compartilhadas, como DLLs, visto que o LabVIEW é um compilador real de 32 bits.
Os programas em LabVIEW são chamados de instrumentos virtuais (VIs - Virtual Instru-
ments). Os VIs contêm três componentes principais: o painel frontal, o diagrama de bloco e
o painel de ı́cones e conectores.O painel frontal é a interface com o usuário, Figura 2.4.
Monta-se o painel frontal com controles e indicadores, que são os terminais interativos de
entrada e saı́da do VI, respectivamente. Controles são botões, botões de pressão, dials e
outros dispositivos de entrada. Indicadores são gráficos, LEDs e outros displays. Os controles
simulam dispositivos de entrada de instrumentos e fornecem dados para o diagrama de bloco
do VI. Os indicadores simulam dispositivos de saı́da de instrumentos e exibem os dados
que o diagrama de bloco adquire ou gera. Após a montagem do painel frontal, utilizando
representações gráficas de funções, é construı́do um código para controlar os objetos do painel
frontal. Essa codificação é feita a partir de um diagrama de blocos.
Os objetos do painel frontal aparecem como terminais, exibidos à esquerda, no diagrama de
10 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
blocos. Um terminal do diagrama de bloco não pode ser excluı́do. O terminal desaparece
somente após a exclusão de seu objeto correspondente do painel frontal. Os objetos do
diagrama de bloco incluem terminais, subVIs, funções, constantes, estruturas e ligações, que
transferem dados entre outros objetos do diagrama de bloco, Figura 2.5.
40kω
A=1+ (2.3)
RG
2.1.4 O Osciloscópio
O osciloscópio é um instrumento que permite observar numa tela plana uma diferença de
potencial (ddp) em função do tempo, ou em função de uma outra ddp. O elemento sensor
é um feixe de elétrons que, devido ao baixo valor da sua massa e por serem partı́culas
carregadas, podem ser facilmente aceleradas e defletidas pela ação de um campo elétrico ou
magnético.
A diferença de potencial é lida a partir da posição de uma mancha luminosa numa tela
retangular graduada. A mancha resulta do impacto do feixe de elétrons num alvo revestido
de um material fluorescente. Como muitas grandezas fı́sicas são medidas através de um sinal
elétrico, o osciloscópio é um instrumento indispensável em qualquer tipo de laboratório e
em situações tão diversas como o diagnóstico médico, mecânica de automóveis, prospecção
mineral, etc. O osciloscópio permite obter os valores instantâneos de sinais elétricos rápidos, a
medição de tensões e correntes elétricas, e ainda freqüências e diferenças de fase de oscilações.
2.2. PLATAFORMA EXPERIMENTAL - UMA VISÃO GERAL 13
O Osciloscópio utilizado para as medições durante as rotinas de calibração e testes dos sen-
sores foi o modelo DSO3152A da Agilent Tecnologies. A Série 3000 de Osciloscópios da
Agilent foi Desenvolvida com caracterı́sticas que auxiliam o usuário a fazer o seu trabalho
mais facilmente - incluindo um grande Display LCD colorido. Esta série Possui quatro mod-
elos com largura de banda de 60 MHz até 200 MHz. Fornecendo ao usuário um grande
poder de depuração. Cada osciloscópio vem originalmente com caracterı́sticas avançadas in-
cluindo trigger sofisticado, medidas automáticas, filtros digitais, modo de aquisição seqüen-
cial, funções matemáticas (inclusive FFTs), armazenamento de configurações e formas de
ondas [dRdJ].
Caracterı́sticas
• Máscara de teste.
• Acionamento do SMA
Os experimentos Casados:
Uma chave principal foi ligada externamente ao circuito para o acionamento da placa. Além
dessa chave, um conjunto de quatro chaves foi conectado as saı́das de forma que se possam
acionar os experimentos de forma independente, ou seja, foi criada uma lógica de acionamento
de forma a se trabalhar com experimentos isoladamente.
Esse recurso foi utilizado para minimizar o consumo de energia dos experimentos, apesar
destes serem de baixo consumo, foi observado que ao se trabalhar com os experimentos de
maior consumo, tinha-mos uma queda significativa do desempenho destes quando os circuitos
de condicionamento dos outros experimentos eram alimentados.
16 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
O circuito foi projetado de forma que ao aplicar-mos um sinal de tensão de nı́vel alto na
entrada temos como resposta um potencial neutro na saı́da correspondente. Desta forma
2.4. A INTERFACE DIGITAL 17
temos a drenagem da corrente elétrica pelo dispositivo, onde cada um é alimentado com 12
V. O principio para o acionamento do módulo de Peltier é feito de forma diferente, porém
com a mesma lógica. Para o módulo de Peltier, temos um cascateamento de chaves digitais,
tal solução é necessária devido ao fato de termos uma corrente mais elevada que os 500mA
normalmente drenados pelo ULN2803, ou seja, deve-se usar outro transistor de corrente de
coletor mais elevada, que no caso deste sistema foi o TIP127. Este transistor tem a mesma
caracterı́stica de possuir em seu interior uma configuração Darlington com corrente de coletor
de 5 A máxima [Mot95].
