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24/10/2018 11 A DIETA

A DIETA DA LONGEVIDADE CEREBRAL

Dharma Singh Khalsa, M.D.

Agora é o momento de dar um passo estimulante a caminho da regeneração de seu cérebro.

Daqui a alguns anos, talvez você se lembre desse dia como aquele em que começou a mudar o rumo de sua vida. Até
agora, esse rumo pode ter sido inadvertidamente caracterizado pela implacável e permanente degeneração do seu cérebro
e corpo. Talvez você tenha sentido que não poderia escapar desse declínio constante e até o achasse normal. Pode ser
que você tenha acreditado que o "envelhecimento" e a "deterioração" fossem sinônimos. MSS não são.

O "envelhecimento" é apenas o passar do tempo. E o tempo pode ser usado para a regeneração, e não apenas para a
degeneração.
O poder de regeneração está em você. Se quiser, irá consegui-la. A escolha é sua.

O Poder de Regeneração da Terapia Nutricional

A terapia nutricional, que inclui uma mudança dos hábitos alimentares, o emprego de tônicos medicinais naturais e
complementação de nutrientes específicos e concentrados, será um dos quatro pilares de seu programa de regeneração do
cérebro. Os outros três são o controle do estresse, os exercícios (cardiovascular, mental e mente-corpo) e o uso de
medicação farmacêutica.

Nenhum desses quatro pilares é mais importante do que os outros. Todos os quatro são sinérgicos e, por isso, necessários
à total regeneração do cérebro.

O único elemento que, às vezes, excluo dos programas de certos pacientes é a administração de medicamentos
farmacêuticos. Os pacientes com debilitação da memória associada à idade — ou que não têm qualquer patologia, mas
apenas desejam otimizar sua função cognitiva — talvez não precisem tomar remédios. Também há pacientes que precisam
de uma medicação apenas nos primeiros estágios do programa.
Fazer uma terapia nutricional é o melhor meio de se começar um programa de longevidade cerebral, e você pode começar
o mais breve possível, ou seja, na próxima refeição. Os resultados podem ser rápidos e definitivos; muitos pacientes
reagem à terapia nutricional de um dia para o outro. Por exemplo, um dos meus pacientes, um homem de 48 anos com
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debilitação da memória associada à idade, comprou alguns complementos logo após ter me consultado, apenas para
"manter o entusiasmo". Na manhã seguinte, ele tomou duas pílulas de fosfatidilcolina, um comprimido de Ginkgo biloba, e
100 mg do complexo vitamínico B. Quando ele chegou para sua consulta subseqüente, por volta do meio-dia, estava com
um aspecto radiante. Disse-me que se sentia como se "tivesse saído de um fog". Sua função cognitiva estava mais
aguçada e sua mente funcionava com mais clareza.

Ele apenas permitiu que seu organismo produzisse um pouco mais do neurotransmissor acetilcolina do que costumava
produzir, e isso, muito provavelmente, foi a causa da sensação subjetiva de maior clareza cognitiva. Para esse paciente,
sua reação era um milagre, o que o encorajou a seguir seu programa de longevidade cerebral com maior entusiasmo.

Não por acaso, a primeira explosão de melhora desse paciente foi seguida de outras, principalmente quando ele
acrescentou outros elementos do programa. Em questão de meses, ele contou que se "sentia como um garoto". Não há
nada tão radical quanto o impacto desse primeiro impulso para um novo plarô de funcionamento. A terapia nutricional é
realmente poderosa.

Um dos primeiros benefícios da terapia nutricional é que ela ajuda a reparar o dano causado pelo cortisol. E também
previne outros danos como esse. Como você pode se lembrar, o cortisol tem três efeitos negativos:

Arruína o suprimento do único combustível do cérebro, a glicose; interfere na função dos neurotransmissores; e provoca a
morre subseqüente de neurônios, ao produzir moléculas de radicais livres. Como você verá neste capítulo, uma terapia
nutricional adequada neutraliza todos esses efeitos devastadores. Restaura e estabiliza o suprimento de glicose do cérebro;
estimula os neurotransmissores; e protege os neurônios dos radicais livres.

A terapia nutricional também ajuda a reparar o dano causado por outro destruidor do cérebro: a má circulação sanguínea.
Ela é a principal responsável por quase 20% de todos os casos da disfunção cognitiva grave nos idosos, e estou
convencido de que é um fator em potencial que contribui para uma leve debilitação da memória associada à idade. Apesar
de não haver qualquer evidência irrefutável de que a má circulação contribui para o mal de Alzheimer, acredito que ela
amiúde torna mais intensos os sintomas da doença.

Outro grande beneficio da terapia nutricional é que ela, diretamente, supre os neurônios com a "matéria-prima" necessária a
uma função apropriada. Como o cérebro faz parte do corpo humano, ele precisa das mesmas "matérias-primas" nutricionais

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que os outros órgãos do corpo. Com uma alimentação adequada, seu cérebro pode produzir novos dendritos e formar
novas conexões sinápticas, até o último dos seus dias.

Pode ser até que você já esteja ingerindo todos os nutrientes de que seu cérebro precisa para uma regeneração. Mas, é
muito improvável. Se você está seguindo uma dieta que se aproxima daquelas do padrão americano, certamente, está
deixando de consumir os nutrientes necessários para atingir a longevidade cerebral. Na verdade, talvez até esteja se
envenenando lentamente. Aproximadamente, um entre três americanos está cometendo suicídio, todos os dias, à mesa de
jantar.

Como a Dieta Americana Comum Contribui Para as Doenças Degenerativas.

Pode parecer um exagero quando digo que um terço dos americanos está, aos poucos, se envenenando. Mas, essa
afirmação é tão verdadeira quanto os fatos que a confirmam.

Está comprovado que oito entre 10 americanos têm doenças cardiovasculares ou câncer. Segundo o Instituto Nacional da
Saúde dos Estados Unidos, 35% de todas as mortes causadas pelo câncer e 30% por doenças do coração estão
diretamente ligadas à dieta. Uma dieta incorreta está em segundo lugar na lista de causa mortis nos Estados Unidos,
antecedida pelo fumo. Fumar mata aproximadamente 425 mil pessoas por ano, e uma dieta incorreta mata pelo menos 350
mil.

É claro que algumas pessoas dizem: "Todo mundo morre de alguma coisa, mais cedo ou mais tarde". Mas, se essas
pessoas testemunhassem, em primeira mão, o horror do sofrimento final do câncer, do derrame que paralisa ou da doença
de Alzheimer, elas deveriam repensar sua filosofia. Preste atenção nas minhas palavras: é melhor morrer com saúde do
que ser uma pobre vítima de um cérebro destruído com o mal de Alzheimer.

