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Os 7 Princípios

da Desoclusão
Para revolucionar a sua prática clínica

Christian Toledo
Marcos Laboissiere Jr.

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O manual da
da Desoclusão
1ª Edição - Agosto de 2017.

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Bem-vindo! 3

Marcos Laboissiere Jr.


Desde que começamos a trabalhar com o projeto do ClubD,
tivemos resultados com números incríveis. Nosso aplicativo
teve downloads nas cinco regiões do país e em 6 países
diferentes. Fizemos Study Groups, com a participação de
mais de 120 pessoas.
Com esta experiência pude masterizar as principais
questões, dúvidas e embasamentos científicos sobre a
importância do diagnóstico precoce do Desequilíbrio da
Desoclusão.
Depois de receber diversos pedidos, resolvi ensinar
tudo o que aprendi neste processo no e-book do ClubD
Class com o tema os 7 princípios da desoclusão que
vão revolucionar sua prática clínica.
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Índice
Veja o que você encontra nesse e-book

Princípio 0
Preparação Para Sua Jornada Princípio 1
Pg. 7 Guie Seu Tratamento Com a Desoclusão
Pg. 13
Princípio 2
Anterior Protege Posterior,
Princípio 3
Posterior Protege Anterior Por Trás de Toda "Lente De Contato" de Sucesso,
Pg. 18 Existe Uma Face Palatina Equilibrada
Pg. 20
Princípio 4
Saiba Interpretar os Pontos
Pg. 23 Princípio 5
Veja De Longe As Interferências Na Desoclusão
Princípio 6 Pg. 30
O Que Acontece Quando Há
Desequilíbrio Desoclusal?
Princípio 7
Pg. 35 Desmistificando Dor & Desoclusão
Pg. 39

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Sobre o E-book
O nosso e-book foi elaborado com o objetivo de descomplicar o estudo da desoclusão.
Aqui iremos unir a teoria com a prática, para que ao final da sua leitura, todos os
conceitos apresentados estejam claros e aplicáveis para revolucionar a sua prática
diária. A ordem dos capítulos foi planejada em um crescente no raciocínio lógico, de
modo que você tenha um entendimento pleno na importância da desoclusão nas mais
diversas áreas da odontologia.

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Sobre o E-book
Para facilitar ainda mais a sua leitura, dividimos o
nosso e-book em duas partes: a primeira, chamada
“Na Prática”, apresentará um resumo com a
Na Prática Saiba Mais linguagem mais simples e direcionada `a
aplicabilidade clínica.
A segunda parte, apresentará um “Saiba Mais”, com
conteúdo mais denso, conceitos, embasamentos e
referências cientificas, servindo como um guia para
você, que quer estudar mais sobre o assunto.

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Princípio 0 7
Preparação para sua jornada

Antes de iniciarmos o estudo da desoclusão, devemos


conhecer as estruturas do sistema estomatognático e
como elas se relacionam.

Este capítulo 0 foi construído com informações básicas


de anatomia e fisiologia do sistema estomatognático
que julgamos importantes e fundamentais para o
resto da nossa jornada.

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Princípio 0 8
Preparação para sua jornada

O aparelho estomatognático é formado


por: Periodonto
ATM

Ossos Glândulas Salivares

Nervos
Vasos Sanguíneos
Dentes e Linfáticos

Músculos

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Princípio 0 9

Preparação para sua jornada

Neste capítulo, vamos nos atentar apenas aos


músculos, dentes, nervos, ossos e ATM.
Estruturas fundamentais para o entendimento
da desoclusão

Separamos para estudo os músculos da


mastigação, divididos em três grupos
musculares mais relevantes para o diagnóstico
da desoclusão: masseteres, temporais e
pterigóideos.

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Princípio 0 10
Preparação para sua jornada

O masseter é um músculo esquelético fasciado com origem e


inserção quase do mesmo tamanho, formando uma área
retangular, quase quadrado, com fibras curtas, porém fortes. Sua
principal função é gerar força na hora de fechar a mandíbula.

O temporal possui características totalmente diferentes do


masseter. Sua origem é fasciada lembrando um leque, onde
todas as fibras se reúnem em um ponto só, o processo coronóide
da mandíbula. São fibras mais longas, mais delgadas, e mais
especificas. Essas características dão a esse músculo uma função
de equilíbrio da mandíbula.

Os pterigóideos mediais e laterais geram os movimentos de


desoclusão, diferente do masseter e do temporal que geram
movimentos de oclusão. São músculos pequenos, delgados e de
certa forma frágeis, pois não conseguem gerar força. Possuem
menos quantidade de fibras.
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Princípio 0 11
Preparação para sua jornada

A face possui 14 ossos, sendo 13 fixos e 1 móvel (mandíbula)

A mandíbula é um osso que tem duas articulações dependentes


uma da outra, a articulação temporomandibular (ATM)

A ATM é uma articulação sinovial ginglimoidal e artroidal que


realiza movimentos de rotação e translação

O sistema nervoso central comanda e controla os movimentos


mandibulares

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Princípio 0 12
Preparação para sua jornada

É bem fundamentado na odontologia que a função principal dos incisivos e caninos é cortar e rasgar o
alimento, porém hoje em dia, sabe-se que a principal função é servir de guia de desoclusão dos dentes.

O incisivo central superior possui cristas palatinas que criam um corredor para os incisivos inferiores
deslizarem com fluidez. Suas raízes longas e inclinadas respondem bem `as forças horizontais

Os caninos são dentes localizados no canto do arco dental, largos, com a face palatina pronunciada,
raízes cônicas e largas. Essas características permitem que eles resistam bem `as forças laterais.

Os dentes posteriores possuem a anatomia perfeita para receberem as forças longitudinais: uma mesa
oclusal larga, com maior número de raízes, cúspides e fossas pronunciadas. Pg 43 Saiba mais

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Princípio 1 13

Guie seu tratamento com a desoclusão

Agora que já entendemos a anatomia básica aplicada


a desoclusão, chegou a hora de entender os conceitos
de oclusão e desoclusão.

A palavra oclusão no dicionário significa fechar, então


se estamos falando de movimentos, nós devemos
“desfechar”, desocluir. A desoclusão é a dinâmica da
oclusão.

Tudo que acontece de malefícios e benefícios no


aparelho estomatognático está muito relacionado aos
movimentos da desoclusão. Esses movimentos são
abertura, protrusão, retrusão e lateralidade.

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Princípio 1 14

Guie seu Tratamento com a Desoclusão

Qual seria

Quando você faz um movimento de lateralidade e ele


acontece em um ponto mais anterior, longe do fulcro
a relevância
da ATM, você tem uma atividade muscular específica ,
ou seja, o movimento de lateralidade deve ocorrer
através do toque entre os caninos.
dessesGlobal
movimentos

no dia a dia?

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Princípio 1 15

Guie seu Tratamento com a Desoclusão

Quando existe uma falha nesse contato, ou quando


Qual seria
ele ocorre envolvendo mais dentes, mais força vai ser
necessária para realizar o movimento.

a relevância
Global
Como o pterigóideo lateral é um músculo pequeno e
de pouca força, outros músculos são recrutados para se
encarregarem de ajudar no movimento.
desses movimentos
Essa dinâmica além de gerar maior área de contato,
gera mais força muscular e mais forças oblíquas
incidindo sobre os dentes posteriores envolvidos no
movimento desequilibrado. no dia a dia?

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Princípio 1 16
Guie seu Tratamento com a Desoclusão

Durante o movimento de protrusão através do


toque entre os incisivos, os dentes posteriores
devem desocluir.

Quando há um toque posterior interferindo no


movimento, outros músculos além do
pterigóideo medial são acionados, como
temporal e masseter. Esses achados são
confirmados por estudos de eletromiografia.

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Princípio 1 17
Guie seu Tratamento com a Desoclusão

Para manter o equilíbrio busque sempre estabelecer a


guia anterior com toque somente em incisivos e a guia
lateral com toque somente em caninos. Isso irá garantir
movimentos de protrusão e lateralidade mais fluidos.

Pg 59 Saiba mais
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Princípio 2 18

Anterior protege posterior, posterior protege anterior

Já sabemos que os dentes anteriores possuem a sua


anatomia desenhada para receberem forças
horizontais e os dentes posteriores foram desenhados
para receberem forças axiais.

Com essas informações é possível pensar que


devemos proteger os dentes anteriores de forças axiais
e os dentes posteriores de forças horizontais ou
oblíquas, pois são cenários deletérios.

O conceito de anterior protege posterior e o posterior


protege o anterior é o que explica o termo oclusão
mutuamente protegida.

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Princípio 2 19

Anterior protege posterior, posterior protege anterior

A erupção dos incisivos, caninos e molares permanentes estabelecem as guias


anteriores e a dimensão vertical de oclusão.

O movimento de lateralidade deve ocorrer por meio da face palatina do canino


superior e da ponta da cúspide do canino inferior.

O movimento de protrusão deve ocorrer por meio da face palatina dos incisivos
centrais superiores e borda incisal dos incisivos inferiores, distribuindo bem através
da sua estrutura as forças do movimento.