Cada saı́da possui um LED de indicação de estado, ativo ou não, além disso pode ser ob-
servado na placa a presença de um resistor de 22Ω 10W que funciona limitando a corrente
através do SMA em 480mA. Esta placa também da acesso ao controle do servomotor, porém
sua ligação é direta da saı́da da placa de aquisição de dados para o servo. A disposição dos
componentes na placa pode ser vista na Figura 2.11
18 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
D e f i n i d a s a s
características do sinal
de entrada o DAQ
Solution Wizard
assume uma nova
imagem com os pontos
de entrada e saída. O
dado adquirido a partir da
entrada analógica é
fornecido diretamente da
saída DATA do bloco.
Figura 2.12: Descrição dos passos para o processo de aquisição de entradas analógicas.
20 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
A leitura das portas analógicas foram feitas com a utilização do DAQ Solution Wizard, mas
é possı́vel utilizar VI’s idependentes para criar uma rotina para utilização da placa. Isso foi
feito para ler e escever em portas digitais. Na Figura 2.13 pode-se visualizar o diagrama de
blocos do programa para escrita em uma linha digital.
Na Figura 2.13, da esquerda para direita os blocos VI’s DAQ’s correspondem respectivamente
a:
2.7. PWM 21
• DAQmx Create Virtual Channel : cria o canal digital, analógico ou contador. O bloco
lines expecifica a linha que se deseja usar, por exemplo, linha 0 da porta 1 (P1.0);
• DAQmx Start Task : usado para preparar o dispositivo para uma medida ou geração
do sinal, ou seja, leitura e escrita respectivamente;
• DAQmx Write (Digital Bool 1L Line 1Point): escreve uma amostra booleana na
linha da porta selecionada. Este VI também pode ser usado para escrever em por-
tas analógicas também;
• DAQmx Clear Task : quando o botão Stop é pressionado o programa sai do loop e
o dispositivo é ”apagado”, em melhores palavras, não se pode utiliza-lo, salvo se o
programa for reiniciado novamente.
O programa para leitura de portas digitais é o mesmo da Figura 2.13, com a única diferença
do bloco DAQmx Write (Digital Bool 1Line 1Point), que nesse caso é DAQmx Read (Digital
Bool 1Line 1Point). Este pode também é encontrado na paleta da DAQmx (Figura 2.14).
2.7 PWM
A Modulação por Largura de Pulso (MLP) - mais conhecida pela sigla em inglês ”PWM”(Pulse-
Width Modulation) - de um sinal ou em fontes de alimentação envolve a modulação de sua
razão cı́clica (duty cycle) para transportar qualquer informação sobre um canal de comu-
nicação ou controlar o valor da alimentação entregue a carga.
Uma das principais aplicações do PWM, e a que foi utilizada nesse trabalho, é na variação
do valor da transferência de potência entregue a uma carga sem as perdas ocorridas normal-
mente devido à queda de tensão por recursos resistivos. Em um sistema PWM, a chave de
estado sólido é usada para controlar o fluxo de corrente: ora não conduzindo corrente, ora
conduzindo, mas provocando uma queda de tensão muito baixa; como a potência instantânea
dissipada pela chave é o produto da corrente pela tensão elétrica a um dado instante, isso
significa que nenhuma potência é dissipada se a chave fosse uma chave ”ideal”. Com uma
taxa de modulação suficientemente elevada, simples filtros RC são freqüentemente utilizados
para suavizar o trem de pulsos em uma tensão analógica estável. Esse método é normalmente
empregado no controle de velocidade de motores de corrente contı́nua.
Os limites de potência de PWM também são empregados em dimmers de luzes comuns em
habitações. Neste caso, a eletricidade modulada é de Corrente Alternada (CA). Um simples
ajuste na quantidade de luminosidade pode ser implementado estabelecendo-se que a tensão
do ciclo CA, o dimmer, comece a conduzir a eletricidade à lâmpada (usando um triac). Como
o ciclo ativo da modulação é o mesmo que a freqüência da linha, (60Hz no Brasil), o olho
humano ”enxerga”somente a intensidade média [pldp07].
Na Figura 2.15 visualiza-se o programa utilizado para gerar o sinal que pode ser modulado por
largura de pulso. Os blocos utilizados podem ser encontrados na paleta DAQmx conforme
foi visto na Figura 2.14. Eles são descritos a seguir:
22 CAPÍTULO 2. MATERIAIS E MÉTODOS
• DAQmx Timing (Implicit): seta apenas o número de amostras que será gerada ou
adquirida sem a especificação temporal
• DAQmx Start Task : usado para preparar o dispositivo para uma medida ou geração
do sinal, ou seja, leitura e escrita respectivamente;
• DAQmx Write (Counter Frequency 1Chan 1Samp): escreve uma nova seqüencia de
pulso e ciclo de trabalho para um contador contı́nuo na saı́da no dispositivo que contém
apenas um canal;
• DAQmx Clear Task : quando o botão Stop é pressionado o programa sai do loop e
o dispositivo é ”apagado”, em melhores palavras, não se pode utiliza-lo, salvo se o
programa for reiniciado novamente.
Figura 2.15: Programa para geração do sinal que pode ser modulado por largura de pulso.
Capı́tulo 3
Experimentos
Um sensor é um dispositivo que detecta e converte uma grandeza fı́sica natural em uma
resposta que humanos podem interpretar ([Lue05]). Exemplos de grandezas são inclinação,
nı́vel de luminosidade, temperatura, posição. Neste capı́tulo é descrito o processo de análise
das grandezas envolvidas em cada experimento, a descrição do processo construtivo, e con-
seqüentemente as rotinas de testes.