As pessoas, simplesmente, não têm de morrer devido a sua alimentação.

Em termos históricos, nosso nível epidêmico de doenças degenerativas relacionadas à alimentação é um fenômeno
relativamente recente. Todos os estudos publicados sobre saúde revelam que as doenças degenerativas relacionadas à
dieta eram raras há cerca de 100 anos, quando a dieta típica era totalmente diferente. Isso é valido, mesmo quando um
breve espaço de tempo de 100 anos atrás seja levado em consideração.

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As doenças degenerativas ligadas à dieta, mesmo hoje, não são um fenômeno mundial. São raras em muitos países,
sobretudo nos países vegetarianos. A morte relacionada à alimentação é, essencialmente, uma "doença da afluência". Uma
das mais trágicas ironias do mundo de hoje é que quase um terço das pessoas do planeta está subnutrida, enquanto outro
um terço está morrendo de tanto comer.

A dieta americana mudou na sua totalidade, há aproximadamente 100 anos, à medida que a nação começava a desfrutar,
cada vez mais, dos benefícios econômicos da industrialização. Entre os anos de 1910 e 1980, o consumo de gordura
aumentou em média de 125 mg por dia para 156 mg. Além disso, durante essa época, a proporção de gordura insaturada
para saturada na dieta elevou-se a cinco para um, quando a taxa saudável é de um para um. Durante esse mesmo período,
o consumo de carboidratos complexos caiu de 37 para 21%. Também, durante esses anos de 1910 a 1980, o consumo de
açúcar simples aumentou de 12 para 25% em toda a dieta.

Uma razão para que os padrões dietéticos tenham mudado é que muitas pessoas, hoje, comem fora de casa. Um quinto de
todas as refeições são gêneros alimentícios relativamente saudáveis quando é retirada da terra, apesar de ter-se
desenvolvido num solo cansado. A partir daí, ela é levada para uma fábrica processadora, onde alguns nutrientes são
removidos, para que a cenoura resista ao polimento e fique com uma aparência atraente, enquanto outros nutrientes são
acrescentados. Depois, a cenoura é colocada num vidro com uma solução de conservantes e levada para um armazém,
onde é congelada a vácuo. Ela passa semanas ou meses ali, num estado de suspensão. Daí, ela é descongelada, lavada,
cozida e colorida na cor laranja e enlatada. Então, passa outro mês nas prateleiras do depósito, esperando ser
comercializada. No supermercado, fica outro mês na prateleira. Depois, é levada para um restaurante ou para uma casa,
onde é colocada num microondas e salpicada com sal e manteiga.

Finalmente, vai para o prato. Você olha para ela e ainda parece uma cenoura. Mas não é. Agora, essa cenoura é um
cadáver.

Ironicamente, nos países subdesenvolvidos, onde as pessoas não têm o "luxo" de comer comidas cadavéricas, desnutridas
e ricas em gorduras, as taxas de mortalidade por doenças relacionadas à dieta são baixíssimas. Por exemplo, a taxa de
mortalidade do câncer da mama — o qual está ligado ao consumo excessivo de gordura — é extremamente baixa. Em El
Salvador e na Tailândia, os índices de câncer da mama são 20 vezes mais baixos do que nos Estados Unidos. No Japão,
que é um país economicamente desenvolvido, mas ainda é caracterizado pela dieta vegetariana, os índices do câncer da
mama estão aproximadamente seis vezes mais baixos do que nos EUA.

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As doenças cardiovasculares mostram padrões de ocorrência semelhantes.

Obviamente, as dietas incorretas estão atingindo muitos americanos. E representam um ônus ainda maior para os
americanos estressados.
O Estresse Aumenta as Necessidades Nutricionais

Se você está estressado — como a maioria das pessoas com perda da memória — suas necessidades nutricionais estão
aumentadas. O estresse "queima" nutrientes extras, assim como as atividades físicas. Desse modo, as pessoas
estressadas precisam de nutrientes adicionais, como os atletas.

Num estudo revelador feito pelo Ministério de Agricultura dos Estados Unidos, os pesquisadores descobriram que os
indivíduos que receberam tarefas além do normal, com prazos de entrega apertados, experimentaram uma queda de 33%
no volume de minerais de seu sangue.

Nesse estudo, um dos minerais que mais se esgotou foi o magnésio, que normalmente é eliminado em quantidades
excessivas quando o nível de cortisol se eleva. Devido ao magnésio ser um "mineral calmante", sua perda intensifica a
vulnerabilidade ao estresse. Essa perda de magnésio não é apenas causada pelo estresse, mas também o estimula,
levando a uma espiral degenerativa.

Ademais, o magnésio costuma estar anormalmente baixo nos neurônios dos pacientes com mal de Alzheimer. Alguns
pesquisadores acreditam que esse déficit é parcialmente responsável por um dos sinais mais comuns do mal de Alzheimer
— o acúmulo de cálcio nos neurônios. O magnésio é a "contrapartida" do cálcio, e esses dois minerais, normalmente,
mantêm o equilíbrio um do outro.

Outros nutrientes esgotados pelo estresse são as vitaminas antioxidantes C e E, que ajudam a proteger o cérebro dos
radicais livres. A vitamina C, em particular, é "queimada" pelo estresse, em parte porque grandes quantidades de vitaminas
são armazenadas nas glândulas supra-renais.

O estresse também parece aumentar as necessidades do organismo em relação às proteínas e carboidratos. O estresse
acelera o ritmo do metabolismo, que, por sua vez, aumenta a demanda não só de "combustível" alimentar, como também
de proteínas parciais chamadas aminoácidos, as quais são usadas por uma série de atividades neurológicas.

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O estresse, via cortisol, também agrava a necessidade física do carboidrato. A produção do cortisol desencadeia a
liberação de uma substância química cerebral chamada neuropeptídio Y, que motiva o desejo de consumir carboidrato.
Esse mecanismo bioquímico é a razão pela qual, muitas pessoas se excedem ao comer doces e alimentos com amidos
quando estão sob estresse.

Como você pode ver, há muito mais coisas erradas com a dieta americana média. Os americanos pagam um preço
altíssimo por essa imprudência dietética, e esse pagamento se dá através da lenta degeneração do cérebro e corpo.

Agora, vamos conhecer uma maneira muito mais inteligente de comer: uma dieta que produzirá a regeneração.

