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A UNIÃO MONETÁRIA NUM

MERCADO DIVIDIDO POR


BLOCOS REGIONAIS

SOCIOLOGIA ECONÓMICA

Universidade Portucalense
Infante D. Henrique
(1997)
Universidade Portucalense Sociologia
económica

“Ler fornece ao espírito materiais para o conhecimento, mas só o


pensar faz nosso o que lemos.”

John Locke

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O docente:

Professor Doutor José M. Moreira

Os discentes:
Fernando Jorge Leite Moreira
Ricardo Nuno Santos Oliveira Braga
Moinhos
Nuno André Lisboa da Silva

Porto, Fevereiro
de 1997

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Índice

INTRODUÇÃO.....................................................................................................pag. 5

AS ORIGENS DA IDEIA EUROPEIA..................................................................pag. 6

O EFEITO DA EUROPA EM PORTUGAL..........................................................pag. 8

ASSIMETRIAS REGIONAIS..............................................................................pag.
12

UNIÃO EUROPEIA: NORTE E SUL E AS SUAS ESTREITAS DIVISÕES......pag.


15

QUANTO CUSTA A MOEDA ÚNICA: VISÃO SEGUNDO ALGUMAS


PERSONALIDADES ACTIVAS NA VIDA ECONÓMICA................................pag.
17

QUANTO CUSTA A MOEDA ÚNICA :VANTAGENS E DESVANTAGENS...pag.20

AS POLÍTICAS ALTERNATIVAS QUE PODERÃO SER SEGUIDAS PELA


UNIÃO MONETÁRIA: CENTRALIZAÇÃO VS.
DESCENTRALIZAÇÃO....................pag. 28

UNIÃO MONETÁRIA: PORQUÊ E COMO.......................................................pag. 30

CONCLUSÃO.....................................................................................................pag. 33

BIBLÍOGRAFIA..................................................................................................pag.
35

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Introdução

Neste trabalho procuraremos apresentar, de uma forma clarificada, a realidade


económica e social com que todos os Europeus se debatem neste preciso momento.

Surge-nos, de tal modo, a União Monetária como um passo decisivo para alcançar
uma sociedade Europeia tendo em vista o bem comum de todas as comunidades de que dela
fazem parte, pelo que pensamos ser imprescindível expor o efeito dessa mesma união em
Portugal, país onde residimos e sentiremos directamente as suas consequências.

E serão essas consequências benéficas?

Diferentes opiniões de ilustres economistas serão apresentadas, e comentadas,


retirando delas as políticas que a União Monetária deverá adoptar e os impactos destas nos
diferentes agentes sócio económicos, e o conflito regional dentro das mesmas.

É nosso profundo anseio que os possíveis leitores fiquem esclarecidos e critiquem


de uma forma construtiva contribuindo para uma expansão de novos pontos de vista
apresentando-os sem receios, ajudando a construir a verdadeira essência da união que reside na
diferença.

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As origens da ideia Europeia:


Noção de Europa

“Eu represento um partido que não existe ainda


O partido Revolução-Civilização
Este partido edificará o século XX
E fará nascer, primeiro, os Estados Unidos da Europa,
Depois os Estados Unidos do Mundo.”

Victor Hugo

É frequente, nas obras consagradas ao estudo das manifestações do pensamento


europeu, situar em épocas recuadas da história o momento em que, pela primeira vez, se terá
pressentido a existência de elementos que, contribuindo para definir um particular espaço físico
e para individualizar os povos da Europa, permitiram a estes arrogar-se com a qualidade de
membros de uma distinta família humana.

A tomada de consciência da realidade europeia exigiu, porém, a superação de poderosos


factores de dissociação de populações que à partida se achavam profundamente separadas pelas
diferenças de origem, pela língua, pela cultura, pelo grau de civilização.

Antes de mais, a própria irregularidade e duvidosa autonomia física do Velho


Continente não se presta a uma caracterização geográfica muito precisa: há quem apresente a
Europa como um simples promontório da Ásia, enquanto outros a vêem estreitamente ligada à
África. Ora esta elasticidade da noção geográfica, com todos os elementos de diversificação de
condições de vida que daí naturalmente decorrem, não podia favorecer uma satisfatória definição
territorial da Europa.