Os experimentos considerados para este trabalho compreendem os seguintes sistemas:
• Servo-Motor
∂v
a= (3.1)
∂t
23
24 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
Pode-se dizer que quando o objeto esta diminuindo a velocidade, a aceleração está contrária
ao movimento, ou seja, o objeto esta desacelerando. Já quando o objeto está aumentando
sua velocidade, a aceleração tem a mesma direção do movimento, e o objeto esta acelerando.
Quando o objeto esta acelerando de tal forma que sua velocidade muda pela mesma quan-
tidade e por uma mesma unidade de tempo, diz-se que ele esta sujeita a uma aceleração
constante. Caso contrário é dito que o objeto está sujeito a uma aceleração variada.
Aceleração é uma caracterı́stica fı́sica do sistema, a sua medida é usada como entrada de al-
guns tipos de controladores, onde é usada para corrigir algumas de suas condições dinâmicas.
Existem componentes que são capazes de medir essa grandeza (aceleração). O acelerômetro
ADXL202 [Dev05] é um exemplo, que além de medir a aceleração mede também a inclinações.
O diagrama de pinos do ADXL202 está exposto na Figura 3.2 e uma tabela com a descrição
de cada pino encontra-se na Tabela 3.1.
Seu princı́pio básico de funcionamento fı́sico é o sistema de massa e mola. Esse sistema
possui um ponto de equilı́brio, na Figura 3.3 é o “repouso”, onde toda vez que se tenta tirar
3.1. MEDIÇÃO DE INCLINAÇÃO 25
o sistema do equilı́brio surge uma força restauradora, denominada pela Equação 3.2. As
molas, enquanto dentro da região linear, são governadas pela lei de Hooke, que diz que o
deslocamento da mola é proporcional à força aplicada.
F =k×x (3.2)
Outro princı́pio fı́sico envolvido é a segunda lei de Newton 3.3, que relaciona força com massa
e aceleração.
26 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
F =m×a (3.3)
k×x
a= (3.4)
m
Portanto pode-se perceber que se a massa sofreu um deslocamento “x”, significa que está sob
uma aceleração. Desta maneira o problema de medir aceleração tornou-se um problema de
medir o deslocamento de uma massa. Observa-se que este acelerômetro só mede a aceleração
ao longo da mola. Para cada eixo ao longo do qual deseja-se medir a aceleração é necessário
um sistema como este.
Portanto o acelerômetro ADXL202 consiste num sistema de massa e mola (Figura 3.4) onde
a massa é uma barra de silicone, e a mola são ligações flexı́veis atadas às âncoras. Nestas
células, o deslocamento da massa é proporcional à aceleração à qual o sistema está submetido.
O ADXL202 é utilizado também para medir inclinações nos eixos x e y. Se a massa estiver
centralizada, ambos os lados do capacitor diferencial têm capacitâncias iguais, havendo uma
tensão de saı́da que funciona como valor de referência. No entanto, se a massa não está
centralizada, o capacitor diferencial torna-se desbalanceado, então é produzida uma tensão
de saı́da, maior ou menor que o valor da tensão de referência, proporcional ao nı́vel de
deslocamento, que pode então ser convertida em inclinação (ângulo em graus).
A placa central é ligada à massa, como observado na Figura 3.4. As outras são fixas. Quando
sob aceleração, a placa central move-se, mudando as capacitâncias, já que por definição, a
capacitância é inversamente proporcional à distância entre as placas. O ADXL202 mede a
diferença entre as capacitâncias CA e CB (Figura 3.5). Tal diferença é nula quando não há
deslocamento (e, portanto, não há aceleração).
Quando sujeita a uma aceleração a mola sofre uma deflexão produzindo um sinal, que é
convertido numa tensão de saı́da proporcional a essa deflexão. Esse sinal é então captado e
convertido em aceleração (m/s2 ).
3.1. MEDIÇÃO DE INCLINAÇÃO 27
Transferidor
Régua Móvel
Base de Apoio
Tensão x Inclianção
2.5
1.5
Tensão
0.5
0
−100 −80 −60 −40 −20 0 20 40 60 80 100
Ângulo
Onde:
Os sinais eram transformados com a ferramenta DAQ Solution Wizard em uma palavra
digital proveniente da conversão Analógico/Digital, essa palavra continha as informações de
tensão de cada sinal formando um array de informação. O array é separado levando em con-
sideração o numero do canal usado. A partir da separação os dados, agora independentes para
cada eixo, são processados através de um bloco no qual é inserido o polinômio proveniente
da interpolação matemática (Equações 3.5 e 3.6) ao sair deste bloco a informação, anterior-
mente em tensão, agora assume valores de graus, indicando o nı́vel de inclinação a que esta
submetida a placa, sendo mostrada de forma qualitativa num relógio e em gráficos (Figura
3.10). A informação de inclinação e o nı́vel de tensão advindo do sensor, são mostradas na
interface de forma quantitativa em mostradores numéricos.
Dado que o sinal cardı́aco é periódico e apresenta sempre a mesma estrutura, podemos
escolher qualquer zona das assinaladas na Figura 3.11 para calcular o ritmo do batimento.
Como é óbvio, a zona que fornece mais facilidade de reconhecimento é denominada QRS.
Podemos adiantar que esta variação elétrica no tempo se deve à despolarização do músculo
ventricular no instante seguinte à sı́stole.