A Dieta da Longevidade Cerebral

Não há nada de complexo, que não desperte o apetite, ou de difícil em relação à Dieta de Longevidade Cerebral. Na
verdade, ela não é nem mesmo uma dieta, no sentido pleno da palavra. Não aconselho meus pacientes, que estão fazendo
a Dieta de Longevidade Cerebral, a comerem certos alimentos, em determinados momentos, como também em
quantidades específicas. Sempre fui muito cético a respeito do tipo de dieta que eu considero extremamente planejada.
Apenas por uma razão; ninguém consegue seguir uma dieta de proibição a tudo por mais de um ou dois meses. Ela só cria
dificuldades e não é nem emocional e nem fisicamente satisfatória. Uma dieta rígida, baseada na proibição, concede todos
os poderes e controles a quem tenha criado a tal dieta. Não aceito isso, de maneira alguma. Não quero controlar meus
pacientes. Quero que eles aprendam a ter autocontrole, o único tipo de controle que realmente funciona, e o único que
persiste.

Portanto, a Dieta de Longevidade Cerebral não é um conjunto de cardápios planejados, e sim uma associação de
princípios. Esses princípios dietéticos, como outros princípios do programa de longevidade cerebral, são simples, claros e
viáveis. Como o restante do programa, giram em torno de boa ciência com bom senso.

Eis aqui os princípios básicos:


Faça. uma dieta com baixo teor de gordura. O que é bom para o coração é bom para a cabeça. O cérebro é parte do corpo
humano e o sangue não circula bem quando está cheio de gordura. Além disso, a gordura literalmente "apodrece seu
cérebro", como mostrarei em breve.

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Faça uma dieta rica em nutrientes. Seu cérebro precisa de um imenso sortimento de nutrientes, e você não os obterá em
calorias vazias. Não sobrecarregue seus órgãos de digestão, assimilação e eliminação com "alimentos vazios". Faça com
que cada garfada seja importante.

Evite a hipoglicemia. O único "combustível" do cérebro é a glicose. Quando a taxa de açúcar no sangue está baixa, seu
cérebro não funciona bem. Quando essa taxa abaixa demais, os neurônios morrem. Quando você faz uma dieta de fome,
deixa seu cérebro com inanição. Se sua dieta for extremamente rígida, você acaba por definhar partes do cérebro, e essas
podem chegar à morte.

Faça uma dieta que seja relativamente baixa em calorias. Não fique com fome, mas faça uma dieta leve. A restrição de
calorias é um dos poucos métodos já comprovados para alcançar a longevidade.

Entretanto, se você fizer uma dieta pobre em gorduras e rica em nutrientes, naturalmente irá comer alimentos de "baixa
caloria".

Faça uma dieta balanceada. Não quero dizer que você deveria comer quantidades iguais dos "quatro grupos alimentares
básicos". Este é o estilo não balanceado, de alto teor de gordura que causa tantos problemas à saúde. Faça uma dieta
equilibrada, que contenha todos os tipos de fibras, vegetais, frutas e proteínas não-animais, junto a laticínios desnatados e
carne magra (se você não dispensar a carne).

Tome suplementos vitamínicos. Conheço alguns "especialistas " que dizem que você pode obter os nutrientes necessários
com uma boa dieta. Porém, necessários para quem, na minha opinião, seguir uma boa dieta não é, necessariamente,
prover-se de nutrientes suficientes para regenerar o cérebro.

Coma comida de verdade. Não se alimente de comida enlatada, ou que seja processada. Não coma alimentos
envenenados com pesticidas. Não coma alimentos em conserva. Comida de verdade para gente autêntica — a despeito
das similaridades que você vê — se encontra na seção de hortifrutigranjeiros do supermercado.

Alimente seus neurotransmissores. Eles precisam de nutrientes especiais, e, provavelmente, não estão tendo o suficiente.
Quando, conscientemente, você "alimentar sua cabeça", conseguirá ter um "cérebro dinâmico".

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É isso. Fim do discurso. Não é realmente simples? Desde logo, essa dieta pode ser simples de descrever, mas ela pode
não ser tão simples de seguir — principalmente, se você estiver seguindo a dieta americana típica.

Agora serei mais específico em relação ao tipo de dieta que você deveria estar fazendo.

Recomendo aos meus pacientes que sejam especialmente cautelosos no que diz respeito à alimentação nos primeiros
estágios de seus programas, quando ocorre a principal "cura do cérebro". Durante essa fase de vital importância, que dura
dois meses, aconselho-os a comer aproximadamente 50% de suas calorias em forma de fibras. Essas fibras podem ser os
cereais, pães e outros produtos assados em forno. Elas também podem ser consumidas em sopas, cozidos, massas e
caçarolas. Quase toda a fibra é bem-vinda, e uma grande variedade delas deveria ser comida, para manter a dieta
interessante e satisfatória.

Os outros 25% da ingestão total de calorias deveriam ser compostos de frutas e vegetais. Os feijões, principalmente, são
muito nutritivos e ricos em proteínas, e resultam em pratos agradáveis que podem ser preparados de várias maneiras. Em
razão de serem ricos em proteínas e um alimento saudável, eles são um ótimo substituto da carne.

Quando possível, as frutas e os vegetais devem ser frescos. Também é bom saber a sua procedência. Os herbicidas e os
pesticidas podem ter um efeito nocivo sobre a função do cérebro.

Para atender à demanda de proteína do cérebro, a soja é especialmente importante, porque tem baixos teores de gordura e
é rica em aminoácidos, que suprem os neurotransmissores. A proteína de soja é também um eficaz limpador de radicais
livres, devido aos seus altos teores de genisten, um potente antioxidante. A soja tende a elevar o colesterol "bom", ligado a
lipoproteína, de alta densidade, e a reduzir os triglicérides. Os dois aminoácidos da soja, glicina e arginina, controlam a
produção de insulina, ajudando a estabilizar o açúcar no sangue.

Os produtos com soja também podem beneficiar as mulheres que estão na fase da menopausa, porque a soja contém
substâncias chamadas fitoestrogênos — substâncias naturais que exercem moderadas atividades estrogênicas. Estudos
feitos em mulheres na China e no Japão indicam que aquelas que consomem grandes quantidades de fitoestrogênos,
encontrados na soja, sofrem um pouco menos dos efeitos colaterais da menopausa. Se você é alérgico à soja, ou tem
dificuldade para digeri-la, há outros alimentos ricos em proteína, além da carne, como os iogurtes, o queijo cottage,
amêndoas, lentilhas, grão-de-bico e grãos como o painço e o farelo de arroz.

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A ingestão de quantidades moderadas de laticínios semidesnatados ou desnatados pode ser útil, porém, as pessoas nos
países mais desenvolvidos tendem a supervalorizar sua importância. O iogurte, provavelmente, é o melhor produto entre os
laticínios, principalmente devido às suas ações pró-bióticas no intestino, onde ele libera bactérias que ajudam na digestão.