Uma força no sentido axial em um dente anterior pode acarretar trincas, fraturas de
esmalte e perda de estrutura mineral.

Durante os movimentos mandibulares deve ocorrer desoclusão dos dentes


posteriores. Caso ocorra algum toque posterior, esses dentes estão sujeitos a lesões
cervicais, hipersensibilidade e outras complicações.

Pg 66 Saiba mais www.desoclusao.com.br


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Princípio 3 20
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma
face palatina equilibrada

Quando pensamos em reabilitar devemos sempre


iniciar pelos dentes anteriores. Os dentes anteriores
que darão estabilidade a longo prazo ao tratamento
realizado.

Mais do que nos preocuparmos entre a escolha do


material, entre resina ou os diversos tipos de
cerâmicas, nós devemos nos atentar em devolver as
guias de desoclusão do paciente.

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Princípio 3 21
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma
face palatina equilibrada

Na prática, se tivermos um overjet de 2 ou 3 milímetros, até


que o incisivo inferior toque na palatina do superior, algum
outro dente que não foi desenhado para tal função vai estar
fazendo esse movimento e recebendo as forças do movimento
protrusivo.

A face palatina sem preenchimento para realizar a guia


anterior resultará em desequilíbrio da desoclusão e danos ao
aparelho estomatognático.

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Princípio 3 22

Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma


face palatina equilibrada

Quando formos planejar qualquer caso de reabilitação, sejam


lentes de contatos, facetas, coroas totais, protocolos, enfim,
devemos sempre avaliar a relação da face palatina do incisivo
superior com a incisal do incisivo inferior.

O objetivo de qualquer tratamento reabilitador, mais do que


devolver a estética ao paciente, é devolver a função, que vem
sempre acompanhada da forma. Uma desoclusão em
funcionamento adequado reflete em um tratamento com
maior estabilidade e previsibilidade de sucesso.

Pg 74 Saiba mais
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Princípio 4 23
Saiba interpretar os pontos

Os dentes posteriores superiores e inferiores se


relacionam durante a oclusão através dos contatos de
intercuspidação. Esses contatos permitem estabilidade
da mandíbula e dos músculos mastigatórios e
distribuição de forças axiais incidentes, além de
promoverem o efeito mastigatório e determinar a
dimensão vertical de oclusão.

Como identificamos os toques entre os dentes durante


a oclusão e a desoclusão?

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Princípio 4 24
Saiba interpretar os pontos

Através do uso de tiras de registro oclusal para o


controle visual dos pontos de contato.

Para uma representação precisa dos contatos,


recomenda-se uma progressão na espessura das tiras
registro, progredindo de 40 µm até 12 ou 8 µm.

Em azul os contatos marcados com uma tira de 40 µm e em vermelho os


contatos marcados com uma tira de 12 µm

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Princípio 4 25
Saiba interpretar os pontos

Outra maneira eficiente de registrar os pontos de


contato é através do sistema digital T-Scan.
Tanto estáticos quanto dinâmicos. De forma
extremamente eficiente e preciso. Mostrando a
intensidade e o timming dos movimentos.

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Princípio 4 26
Saiba interpretar os pontos

Os contatos oclusais podem ser do tipo:

Estabilizadores- Esse tipo de contato evita Desestabilizadores- Esse tipo de contato promove
deslocamento da mandibula. Quanto o paciente deslocamento da mandibula. Quanto o paciente
relata que trabalho realizado está “alto”. relata que “escorrega".

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Princípio 4 27
Saiba interpretar os pontos

Os contatos oclusais podem ser do tipo:

Cúspide x Fóssula - Esse tipo de oclusão direciona Cúspide x Crista Marginal: Tendem a desgastar e
as forças para o longo eixo do dente. Devemos impactar alimentos no espaço interproximal. Mais
buscar restabelecer esse tipo de contato. comum na dentição natural.

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Princípio 4 28
Saiba interpretar os pontos

Na prática, se o paciente sente alto devemos desgastar o


ponto marcado, pois é onde o dente toca antes dos
outros. Desgastamos até que todos os dentes entrem em
contato simultâneo.

Contatos arrastados nos dentes posteriores significam


forças oblíquas incidindo sobre o dente e devem ser
removidas

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Princípio 4 29
Saiba interpretar os pontos

Dificultam ou impedem os
Impede o fechamento completo da
Contatos Interferência Contatos movimentos mandibulares
mandíbula sem causar desvios no
prematuros deflectivos excursivos, causando desvios da
seu posicionamento.
oclusal mandíbula.

Ocorre quando há contato entre os


dentes posteriores antagonistas durante
os movimentos de desoclusão

Pg 80 Saiba mais
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Princípio 5 30
Veja de longe as interferências na desoclusão

Após estudarmos o funcionamento fisiológico ideal do


sistema estomatognático, as relações dentárias em
oclusão e desoclusão, iremos apresentar nesse
capítulo algumas ferramentas essenciais para a
identificação das interferências, o estudo e diagnóstico
da desoclusão.

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Princípio 5 31
Veja de longe as interferências na desoclusão

O articulador semi-ajustável (ASA) é uma ferramenta de


diagnóstico que representa a ATM, a maxila e mandíbula.
Ele registra e duplica alguns movimentos mandibulares.

É utilizado para diagnóstico, planejamento e tratamento


reabilitador. Permite uma melhor visualização nas relações
estáticas e dinâmicas dos dentes, fácil reprodutibilidade
dos movimentos e percepção de interferências não
observadas clinicamente, além de ser uma ferramenta que
permite a explicação para o paciente do que está
acontecendo com a sua mordida.

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Princípio 5 32
Veja de longe as interferências na desoclusão

O arco facial trabalha em conjunto com o articulador. Sua


função é registrar a distância das articulações aos dentes
superiores, a distância entre os côndilos, bem como a relação
do plano horizontal de Frankfurt e o plano oclusal da arcada.

E como é feito o registro da mordida?

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Princípio 5 33
Veja de longe as interferências na desoclusão

Se registrarmos em MIH vamos ter o contato oclusivo na


posição habitual, logo devemos buscar a posição fisiológica
da mandíbula (PFM), um ponto onde a musculatura e
articulação estão em posição de conforto. A PFM é obtida
através do uso do JIG e PUA de Lucia.

Com o JIG e PUA em posição o paciente realiza movimentos


protrusivos e laterais. A tendência é a musculatura e o côndilo serem
induzida para posição mais fisiológica e confortável.

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Princípio 5 34
Veja de longe as interferências na desoclusão

Os exames tomográficos são necessários para uma análise


mais criteriosa das relações ósseas e dentárias, alterações no
côndilo e desvios no posicionamento.

As ressonâncias magnéticas são


necessárias para a avaliação do
disco articular, tecidos moles e
patologias articulares.

Pg 87 Saiba mais

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Princípio 6 35
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Até o momento nós vimos o funcionamento ideal do


sistema estomatognático com a oclusão e desoclusão
balanceadas. Agora nós vamos entender o que
acontece quando há um desequilíbrio desse sistema.

Quando acontece o desequilíbrio da desoclusão, quais


são as principais consequências no aparelho
estomatognático?

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Princípio 6 36
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Hipersensibilidade dentinária - É considerada o primeiro sinal das


lesões cervicais. Caracteriza-se por uma dor curta e acentuada frente
a estímulos físicos e/ou químicos que não podem ser atribuídos a
outra doença.

Lesões cervicais não cariogênicas - A incidência de forças oblíquas


sobre o dente resulta em compressão na região de fulcro em um
lado do dente e tração no lado oposto, resultando em perda de
estrutura dental mineralizada, caracterizadas pelo formato de cunha
predominantemente na face vestibular.

Lesões oclusais não cariogênicas – Ocorrem devido à ausência de


guias de desoclusão ou interferências oclusais deflectivas que
desviam a mandíbula da sua trajetória normal, criando forças de
atrição mais intensas. Esse desgaste é comum com o avançar da
idade, porém se torna patológico quando ocorre precocemente e
rapidamente.

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Princípio 6 37
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Lesões periodontais – O periodonto reage às forças excessivas, oblíquas ou


anormais de acordo com o seu fenótipo. Um periodonto mais delgado tende
a apresentar retração gengival e perda de inserção, enquanto um
periodonto mais espesso apresenta perdas ósseas verticais e
aprofundamento das lesões cervicais.

Alguns pacientes podem necessitar de tratamento endodôntico devido ao


trauma cíclico e contínuo dos movimentos oblíquos que podem gerar
trincamentos, pólipos intracanais e lesões periapicais.

Pode gerar falhas nas reabilitações como fratura de cerâmicas mesmo em


materiais mais rígidos. A dureza do material não é garantia de longevidade,
esse aspecto está mais relacionado em como o material se relaciona com os
outros elementos oclusais.

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Princípio 6 38
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Fatores como distância e número de dentes movimentados, oclusão e


desoclusão, idade avançada, velocidade do tratamento, altura das cúspides,
integridade dos tecidos de suporte, relação dos planos inclinados, tamanho
e harmonia dos arcos, pressão muscular, língua e fonação, contatos
interproximais e discrepância entre a PFM e a MIH estão relacionados com a
instabilidade após a finalização do tratamento ortodôntico.