3.2.1 O Eletrocardiograma
O esquema de posicionamento dos eletrodos mais utilizada é mostrada na Figura 3.12. Aqui,
a diferença de potencial é medida entre os braços direito e esquerdo, entre o braço direito e
a perna esquerda e entre o braço esquerdo e a perna esquerda. Estas três medidas podem
ser referenciadas como I, II e III, respectivamente. Este posicionamento foi desenvolvida
por Einthiven, que determinou que conhecendo o estado das medidas dos sinais das ligações
I e II, o sinal que ia ser visualizado em III poderia ser calculado. E este é o princı́pio
34 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
básico do posicionamento das ligações do ECG: a partir dos vários recursos disponı́veis, a
despolarização do coração pode ser calculada.
Figura 3.13: Modo de conexão dos eletrodos usado nas rotinas de testes.
Figura 3.16: Sinal cardı́aco visto no computador com uso de uma conexão com o osciloscópio.
Figura 3.17: Sinal cardı́aco visto no computador com uso de uma conexão com o osciloscópio
com base de tempo menor.
38 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
vista teórico, que opera com a variação do volume de um gás com a temperatura. Outro
muito comum é o bimetálico, que opera com a expansão diferencial de dois metais mecani-
camente acoplados. Um sensor de temperatura muito utilizado em equipamentos eletrônicos
é o de resistência, que opera com a variação da resistividade elétrica de um metal com a
temperatura. Dispositivos importantes para medir a temperatura são os termômetros, os ter-
mopares, os termistores, os RTDs (Resistance Temperature Detector), os pirômetros óticos e
os pirômetros eletrônicos com CCDs (Charged Coupled Device). Assim, os instrumentos de
medição operam com diferentes princı́pios fı́sicos, respondendo à variação da temperatura:
Na prática, o diodo funciona como um resistor cuja resistência varia com a temperatura. En-
tretanto, sempre há necessidade de circuitos auxiliares para compensar falta de linearidade
e para levar o sinal para nı́veis de operação do circuito de controle. Para isso, vários fab-
ricantes produzem o conjunto sensor + circuitos auxiliares em forma de circuito integrado.
Existem tipos analógicos com saı́da de tensão ou saı́da de corrente e os de saı́da digital para
uso com microcontroladores [MSP07].
3.3. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA 39
ou processado a informação e atuando num transdutor. Um circuito proposto pode ser re-
sumido ao condicionamento do sinal advindo do LM35, seu diagrama de blocos pode ser
observado na Figura 3.22. O circuito nada mais é do que um estagio de amplificação para se
aproveitar, por exemplo o máximo da faixa de resolução de um conversor analógico-digital
de um sistema de aquisição de dados feito com um microcontrolador, Figura 3.23, o circuito
mostrado apresenta um estágio de amplificação com ganho de 2,5.
Para os fins deste experimento o estágio de amplificação foi dispensado, visto que este condi-
cionamento pode ser feito na própria placa de aquisição, ou seja, o sinal de saı́da do sensor
era diretamente enviado para a placa NI-USB 6210.
Visto que o experimento, medição de temperatura, foi utilizado como ferramenta de outros,
não foi criada um interface unicamente para seu teste.
42 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
Quando a corrente I flui através do circuito, o calor é emitido da junção superior (quente),
T2 , e absorvido pela junção inferior (fria), T1 . Tal fenômeno é explicado pela polarização dos
elétrons da camada de valência do semicondutor, que tendem a ”seguir”o sentido da corrente
elétrica, diminuindo a agitação térmica do local em que se encontram como pode ser visto
na Figura 3.25:
SUPERFÍCIE FRIA
N P
- +
SUPERFÍCIE QUENTE
+ -
Figura 3.25: Esquema de um circuito básico utilizando uma junção de Peltier.
Sendo assim, de acordo com o efeito Peltier, uma pastilha, que é o componente básico
do chamado módulo Peltier, pode funcionar como um aquecedor ou um refrigerador. Os
módulos Peltier se prestam muito bem para algumas aplicações, mas não são recomendados
para outras. Dependendo da aplicação, uma pastilha pode ser infinitamente superior a um
compressor (por exemplo, para resfriar um microprocessador) ou até inferior como no caso de
um ar condicionado. As pastilhas termoelétricas são muito pequenas, leves e não produzem
nenhum barulho, podendo ser extremamente precisas no controle de temperatura uma vez
que não possuem peças móveis, além de poderem ser operadas também em um vácuo ou
ambiente sem peso, e em qualquer orientação fı́sica. Apesar de o efeito Peltier tender a
ser menos vantajoso para transferências de calor acima de pouco mais de 200W, em certas
aplicações militares ou cientı́ficas, pode ser utilizado para transferir dezenas de quilowatts.
Uma pastilha de Peltier tı́pica contém uma série de elementos semicondutores do tipo-p e
tipo-n, agrupados como pares (ver Figura 3.26), que agirão como condutores dissimilares.
Esta série de elementos é soldada entre duas placas cerâmicas, conectadas eletricamente em
série e termicamente em paralelo, conforme dito previamente. Quando uma corrente DC
passa por um ou mais pares de elementos de tipo-n a tipo-p transfere calor para o ambiente
através do fluxo de elétrons da região mais quente para a mais fria (Figura 3.27), com
uma capacidade de bombeamento de calor proporcional à corrente e ao número de pares de
elementos tipo-n e tipo-p. Existe um ponto no qual o calor gerado internamente cancela a
44 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
capacidade de transferência de calor do módulo. Cada pastilha tem seu próprio limite de
quanto calor pode transferir conhecido como Qmax . A corrente elétrica associada ao Qmax é
conhecida como Imax e a tensão elétrica correspondente a esta corrente é Vmax . Se um módulo
for completamente isolado de seu ambiente e estiver funcionando com Imax , ele produzirá a
diferença máxima de temperatura entre os lados quente e frio, conhecida como dTmax [nep].