A carne é até admissível no programa de longevidade cerebral, mas não significa que seja necessária. A proteína
adequada pode ser consumida sem ter que se comer carne, e todos os tipos de carne têm gordura. Mesmo os tipos mais
magros, como a carne branca da galinha, têm muito mais gordura do que os outros alimentos ricos em proteínas que eu
recomendo. Muitas pessoas são fixadas à idéia de comer carne, e acho improdutivo fazer disso um assunto de
controvérsia.

Se você acha que pode comer bacon no café da manhã, um Big Mac no almoço e um filé mignon no jantar — e ainda fazer
o programa de longevidade cerebral — esqueça. Esses dias acabaram. Você tem que fazer uma opção: seu hambúrguer ou
seu cérebro.

Se você come carne, deve tentar restringir esse consumo a três vezes por semana. Quando você comer carne, a porção
deverá ser de 100 g.

Isso é, mais ou menos, a espessura e o tamanho de um baralho. Se você come peixe, poderá aumentar essa porção. Esta
quantidade pode não ser tanto quanto você quer, mas é quanto seu organismo quer. Até aproximadamente a II Guerra
Mundial, essa quantidade de carne era a média consumida. Naquela época, a maioria das pessoas não tinham a "sorte" de
poder comprar grandes quantidades de carne.
Se você faz uma dieta que é composta, em sua maioria, de grãos, fibras, vegetais e frutas, estará beneficiando mais do que
seu próprio cérebro. Você também reduzirá seu risco do câncer, pelo menos, à metade, segundo o Instituto Nacional da
Saúde dos Estados Unidos, o seu risco de uma doença cardiovascular é de aproximadamente 70%.

Você também pode evitar o diabetes, e minimizar em 80% o risco do tipo mais comum de cegueira em adultos
(degeneração da mácula). Ainda, você terá mais energia, seu impulso sexual provavelmente aumentará e com certeza
perderá peso.

Desse modo, uma dieta vegetariana será útil para sua imunidade contra as doenças comuns. Isso acontece não só porque
seu sistema imune se torna bem nutrido, mas porque você estará ingerindo um rico suprimento de um grupo de alimentos
recém-descobertos chamados fitoquímicos. Essencialmente abundantes nos vegetais frescos e crucíferos (repolho,
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brócolis, couve-de-bruxelas, etc.), os fitoquímicos têm propriedades farmacológicas eficazes contra doenças e também
ajudam a preveni-las ajudando na reação do sistema imune.

Há muito mais coisas em relação à terapia nutricional do que o simples senso comum. Há métodos dietéticos específicos
que você pode empregar para ter o controle de sua função cognitiva, humor e memória.

Como "Nutrir" Seus Neurotransmissores

Agora, você sabe que há muitos neurotransmissores-chave que são de absoluta importância para a memória, a
concentração, o aprendizado, a energia e a felicidade. As substâncias que compõem quatro dos mais importantes
neurotransmissores — acetilcolina, noradrenalina, serotonina e dopamina — vêm diretamente de sua. dieta.

Então, vamos ver, nutricionalmente falando, como você pode alcançar altos níveis desses importantes neurotransmissores.

Como Aumentar A Produção De Acetilcolina:

O "NEUROTRANSMISSOR DA MEMÓRIA" Como você sabe, a acetilcolina é o principal transportador do pensamento e da


memória.

Se você não tem acetilcolina suficiente no cérebro, com certeza sofrerá perda da memória e disfunção cognitiva. Na
verdade, um déficit de acetilcolina é, provavelmente, a única e mais comum causa de debilitação da memória associada a
idade. O cérebro de todos os pacientes com doença de Alzheimer tem níveis surpreendentemente baixos de acetilcolina, e
acredito que o cérebro de quase todas as pessoas com esse tipo de enfraquecimento também tenha baixos níveis de
acetilcolina.

Recobrar os níveis apropriados de acetilcolina é muito fácil; você conseguirá fazer isso em questão de horas. Tudo o que
tem a fazer é ingerir os nutrientes específicos dos quais a acetilcolina faz parte. O mais importante de todos os nutrientes é
a colina, que está presente em altas quantidades na lecitina.

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A colina pode ser comprada como um suplemento em qualquer loja de produtos naturais. Contudo, muitas pessoas
preferem ingeri-la tomando lecitina, que também está disponível em quase todas as lojas de produtos naturais e na maioria
dos bons supermercados. A lecitina tende a ser mais barata do que a colina, e não tem aquele odor de "peixe", próprio da
colina.

A lecitina é muito útil no que diz respeito a ajudar seu organismo a digerir e a transportar gordura. Ela mantém o colesterol
solúvel, e também ajuda a produzir os ácidos bilares que vêm do colesterol.

O tipo de colina de que seu cérebro precisa é mais conhecido como fosfatidilcolina. Este tipo de colina é o principal
componente de suas células cerebrais. Se seu cérebro não obtém fosfatidilcolina suficiente, falando em termos nutricionais,
ele, literalmente, "canibalizará" as células cerebrais para obter esse nutriente essencial.

A colina, ingerida como lecitina, é amiúde prescrita pelos médicos como parte de seu tratamento do mal de Alzheimer.
Entretanto, a partir do momento em que o mal de Alzheimer está clinicamente visível, já é tarde para que a colina tenha um
impacto significativo. Já que o cérebro sofreu um dano estrutural grave, um déficit de acerilcolina é apenas um problema
secundário. Ainda assim, algum benefício, por menor que seja, pode ser extraído.

As evidências clínicas revelam que a lecitina pode ser de grande valor na prevenção da deterioração do cérebro, se ela for
usada terapeuticamente nos primeiros estágios do enfraquecimento da memória. As pessoas com debilitação da memória
associada à idade, tipicamente, reagem muito bem quando a lecitina é administrada.

Baseado na minha experiência, tenho visto pacientes com distúrbios de memória, oscilando de amena a moderada,
reagirem positivamente à lecitina. É quase uma "droga milagrosa" para alguns cérebros levemente debilitados.

Provavelmente, você já ingere cerca de 1.000 mg de lecitina por dia, porque ela é muito encontrada nos alimentos, e
também freqüentemente adicionada à comida. Os alimentos ricos em lecitina são o feijão de soja e seu óleo, a gema do
ovo, germe de trigo, amendoim e sua manteiga, fígado, presunto e produtos de trigo integral.

Para ingerir a lecitina em doses terapêuticas você precisa tomar os complementos de lecitina. Você não pode somente
comer alimentos ricos o suficiente em lecitina para obter os efeitos de que precisa para a regeneração do cérebro. Os
complementos de lecitina são baratos, atóxicos e fáceis de digerir, e ainda estão disponíveis na forma de pílulas, grânulos,

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líquidos, comprimidos e pó. Eu recomendo as pílulas, uma vez que os pacientes parecem preferi-las. Você deve tomar,
aproximadamente de 2.500 a 3.000 mg quatro vezes ao dia, para uma dose diária total de 10.000 a 12.000 mg.