Pg 91 Saiba mais

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Princípio 7 39
Desmistificando dor & desoclusão

O termo “dor orofacial” é utilizado como um termo


amplo que engloba condições dolorosas provenientes
da pele, vasos sanguíneos, nervos, ossos, dentes,
músculos ou glândulas localizadas em região da
cabeça e pescoço.

As principais dores orofaciais tratadas pelos dentistas


podem ser agrupadas em quatro grupos:

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Princípio 7 40
Desmistificando dor & desoclusão

Dores persistentes
Dores Dores Dores de tecidos
pós-cirurgicas
Odontogênicas Não Odontogênicas moles da cavidade
oral

1 2 3 4

O desequilíbrio da desoclusão está relacionada diretamente com várias dores de origem


odontogênica e uma influência menor nas dores miogênicas, como explicamos no
capítulo 6 as suas consequências.

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Princípio 7 41
Desmistificando dor & desoclusão

Por muito tempo “dor orofacial” foi sinônimo de DTM, hoje em


dia há uma dissociação dos termos. Atualmente é aceito que a
causa das DTMs é multifatorial, envolvendo fatores iniciadores
e fatores perpetuantes, que podem ser totalmente distintos.

Eventos de origem local, sistêmica ou psicológica podem


influenciar no funcionamento normal do sistema
estomatognático. Faltam evidências que suportem a influência
de uma desoclusão desequilibrada, interferências oclusais e
parafunções como causas principais das DTMs, bem como o
ajuste oclusal como tratamento efetivo.

O importante é realizar um bom diagnóstico para um


tratamento adequado para cada caso de dor, e EQUILIBRAR a
Desoclusão pode contribuir para se evitar episódios futuros.

Pg 104 Saiba mais


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Saiba Mais
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Princípio 0 43
Preparação para sua jornada

O APARELHO ESTOMATOGNÁTICO

O aparelho estomatognático é uma unidade fisiológica


complexa e funcional do organismo, envolve estruturas da face,
cabeça e pescoço que atuam harmoniosamente na realização
de tarefas funcionais como a deglutição, fala e mastigação.
Outras funções associadas ao sistema estomatognático são a
respiração, estética, comunicação de sentimentos através das
expressões faciais e registro de sensações.

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Princípio 0 44
Preparação para sua jornada

O aparelho estomatognático é formado


por: Periodonto
ATM

Ossos Glândulas Salivares

Nervos
Vasos Sanguíneos
Dentes e Linfáticos

Músculos

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Princípio 0 45
Preparação para sua jornada

Ossos
A face possui 14 ossos, sendo 13 fixos (2 maxilares, 2 palatinos,
2 zigomáticos, 2 lacrimais, 2 nasais, 2 conchas nasais inferiores
e vômer) e 1 móvel (mandíbula), e o crânio possui mais 8
ossos, sendo 4 pares (parietais e temporais) e 4 ímpares
(occipital, esfenóide, etmóide e frontal).

MAXILA
• Formada por dois ossos maxilares unidos pela sutura
palatina
• Estrutura que suporta os dentes superiores
• Forma parte da cavidade nasal, palato e órbita
• Importante centro de crescimento da face

MANDÍBULA
• Osso ímpar que contem a arcada dentária inferior
• Articulada com a base do crânio pela articulação
temporomandibular (ATM), sendo o único osso móvel da
face
• Importante na manutenção da desoclusão dentária.
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Princípio 0 46
Preparação para sua jornada

Músculos
Os músculos do aparelho estomatognático podem ser
divididos em músculos da expressão facial, músculos
supra-hióideos, músculos da língua, músculos do palato
Pterigóideo
e músculos da mastigação (elevadores e abaixadores da
lateral
mandíbula).
ral
po Pterigóideo
Tem medial Os músculos da mastigação são 5 pares, importantes no
entendimento da desoclusão.

Dig
Masseter
ást
ri
co

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Princípio 0 47
Preparação para sua jornada

MASSETER:
•Origem: arco zigomático
•Inserção: ramo e ângulo da mandíbula
•Função: elevação/fechamento da mandíbula, é um músculo
de força. Estabiliza o côndilo em protrusão.

Porção superficial: fibras direcionadas para


baixo e para trás, auxilia na protrusão.

Porção profunda: fibras predominantemente


verticais. Auxilia na estabilidade condilar,
elevação e força mastigatória.

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Princípio 0 48
Preparação para sua jornada

TEMPORAL:
•Origem: osso temporal
•Inserção: processo coronóide da mandíbula.
•Função: fechamento e retrusão da mandíbula

Porção anterior: elevação vertical

Porção média: elevação e retrusão

Porção posterior: elevação e suave


retrusão

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Princípio 0 49
Preparação para sua jornada

PTERIGOIDE LATERAL:
•Origem: cabeça superior na face interproximal da asa maior
do esfenóide e cabeça inferior na face lateral da lâmina lateral
do processo pterigóide.
•Inserção: cabeça superior na parte anterior da cápsula e disco
da ATM e cabeça inferior na fóvea pterigóidea do côndilo da
mandíbula
•Função: Protrusão e lateralidade da mandíbula quando em
contração unilateral, ajuda na estabilização da ATM
PTERIGOIDE MEDIAL:
•Origem: face medial da lâmina lateral do processo pterigóide
e fossa pterigóide
•Inserção: porção profunda da fossa pterigóide e face medial
do ângulo da mandíbula
•Função: fechamento da mandíbula e lateralidade quando em
contração unilateral.
DIGÁSTRICO:
• Atua de maneira simplificada na abertura e fechamento da
mandíbula
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Princípio 0 50
Preparação para sua jornada

Inervação
O sistema nervoso tem como funções básicas a manutenção da
homeostase, percepção do estímulo sensorial, reação motora e
integração do sistema nervoso periférico (SNP) com o sistema
nervoso central (SNC).

Nervo Facial – VII par craniano

Nervo Glossofaríngeo – IX par craniano

Nervo Hipoglosso – XII par craniano

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Princípio 0 51
Preparação para sua jornada

Nervo Trigêmeo – V par craniano: função motora e sensitiva


controla principalmente a musculatura da mastigação e
sensibilidade facial

Nervo oftálmico
(V1)

Nervo maxilar (V2)


Nervo mandibular
(V3)

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Princípio 0 52
Preparação para sua jornada

Reação nervosa simplificada

1
2
Produção de
estímulo pelo Captação por
SNP um receptor
específico

Via
descendente
6
E xe c u ç ã o d o
estímulo Via
ascendente 3
7

Impulso
motor Identificação
do estímulo
pelo SNC

5
4

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Princípio 0 53
Preparação para sua jornada

A dentição permanente é composta por 32 dentes distribuídos


em pares. No segmento anterior encontramos os incisivos
centrais e incisivos laterais, e no segmento posterior os
primeiros e segundos pré-molares, e primeiros, segundos e
terceiros molares. Na região de transição anterior-posterior
estão os caninos. A dentição decídua é composta por 20 dentes
distribuídos em pares, semelhantes com a dentição
permanente, com exceção dos pré-molares e terceiros molares.

A anatomia dos dentes acompanha a sua função. Os incisivos


possuem função de cortar, os caninos de prender e rasgar,
enquanto que os pré-molares e molares possuem função de
prender e triturar. É na zona radicular que se exerce as forças
mastigatórias, quanto maior a força sobre um grupo de dentes,
maior será a curvatura das raízes. As áreas radiculares dos
dentes anteriores são mais preparadas para receberem forças
laterais, enquanto que as raízes dos posteriores são mais
eficazes diante de forças verticais. As raízes superiores são mais
longas que as inferiores, pois a maxila recebe o embate das
forças mastigatórias produzidas pela mandíbula.
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Princípio 0 54
Preparação para sua jornada

POSICIONAMENTO DENTÁRIO
O alinhamento dos dentes nos arcos ocorre como resultado de forças multidirecionais atuantes nos dentes após a erupção. O
alinhamento permite uma relação caixa-tampa entre o arco superior com o inferior, onde as cúspides de contenção cêntrica (vestibulares
dos inferiores e palatina dos superiores) se relacionam com as fossas e sulcos dos antagonistas e trituram os alimentos. As cúspides não
funcionais (lingual dos inferiores e vestibular dos superiores) possuem funções de minimizar o impacto nos tecidos, manter o alimento
na mesa oclusal e servir como guia de desoclusão. Esse alinhamento permite uma melhor funcionalidade do aparelho estomatognático.

Curva de Wilson: Alteração na inclinação dos dentes. Curvatura para lingual dos inferiores e curvatura para vestibular dos superiores
Curva de Spee: Curvatura anteroposterior da arcada para melhor encaixe. Arcada ascendente para distal.