Atualmente, o máximo calor que se pode transferir com um único módulo é de aproxi-
madamente 250 W. Contudo, há módulos empilhados (ou multi-estágios) que permitem uma
transferência maior de calor com o uso de várias pastilhas ao mesmo tempo.
As pastilhas podem ser utilizadas lado a lado para aumentar a transferência de calor ou
empilhadas umas sobre as outras para aumentar a diferença entre o lado frio e o lado quente.
Contudo, quando a diferença de temperatura entre o lado frio e o lado quente não precisa
ultrapassar 600 C, pastilhas simples são mais recomendadas. Fisicamente, as pastilhas são
compostas por blocos de 1mm3 . Com reduzidas dimensões, uma única célula pode alcançar
um máximo de potência frigorı́fica de 0,5 W, ou seja, para se alcançar potências de 15 a
20 W, deve-se utilizar baterias com um mı́nimo de 30 a 40 células. Visto que as pastilhas
termoelétricas operam com corrente direta, DC, uma fonte chaveada pode ser utilizada, mas
com freqüência ideal de 50-60 Hz e suas variações de amplitude (ripple factor) limitadas
a ±10%, o que resulta em menos de 1% de degradação do dT . A fonte não precisa estar
ajustada exatamente aos nı́veis de Vmax e Imax , embora não seja recomendável que eles sejam
ultrapassados.
É muito comum, por exemplo, operar-se uma pastilha cujo Vmax seja 15.4 V com uma
fonte de 12 V. Caso a corrente e/ou tensão utilizadas sejam inferiores, a pastilha transferirá
menos calor em watts, informações que devem constar na folha de dados de cada pastilha.
Idealmente, limitações de voltagem ou corrente devem ser usadas para assegurar que o Imax
especificado da pastilha não seja ultrapassado. Conforme dito, invertendo o sentido da
corrente, muda-se o sentido da transferência de calor, de modo que, em aplicações que
requeiram ora um resfriamento, ora um aquecimento, deve-se utilizar fontes que forneçam
tensões nas duas polaridades. A maneira mais fácil de controlar a temperatura de um
módulo é controlar a tensão elétrica a ele suprida. Embora alguns fabricantes (como a
empresa Marlow) não recomendem este método - enquanto outros não fazem restrição ao
mesmo - por acreditarem que isto reduz a vida útil da pastilha, é possı́vel também controlar
a temperatura de um módulo ligando e desligando-o. Como as pastilhas podem mudar de
3.4. O MÓDULO DE PELTIER 45
temperatura muito rapidamente, para evitar problemas devido à expansão térmica dentro
do módulo é recomendável que não se altere a temperatura freqüentemente a taxas muito
maiores do que um grau centı́grado por segundo.
Um tı́pico sistema termoelétrico projetado para resfriar ar dentro de uma caixa (por exemplo,
um refrigerador portátil de latinhas de cerveja) é uma aplicação de módulos Peltier (ver
Figura 3.28) que pode nos ajudar a analisar conceitualmente aplicações mais complexas deste
dispositivo. O objetivo, neste caso, é coletar calor do interior, transferi-lo para um dissipador
de calor no exterior do objeto para que ele seja emitido na atmosfera externa. Normalmente,
isto é feito utilizando duas combinações de ventilador e dissipador de calor em conjunto com
uma ou mais pastilhas termoelétricas. O dissipador menor é utilizado dentro da caixa, sendo
resfriado a uma temperatura menor do que a do interior, assim podendo com a assistência
do ventilador capturar o calor que passa entre suas paletas.
No caso mais simples, a pastilha é instalada entre o dissipador do lado quente e o do lado
frio. Quando uma corrente DC passa pelo módulo, ele transfere calor do lado frio para o lado
quente. Concomitantemente, o ventilador do lado quente estará circulando no ar ambiente
o calor transferido para as paletas do dissipador do lado quente. É importante salientar que
o calor dissipado no lado quente não inclui somente o que foi transferido pela aplicação, mas
também o calor produzido dentro da própria pastilha (VxI).
Figura 3.29: Diagrama de blocos para instrumentação virtual usada para o experimento com
o módulo de Peltier.
3.5. O SERVOMOTOR 47
3.5 O Servomotor
Um servomotor é um pequeno dispositivo com um eixo que pode ser posicionado numa
posição angular desejada pelo envio de sinais codificados. Enquanto existir um sinal apli-
cado na entrada, o servo irá manter a posição angular do eixo. Quando o sinal mudar, a
posição angular do eixo também muda. Na prática, os servos são utilizados em aviões radio-
controlados para controlar os lemes de profundidade e de direção. São também utilizados
em carros radio-controlados, brinquedos e robôs.
Os servos são extremamente úteis em robótica. Os motores são pequenos, como se vê na
figura acima, possuem já incorporado o circuito eletrônico de controlo e apresentam uma
potência elevada face às suas dimensões. Um servo standard como o Futaba S-148 possui 42
oz/inches de binário, que é bastante para o seu tamanho. Fornece ainda potência propor-
cional à carga mecânica. Um servo pouco carregado consome pouca energia. As peças de um
servomotor estão apresentadas na figura abaixo. Pode ver-se o circuito de controlo, o motor,
o conjunto de engrenagens redutoras e a caixa. Pode ainda ver-se os 3 fios que ligam o servo
ao mundo exterior. Um para a alimentação (+5volts, normalmente de cor encarnada), outro
para a massa (normalmente de cor preta) e finalmente o fio branco para o controlo.