O "suco vegetal" à base de clorofila é uma fonte abundante, suprindo quase 2.000 mg de lecitina por porção.

É muito importante que você tome vitamina C e vitamina B5 (ácido pantotênico) com a lecitina, porque essas vitaminas são
essenciais para transformar a lecitina em acetilcolina.

Para potencializar a produção de acetilcolina, você deve tomar, aproximadamente, 1.000 mg de vitamina C três vezes ao
dia (para uma dose diária de 3.000 mg). Alguns médicos a consideram uma dose alta, mas entendo ser muito prudente, e
recomendo até doses mais altas para muitos pacientes. Entretanto, em algumas pessoas, a vitamina C pode causar uma
temporária e pequena irritação estomacal e intestinal. Se isso ocorrer, diminua a dose até que você se veja livre de qualquer
sintoma gastrintestinal.

Não menos do que 100 mg por dia de vitamina B5 devem ser tomados. Repetindo, esta é considerada, por alguns médicos,
uma "megadose" de vitaminas. Porém, muitos nutricionistas acham que a B5 pode ser benéfica em doses altas, até 500
mg. A vitamina B5 não tem nível de toxicidade e não causa qualquer efeito colateral.

Junto às vitaminas C e B5, é bom tomar a B6 e o zinco, que também ajudam na síntese da acetilcolina. Normalmente, um
bom complexo multivitamínico irá suprir a necessidade desses co-fatores.

Essa simples fórmula nutricional — lecitina + B5 + C — é absolutamente necessária para qualquer pessoa que esteja em
um programa de longevidade cerebral.

Outra maneira de ajudar a completar os níveis de acetilcolina é tomar o nutriente DMAE (dimetilaminoetanol). O DMAE está
presente em pequenas quantidades no cérebro, e está concentrado em alguns frutos do mar, inclusive as sardinhas. Auxilia
na produção de acetilcolina, particularmente quando é tomado junto com a vitamina 8500 pantotenato de cálcio. Estudos
revelaram que o DMAE pode melhorar o aprendizado e a memória, como também ajudar nos distúrbios de assimilação que
estão ligados à hiperatividade.

O DMAE é, de alguma forma, estimulante para o sistema nervoso, por isso você deveria de início experimentá-lo em
pequenas doses — aproximadamente 40 mg duas vezes ao dia. Você pode aumentar a dose até 200 mg por dia se não se
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sentir muito excitado. Mesmo quando o estímulo ocorre, raramente há um "efeito rebote" de letargia, a exemplo do que
freqüentemente acontece com outros estimulantes como a cafeína.

Em geral, os efeitos do DMAE aumentarão gradativamente, e você pode até não notar qualquer melhora em sua
capacidade mental nas primeiras duas semanas.

Não subestime a importância do fortalecimento nutricional de seu cérebro através do suprimento da acetilcolina. Ela é a
base da terapia nutricional para a memória.

Como Aumentar a Produção de Noradrenalina e Dopamina, os "Neurotransmissores de Energia"

Você se lembra o quanto é importante a noradrenalina na criação da memória permanente? Esse neurotransmissor
estimulante — o "primo próximo" da adrenalina (ou epinefrina) — é a substância que nos faz lembrar dos eventos excitantes
ou traumáticos. Se não fosse a noradrenalina, as pessoas não teriam lembranças vívidas e duradouras dos eventos
emocionais.

Além de transportar e "fixar" a memória remota, a noradrenalina é uma das principais substâncias químicas da "felicidade"
que residem no cérebro. Eleva o humor e lhe dá energia e otimismo.

Sem noradrenalina suficiente, você ficará num estado de humor depressivo, sem conseguir se concentrar, sem agüentar o
estresse, e não será capaz de armazenar a memória permanente.

A dopamina não é tão importante para a função cognitiva como a noradrenalina, porém é estimulante para a química
cerebral. A dopamina, como você se lembra, é o neurotransmissor principal que controla os movimentos do corpo.
Normalmente, ela vai diminuindo à medida que as pessoas envelhecem, e esse declínio é responsável pela perda da
coordenação e do controle muscular que os idosos quase sempre experimentam. O grande déficit de dopamina motiva a
perda do controle muscular que é identificada na doença de Parkinson.

A dopamina ajuda a melhorar o humor, queimar gordura, aumentar o impulso sexual e a imunidade, e promove a
longevidade. Uma carência extrema de dopamina pode causar uma grave disfunção cognitiva.

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A dopamina e a noradrenalina são produzidas quase da mesma maneira. As principais matérias-primas nutricionais de
ambos os neurotransmissores são os aminoácidos tirosina e fenilalanina. Para potencializar a ação desses aminoácidos,
pode-se tomar ácido fólico, magnésio e as vitaminas C e B12.

A fenilalanina e a tirosina podem ser compradas nas lojas de produtos naturais ou — de maneira mais econômica —
através de seus fabricantes (apenas como sugestão, veja no apêndice as "Fontes e Referências").

Uma dose diária típica de cada aminoácido — para pessoas com uma visível patologia cognitiva — seria de 500 a l .000
mg, em média. Para meus pacientes que mostram sinais de razoável depressão clínica, posso recomendar doses acima de
1.500 mg por dia de cada aminoácido.

A tirosina e a fenilalanina também podem ser ingeridas na maioria dos alimentos ricos em proteína, inclusive o frango, os
frutos do mar, a soja e os laticínios.

Quando você for tomar a tirosina, é importante que o faça antes de comer qualquer coisa com uma alta concentração de
carboidrato. Se você comer os carboidratos antes de tomar a tirosina, isso interferirá na capacidade da tirosina penetrar no
cérebro.
Para penetrar no cérebro, a tirosina deve "competir" com outros aminoácidos, inclusive o triptofano. Quando você se
alimenta com comidas ricas em carboidratos, eles fazem com que o triptofano penetre no cérebro antes da tirosina.

Se você não está tomando complementos de tirosina — mas está dependendo de um estímulo mental que esteja apenas
nos alimentos onde a tirosina existe — a mesma regra do "nenhum carboidrato" se aplica: você deve comer primeiro os
alimentos ricos em proteína. Então, depois de uma hora, você pode comer os carboidratos.

Quando você comer primeiro os carboidratos, favorecendo a assimilação do triptofano, obterá um efeito calmante, porque o
triptofano produz a serotonina, um neurotransmissor calmante.

Resumindo: para ficar mais animado, coma proteína. Para relaxar, coma carboidrato.