De igual modo, quando nos detemos a examinar a diversidade técnica e o antagonismo


de interesses dos diversos povos que ao longo dos sucessivos períodos históricos se foram
fixando no continente europeu, não deparamos com qualquer factor de unidade (salvo a
comunhão da crença religiosa) cuja presença tenha podido desempenhar, à semelhança do que
aconteceu noutros espaços territoriais, uma acção catalisadora de tantos elementos de
dissociação.

É bem sabido como tal acção catalisadora foi no século XIX desempenhada no
continente Americano, tal como no século XX em África pelo desejo comum da libertação do

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domínio ou da simples ingerência europeia, traduzido, pelo que toca ao Novo Mundo, pela
doutrina Monroviana da “América para os americanos”, e no Continente Negro por um vasto
movimento de emancipação expresso em fórmulas anticolonialistas e em comuns anseios de
desenvolvimento económico e social capaz de permitir ultrapassar o generalizado atraso das
condições de vida dos povos africanos.

A mitologia quer que “Europa” tenha nascido na Ásia. Filha do rei fenício Agenor, vai
ser a heroína de romanesca aventura cantada por gregos e latinos: seduzido pela sua beleza,
Zeus, incarnado sob as formas de um touro, rapta-a e condu-la para a ilha de Creta onde
floresce, então, a mais requintada civilização mediterrânea.

Bem diversamente, a etimologia conduz-nos a Homero: “Europa é- o que vê ao longe”,


é o epíteto que ele utiliza para designar o pai e senhor dos Deuses.

Aos gregos se deverá, além do vocábulo, uma primeira noção geográfica da Europa:
esta começou por designar as regiões a norte da Grécia.

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O efeito “Europa” em Portugal


Os anos de "boom" da adesão à CEE

“As estatísticas são seres humanos sem lágrimas.”


Séneca

A entrada em vigor do Tratado de Adesão em Janeiro de 1986 vem fornecer finalmente


um novo quadro ao desenvolvimento da economia portuguesa. Já em 1985, fruto da política de
austeridade dos anos anteriores, e pela primeira vez desde o 25 de Abril, a balança de
transacções correntes apresenta um “superavit”. A conjuntura externa é particularmente
favorável nos primeiros anos pós-adesão, e o colete de forças constitucional torna-se a partir de
então praticamente inexistente, mesmo antes de consagrada a revisão de 1986.

Os bancos privados, autorizados logo no início de 1985, começaram a operar em pleno,


forçando a modernização do sistema financeiro, que atingirá o seu pleno em 1988, com a
autorização de 60 novas sociedades financeiras e uma enorme diversificação da oferta de
instrumentos e serviços financeiros. A bolça sai do marasmo ainda em 1986, para entrar numa
corrida especulativa que só terá fim no “mini-crash” de 1987 e cujos efeitos o pacote de medidas
de estímulo ao mercado de capitais do ano seguinte tentará contrariar.

No domínio fiscal, a inovação começa a 1 de Janeiro de 1986, com a introdução do


IVA, para atingir o seu pico nos primeiros dias de 1989, com a aplicação da reforma fiscal e a
introdução do “quase imposto único”. A máquina fiscal não acompanhará. no entanto, as
exigências da reforma e em 1993 torna-se patente a sua incapacidade para fazer face à fuga e à
fraude, cada vez mais sofisticadas. As receitas são nesse ano muito inferiores ao previsto e o
défice executado acaba por ser praticamente o dobro do orçamento , rondando os mil milhões
de contos.

A falta de rigor nas contas públicas tornou-se aliás uma doença quase crónica da
economia nos últimos anos. Com raízes anteriores, tem uma nova restrição que advém do
contínuo e desordenado aumento do número de funcionários públicos (reflectindo algum
clientismo partidário). Ao crónico défice do Estado juntou-se nos últimos anos de forma cada
vez mais evidente um sistema de segurança social visivelmente infinanciável e à beira da
ruptura, que originou já em 1993 uma primeira alteração na fórmula de cálculo das principais
prestações nada favorável às expectativas dos contribuintes.