Figura 3.33: Diagrama de blocos, criado na instrumentação virtual, para a rotina de controle
do servo motor.
Uma caracterı́stica em particular foi observada durante a fase de testes. O valor efetivo de
PWM para o trabalho do servo compreendeu a faixa de 15% a 85%, tal resultado pode ser
atribuı́do devido aos nı́veis pequenos ou grandes demais da largura do pulso aplicado, que
para esta freqüência (329Hz) podem ser interpretados de forma errada pelo servo.
A interface desta forma resume-se ao que pode ser visto na Figura 3.34.
50 CAPÍTULO 3. EXPERIMENTOS
Monitoramento Remoto
Além de todas as vantagens já citadas da instrumentação virtual, sua utilização tem se
destacado também no contexto de controle e monitoração de processos remotamente no
âmbito industrial, na pesquisa e no desenvolvimento da eletrônica embarcada.
A popularização da Internet, com sua facilidade de uso e possibilidade de integração, surge
como a principal ferramenta de apoio para o desenvolvimento de sistemas de controle que
podem ser monitorados à distância. A Internet está se tornando parte do cotidiano da
população e essa rápida expansão se atribui a: facilidade de comunicação e de busca de
informações em fontes distribuı́das pelo mundo; facilidade de conexão e possibilidade de
acesso a grandes bases de dados; e possibilidade de implementar e gerenciar aplicativos
com interface homem máquina interativa e intuitiva. Esta última caracterı́stica está sendo
amplamente explorada e utilizada para aplicações nas mais diferentes áreas do conhecimento.
A consolidação do uso da Internet como ferramenta de compartilhamento de informações,
juntamente com o desenvolvimento de ferramentas modernas de controle, de aquisição e de
distribuição de dados via rede de computadores, torna possı́vel e vêm impulsionar o controle
e o acompanhamento de ensaios em ambientes experimentais remotos.
Um laboratório remoto pode ser descrito como a extensão de um ou mais instrumentos de
medição real através de uma rede distribuı́da (por exemplo a Internet), a fim de disponibilizar
os seus recursos a usuários remotamente distribuı́dos. Um instrumento pode ser controlado
e/ou monitorado através de um computador e trocar informações com uma interface gráfica
em um navegador de internet. Para isso é necessária, geralmente, uma placa de interface
conectada ao computador para trocar informações com o instrumento, um sistema de in-
terface com os instrumentos e a rede, e um sistema distribuı́do para realizar a troca de
informações entre os usuários e os instrumentos.
Este Capı́tulo apresenta as metodologias utilizadas para que os experimentos descritos neste
trabalho pudessem ser acompanhados remotamente, ou seja, através da Internet.
51
52 CAPÍTULO 4. MONITORAMENTO REMOTO
4.2.1 Cliente/Servidor
trabalhos. A interação entre os processos cliente e servidor é uma troca cooperativa, em que
o cliente é o ativo e o servidor reativo, ou seja o cliente requisita uma operação, e neste ponto
o servidor processa e responde ao cliente [Cli07].
Cliente
O processo de cliente é ativo, ou seja são eles que solicitam serviços a outros programas, os
servidores. Normalmente o cliente é dedicado à sessão do usuário, começando e terminando
com a sessão [Cli07].
Um cliente pode interagir com um ou mais servidores, mas pelo menos um processo servidor
é necessário.
A nı́vel de aplicação, o primeiro ponto a residir no cliente é a interface com o usuário.
Algumas tarefas que são realizadas pelo Cliente:
• Manipulação de tela;
• Processamento de Ajuda;
• Recuperação de erro;
• Manipulação de janelas;
Servidor
Servidores são programas que respondem as solicitações por serviços compartilhados. Ele é
um processo reativo, disparado pela chegada de pedidos de seus clientes [Cli07].
Geralmente, o processo servidor roda o tempo todo, oferecendo serviços a muitos clientes.
Em alguns sistemas, o processo servidor em vez de responder diretamente, cria um processo
escravo exclusivamente para cada pedido de cliente. O servidor banco de dados Oracle,
por exemplo, trabalha desta forma, quando chega um pedido, ele cria um processo escravo
dedicado a trabalhar neste pedido, deixando assim o processo mestre livre para receber outros
pedidos imediatamente.
Para que o servidor possa manipular os dados e prover segurança são combinadas rotinas de
gerenciamento de dados com as funções de controle encontradas nos sistemas operacionais.
54 CAPÍTULO 4. MONITORAMENTO REMOTO
Para que os componentes de uma rede possam trocar informações entre si é necessário que
todos eles adotem as mesmas regras para o envio e o recebimento de informações. Este
conjunto de regras é conhecido como Protocolo de Comunicação, ou seja, para que os com-
ponentes de uma rede possam trocar informações entre si é necessário que todos estejam
utilizando o mesmo protocolo de comunicação. No protocolo de comunicação estão definidas
todas as regras necessárias para que um dispositivo de destino, ”entenda”as informações no
formato que foram enviadas pelo dispositivo de origem. Dois computadores, por exemplo,
com diferentes protocolos instalados, não serão capazes de estabelecer uma comunicação e
nem serão capazes de trocar informações [vgdpT07].