Se você quer ficar ativo durante a jornada de trabalho, deve tomar um café da manhã rico em proteínas. Contudo, é
possível que você sinta um desejo natural de carboidrato, porque os níveis de açúcar no sangue caem durante o sono. A
maioria das pessoas, realmente, preferem os carboidratos pela manhã: pão, cereais, açúcar e frutas.
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Porém, se resistir a essa ânsia, lá pelo meio da manhã, provavelmente, você ficará feliz pela resistência.

Na hora do almoço, uma refeição rica em proteína, provavelmente, fará com que você obtenha mais vivacidade do que se
optar por uma baseada em carboidratos.

À noite, que é o momento de relaxar, sinta-se à vontade para comer carboidratos. Esses aumentam a assimilação de
triptofano, e você, em breve, estará produzindo o calmante serotonina.

Como Aumentar A Produção De Serotonina,

O Neurotransmissor Do "Bem-Estar"
A serotonina é a principal "substância química do contentamento". Se você não tiver uma quantidade suficiente dela, estará
propenso a sentir um importuno mal-estar emocional. Se você está sobrecarregado com esse sentimento, poderá se sentir
atraído por medicações como o Prozac, que aumenta a serotonina.

A serotonina também controla a sensibilidade da dor, e ajuda a dormir.

É produzida pela ingestão do aminoácido triptofano. Sem este, pode não haver serotonina.

Até há poucos anos, milhões de pessoas tomavam comprimidos de triptofano, mais como um auxiliar do sono. Contudo,
Food and Drug Administration recolheu todos os comprimidos do comércio, depois que uma única remessa contaminada,
fabricada por uma companhia estrangeira, causou sérios problemas de saúde, inclusive algumas mortes. Não é necessário
dizer que o exercício de um controle maior sobre o processo de fabricação do triptofano teria sido uma atitude
suficientemente prudente da FDA. Porém, nessa situação, alguns críticos disseram que a FDA exagerou. Agora, o único
meio de ingerir o triptofano é através das fontes dietéticas, ou comprá-lo, com receita médica, numa farmácia de
manipulação.

O triptofano, como mencionado acima, compete com a tirosina e outros aminoácidos para penetrar no cérebro. Para isso, o
triptofano requer a ingestão de carboidratos. Isso faz com que o organismo libere insulina, a qual, por sua vez, determina
que quase todos os aminoácidos, exceto o triptofano, sejam absorvidos rapidamente pelas células. O triptofano "fica para

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trás", porque ele é uma molécula maior do que as outras. Quando isso acontece, ele é o único aminoácido a permanecer na
corrente sanguínea em altas concentrações, e logo obtém uma "livre passagem" para o cérebro.

Desse modo, para melhor assimilar o triptofano, você deveria fazer o oposto do que faz para assimilar a tirosina, isto é,
comer alimentos com altos teores de carboidratos e baixos teores de proteína. E certificar-se de comer o carboidrato antes
da proteína.

Como o consumo de carboidrato estimula a assimilação do triptofano — além da produção de serotonina — acredito que a
avidez de carboidrato, em muitos casos, é, na realidade uma avidez de serotonina e do contentamento emocional que ela
provoca.
Alguns dos meus pacientes que se empanturravam com carboidratos não estavam comendo demais pelas causas
psicológicas comuns, como recompensa ou apenas prazer, ou indulgência. Ao invés disso, eles estavam tentando
contrabalançar o seu déficit de serotonina.

Certa paciente, uma mulher de 38 anos, vinha há muito tempo comendo carboidratos em excesso. Como consequência, ela
ficou gorda demais e, devido à obesidade, odiava se exercitar. Desse modo, estava presa a uma espiral degenerativa.
Entretanto, quando ela passou a controlar a quantidade de vezes que comia carboidratos — com o fim de otimizar a
produção de serotonina — todo seu padrão de alimentação mudou. Ela perdeu, além de suas ânsias, alguns quilos, como
também começou a se exercitar. Passou a se sentir melhor do nunca.

É interessante observar que a última droga mágica para a obesidade, a dexfenfluramina (Redux), é um composto que
apenas intensifica a assimilação de serotonina pelo cérebro. Essa droga pode, em breve, provar ser de grande valia para
muitas pessoas, mas prefiro que elas tentem resolver seus problemas sem precisar de medicamentos farmacêuticos. Não
sou contrário ao uso de remédios, mas descobri que as mudanças que ocorrem sem a administração deles são,
normalmente, mais duradouras.

Também observei que os pacientes com problemas afetivos periódicos sempre necessitam de carboidratos. Isso se dá
porque esses problemas, ou seja, a "melancolia", muitas vezes se originam de uma deficiência de serotonina. Como regra,
quando esses problemas são sanados, seja através de exercícios, terapia de reposição da melatonina, meditação ou
"terapia da luz brilhante", a necessidade de carboidrato diminui.

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Alimentar seus neurotransmissores é uma maneira vital e importante de controlar sua função cognitiva e humor. Mas é
fundamental fazer uma outra coisa para ajudá-lo a se sentir mais atento durante o dia, todos os dias:

Suprir o cérebro com "combustível" suficiente.

Como o Baixo Nível de Açúcar no Sangue Pode Prejudicar o Cérebro

Uma das maneiras pelas quais o cortisol furta sua perfeita função cognitiva — um dia após o outro — é desequilibrando o
nível de açúcar no sangue do cérebro. Como mencionei acima, o cérebro só funciona com um "combustível" — a glicose,
ou simplesmente açúcar — e requer 25% de todo o sangue bombeado pelo coração para suprir esse combustível. Qualquer
alteração dos níveis de glicose tem um forte e imediato impacto sobre o cérebro. Quando você deixa de fazer uma refeição,
poderá se sentir um pouco tonto e irritado, e ainda ficar com a memória fraca. Isso ocorre porque o cérebro não está
obtendo o combustível suficiente. As "usinas elétricas" em seus neurônios (as mitocôndrias) estão lutando para ajudar a
formar as trilhas de memória, mas não têm a força de que precisam.

Se essa "carência de energia" dos neurônios durar mais do que uns poucos minutos, eles podem ser seriamente
danificados, e até mesmo perecer. A grande maioria de nós, provavelmente, já perdeu milhões de neurônios apenas pelo
desequilíbrio das taxas de açúcar no sangue.

Como observado anteriormente, o cortisol destrói o açúcar do sangue por estimular uma superprodução de insulina.
Quando isso acontece, o açúcar armazenado no fígado como glicogênio sai do fígado e corre para a corrente sanguínea,
onde é convertido em glicose. Depois, essa glicose penetra em suas células. Por alguns minutos, você fica cheio de energia
e sua função cognitiva atinge altos níveis. A partir daí, devido ao seu sangue ter sido "roubado" em seu suprimento de
açúcar, você começa a perder energia rapidamente. O cérebro, que é extremamente sensível à privação de glicose, fica
totalmente abatido — e rapidamente.