As receitas das privatizações (iniciada em 1989), embora reduzindo os montantes a


canalizar pelo Estado para as empresas públicas e assumindo valores próximos dos 200 milhões
de contos anuais, não conseguiram contrariar os efeitos do despesismo estatal que, nos dois
últimos anos, surge como a principal restrição a uma maior expansão da economia, forçando a

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uma prática de crédito caro (a única consistente com a estabilidade cambial imposta pelos
compromissos comunitários).

A diferença de crescimento a favor de Portugal em relação à Europa é um dado


praticamente constante desde a adesão: entre 1986 e 1992, o PIB tem crescido quatro por cento
ao ano em média no país,. contra 2,7% na CEE – medida segura de uma aproximação crescente
ao padrão de desenvolvimento europeu, até essa data.

Os dois primeiros anos pós-adesão serão ainda de declarada luta anti-inflacionista, com
a inflação a cair para 9% e o défice do sector público administrativo a atingir os 3,9% em 1989.
A partir de 1988, é no entanto claro que Miguel Cadilhe, apesar da reduzida pressão do
desemprego (que caíra para 5%), sacrificará a estabilidade dos preços (que sobem nesse ano
13%) ao objectivo do crescimento.

O ano de 1990 ficará marcado por uma política já claramente despesista prosseguida
por Miguel Beleza, em resposta à pressão eleitoral. É nesse ano que os custos do novo sistema
retributivo se tornam claros e o défice do sector público administrativo começa de novo a
disparar: em 1990 atinge 5,4%, no ano seguinte sobe para 6,4%. Em 1991 a preparação da
entrada do escudo no S.M.E. acabará por originar uma política de “moeda forte” que se
prolongará pelo ano seguinte.

Em 1992 o escudo entra para o S.M.E. criando-se uma restrição adicional à condução
da política económica que passa a subordinar-se mais claramente ao objectivo da estabilidade
dos preços. A súbita instabilidade do sistema a partir daí (traduzida em três ajustamentos e na
alteração das bandas de flutuação) não facilitará essa gestão.

Embora o objectivo final da estabilidade de preços seja a aproximação de níveis de


bem-estar entre economias, os dois últimos anos acabaram por consagrar uma paradoxal
inversão dessa tendência. Em 1992, e reflectindo já uma má conjuntura internacional e o clima
crescentemente recessivo na Europa, a economia portuguesa cresceu apenas 1,5% e em 1993 a
previsão mais optimista aponta para uma quebra no crescimento de 0,9% (contra uma estagnação
na União Europeia), entrando assim claramente num período recessivo.

Para o diferencial positivo de crescimento entre 1989 e 1992 contribuíram de forma


decisiva as transferências de fundos comunitários: mais de 1560 milhões de contos. Anualmente,
esses fundos terão contribuído com cerca de 0,7 pontos percentuais para a taxa média de
crescimento da economia, o que significa que 3,4% do crescimento acumulado nos quatro anos
se ficou a dever integralmente às ajudas comunitárias.

Os fundos tiveram nesse período um papel em tudo semelhante ao das remessas de


emigrantes nas décadas de 60 e 70, e curiosamente permitem um tipo de aplicação
razoavelmente semelhante, onde avulta a clara infra-estruturação económica. O fenómeno dos
fundos aliados ao típico fenómeno pós-25 de Abril do poder local justifica em boa parte o surto
de desenvolvimento comum a todo o país. Com uma excepção: nem os mais de mil milhões de
contos de ajudas terão conseguido salvar um sector rural cada vez mais incapaz de fazer face às
regras da nova P.A.C.

A diminuição de 1,3% do volume de emprego entre o primeiro trimestre de 1993 e


idêntico período de 1994 e a consequente subida da taxa de desemprego de 5,1% para 6,8%

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revelam que a economia portuguesa ainda não conseguiu libertar-se da recessão em que
mergulhou a partir da segunda metade de 1992.