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Princípio 0 55
Preparação para sua jornada

RELAÇÃO OCLUSAL DOS DENTES POSTERIORES •Relação classe II de Angle: arcada superior maior ou mais
Cada dente oclui com dois dentes da arcada oposta, com projetada para anterior, ou arcada inferior pequena ou
exceção dos incisivos centrais inferiores e terceiros molares. Os projetada para trás. O molar inferior esta posicionado para
dentes posteriores mantêm a dimensão vertical distal do superior.
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar inferior oclui na
•Relação classe I de Angle: considerada uma relação fisiológica fóssula central do primeiro molar superior.
normal • A cúspide disto-lingual do primeiro molar superior oclui na
fóssula central do primeiro molar inferior.
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar inferior oclui
entre o segundo pré-molar e o primeiro molar inferior.
• A cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior oclui na • Relação classe III de Angle: crescimento maior da
fóssula central do primeiro molar inferior. mandíbula ou retração da maxila
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior alinha- • A cúspide disto-vestibular do primeiro molar inferior
se sobre o sulco vestibular do primeiro molar inferior. oclui entre o segundo pré-molar e o primeiro molar
superior.
• A cúspide mésio-vestibular do primeiro molar superior
oclui entre o primeiro e o segundo molar inferior.
• A cúspide mésio-lingual do primeiro molar superior
oclui na fossa medial do segundo molar inferior

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Princípio 0 56
Preparação para sua jornada

RELAÇÃO DE CONTATO DOS DENTES ANTERIORES


Assim como os dentes posteriores, os dentes anteriores
também são projetados para a vestibular, com inclinação
aproximada de 12 a 28 graus. Uma das finalidades dos
dentes anteriores é guiar a mandíbula nos movimentos
desoclusivos.
•Overjet: sobreposição horizontal. A distância entre a
borda vestibular dos incisivos inferiores e a superfície
palatina dos incisivos superiores em oclusão cêntrica.
•Overbite: sobreposição vertical. Distância entre as
bordas incisais dos dentes anteriores superiores e
inferiores.

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Princípio 0 57
Preparação para sua jornada

ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM) DISCO ARTICULAR


Possui formato de meia lua e é composto por tecido
Na porção escamosa do osso temporal há uma depressão conjuntivo denso fibroso, poucos vasos e fibras nervosas, o
onde o côndilo da mandíbula se encaixa interposto por um que o torna flexível e adaptado à demanda funcional. O
disco articular, formando a articulação temporomandibular. disco é dividido em 3 regiões distintas (plano sagital): área
A ATM é uma articulação sinovial ginglimoidal (proporciona reticular, área central e área posterior.
movimento de dobradiça em um plano) e artroidal TECIDO RETRODISCAL
(proporciona movimento de deslizamento). A rotação e a Insere-se posteriormente ao disco, possui rica inervação e
translação são os principais movimentos da ATM. irrigação sanguínea, e é a única estrutura capaz de retirar o
disco posteriormente no côndilo.
LÍQUIDO SINOVIAL
O líquido sinovial é produzido pelas células que revestem
as cavidades articulares e a borda anterior do tecido
retrodiscal; ele lubrifica as superfícies articulares e supre as
necessidades metabólicas dos tecidos

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Princípio 0 58
Preparação para sua jornada
ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)

• Ligamento temporomandibular: ligamento composto de duas


Os ligamentos são formados de tecido conjuntivo
partes
colagenoso e não se esticam, mas podem ser alongados.
- Externa oblíqua: Limita a extensão da abertura da boca.
Possuem função de proteção das estruturas, limitando os
Influencia no movimento de abertura normal da mandíbula
movimentos.
- Interna horizontal: Limita o deslocamento do côndilo para
• Ligamentos colaterais (discais): prendem a
a região posterior da fossa mandibular. Evita o estiramento
borda medial e lateral do disco ao côndilo, fazem o
do músculo pterigóideo lateral e compressão do tecido
disco mover passivamente com o côndilo quando ele
retrodiscal
desliza para frente e para trás. Permitem o movimento
• Ligamentos esfenomandibular e estilomandibular: ligamentos
de dobradiça.
acessórios da ATM.
• Ligamento capsular: envolve toda ATM, tem
inserção na eminência articular e na cabeça do
côndilo. Formam a cápsula articular. A cápsula é
composta de fibras colágenas inseridas em tecido
conjuntivo frouxo, vascularizado e inervado. Protege a
ATM de forças que tendem a separar a superfície z

articular total da ATM, confinando o líquido sinovial.


Possui propriocepção da posição e movimentos da
ATM
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1
Princípio 1 59
Guie seu tratamento com a desoclusão

Devemos ter em mente alguns conceitos que são facilmente


confundidos pelos profissionais devido a sua terminologia
semelhante. Para melhor esclarecimento, a oclusão dentária é
definida como uma posição estática, cêntrica ou excêntrica em que
as superfícies oclusais dos dentes superiores e inferiores estão em
contato. A desoclusão, por outro lado, refere-se aos contatos oclusais
entre dentes superiores e inferiores durante a função. Na oclusão, os
dentes posteriores protegem os anteriores de forças axiais. Na
desoclusão são os dentes anteriores e caninos que protegem os
posteriores de forças laterais, caracterizando assim uma oclusão
mutuamente protegida. A relação dinâmica e harmônica entre os
componentes que constituem o sistema estomatognático produzem
um equilíbrio neural, muscular e oclusal.

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Princípio 1 60
Guie seu tratamento com a desoclusão

A mandíbula é o único osso móvel do crânio, seus movimentos são


resultado da interação entre a ATM, músculos, sistema nervoso
central e periférico e dentes. Durante a posição de repouso, pelo
menos 5% das fibras musculares estão contraindo para manter
otônus muscular em resposta a ação da gravidade para manter a
postura. O repouso é isotônico, já o trabalho por haver resistência
existe contração isométrica.

Maxila e mandíbula podem interagir através de relações estáticas ou


relações dinâmicas.

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Princípio 1 61
Guie seu tratamento com a desoclusão

RELAÇÕES ESTÁTICAS • Relação Cêntrica (RC): posição músculo-esquelética na qual


os côndilos estão em uma posição superior e anterior na
• Máxima Intercuspidação Habitual (MIH): posição maxilo- fossa articular, contra a vertente posterior da eminência
mandibular onde existe o maior número possível de
articular com o disco devidamente interposto. É uma
contatos entre os dentes superiores e inferiores em
posição independente dos contatos dentários, reproduzível
oclusão, independente da posição condilar. Posição dente
e confiável, pois é ortopedicamente estável e confortável.
dependente, pode ser facilmente alterada, pois é guiada
pela percepção neurológica do ligamento periodontal. Não • Posição Postural: posição que não existe contato dos
é uma referência confiável, pois pode ser alterada por dentes, existe um relaxamento da musculatura que
problemas oclusais, musculares e posturais. Podemos obter mantém a mandíbula em posição apenas com a tonicidade
a dimensão vertical de oclusão (DVO). muscular. A mandíbula geralmente se encontra de 2 a 4
milímetros abaixo da MIH. A partir dessa posição obtemos a
• Posição Fisiológica da Mandíbula (PFM): posição guiada dimensão vertical de repouso (DVR) e o espaço funcional
pela própria musculatura. A musculatura direciona a livre.
mandíbula para a posição mais confortável e isotônica
possível onde ocorre contato dentário apenas anterior. • A maioria dos indivíduos apresenta a RC diferente da MIH
Variável entre os indivíduos. devido a contatos prematuros ou interferências oclusais,
geralmente na região posterior. Quando a RC coincide com
a MIH temos o que chamamos de oclusão em relação
cêntrica, desejável em reabilitações de prótese total.
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Princípio 1 62
Guie seu tratamento com a desoclusão

RELAÇÕES DINÂMICAS

• Abertura: trajetória condilar para frente e para baixo, inicialmente ocorre muita rotação e pouca translação e na etapa
final da abertura ocorre muita translação e pouca rotação. Durante a abertura máxima os côndilos atingem sua
posição anterior e inferior. Envolve a contração dos músculos pterigóideos laterais e músculos supra-hióides. A
abertura funcional é de cerca de 15 milímetros, ideal para mastigação, enquanto a abertura máxima é em torno de
40 a 55 milímetros.

Rotação: o disco só se mexe Translação: o côndilo desliza para


dentro da fossa articular frente e vai até a eminência articular.

• Fechamento: o movimento se dá por conta dos músculos elevadores da mandíbula,


principalmente o temporal que traciona o ramo ascendente da mandíbula para
cima e para trás, levando o conjunto côndilo/discos em direção a porção profunda
de a fossa articular. Ocorre translação e depois rotação, o contrário da abertura.

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Princípio 1 63
Guie seu tratamento com a desoclusão

RELAÇÕES DINÂMICAS

• Protrusão: movimento da mandíbula para frente onde os dentes inferiores anteriores deslizam sobre a palatina dos
superiores através da guia incisiva até a posição topo a topo. Promove a desoclusão dos dentes posteriores. Ambos os
côndilos seguem para frente devido à ação dos músculos pterigóideos laterais e para baixo, seguindo o ângulo da
vertente anterior da fossa articular e o padrão de deslocamento de disco. Muita translação e pouca rotação.

• Retrusão: é o movimento de retorno da mandíbula para trás. Os dentes posteriores se aproximam e os dentes
anteriores se afastam.