Muitas pessoas que passam por esse tipo de hipoglicemia reagem a isso pela tentação de consumir uma barra de
chocolate ou uma xícara de café a fim de estimular mais adrenalina/insulina/glicose. É claro que essa atitude proporciona
apenas um rápido equilíbrio, mas acaba por agravar o problema.

Na verdade, como você já deve saber, a hipoglicemia amiúde é causada pela ingestão de uma grande quantidade de
açúcar, e não pelo estresse. A ingestão de excesso de açúcar causa o mesmo aumento de insulina que o estresse.
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Infelizmente, é muito difícil para as pessoas determinarem a quantidade de açúcar correta. Acredito que um entre quatro de
meus pacientes tem pelo menos a capacidade mínima de processar o açúcar dietético sem secretar insulina em excesso.
Para essas pessoas, mesmo um pequeno lanche à base de açúcar pode provocar uma pequena hipoglicemia, se o lanche
é comido na hora errada, ou se não for acompanhado de um combustível mais "duradouro".

Essa "intolerância à glicose no sangue" ou "sensibilidade ao carboidrato" é, às vezes, um resultado da carência do cromo
na dieta. O cromo (ou picolinato de cromo) é o mineral que aumenta a eficiência da insulina e ajuda a manter estáveis os
níveis de açúcar. O cromo também tem um papel importante em ajudar a controlar o colesterol e triglicérides.

Em geral, aconselho meus pacientes a se certificarem se seu complemento multivitamínico contém 200 mcg de cromo. É
quase impossível alcançar a ingestão desse nível de cromo apenas através das fontes alimentares; para fazer isso, você
teria que comer mais de 10 mil calorias por dia.

Alguns dos meus pacientes também usam o cromo como parte integrante de seu regime para perder peso, porque ele
ajuda, naturalmente, a moderar o apetite através da estabilização da glicose.

O cromo também ajuda meus pacientes a manterem os altos níveis do hormônio "contra o envelhecimento" DHEA. Os
níveis de DHEA podem ficar baixos, caso o organismo produza muita insulina, simplesmente porque a insulina interfere
numa enzima que ajuda a produzir o DHEA. Num estudo, os níveis de DHEA dos pacientes caíram em média 10% depois
que eles pararam de tomar 200 mcg de cromo diariamente.

Um relatório de 1966 observou que, em laboratório, o picolinato de cromo produziu um dano no cromossomo de células em
desenvolvimento. Teoricamente, o dano no cromossomo pode levar ao câncer. Contudo, não acredito que essa notícia
negativa mereça interromper a ingestão do cromo.

Outro meio de ajudar a estabilizar os níveis de glicose é manter a função apropriada do fígado. O fígado armazena parte de
seu "suprimento de emergência" de glicose, e qualquer coisa que reduza a função do fígado irá comprometer a distribuição
desse suprimento de emergência. Os alcoólatras, por exemplo, são amiúde hipoglicêmicos, em parte devido ao fígado
danificado.

Se você deseja manter estáveis os níveis de açúcar no sangue, uma coisa que você deve, definitivamente, evitar seria uma
dieta "acelerada", que causa estragos na estabilidade de açúcar no sangue.
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Infelizmente, muitas pessoas ainda fazem esse tipo de alimentação, apesar de já ter sido provada a ineficiência para o
emagrecimento. Essa dieta não funciona porque ela abaixa o "ponto de ajuste" do metabolismo e "amplifica" toda caloria
que é consumida, por semanas depois que a dieta acaba. Isso, é claro, freqüentemente produz um ganho de peso que e
ainda maior do que a quantidade perdida durante o regime. As pessoas que fazem essa loucura deveriam perceber que
essa dieta não está apenas prejudicando seu organismo, está prejudicando seu cérebro. Privar o cérebro de sua única
fonte energética danifica e mata neurônios.

O melhor meio de evitar a hipoglicemia é simplesmente fazer uma dieta comedida, rica em carboidratos complexos e
proteínas. Para isso recomenda-se fazer uma série de pequenas refeições e lanches o dia todo. Porém, sua dieta deveria
ser relativamente pobre em relação aos alimentos que se convertem rapidamente em açúcar. Quando os alimentos se
"dissolvem" em açúcar muito rápido, eles causam uma "montanha-russa" de glicose. Os alimentos que se degradam aos
poucos ajudam a estabilizar o açúcar no sangue.

A sabedoria convencional diz que os alimentos ricos em carboidratos — como a cenoura ou qualquer tipo de pão — são
sempre a melhor defesa para o organismo contra um "percurso da montanha-russa" da glicemia. Porém, isso nem sempre é
verdadeiro. Dê uma olhada na lista de alimentos a seguir, que estão ordenados de acordo com a maneira como se
convertem rapidamente em açúcar. Você notará que muitos alimentos doces, como suco de laranja ou açúcar de mesa
(sacarose), na verdade, são convertidos em glicose mais lentamente do que muitos alimentos ricos em carboidratos
complexos. As batatas, por exemplo, são convertidas em glicose mais rapidamente do que o açúcar de mesa.

Como você pode ver, todos os alimentos ricos em açúcar de fruta, ou seja, frutose, são relativamente lentos para se
converterem em glicose. Desse modo, a frutose pode ser de grande importância como adoçante.

ÍNDICE GLICÊMICO

Glicose 100
Espaguete 50
Batata 98
Suco de laranja 46
Cenoura 92
Uva 45
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Mel 87
Maçã 39
Arroz branco 72
Iogurte 36
Pão integral 72
Tofu 35
Pão branco 69
Leite 34
Arroz 66
Grapefruit 26
Banana 62
Frutose 20
Sacarose (açúcar. de mesa) 59

Como você pode ver, os elementos fundamentais da Dieta de Longevidade Cerebral não são mais do que boa ciência com
bom senso. Essa não é uma dieta difícil e desagradável que você só vai conseguir seguir por alguns meses. É um
programa para toda a vida de uma alimentação moderada e consciente, que gira em torno de alimentos simples e nutritivos,
em vez de uma comida de lanchonete.

Em resumo, é o mesmo tipo de alimentação aconselhada por sua mãe há muitos anos: coma vegetais, tome suas
vitaminas, não deixe de tomar seu café da manhã, não exagere nos doces e não coma feito um porco. Este era um bom
conselho, e continua sendo.

Para otimizar sua função cognitiva e atingir a longevidade do cérebro, sem dúvida você desejará "aprimorar" sua terapia
nutricional. Há vários meios de se conseguir isso.

É isso que veremos a seguir — como aprimorar seu programa nutricional para uma função mental perfeita pelo resto da
vida.