Há outros indicadores que confirmam a manutenção desta evolução negativa durante os


primeiros meses do corrente ano, com particular destaque para o abrandamento da procura
interna de bens de consumo e para a evolução negativa de alguns indicadores do investimento. A
procura de bens de consumo duradouros tem continuado a diminuir, como se confirma pela
descida de 8,85 das vendas de automóveis durante os dois primeiros meses e pelas indicações
negativas fornecidas pelos empresários do comércio a retalho relativamente à evolução das
vendas de mobiliário durante este período.

A procura de bens de consumo corrente continua enfraquecida, como se pode


depreender tanto das opiniões dos empresários do comércio a retalho, particularmente do
sub sector de vestuário e calçado, como do facto de as vendas de gasolina terem crescido apenas
2,6% durante o trimestre terminado em Fevereiro, contra 4,9% e 4,3%, respectivamente, durante
o terceiro e o quarto trimestre de 1993. Por sua vez, as vendas de cimento conheceram uma forte
descida de cerca de 8,5% durante os últimos três meses terminados em Fevereiro e as vendas de
varão para betão caíram ainda mais, enquanto as vendas de veículos comerciais pesados
diminuíram 30% durante este período.

O facto de a contratação colectiva realizada durante os dois primeiros meses de 1994 ter
abrangido apenas um reduzido número de trabalhadores e de os aumentos salariais acordado se
situarem abaixo dos níveis actuais da inflação constituem uma referência adicional neste
domínio. Tudo somado, deverá implicar uma evolução ainda negativa do PIB durante o primeiro
trimestre de 1994.

Mas estas indicações recessivas coexistem com outras que apontam num sentido oposto.
Primeiro foram os industriais que referenciaram uma evolução mais favorável da sua carteira de
encomendas externa entre Outubro e Fevereiro. Depois foram as vendas de veículos comerciais
ligeiros que subiram 9,7% nos dois primeiros meses de 1994. Agora sabe-se também que o
consumo de energia eléctrica, corrigido das temperaturas e dos dias úteis, cresceu 2,4% durante
o trimestre terminado em Fevereiro, depois de ter diminuído em 1993.

As vendas de gasóleo, por seu lado, cresciam 5,2%, face a crescimentos de


respectivamente 4,9% e 4,3% durante o terceiro e quarto trimestres de 1993. As próprias
opiniões dos empresários do comercio por grosso acerca da evolução das suas vendas de
máquinas entre Novembro e Fevereiro sugerem uma evolução já menos negativa na procura
destes bens.

O emprego por contra de outrem, que normalmente acompanha bem a evolução do


ciclo económico, apresentou uma evolução menos negativa durante o primeiro trimestre. Este
indicador diminuíra 4,2% no terceiro trimestre e 3,3% no quarto, descendo agora 2,6% nos três
primeiros meses de 1994.

O conjunto de indicações apresentado sugere que, embora de forma lenta e


contraditória, a economia portuguesa está a dar passos para sair da recessão. Uma eventual
recuperação ficará dependente do crescimento das exportações e do turismo e da melhoria do
investimento em obras públicas e equipamentos. A este respeito refira-se que, apesar da
evolução muito negativa da procura de materiais de construção nos primeiros meses do ano, os

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empresários da construção se têm revelado menos pessimistas. A desvalorização do escudo pode


igualmente estar a impulsionar a preferência por produtos portugueses no mercado nacional.

A descida menos acentuada do emprego por conta de outrem durante o primeiro


trimestre resultou de uma evolução já menos negativa do número de contratos a prazo, uma vez
que o emprego permanente caiu ainda 2,9%, praticamente tanto como a quebra de 3% verificada
durante o terceiro trimestre de 1992.