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Princípio 1 64
Guie seu tratamento com a desoclusão

RELAÇÕES DINÂMICAS
• Lateralidade: um dos côndilos sofre rotação, chamado de “Movimento de Bennett”
(lado de trabalho), enquanto que o outro sai da fossa mandibular, dirigindo-se
para baixo, para frente e para dentro (lado de balanceio). O ângulo formado no
lado de balanceio, em relação ao plano horizontal é denominado de “ângulo de
Bennett”. Geralmente é guiado pelo canino, mas pode ocorrer em função de grupo
parcial ou total.

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Princípio 1 65
Guie seu tratamento com a desoclusão

A harmonia dos movimentos deve ocorrer quando os côndilos saírem e retornarem


juntos à sua posição de repouso, sempre acompanhados pelos seus discos.

Os movimentos de protrusão, retrusão e lateralidade são chamados de


movimentos bordejantes ou excêntricos, ou seja, são movimentos de máxima
amplitude. Na mastigação, fala e deglutição os movimentos são usados em menor
abrangência, chamados movimentos intra bordejantes

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2
Princípio 2 66
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

A relação forma/função se adapta ao longo da vida. As


principais funções do sistema estomatognático são a
mastigação, deglutição, fonação e oclusão. São um conjunto
de ações que quando executadas de acordo com a fisiologia
não desequilibram e não prejudicam o sistema. Com o
avanço da idade, as adaptações se tornam menos
significantes, ocorre um desgaste dental proporcional à
idade e ocorre relaxamento muscular e articular.

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Princípio 2 67
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

• A ATM possui forma compatível coma idade do indivíduo, •A progressão das forças oclusais molda a cavidade
articular
o seu desenvolvimento está relacionado com a erupção
dentária além de outros fatores. Quando o bebê é • A dentição decídua completa recém erupcionada
apresenta desoclusão pelo canino, porém devido à
desdentado a forma da eminência articular é plana,
menor dureza desse esmalte ocorre rápido desgaste
facilitando o movimento ântero-posterior de sucção.
levando a uma desoclusão em função de grupo posterior
(lateralidade tocam-se os dentes posteriores), e por fim a
• A erupção dos incisivos marca a conformação do tripé dentição decídua se estabiliza em uma oclusão
oclusal (incisivos e 2 ATMs) e determina pela primeira vez
balanceada bilateral, onde há contato simultâneo das
a dimensão vertical anterior, levando a importantes
superfícies oclusais em todo movimento excêntrico,
mudanças anatômicas, como o desenvolvimento do
predominando os ciclos mastigatórios horizontais.
tubérculo zigomático graças à modificação dos padrões
de movimentos mandibulares, de movimentos ântero-
posteriores para movimentos laterais, verticais e
protrusivos. O contato incisal leva a indução para posição
fisiológica do côndilo.

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Princípio 2 68
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

• As raízes finas, compridas e abertas dos dentes decíduos •O sistema neuromuscular não acompanha o
permitem a estimulação do crescimento e desenvolvimento da oclusão, pois a criança está vivendo
desenvolvimento dos maxilares durante os movimentos um período onde múltiplas interferências oclusais
excursivos laterais. O crescimento maxilar ocorre no ocorrem, o que acaba protegendo contra a propriocepção
sentido para frente e para baixo. dessas interferências.

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Princípio 2 69
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

Erupção dos primeiros


Oclusão decídua Dentição Mista
molares permanentes

Em função as guias são Dimensão vertical definida


Requisitos mastigatórios
proprioceptivas Decíduos desgastados sem
compatíveis com o estímulo de
Em parafunção as guias são função
crescimento ósseo
mecânicas Rizogênese incompleta
Desgaste e variação no
Balanço bilateral
posicionamento dentário
compensatório (ausência de
caninos na desoclusão)

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Princípio 2 70
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

• Marcada a erupção dos segundos molares, estes terão • A função canina só ocorre após a apicificação, 2 ou 3 anos
pouco tempo para se facetarem com seus pares antes após a erupção. Ocorre a mudança de uma oclusão
que o canino comece a controlar os movimentos balanceada unilateral posterior para uma desoclusão
desoclusivos, devido ao período de erupção próximo um anterior mutuamente protegida. A ATM já se adaptou às
do outro. características adultas e o plano oclusal adotou uma
posição inclinada e inferior. Agora a desoclusão pelo
• Aos 13 e 14 anos apesar da criança ter as curvaturas de canino protege a ATM.
um adulto, a oclusão de canino não está 100%
estabelecida e os pré-molares e molares estão em função • Formação das curvas de Spee e Wilson devido à
de grupo em uma ação protetora à ATM. inclinação dentária em resposta a atividade dos
diferentes grupos musculares.
• Os dentes posteriores permanentes, diferente dos
posteriores decíduos, absorvem as forças axiais ao invés
de forças laterais.

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Princípio 2 71
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

Erupção

Esfoliação

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Princípio 2 72
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

Erupção dos permanentes

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Princípio 2 73
Anterior protege posterior, posterior protege anterior

DESENVOLVIMENTO ORGÂNICO DA OCLUSÃO

• Alguns fatores podem interferir na sequência de esfoliação e erupção dos dentes e consequentemente interferindo no
desenvolvimento da oclusão.

Alguns fatores mais marcantes são:

Fatores Genéticos Anomalias do desenvolvimento dentário (agenesias,


odontomas, amelogênese e dentinogênese imperfeitas)
Fatores ambientais como hábitos de sucção, Restaurações inadequadas
respiração bucal, e deglutição atípica

Incompetência labial, macroglossia, Perda precoce dos dentes


anquiloglossia e outras desfuncionalidades
de tecidos moles.

Lesões de cárie Raízes residuais

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Princípio 3 74

Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma


face palatina equilibrada

Em qualquer procedimento reabilitador, não somente as


lentes de contato, a face palatina deve receber uma atenção
redobrada para que exista sucesso do tratamento. A face
palatina é intimamente relacionada com o desenvolvimento
da guia anterior e o movimento de protrusão. A guia
anterior é fundamental para a relação harmoniosa entre as
estruturas do sistema estomatognático, elas podem ser de
três tipos, classificadas de acordo com o seu movimento:

Guia incisiva
Guia canina
Função de grupo – parcial ou total.

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Princípio 3 75

Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma


face palatina equilibrada

A guia incisiva promove a desoclusão dos dentes posteriores nos movimentos de protrusão mandibular através da borda
incisal dos incisivos inferiores que percorre a face palatina dos incisivos superiores. Uma boa função da guia incisiva
protege além dos dentes posteriores, a ATM, músculos, ossos e nervos da face. A guia incisiva tem equivalência com a guia
condilar. A guia condilar refere-se ao trajeto que os eixos de rotação transcranianos dos côndilos percorrem durante a
abertura da mandíbula pela eminência articula

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!
Princípio 3 76

Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma


face palatina equilibrada

Princípio da proteção mútua: os dentes anteriores protegem os posteriores


durante a desoclusão e os dentes posteriores protegem os anteriores durante
a oclusão.

A anatomia oclusal mais ampla e o maior número de raízes dos dentes


posteriores garantem melhor fixação e distribuição das forças oclusais para os
tecidos periodontais. Os dentes anteriores por estarem mais afastados da
ATM e dos músculos mastigatórios possuem uma menor incidência de forças
atuando sobre eles.

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Princípio 3 77

Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma


face palatina equilibrada
RELAÇÃO DOS DENTES ANTERIORES

Relação Classe I – A face Relação Classe II Relação Classe II Divisão Relação Classe III – Pode ser do
incisal dos dentes Divisão 1 - A face 2 – A face incisal e alguns tipo topo a topo quando não
inferiores localiza-se na incisal dos dentes casos até a face vestibular ocorre trespasse, a face incisal dos
face palatina dos inferiores localiza-se dos dentes inferiores inferiores oclui na face incisal dos
incisivos superiores. no terço cervical dos formam uma área de superiores. Pode ser do tipo
Apresenta boa guia incisivos superiores contato com a face mordida aberta quando a
anterior palatina dos incisivos mandíbula ultrapassa a maxila.
superiores
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Princípio 3 78
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma
face palatina equilibrada

A guia canina promove desoclusão de todos os dentes nos movimentos protrusivos e laterais da mandíbula através do
deslizamento da ponta de cúspide dos caninos inferiores com a face palatina dos caninos superiores. As vantagens da guia
canina estão na proporção coroa/raiz mais favorável às forças incidentes, osso cortical mais forte, localização longe do fulcro da
mandíbula e menor atividade eletromiografia quando comparada com a função em grupo.
O lado onde mastigamos ou realizamos o movimento de desoclusão é chamado de lado de trabalho, enquanto o outro lado é
chamado de lado de balanceio. Não deve haver nenhum toque do lado de balanceio durante os movimentos pela guia canina.

