You are on page 1of 5

A lingüística, ela não só descreve fatos lingüísticos, como busca uma explicação

coerente para suas ocorrências. Enquanto ciência, ela cuida da elaboração de teorias
sobre a língua, estudando as línguas naturais. Desta forma, baseando-se em alguns
Lingüistas, a Lingüística é dotada de método de investigação, objetividade e empirismo,
suficientes para considerá-la como uma área do conhecimento capaz de estudar a língua
cientificamente. Já para Saussure o objeto de estudo principal da Lingüística era a
língua.

Posto isto, uma característica universal dos seres humanos é a língua falada, isto
é, um processo natural, que não é necessário ir à escola para aprender elaborar a fala, ela
já esta meio que “programada” no nosso cérebro. Já a escrita não, pois existem culturas
que não utilizam à escrita, ou seja, a criança vai à escola deste pequeno, é ensinada por
um professor a escrever. Dando seqüência a este processo a fala antecede a escrita, por
isso é mais dinâmica e prioritária.

Segundo Saussure a língua é um sistema de signos, cuja significação depende


das relações de valores entre eles, ou seja, a língua é um sistema individual, utilizado
como meio de comunicação. Desta forma, a língua corresponde à parte essencial da
linguagem, pois um indivíduo estando sozinho, não pode criar nem modificar a língua,
já que ela é a maior e suas mudanças são imperceptíveis. Já a Linguagem, ele a retrata
como uma faculdade humana, uma capacidade que os homens têm para produzir,
desenvolver, compreender a língua e outras manifestações simbólicas parecidas à
língua. Saussure, afirma que a linguagem é heterogênea e multifacetada.

Para Saussure a língua está relacionada ao lado social, sua existência decorre de
uma espécie de contrato implícito em que é estabelecido entre os membros de uma
comunidade. A Fala está relacionada ao lado individual, é a maneira pessoal de atualizar
esse código. Já a sincrônica é tudo aquilo que se relaciona com o aspecto estático da
nossa ciência, descrição de um determinado estado dessa língua em um determinado
momento no tempo. Logo a Diacronia é tudo que diz respeito às evoluções históricas.
Busca estabelecer, através do tempo uma comparação entre dois momentos da evolução
histórica. Desta forma, pode-se dizer que a diacronia é constituída de uma série de
sincronias.
Saussure ressalta que as relações sintagmáticas compõem-se sempre de duas ou
mais unidades consecutivas, acrescentando ainda que um termo em tal relação só
adquira o seu valor pelo fato de se opor ao que o precede ou ao que o segue, ou a
ambos. Já as paradigmáticas são as relações que caracterizam a associação entre um
termo que está presente em um determinado contexto sintático com outros que estão
ausentes desses contextos.

Por fim, o significado e o significante, Saussure caracteriza-os como imagem


acústica, impressão psíquica desse som sendo o significante e como significado o
conceito, representa o sentido que é atribuído ao significante. Ele retrata o signo como
algo que é arbitrário, pois obtém diferenças entre as línguas e a própria existência de
línguas diferentes. Ele ressalta também que a arbitrariedade indica que o significado é
“imotivado”, pois não tem qualquer tipo de ligação natural ao significado,

Partindo deste pressuposto, a noção de valor para o lingüista é algo que se


origina da correlação entre um signo e os demais signos que se encontram ao seu redor.
Dessa forma, ele adapta um exemplo metaforicamente do jogo de xadrez para explicar o
sistema lingüístico. O lingüista ressalta que se imaginarmos um jogo de xadrez, com o
seu tabuleiro e suas peças, não interessando para o jogador o material de que é feito a
pela e sim, levando em conta que uma pela tenha sido perdido, ou seja, ele não
considera se a peça é feita de mármore, madeira e sim na peça em sim, exemplo o
cavalo. Desta forma, o valor da pela “cavalo”, será assumido por um pedaço de cortiça.
Ora, o papel que esse pedaço da cortiça irá desempenhar no jogo será o mesmo que o da
peça original, estabelecendo, assim, uma relação com as demais. Desta mesma forma, o
signo lingüístico tem um valor, não se importando com a igual matéria física, mas, sim,
definindo-se pela relação de oposição que estabelece com as demais peças da língua.

Logo, tendo seus trabalhos desenvolvidos com base na corrente da Lingüística


distribucionalista o estruturalismo Norte-Americano tem como representante Leonard
Bloomfield, em que tal teoria tem como objetivo a elaboração de um sistema de
conceitos aplicáveis à descrição sincrônica.