É igualmente interessante salientar o reencontro entre as tendências das taxas de


desemprego medidas pelo I.E.F.P. e pelo I.N.E. Entre o 1º trimestre de 1992 e o 1º de 1993,
estas duas taxas tinham mantido uma tendência semelhante, ainda que a níveis diferentes, o que
não chocava, pois o conceito de desemprego utilizado pelo I.E.F.P. é mais “abrangente” que o
do I.N.E. A limpeza de ficheiros ordenada por Silva Peneda a partir do 1º trimestre de 1993 fez
baixar artificialmente o nível de desemprego medido pelo I.E.F.P. Mas o efeito dessa limpeza
esgotou-se praticamente no final do 3º trimestre de 1993 e a taxa de desemprego calculada pelo
I.E.F.P. voltou a “alinhar”, ainda que a um nível mais baixo que antes, com a tendência da taxa
de desemprego do I.N.E.

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Assimetrias Regionais

“A maior de todas as artes é a arte de viver em comum.”

William Lyon Phelps

O período de1994 a 1999 está a ser um período de grandes expectativas nacionais em que
a opinião pública parece convicta de que o futuro de Portugal passa pelo dinheiro que a
Comunidade Europeia nos atribui e da forma como nós mesmos o aplicamos, porque da correcta
aplicação destes apoios depende o nosso crescimento e desenvolvimento dentro da Comunidade.
Em 1975 foi tomado o primeiro passo com vista a promover o crescimento harmonioso das
várias regiões europeias, criando-se assim os F.E.D.E.R. (Fundo Europeu de Desenvolvimento
Regional). Já nesta altura os governantes viam com séria apreensão o atraso de certas regiões,
com medo de que o desenvolvimento gerá-se mais desenvolvimento e o atraso mais atraso, seria
como caminhar para a Europa a duas velocidades.
O F.E.D.E.R. surge assim como um conjunto de meios financeiros que visam servir de
apoio às políticas internas dos vários membros.  objectivos de harmonização regional. Em
1985 foi feito o primeiro balanço da aplicação dos fundos obtidos, vindo-se a verificar o que
todos mais temiam; os ricos estavam mais ricos e os pobres estavam mais pobres; isto porque
regiões mais desenvolvidas tinham a possibilidade de concorrer igualmente aos fundos
comunitários, beneficiando igualmente de políticas que em princípio se haviam de aplicar em
regiões mais desfavorecidas. Foi então a partir daqui e com a entrada de Portugal e Espanha na
C.E.E. que mais se sentiu a necessidade de uma reformulação política, com a exclusão de
algumas áreas geográficas e critérios de aplicação ligeiramente mais rígidos. Estas primeiras
reformas ficaram conhecidas como Pacote Delors I.
Neste pacote eram privilegiadas as regiões de objectivo I (PIB per capita inferior a 65%
da média comunitária), os fundos visavam o incremento no sentido da chamada Coesão
Económica e Social. Mesmo assim a C.E.E. sentiu que os fundos não tinham sido suficientes
entre 1989 e1993, já que a necessidade de aproximação das regiões mais pobres a níveis
europeus era crescente, prevendo-se assim a duplicacao dos meios financeiros e investimentos
cada vez mais especificos para o desenvolvimento regional.
No período de 1994 e 1999 iria-se dar novamente atenção as regiões de objectivo 1 nas
quais estava inserida Portugal como um todo embora para termos estatísticos comunitários
apareça regionalizado.
Para Portugal as grandes expectativas nestes 5 anos de 1994 a 98 com a duplicacao de
fundos para 3500 milhões de contos seria agora mais que nunca e necessário uma aplicação
certa desses fundos nunca esquecendo a apreendendo sempre com os erros políticos de dez anos
de FEDER em que as assimetrias se viriam a agravar.
Em 1994 e criado o PDR com a intenção de um maior acompanhamento desses fundos
das políticas ate então implementadas.

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Para Portugal eram tidos dois objectivos o primeiro seria a aproximação dos níveis de
desenvolvimento de Portugal a medida Europeia; por outra a diminuição de fosso que separava
os níveis de desenvolvimento interno, e estas metas pareciam estar a ser atingidas.
Com efeito segundo os dados baseados no VAB per capita de 1980 par uma media e 200
do continente a região mais débil era a região centro a 65 da media nacional enquanto Lisboa e
o Vale do Tejo como região mais desenvolvida se encontravam a 174 por cento da media
nacional já em 1990 o valor absoluto do VAB para a região centro que se encontrava como a
mais débil era de 77 por cento e Lisboa e o Vale do Tejo estavam a 125 da media nacional.
Como se pode constatar as discrepância tinham assim diminuído para menos numa
primeira analise.
Em 1990 todo o desenvolvimento que ate então tinha sido ganho era agora posto em
duvida.