O TCP (Transmission Control Protocol ) é um dos protocolos sob os quais assenta o núcleo
da Internet nos dias de hoje. A versatilidade e robustez deste protocolo tornou-o adequado
para redes globais, já que este verifica se os dados são enviados de forma correta, na seqüencia
apropriada e sem erros, pela rede [Pro07].
O uso de dispositivos em rede e, claro, a internet, requer que cada componente tenha um
identificador que a diferencie das demais. Para isso, é necessário, entre outras coisas, que cada
computador tenha um endereço IP (Internet Protocol ), que é composto de uma seqüência
de 32 bits, divididos em 4 grupos de 8 bits cada [IP07].
DNS é a abreviatura de Domain Name System. O DNS é um serviço de resolução de
nomes. Toda comunicação entre os computadores e demais equipamentos de uma rede
baseada no protocolo TCP/IP é feita através do número IP. Número IP do computa-
dor de origem e número IP do computador de destino. Porém não seria nada produ-
tivo se os usuários tivessem que decorar, ou mais realisticamente, consultar uma tabela
de números IP toda vez que tivessem que acessar um recurso da rede. Por exemplo, quando
se digita http://www.microsoft.com/brasil, para acessar o site da Microsoft no Brasil, não
é necessário se preocupar e nem saber qual o número IP do servidor onde está hospedado
o site da Microsoft Brasil. Mas alguém tem que fazer este serviço, pois quando se digita
http://www.microsoft.com/brasil, o protocolo TCP/IP precisa ”descobrir”(o termo técnico
é resolver o nome) qual o número IP está associado com o endereço digitado. Se não for
possı́vel ”descobrir”o número IP associado ao nome, não será possı́vel acessar o recurso
desejado.
O papel do DNS é exatamente este, ”descobrir”, ou usando o termo técnico, ”resolver”um
determinado nome, como por exemplo http://www.microsoft.com. Resolver um nome sig-
nifica, descobrir e retornar o número IP associado com o nome. Em outras palavras, o DNS é
um serviço de resolução de nomes, ou seja, quando o usuário tenta acessar um determinado
recurso da rede usando o nome de um determinado servidor, é o DNS o responsável por
localizar e retornar o número IP associado com o nome utilizado. O DNS é, na verdade,
um grande banco de dados distribuı́do em milhares de servidores DNS no mundo inteiro
[DNS07].
4.3 Metodologias
Para que o experimento possa ser acompanhado e/ou controlado pela internet é necessário
ter um servidor rodando o processo, no caso o experimento, para que um cliente solicite o
4.3. METODOLOGIAS 55
serviço.
O LabVIEW pode ser configurado para ser um servidor. Portanto se tem o experimento que
pode ser manipulado pelo LabVIEW através da placa de aquisição de dados e se o software
estiver configurado para ser um servidor, um cliente que tenha o LabVIEW instalado em sua
máquina, pode controlar e/ou acompanhar este experimento através da Internet. A Figura
4.1 ilustra esse esquema.
Um site para disciplina Sistema de Aquisição de Dados e Interface foi criado para que os
alunos tenham mais facilidade de interação com o professor. Nesse site estarão disponı́veis
notas de aula, apostilas e livros sobre a disciplina, os guias para os experimentos, publicações
de notas e avisos gerais. Através do site também será possı́vel anexar os experimentos à serem
acompanhados remotamente.
O site foi criado num editor do Google, o GooglePages [Goo07]. Além de editar a página, é
possı́vel hospeda-la no servidor da empresa gratuitamente, basta ter uma conta no Google.
Na Figura 4.2 pode ser visualizada a página inicial deste site cujo link de acesso é
http://labsdoze.googlepages.com.
O LabVIEW deve ser configurado como servidor para que um cliente solicite seu serviço,
ou seja, acompanhamento do experimento. Quando configurado como servidor o LabVIEW
gera um arquivo html que pode ser visualizado pelo navegador de internet Internet Explorer,
desde que se tenha o software instalado na máquina. Nesta seção serão descritos os principais
passos para configurar o LabVIEW como servidor, para maiores detalhes pode-se acessar o
help do LabVIEW.
Deve-se clicar em Tools/Options. Procure a opção Web Server: Configuration. Deve-
se habilitar o ı́tem Enable Web Server. O diretório raiz (Root Directory) é onde
serão salvas os arquivos que serão solicitados pelo cliente quando este estiver solicitando do
servidor, no caso o LabVIEW. Nos campos HTTP Port e Timeout (sec) clica-se na opção
Use default. Na Figura 4.3 observamos como deve ficar essa configuração.
56 CAPÍTULO 4. MONITORAMENTO REMOTO
Agora deve-se configurar a página que será exibida na internet. Clique em Tools/Web
Publishing Tool (Figura 4.4).
No campo Document Title digite o tı́tulo de sua página, por exemplo, com o nome do
experimento em questão. Em Header pode-se fazer uma descrição a cerca do experimeto.
O campo VI Name deve-se selecionar o arquivo do LabVIEW que estará sendo disponibi-
lizado para a internet, ou seja, o painel que será exibido. Em Viewing Options selecione
Embedded. Selecione também os dois ı́tens ao lado (Border e Request Control). Salve o
arquivo na pasta indicada em Root Directory (Figura 4.3) e clique em Start Web Server
e Done.