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(A)Função de grupo total (B) função de grupo parcial

A função de grupo é uma guia que ocorre quando outros dentes além do canino estão envolvidos nos movimentos de desoclusão
lateral. Na função de grupo parcial alguns dentes do lado de trabalho não tocam durante os movimentos laterais. Já na função de
grupo total todos os dentes posteriores do lado de trabalho participam do movimento de desoclusão. A função de grupo mais
desejável envolve os caninos e os dois pré-molares, podendo incluir a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar. Contatos mais
posteriores estão mais próximos da ATM, o fulcro de força da mandíbula, podendo ser lesivos pelo aumento da atividade muscular.

Princípio 3
Por trás de toda “lente de contato” de sucesso existe uma face
palatina equilibrada
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Princípio 4 80

Saiba interpretar os pontos

Os dentes posteriores superiores e inferiores se relacionam


durante a oclusão através dos contatos de intercuspidação.
Esses contatos permitem estabilidade da mandíbula e dos
músculos mastigatórios e distribuição de forças axiais
incidentes, além de promoverem o efeito mastigatório e
determinar a dimensão vertical de oclusão. Durante a
desoclusão, os dentes posteriores antagonistas não devem
se tocar devido a presença das guias anteriores.

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Princípio 4 81

Saiba interpretar os pontos

Para entender como os dentes posteriores se relacionam em oclusão


precisamos relembrar algumas estruturas anatômicas importantes:

• Cúspides: saliências de esmalte das faces oclusais que se estendem e


formam o terço oclusal das faces vestibular e lingual. Possuem
vertentes lisas (externas a superfície oclusal) e triturantes (interna a
superfície oclusal).
• Cúspides funcionais ou de trabalho: são as cúspides que atuam
fortemente na mastigação, nos dentes superiores são as palatinas e
nos inferiores são as vestibulares.
• Cúspides de balanceio ou de proteção: atuam na proteção e equilíbrio
da oclusão. Nos superiores são as vestibulares e nos inferiores as
linguais.
• Arestas longitudinais e transversais: determinam o perímetro oclusal

Wax by Daiana Pauli
Sulcos principais separam as cúspides e os sulcos secundários são
depressões nas vertentes internas das cúspides.
• Fóssulas: encontro entre duas ou mais vertentes triturantes.
• Cristas marginais: saliência de esmalte que une as cúspides
vestibulares às linguais.

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Princípio 4 82

Saiba interpretar os pontos

As vertentes podem se relacionar de três maneiras:

01 Contato de uma vertente triturante superior com uma


vertente lisa inferior

02 Contato de uma vertente triturante superior com a uma


vertente triturante inferior.

03 Contato de uma vertente lisa superior com uma vertente


triturante inferior

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Princípio 4 83

Saiba interpretar os pontos

Os contatos oclusais podem ser do tipo:

Cúspide x Fóssula: quando as cúspides funcionais Cúspide x Crista Marginal: ao contrário da oclusão
inferiores ocluem nas fóssulas dos superiores e as cúspide x fóssula, estável pelo tripoidismo, na
cúspides funcionais superiores ocluem nas fóssulas oclusão cúspide x crista marginal as cúspides de
inferiores. Esse tipo de oclusão direciona as forças proteção e as cristas marginais tendem a se
para o longo eixo do dente. desgastar e impactar alimentos no espaço
interproximal. Mais comum na dentição natural.

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Princípio 4 84

Saiba interpretar os pontos

Tripoidismo: uma cúspide funcional


toca em três pontos de contato em
estruturas diferentes durante a
oclusão do tipo cúspide-fóssula. Esse
relacionamento garante maior
estabilidade com o mínimo de
contato, o que evita a abrasão da
cúspide funcional.

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Princípio 4 85

Saiba interpretar os pontos

Interferência Oclusal: ocorre quando há contato entre os dentes


posteriores antagonistas durante os movimentos de desoclusão.
As interferências oclusais geram forças laterais e oblíquas sobre o
dente e o periodonto, sendo destrutivas para essas estruturas. A
interferência oclusal é reconhecida pela propriocepção aferente do
periodonto, que transmite a mensagem ao SNC que por sua vez
envia uma resposta aos músculos mastigatórios, desviando a
mandíbula da sua trajetória fisiológica, causando parafunção.

Utilizamos as tiras de registro oclusal para o controle visual dos


pontos de contato. Para uma representação precisa dos contatos
recomenda-se uma progressão na espessura das tiras registro,
progredindo de 40 µm até 12 ou 8 µm. O ponto de interesse será Em azul os contatos marcados com uma tira de 40 µm e em
registrado tanto com uma espessura fina ou espessa, entretanto as vermelho os contatos marcados com uma tira de 12 µm

tiras mais finas garantem um registro mais preciso e pontual,


indicando onde ocorre exatamente o ponto de contato mais forte.
O uso de tiras mais espessa, geralmente acima de 40 µm, pode
gerar uma confusão na compreensão dos pontos de contato, pois
forças mais intensas podem causar um sobre registro, marcando
uma área de contato, correndo risco de realizar um ajuste
desnecessário
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Princípio 4 86

Saiba interpretar os pontos

Outra maneira eficiente de registrar os pontos de contato é através


do sistema digital T-Scan, um sensor de 100 µm com o formato da
arcada que permite determinar o primeiro e último contato, o
equilíbrio dos contatos oclusais presentes em qualquer momento
e a capacidade de visualizar varreduras múltiplas para comparar as
mordidas do paciente armazenadas em um banco de dados.

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Princípio 5 87

Veja de longe as interferências na desoclusão

Após estudarmos o funcionamento fisiológico ideal do


sistema estomatognático, as relações dentárias em oclusão e
desoclusão, iremos apresentar nesse capítulo algumas
ferramentas essenciais para a identificação das
interferências, o estudo e diagnóstico da desoclusão.

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Princípio 5 88

Veja de longe as interferências na desoclusão

O articulador semi-ajustável (ASA) é um instrumento


mecânico que permite a montagem de modelos de estudo e
representa a ATM, a maxila e mandíbula. Ele registra e
duplica alguns movimentos mandibulares, permitindo o
ajuste da inclinação da guia condilar, geralmente 30 graus,
do ângulo de Bennett, geralmente 15 graus, e da distância
intercondilar determinada no uso do arco facial. É utilizado
para diagnóstico, planejamento e tratamento reabilitador.

Entre as vantagens do seu uso estão a melhor visualização


nas relações estáticas e dinâmicas dos dentes, observação
lingual e oclusal do paciente com clareza, fácil
reprodutibilidade dos movimentos excêntricos e percepção
de interferências não observadas clinicamente, além de ser
uma ferramenta que permite a explicação para o paciente
do que está acontecendo com a sua mordida

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Princípio 5 89

Veja de longe as interferências na desoclusão

O arco facial é um dispositivo que trabalha em conjunto com


o articulador. Sua função é registrar a distância das
articulações aos dentes superiores, a distância entre os
côndilos, bem como a relação do plano horizontal de
Frankfurt (linha do tragus a asa do nariz) e o plano oclusal da
arcada. Chamamos de arco facial o conjunto do arco, relator
nasal e garfo de registro.

O registro do arco é muito importante e preciso, pois, ele irá


nos dar o posicionamento correto da maxila e a distância
dos incisivos até as ATMs, representadas pelas olivas do arco
que se inserem no canal auditivo. O modelo de gesso deve
se assentar sem báscula sobre o ponto anterior e os dois
pontos posteriores registrados no garfo de registro.

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Princípio 5 90

Veja de longe as interferências na desoclusão

•A posição da mandíbula pode ser registrada através de várias


técnicas, sendo a mais utilizada o JIG de Lucia.
JIG de Lucia: É um dispositivo confeccionado com resina
acrílica sobre os incisivos superiores com a finalidade de
desocluir os dentes e desprogramar o padrão de atividade
neuromuscular, evitando as interferências oclusais,
possibilitando assim a manipulação da mandíbula para
registro da RC ou PFM. O paciente é orientado a realizar os
movimentos de protrusão e lateralidade sobre a plataforma
http://vedovatoodontologia.com.br inclinada do JIG para registros dos movimentos
mandibulares com auxilio de um papel carbono

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Princípio 5 91

Veja de longe as interferências na desoclusão

Dispositivo Anterior Funcional (DAF): Dispositivo desenvolvido por


Emílio Zanatta para registro gráfico dos movimentos mandibulares
no plano horizontal, tornando possível a análise oclusal nas
posições de RC, lateralidade e protrusão. É composto de duas
partes pré-fabricadas em tamanho único em polipropileno que são
reembasadas internamente para adaptar-se a cada paciente. A
parte A se adapta sobre os incisivos inferiores e contém um pino
que irá gravar na plataforma da parte B, adaptada sobre os
incisivos superiores, os padrões de movimento desejados.

O registro interoclusal deve ser realizado com o JIG ou DAF em


posição, fazendo a marcação em uma lamina de cera 7, 9 ou
elastômeros.