Com a publicação das estatísticas da Comunidade Europeia vem-se verificar que entre
1980 e 1992 Portugal realmente se tinha aproximado da media comunitária passando em 1980
de 56 por cento para em 1992 estar a 60 por cento da media comunitária. O primeiro objectivo
teria sido atingido?

Segundo o PDR tal teria acontecido, mas estes dados viriam a ser desmentidos
verificando-se na realidade em agravamento das assimetrias. * Tomemos agora em conta o
poder de compra em Portugal face a media Europeia de 100%.
As regiões centro concentra-se a 42%, Lisboa e Vale do Tejo a 69%, o Norte a 44%,
Alentejo a 44% e o Algarve a 48%. Portugal encontrava-se a 53%.

E entre 1986 e 1988 que mais se acentuam estas diferenças em que a região Norte se
mostra como a região mais atrasada. Em termos comparativos com a media Europeia passa dos
42% para 41,9 registando assim um decréscimo na media comunitária que por sua vez lá fora
tinha crescido mais rapidamente enquanto isto Lisboa e Vale do Tejo continuavam a aproximar-
se da média comunitaria estando agora a 67,8%.
Estes dados vem assim desmentir os valores de crescimento dados pelo PDR. * Uma
outra regiao exemplo de tal discrepância e a do Alentejo que entre 1986/89 representava 45,9%
da media comunitária e agora representa 36% passando assim a ser a região menos
desenvolvida.

E claro que nem todas seguiram o mesmo caminho por exemplo o Norte passa de 44%
para 54% em 1992 mostrando-se assim imprescindível investir nas regiões onde o investimento
possa ser mais reprodutivo.
Estes resultados vem a demonstrar a indiferença das políticas defendidas pela política
Nacional no que diz respeito ao PDR.

No PDR veio-se a verificar que se tinha cometido o mesmo erro dos primeiros fundos do
FEDER em 1975 em que todas as regiões ricas ou pobres tinham sido abrangidas pelo PDR, se
assim ano fosse Lisboa e Vale do Tejo nunca teriam beneficiado dos fundos do PDR já que se
encontram agora a 86% da media comunitária e os fundos só se destinariam a regiões que
estivessem a baixo dos 65%da media Comunitária.
A partir daqui surge uma Nova questão que será relativamente ao que vai ser o novo
PDR? E que impacto ira ter na nova economia regional e Nacional?

A nível Nacional as estatísticas dão-nos a conhecer que se crescermos sempre 1,75 acima da
media comunitária em termos do PIB precisaremos de 20 anos para subirmos por tanto que isto

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dizer que se hoje nos encontramos a 60%, daqui a 20 anos estaremos a cerca de 70% da media
Comunitária. Nomeadamente quanto a distribuição interna esta poderia fazer surgir cada vez
com mais forca a ideia da regionalização como algo indispensável para a harmonização do
crescimento das varias regiões nacionais. Como disse Fernando Gomes, Economista e
Presidente da Câmara municipal do Porto " Aquilo que me parece salientar...". Quadro
comunitário de apoio".
É claro que este pensamento não seria só valido para a região do Norte mas também
para as outras regiões como o Alentejo, já que e preciso ter consciência do que esta em causa.
Em termos de desenvolvimento nunca esquecer aquilo que se esta a passar e o que vai
suceder nos próximos anos.