O servidor do LabVIEW esta configurado para se comunicar com o cliente remotamente
segundo o protocolo TCP. Entretanto o servidor deve ter seu nome disponibilizado na internet
com uso de um servidor de DNS, para que os demais usuários do site possam ter acesso a
ele sem necessariamente conhecer o seu ip. Essa divulgação e conseqüentemente associação
do endereço do site ao ip do servidor foi feita com o uso de um servidor de DNS online, o
NO-IP. O No-IP é um lı́der no gerenciamento de serviços de DNS. Oferece uma ampla gama
de serviços pertinentes à presença de páginas na Internet, a partir do gerenciamento DNS
[NI07].
Com o uso deste recurso, qualquer computador com ip fixo ou dinâmico que possua um
servidor em seu sistema pode virar um ponto de monitoramento remoto sem a necessidade
de pagamento de um domı́nio na internet para disponibilização de um site.
Um teste simples foi feito, configurou o LabVIEW como servidor com o experimento do
Luxı́metro em uma máquina. Em outro computador que tinha o LabVIEW instalado, acessou
o site criado pelo NO-IP. Na Figura 4.5. pode ser visualizada o site com o experimento do
Luxı́metro.
58 CAPÍTULO 4. MONITORAMENTO REMOTO
Conclusões
Este texto como o próprio tı́tulo sugere: Desenvolvimento de uma Plataforma de Experimen-
tos para a Disciplina de Sistemas de Aquisição de Dados e Interface, é um texto desenvolvido
com a finalidade de criar uma base de estudo para implementação de uma forma didática
de ensino da disciplina em questão. É o resultado de estudos sobre estes assuntos, tendo-se
como base as referências bibliográficas citadas e as consultas realizadas no grande livro que
a humanidade chama de Internet.
Entenda-se por livro, a definição de Millor Fernandes:
Local de
Informações
Variadas
Reutilizáveis e
Ordenadas.
Portanto, deve ser lido, discutido, melhorado de forma simples e continua. Na realidade,
trata-se de mais uma tentativa de organização de informações condensadas sobre as diversas
tecnologias de sensores e das formas de adquirir as grandezas associadas a eles.
Foram apresentados Alguns dos detalhes de implementação do trabalho, mas a essência do
desenvolvimento das atividades deve ser discutida, fez-se uma rápida descrição do hard-
ware enfocando-se apenas os aspectos fundamentais. Do mesmo modo, não se discutiu os
aspectos de criação dos instrumentos virtuais de forma tão detalhada, necessários para a
implementação dos experimentos.
Na Disciplina de Aquisição de Dados e Interface, o desenvolvimento de experimentos com
o uso de sensores, é uma forma de dinamizar as aulas e deixá-las ainda mais informativas.
Torna-se portanto, necessária, uma atualização constante sobre os aspectos atuais e sobre
as perspectivas futuras. A utilização de sistemas usando instrumentação virtual, tem sido
amplamente utilizada pela indústrias de modo geral. As aplicações destes sistemas para fins
industriais, estão em sua fase inicial, e este evento, deve propagar-se para as outras áreas de
aplicação do conhecimento humano.
Os Relatório escrito não possui um capı́tulo dedicado aos resultados, visto que nesse tipo
de proposta os resultados devem ser observados em termos de desempenho do aluno ao
decorrer do perı́odo letivo no qual a plataforma foi implementada. Mesmo assim os resultados
experimentais a que se pode questionar quanto ao funcionamento dos experimentos forma
todos positivos, dado a simplicidade das implementações, com o funcionamento de cada um
isoladamente e em conjunto com outro experimentos.
Apesar do funcionamento de todos os experimentos algumas observações devem ser feitas. O
59
60 CAPÍTULO 5. CONCLUSÕES
uso da placa se restringiu as entradas e saı́das digitais, não havendo testes dos outros recur-
sos disponı́veis na placa segundo o fabricante. O experimento referente ao monitoramento
cardı́aco ainda é um tanto incomodo pelo fato da necessidade de se utilizar eletrodos colados
ao corpo, além da necessidade de uma limpeza do local de localização dos eletrodos, que
para homens quer dizer a remoção dos pêlos da área peitoral. No experimento do módulo de
Peltier, as variações de temperatura de uma placa em relação a outra não são tão grandes
dependendo da temperatura ambiente.
Este texto esta sendo elaborado, alguns capı́tulos ainda não foram completamente revisados,
o autor (jose.neto@ee.ufcg.edu.br) agradece, antecipadamente, todas e quaisquer, crı́ticas,
sugestões e correções que nos forem enviadas, no sentido de melhorar o presente texto.
Bibliografia
[Dev05] Analog Devices. Low-Cost ±2 g Dual-Axis Accelerometer with Duty Cycle Output.
http://www.analog.com/en/prod/0 2877 ADXL202 00.html, 2005.
[Lue05] Gerald Luecke. Analog and digital circuits for electronic control system
applications : using the TI MSP430 microcontroller. Elsevier, first edition, 2005.
[Mot96] Motorola. Octal High Voltage, High Current Darlington Transistor Array, 1996.
61
62 BIBLIOGRAFIA
[San04] Ricardo Palma & Nuno Santos. Sistema Biométrico de Esforço Fı́sico Despendido
por um Ciclista. Trabalho de conclusão de curso, Escola Superior de Tecnologia
Instituto Politécnico de Setúbal, Outubro Ano lectivo de 2003/2004.