Um Caso Ilustrativo

Os Programas de Longevidade do Cérebro Podem Ajudar a Sanar Outros Problemas de Saúde


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S.C., de 47 anos, era um escritor de ciências que ouviu falar de meu trabalho através de um sócio. Ele decidiu começar o
programa de longevidade cerebral com a finalidade de otimizar sua função cognitiva.

Na nossa primeira consulta, S.C. não mostrou evidências objetivas de qualquer problema neurológico mais significativo;
executou perfeitamente os vários testes de memória e de função cognitiva.

S.C. acreditava que sua função cognitiva tinha enfraquecido nos últimos anos. Entre os 20 e 30 anos, trabalhou muito, mas
raramente experimentava fadiga mental. Porém, quando atingiu os 40 anos, começou a ficar mentalmente cansado durante
o curso normal de sua jornada de trabalho. Essa fadiga fez com que ele bebesse mais café enquanto estava trabalhando,
como também o levou a fazer mais pausas. Sentia-se incapaz de trabalhar tanto quanto trabalhava aos 20 e 30 anos.

Disse-me que sua lembrança das palavras apropriadas, que eram um componente importante de sua profissão, tinha
decrescido perceptivelmente, e ele passou a contar mais com sua coleção de palavras-clichê. Cada vez mais crescia sua
dificuldade de se concentrar por longos períodos.

Além disso, S.C. freqüentemente tinha a sensação de um pequeno mal-estar emocional que ele descreveu como "uma
sensação chata".

Às vezes, sentia que sua vida consistia apenas em trabalho e responsabilidades para com a família, e que não tinha muito
tempo ou energia para atividades recreativas, o que anteriormente lhe proporcionava muito prazer.

Fisicamente, sua saúde estava relativamente boa, apesar de estar sofrendo de artrite, que variava de intensidade, em
ambas as mãos, e especialmente na sua mão direita. As juntas de seus dedos ficavam inchadas, e seu alcance de
movimentos estava limitado. Esse problema existia há dois anos.

Eu estava ansioso para trabalhar com S.C., porque geralmente consigo recuperar os níveis mais altos da função cognitiva
nos pacientes que sentiram apenas pequenos declínios na percepção.
Nessas pessoas, consigo não só interromper o declínio, como recupero a função cognitiva para níveis altos de
desempenho.

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S.C. começou seu programa com muito entusiasmo. Não era um regime difícil de seguir, porque ele já tinha um estilo de
vida saudável e ativo.

Os aspectos de seu programa de longevidade cerebral, que já fazia parte de seu estilo de vida, consistiam em exercícios
cardiovasculares, exercícios mentais, complementação com vitaminas e minerais, e meditação. As principais mudanças que
ele instituiu incluíam ingestão de lecitina, DMAE, Ginkgo biloba, "suco vegetal" à base de clorofila, ginseng e antioxidantes
adicionais. Ele também começou a fazer exercícios da mente-corpo e passou a comer menos carne vermelha.

Em aproximadamente um mês, S.C. experimentou um poderoso impulso em seu programa de longevidade cerebral. Já
conseguia ter um melhor acesso a sua memória remota do vocabulário, e trabalhava por longos períodos sem ficar
mentalmente cansado. Ele mencionou que sentia como se houvesse "mais horas no dia". Sua produtividade, aos poucos,
começava a crescer.

Depois de três meses fazendo o programa, uma coisa extremamente interessante aconteceu: seus sintomas da artrite — a
inchação das juntas, dor e rigidez — começaram a diminuir. A melhora era visível em sua mão direita, onde o distúrbio era
mais pronunciado.

Dois meses mais tarde, ele me telefonou para dizer que ambas as mãos estavam completamente curadas, sem qualquer
sinal de artrite.

Marquei uma hora para examiná-lo. Suas mãos, como ele havia dito, estavam sem qualquer sinal aparente de artrite.
Passou a ter um maior alcance de movimentos e não tinha mais dor ou inchação.

Em razão de seu programa de longevidade cerebral consistir em um amplo e sinérgico estilo de vida e também
modificações nos hábitos alimentares, não havia um meio prático de determinar quais aspectos do programa tinham
causado sua recuperação. Contudo, eu tinha algumas teorias.

Era possível que o aumento na suplementação nutricional estivesse lhe propiciando os nutrientes de que seu corpo
precisava para permanecer resistente aos sintomas da artrite. Às vezes, a artrite pode ser agravada por uma deficiência de
minerais, tais como fósforo, magnésio, cálcio e manganês, como também por uma carência de vitaminas E e C. Seu
programa de longevidade cerebral estava lhe proporcionando mais desses nutrientes do que antes. Talvez isso tenha
ajudado a aliviar a artrite.
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Também, era possível que esses sintomas de artrite tivessem sido aliviados pêlos elementos desintoxicantes do programa.
Os sintomas inflamatórios da artrite podem ser agravados pelas toxinas da corrente sanguínea. Ao comer menos carne
vermelha, ele estava evitando que seu organismo se submetesse a subprodutos tóxicos que são liberados durante o
processo do metabolismo de alimentos ricos em gordura. Além disso, os produtos baseados em clorofila, que ele estava
ingerindo todas as manhãs, ajudaram a desintoxicar seu sangue e suas células. Alguns dos nutrientes nesse "suco
vegetal", inclusive o magnésio e a clorofila, agem como agentes naturais de "limpeza".

Os sintomas da artrite de S.C. tinham chances de voltar. Mas acredito que, possivelmente, nunca mais retornem. Ele
também fez com que sua capacidade cognitiva funcionasse num nível extremamente alto, pois ele me disse que tinha
recuperado totalmente seu vigor mental — aquele que tinha em seus 20 e 30 anos. Junto com o rejuvenescimento de sua
inteligência, ele sentiu uma melhora significativa no humor. Não mais se aborrecia com aquela "sensação chata" e começou
a se envolver com algumas de suas atividades recreativas favoritas.

S.C. estava extremamente satisfeito com a recuperação da sua função cognitiva. Mas, ficou ainda mais animado com o
alívio de seus sintomas de artrite, porque não esperava que isso acontecesse.
Na verdade, eu também não esperava isso. Mas não fui tomado de surpresa, porque muitos de meus pacientes no
programa de longevidade cerebral tinham conseguido se ver livres de uma grande variedade de doenças físicas (inclusive
enxaqueca, asma, dor crônica, dores gastrintestinais, impotência, síndrome de fadiga crônica, pressão alta e irregularidade
cardíaca).

Os programas de longevidade cerebral são um "remédio poderoso". Eles ajudam o cérebro e também o corpo.

Extraído do livro: “LONGEVIDADE DO CÉREBRO”

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