Já o funcionalismo é uma corrente lingüística que se opões ao estruturalismo e


ao gerativismo, pois, se preocupa em estudar a relação entre a estrutura gramatical das
línguas e os diferentes contextos comunicativos em que elas são usadas. Os aspectos
importantes desse conceito é a concepção da língua como instrumento de interação
social, tal corrente busca na comunicação a motivação para os fatos da língua.

Desta forma, o funcionalismo explica as regularidades observadas no uso


interativo da língua e analisa as condições discursivas. Assim, alguns de seus princípios
e conceitos retratam a informatividade, na qual refere-se à forma de compartilhar
determinado conhecimento linguisticamente; os estudos tem focalizado os status
informacional dos referentes nominais tal tema fala também, que um sintagma nominal
pode ser dado (ou velho), novo, disponível e inferível. Outro principio é a inconicidade,
que é definida como a correlação natural e motivada entre forma e função, ou seja, entre
o código lingüístico (expressão) e seu significado (conteúdo). É bom ressaltar que os
lingüistas funcionais defendem a idéia de que a estrutura da língua reflete, de algum mo
do, a estrutura da experiência.

Outro conceito que tal princípio retrata é a do tempo como metáfora do espaço,
isto é, um ícone espelha a relação direta entre forma e significado. Assim, a
inconicidade é então a relação entre a forma de uma palavra e seu significado ou função.
Tal tema diz, que na língua não há em muitos casos, uma relação clara e transparente
entre forma e significado, entre expressão e conteúdo. Há casos em que o significado
original do elemento lingüístico já se perdeu parcialmente ou totalmente.

O principio da iconicidade manifesta-se em três subprincipios: o Subprincípio da


quantidade, em que quanto maior a quantidade de informação, maior a quantidade de
forma, de modo que a estrutura de uma construção gramatical indica a estrutura do
conceito que ela expressa, segundo Cunha (2003). Depois temos o subprincipio da
integração em que segundo Cunha, são os conteúdos que estão mais próximos
cognitivamente também estarão mais integrados no nível da codificação, isto é, o que
está mentalmente junto coloca-se sintaticamente junto.

A seguir temos o princípio da marcação em que tais critérios são para distinção
entre categorias marcadas e não marcadas e categorias não marcadas. A
gramaticalização é o processo de mudança lingüística que se caracteriza pela trajetória
de um item lexical para um item gramatical.
Já o Gerativismo que teve seu início a partir dos trabalhos do lingüista Noam
Chomsky, em que tal paradigma defende-se a idéia de que a linguagem não se manifesta
numa única estrutura, revelando a possibilidade de se observar em diferentes sentenças,
estruturas da ordem da superfície e da ordem profunda. Isto é, tal corrente fundamenta-
se, sobretudo em uma teoria mentalista, não considerando o sujeito como uma tabula
rasa.

Desta forma, o Gerativismo provoca uma ruptura, trazendo uma nova maneira de
pensar o estudo da linguagem. Diferentemente do modelo behaviorista, que se
embasava na concepção de que a linguagem “era um fenômeno externo ao indivíduo,
um sistema de hábitos gerado como resposta a estímulos e fixado pela repetição"
(KENEDY, 2008, p. 128), o Gerativismo faz críticas a visão condicionada da
linguagem, e afirma que todo ser humano é criativo, tem a capacidade de construir
frases/idéias novas, nunca antes proferidas.

Contrariando, assim, os pressupostos behavioristas, Chomsky defende a


linguagem como um fenômeno interno do falante (uma capacidade genética)

Tal capacidade inata é conhecida como faculdade da linguagem. Segundo


Kenedy, portanto, "o papel do gerativismo no seio da lingüística é constituir um modelo
teórico capaz de descrever e explicar a natureza e o funcionamento dessa faculdade, o
que significa procurar compreender um dos aspectos mais importantes da mente
humana." (KENEDY, 2008, p. 129).

Em síntese verifica-se que é a partir do paradigma gerativista que as línguas


passam a ser concebidas, interpretadas como sendo uma faculdade mental natural, e não
mais como resultantes de um comportamento sócias.

Por fim, tem-se a Sociolingüística, que é um modelo de língua que acomode os


fatos de uso variável, com seus determinantes sociais e estilísticos; em que as idéias de
variação sistemática motivada por pressões sociais que operam sobre a língua. Tal
corrente retrata a língua como algo que não pode ser estudada fora do contexto social.

You might also like