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Princípio 5 92

Veja de longe as interferências na desoclusão

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
A tomografia computadorizada é um exame de imagem que permite a observação das estruturas em cortes axiais, coronais e
sagitais. Por meio da tomografia é possível observar a relação entre os côndilos e fossa articular, assimetrias, patologias, relações
dentárias. É possível reconstruir imagens 3D do crânio e analisar as estruturas em conjunto

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
A ressonância magnética é um exame de imagem que utiliza as noções de campo magnético para produzir imagens de alta
definição dos órgãos em qualquer plano. Não utiliza radiação. Por meio da ressonância magnética é possível observar o
posicionamento do disco articular e as relações das estruturas do sistema estomatognático. As patologias de disco podem ser
observadas como deslocamento de disco sem redução quando há incapacidade de reduzir ou recaptar o disco durante o
movimento de fechamento da mandíbula devido à mudança do formato do disco de bicôncavo para biconvexo. Ocorre perda de
tensão do ligamento posterior. O deslocamento de disco com redução refere-se ao estágio no qual o disco esta deslocado em uma
posição anterior ou anterior medialmente com a boca fechada e retorna à posição normal a cabeça da mandíbula na abertura.
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6
Princípio 6 93

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Até o momento nós vimos o funcionamento ideal do


sistema estomatognático com a oclusão e desoclusão
balanceadas. Agora nós vamos entender o que acontece
quando há um desequilíbrio desse sistema.

Em um sistema equilibrado os movimentos excêntricos


ocorrem pelas guias anterior e canina, permitindo a
desoclusão dos dentes posteriores, e durante a oclusão os
dentes posteriores inferiores devem assentar-se nas fossas
centrais dos dentes superiores, com as cúspides linguais dos
dentes posteriores acomodando-se nas fossas centrais dos
dentes inferiores. Esse funcionamento permite que os
dentes anteriores recebam forças horizontais e os dentes
posteriores as forças axiais, o que chamamos de oclusão
mutuamente protegida.

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Princípio 6 94

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

O desequilíbrio da desoclusão ocorre quando temos


interferências oclusais, por exemplo, contatos prematuros,
geralmente um dente que toca antes dos outros e impede o
fechamento completo da mandíbula sem causar desvios no
seu posicionamento, porém causando instabilidade
mandibular e condilar. Podemos também ter contatos
deflectivos que são contatos não fisiológicos que ocorrem
entre as superfícies oclusais antagonistas, dificultando ou
impedindo os movimentos mandibulares excursivos,
causando desvios da mandíbula devido aos reflexos
neuromusculares

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Princípio 6 95

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

As consequências do desequilíbrio da desoclusão para o sistema estomatognático podem


manifestar-se como:

HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL


É considerada o primeiro sinal das lesões cervicais causadas por desequilíbrio desoclusal.
Caracteriza-se por uma dor curta e acentuada frente a estímulos físicos e/ou químicos que não
podem ser atribuídos a outra doença. Geralmente está associada a área onde os túbulos
dentinários estão expostos devido a perda de estrutura mineral do dente ou recessão gengival.
Existe uma forte relação entre HDC e LCNC, pois ambas resultam de forças de cargas oblíquas sobre
os dentes, em especial a região cervical, que são percebidas pela polpa como um estímulo
doloroso.

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Princípio 6 96

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

LESÕES CERVICAIS NÃO CARIOGÊNICAS


As lesões cervicais não cariogênicas são patologias que se manifestam como a perda de estrutura dental mineralizada, caracterizadas
pelo formato de cunha e sua localização predominante na face vestibular, podendo em alguns casos ocorrer na superfície lingual.
No passado sua origem era controversa, mas hoje em dia diversos grupos suportam que as ausências de guias e interferências nos
movimentos desoclusivos são a principais causas dessas lesões. A incidência de forças oblíquas sobre o dente resulta em
compressão na região de fulcro em um lado do dente e tração no lado oposto. O esmalte é resistente à compressão, porém frágil à
tração, e nessas áreas de tração que surgem as LCNC. Como demonstrado em estudos de elementos finitos a região cervical é a
região mais susceptível a essas lesões devido a sua proximidade com o fulcro do dente, orientação dos prismas de esmalte e menor
espessura de esmalte. As forças oblíquas seriam o fator etiológico primário no desenvolvimento das lesões cervicais, e outros fatores
como a ação dos ácidos, abrasivos e atrição atuariam como fatores secundários no desenvolvimento dessas lesões

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Princípio 6 97

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

LESÕES OCLUSAIS NÃO CARIOGÊNICAS


As superfícies oclusais também podem ser afetadas por perda de
estrutura mineralizada devido à ausência de guias de desoclusão
ou interferências oclusais deflectivas que desviam a mandíbula
da sua trajetória normal, criando forças de atrição mais intensas.
Normalmente os dentes posteriores sofrem com o desgaste
natural com o avançar da idade, arredondando as pontas de
cúspides, porém esse desgaste se torna patológico quando ocorre
precocemente e rapidamente. Os desgastes oclusais podem ser
planos quando há envolvimento do contato dente a dente, ou
côncavos, semelhante a lesões de cárie quando há combinação
de forças excessivas com ácidos intrínsecos ou extrínsecos e
abrasivos.

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Princípio 6 98

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

(A) Recessões gengivais em canino e molares (B) Recessões com LCNC


LESÕES PERIODONTAIS
As forças excessivas, oblíquas ou anormais que incidem sobre o periodonto formam áreas de tração e áreas de pressão. Nas
áreas de pressão os osteoclastos entram em atividade e reabsorve o osso progressivamente e nas áreas de tração as fibras do
ligamento se distendem e se rompem, consequentemente o dente começa a apresentar mobilidade, dor e desgaste. Quando o
paciente apresenta os tecidos de sustentação comprometidos por inflamação, a associação com as forças oblíquas pode
acelerar a perda de estrutura e consequente perda do dente, pois o exsudato inflamatório ganha o caminho do espaço do
ligamento periodontal para se difundir. A largura do tecido ósseo é importante de se observar, pois em casos onde o osso for
delgado, as células mesenquimais indiferenciadas não estarão acessíveis para serem transformadas em novas células
(fibroblastos, cementoblastos, osteoblastos) naquele local. Assim o osso será reabsorvido e acontece a recessão gengival.

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Princípio 6 99

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

DESORDENS MIOFASCIAIS
Os contatos oclusais não funcionais e os contatos
desoclusivos prematuros além de serem a principal causa
das lesões cervicais não cariosas, também são responsáveis
por dores e desordens miofasciais. Os estudos de
eletromiografia demonstram que quando ocorre uma
interferência oclusal no lado de balanceio, a atividade do
temporal é alterada para um padrão bilateral e tende a criar
uma inclinação da mandíbula com distração do côndilo no
lado de suporte e elevação do côndilo no lado não-
sustentador, resultando em uma carga articular
desordenada sobre o lado de trabalho, alargamento do
espaço intercondilar e tensão da cápsula no lado oposto.
Essa alteração na atividade muscular pode refletir em
mialgias, co-contração protetora, e mioespasmos.

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Princípio 6 100

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (DTM)


Historicamente, os fatores da desoclusão como
interferências nos movimentos excêntricos e discrepâncias
entre MIH e RC foram considerados fatores primários na
etiologia da DTM. Porém, atualmente existe uma discussão
sobre o real papel da desoclusão na etiologia da DTM. Na
presença de uma desoclusão desequilibrada, os pacientes
suscetíveis à DTM podem apresentar problemas clínicos que
envolvem a musculatura mastigatória, ATMs e/ou estruturas
associadas.

Os sinais e sintomas de DTM são:

• Dor nas ATMs, cabeça, auricular, facial (músculos


mastigatórios), e/ou pescoço.
• Alteração dos mecanismos mandibulares.
• Limitação e descoordenação dos movimentos
mandibulares.
• Ruídos articulares (estalos, crepitação)

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Princípio 6 101

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

LESÕES ENDODÔNTICAS
Os contatos prematuros e as interferências durante os movimentos
excêntricos podem causar um quadro de periodontite apical aguda.
É um quadro reversível onde o paciente tem sensação de dor e dente
crescido. Histologicamente é observado hiperemia e acúmulo de
células inflamatórias no periápice. A remoção da causa geralmente
resolve o problema. Se não tratado pode derivar para supuração,
cronificação e necrose pulpar, requerendo tratamento endodôntico.

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Princípio 6 102

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

FALHAS REABILITADORAS
As reabilitações orais, tanto fixas como as removíveis devem ser planejadas antes de sua execução para respeitarem os
princípios de desoclusão estabelecidos, removendo as interferências desoclusais existentes nos movimentos excêntricos e
planejando na posição fisiológica da mandíbula. Onde o paciente apresenta contatos prematuros naturais podem ser
realizados ajustes por desgaste seletivo, e onde ocorre falta de contatos posteriores estáveis ou ausências das guias de
desoclusão podem ser realizados ajustes por acréscimo. Caso esse cuidado não seja tomado, as forças oblíquas e de
cisalhamento sobre os dentes podem resultar em desalojamento, falhas e fraturas das restaurações e/ou dentina e esmalte,
falhas na osseointegração e afrouxamento dos parafusos dos implantes

As forças da função em grupo total (A) levaram a fratura do elemento 26 (B)

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Princípio 6 103

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

INSTABILIDADE ORTODÔNTICA
Fatores como distância e número de dentes movimentados,
oclusão e desoclusão, idade, velocidade do tratamento, altura das
cúspides, integridade dos tecidos de suporte, relação dos planos
inclinados, tamanho e harmonia dos arcos, pressão muscular,
língua e fonação, contatos interproximais e pelo metabolismo
celular estão relacionados com a instabilidade após a finalização
do tratamento ortodôntico. Os dentes movimentados
ortodonticamente tendem a voltar a suas posições naturais, logo
os dentes antagonistas devem oferecer forças em direções
contrárias a essa tendência. Quando a PFM coincide com a MIH o
resultado tende a ser uma relação mais estável. A normalização
da oclusão dentária está na dependência de forças mastigatórias,
que, quando não incidem no longo eixo do dente, podem alterar
sua posição e até provocar desvios do arco dentário. A finalização
de um tratamento ortodôntico deve devolver o equilíbrio
dentário, muscular, esquelético e articular ao sistema
estomatognático de acordo com a individualidade de cada
paciente
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7
Princípio 7 104

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

A dor é definida como “uma experiência sensorial e


emocional desagradável, associada à lesão tecidual ou
potencial lesão” (International Association for the Study of
Pain – IASP), sendo uma das principais razões pela procura
da assistência médica/odontológica. O termo “dor orofacial”
é utilizado na literatura como um termo amplo que engloba
condições dolorosas provenientes da pele, vasos
sanguíneos, nervos, ossos, dentes, músculos ou glândulas
localizadas em região da cabeça e pescoço.

As dores agudas representam uma resposta fisiológica de


nosso organismo diante de um agente agressor, importante
no processo de defesa. Espera-se que se resolva depois de
finalizado o período de reparação orgânica.
A dor crônica é uma condição patológica sem valor biológico
que persiste além do tempo esperado para reparação
tecidual, causando sofrimento ao indivíduo.

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Princípio 7 105
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

TIPOS DE DOR

Nociceptiva: geralmente aguda causada por uma lesão Hiperalgesia: resposta aumentada a um
tecidual ou potencial devido à ativação de neurônios estímulo que normalmente é doloroso
nociceptivos periféricos.

Neuropática: dor de consequência direta de Hipoalgesia: dor diminuída em resposta a um


uma lesão ou doença que afeta o sistema estímulo normalmente doloroso
somatossensorial
Parestesia: sensação anormal, espontânea ou
Mista: apresenta os componentes provocada
nociceptivos e neuropáticos

Anestesia: perda completa de sentido ou


Alodinia: dor resultante de um estímulo que sensação, especialmente dor.
normalmente não provoca dor

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Princípio 7 106
O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

As principais dores orofaciais tratadas pelos dentistas podem ser agrupadas em quatro grupos:

DORES PÓS- CIRÚRGICAS


DORES DE
DORES NÃO TECIDOS MOLES
ODONTOGÊNICAS
DORES ODONTOGÊNICAS Câncer de boca
Dor facial idiopática
Herpes simples e herpes- Pós-trauma
persistente 

Sensibilidade dentinária / zóster Síndrome da Pós-cirúrgica(Exodontia,
Odontalgia da mucosa
dor do colo dentinário Ardência Bucal. implantes, ortognaticas)
nasal ou sinusal
Pulpite Úlceras traumáticas da Pós-endodontia
Odontalgia de origem
Necrose da polpa mucosa oral
muscular Odontalgia
Periodontite Afta – úlcera aftosa
cardíaca
Pericoronarite recorrente
Dores articulares
Fraturas dentárias
Dores neuropáticas

3 4
2
1
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Princípio 7 107

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

O desequilíbrio da desoclusão está relacionada diretamente com


várias dores de origem odontogênica e uma influência menor
nas dores miogênicas, como explicamos no capítulo 6 as suas
consequências. Por muito tempo “dor orofacial” foi sinônimo de
DTM, hoje em dia já há uma dissociação dos termos. As DTMs
podem ser definidas como um conjunto de condições dolorosas
e/ou disfuncionais, que envolvem os músculos da mastigação e/
ou as ATMs.

Historicamente as causas das DTMs foram atribuídas ao


desequilíbrio da desoclusão, interferências oclusais e
parafunções, com potencial agravante do estresse psicológico.
Atualmente é aceito que a causa das DTMs é multifatorial,
envolvendo fatores iniciadores e fatores perpetuantes, que
podem ser totalmente distintos.

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Princípio 7 108

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

Eventos de origem local, sistêmica ou psicológica podem


influenciar no funcionamento normal do sistema
estomatognático. Quando um evento ultrapassa a tolerância
estrutural, as estruturas menos tolerantes como os músculos, as
ATMs, as estruturas de suporte e os dentes começam a apresentar
alteração estrutural/funcional e quadros de dor.

No geral existe ausência de evidências que suportam a influência


de uma desoclusão desequilibrada, interferências oclusais e
parafunções como causas das DTMs, bem como o ajuste oclusal
como tratamento efetivo. O importante é realizar um diagnóstico
efetivo para um tratamento adequado para cada caso de dor.

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Princípio 7
109

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

DIAGNÓSTICO DA DOR Anamnese: perguntas fundamentais no diagnóstico da dor


Um bom diagnóstico deve compreender uma 1.Quando iniciou a dor?
anamnese detalhada, avaliação clínica intra e extra- 2.Houve queda, acidente automobilístico, esporte de impacto, etc?
oral e utilização de exames complementares. 3.Onde dói?
4.Quanto dói? (Utilizar a escala visual analógica).
5.Como dói (choque, latejante, pulsátil, pontada, ardência,
queimação, aperto)?
6.Quando dói?
7.Por quanto tempo dói? (Dor contínua, recorrente, intermitente)
8.A dor se espalha? Para onde?
9.Existem outros sintomas que acompanham a dor?
10.O que melhora a dor?
11.O que piora a dor?
12.Já realizou tratamento para dor?
13.Faz uso de medicação? Em que dose?
14.Sentiu melhora com o uso da medicação?

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Princípio 7 110

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

•Avaliação Clínica:
1.Observar grau de abertura bucal: normal de 40 mm a 55
mm
2.Observar movimentos excursivos de pelo menos 7 mm
3.Observar a trajetória de abertura e de fechamento da
mandíbula. A mandíbula sempre desvia para o lado afetado
4.Inspecionar a cavidade oral
5.Palpar os músculos masseteres e temporais. Verificar a
presença de pontos gatilhos miofasciais
6.Observar se há assimetria facial
7.Auscultar a ATM e verificar ruídos articulares, tais como
estalidos e crepitações sugestivos de alterações
intracapsulares.

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Princípio 7 111

O que acontece quando há desequilíbrio desoclusal?

•Exames Complementares:
1.Ressonância magnética: Utilizado para observar tecidos
moles, presença de conflitos neurovasculares trigeminais,
lesões expansivas do segmento cefálico, deslocamento de
disco articular da ATM, derrame intra-articular de ATM etc.
2.Radiografia panorâmica: Permite uma avaliação inicial a
fim de descartar achados óbvios que possam ser fonte de
dor orofacial.
3.Tomografia computadorizada: Permite verificar tecidos
duros, trincas e fraturas dentárias, canal radicular não
tratado, reabsorções radiculares, processos degenerativos
ósseos, e iatrogenias
4.Exames Sanguíneos: Permite avaliar alterações sistêmicas
que possam deflagrar quadros inflamatórios, metabólicos,
hormonais e nutricionais que podem refletir em dores
orofaciais.

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Referências 112

Continue o seu estudo com as seguintes leituras

0
Anatomia Craniofacial Aplicada À Odontologia - Abordagem Fundamental e
Clínica – 2ª edição. Marcelle Alvarez Rossi. Editora Santos, 2017 00
Anatomia Aplicada a Odontologia – 2ª edição. Peter Reher, Lucilia Maria de
Souza Texeira, Vanessa Goulart Sampaio Reher. Editora Guanabara Koogan,
2008
01
Tratamento Das Desordens Temporomandibulares e Oclusão– 7ª edição.
Jeffrey P. Okeson. Editora Elsevier, 2013.
02

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Continue o seu estudo com as seguintes leituras

Lesões Cervicais Não Cariosas e Hipersensibilidade Dentinária Cervical – 00


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and Dentofacial Orthopedics 139.1 (2011): 14.

06

07

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117

Quem somos nós

Christian Toledo Marcos Laboissiere Jr.

Quando fui convidado para participar da equipe do Dr. Marcos Eu amo esse projeto do ClubD por despertar o interesse em
Laboissiere, fui estimulado a estudar o assunto da desoclusão. estudar os fundamentos básicos sobre a Desoclusão, e
Eu não imaginava que um assunto tão básico e pouco assim contribuir para melhorarmos nossas práticas clínicas.
explorado na graduação seria tão interessante de estudar e faria Observo o aumento de cursos sobre estética nas mais
toda diferença na minha prática clínica. Me sinto muito feliz em variadas especialidades, e faltam oportunidades de
fazer parte desse e-book e poder transmitir tudo que aprendi aperfeiçoarmos fundamentos como este que temos
sobre a desoclusão abordado aqui, e sinto que esse problema pode ser
resolvido

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