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UNIÃO EUROPEIA:
NORTE E SUL E SUAS ESTREITAS DIVISÕES

As divisões de rendimento entre o Norte e o Sul na Europa estão a acabar isto acontece
mesmo quando todos sabem que as assimetrias regionais cada vez são maiores. Um exemplo
disso e a Grã-Bretanha onde o fosso entre ricos e pobres e cada vez maior.
No entanto um relatório de 120 paginas "Chesion" assume que só através das ajudas
dos fundos Europeus que se ira conseguir uma harmonização no crescimento regional na UE
aconselhando igualmente países como a Irlanda e a Espanha a não terem esperanças em que os
fundos se mantenham eternamente a seu dispor.
Estes fundos estão igualmente ameaçados pela entrada na União Europeia de novos
membros da Europeia de Leste, uma vez que a União prevê um decréscimo na ajuda, já que os
níveis de vida dos quatro países mais pobres aumentaram o que para Bruxelas significa que já
não será tão necessário ajudas tão altas, ajudas estas que ate agora correspondiam a 1/3 do
orçamento da União Europeia.
Segundo Mrs. Monika Wulth-Mathies, comissário dos assuntos regionais pela
Alemanha, as ajudas são com certeza um modo de estreitamento económico entre as nações.
Mas embora as grandes nações não sejam afectadas directamente elas vão beneficiar
indirectamente com a ajuda dos pequenos, especiamente com as obras publicas que os pequenos
países vão fazendo.

Esta estimativa diz que entre 30% e 40% do dinheiro Europeu vai novamente parar a
mão dos dadores tal como a Alemanha, Inglaterra e Holanda.
O período de maior ascensão dos quatro Irlanda, Espanha, Grécia e Portugal foi sem
duvida entre 1983 e 1993.
A Comissão diz ainda que uma competição extra nunca foi sinónimo de desemprego .
Um bom exemplo de sucesso económico e a Irlanda, que conseguiu maior crescimento
económico e a Irlanda entre os quatro, graças a um crescimento per-capita do PIB de 93,6 para
89,9 por cento da media Europeia.
Mas os sinais de desigualdade são bem evidentes quando Portugal tem os Açores como
uma das regiões mais pobres da Europa com um PIB per capita de 42%.

Como já foi dito a Grã-Bretanha e uma das regiões onde as assimetrias entre prospero e
um Norte pobre são mais evidentes apesar do sucesso das diminuição da taxa de desemprego,
estas assimetrias levavam a um aumento do numero de pessoas a viverem abaixo da linha de
pobreza. Confrontada com este tipo de situação em que umas se desenvolvem e outras não
Mas Wulf-Mathies respondeu dando quatro exemplos. O primeiro a Irlanda, a maneira
como soube captar o investimento dos EUA e da maneira como investiu nos recursos humanos.
O caso da Grécia em que a uma administração publica foi a grande acusada do
insucesso.
Um dos aspectos que a comissária frisou e a necessidade de ser mais selectivo na hora de
dar os fundos já que de momento 50% dos cidadãos da UE recebem subsídios de uma ou de
outra ordem.

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A comissária frisou igualmente a necessidade na diminuição na atribuição de fundos as


quatro nações como forma de contrabalançar a entrada dos novos membros, mas países como a
Irlanda já avisaram que tais decisões deveriam ser tomadas com muito cuidado de maneira a não
vir atingir os objectivos de Mastrich a que estes países se tinham comprometido a atingir.

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Quanto custa a moeda única

- Visão segundo algumas personalidades activas na vida


económica
Para Vítor Constâncio os principais efeitos da terceira fase da UE para as empresas e
essencialmente a descida das taxas de prazo já que desapareceram os prémios de risco sobretudo
para os diversos países da moeda mais fraca. As empresas portuguesas passaram a ter custos de
financiamento inferiores e mais comparáveis com os das suas concorrentes noutros países
europeus. A concorrência aumentara nalguns sectores, com efeitos negativos, mas as
oportunidades de colocar os produtos noutros mercados europeus aumentaram * As trocas
tornam-se mais faceeis e seguras o que se torna favorável para o comercio interno comunitário e
favorece o crescimento económico. Para ele, a economia e as empresas portuguesas só
beneficiaram com isto.
Tendo em conta que o financiamento externo deixa de correr riscos cambiais e sobretudo
pelas baixas taxas de juro, o Dr. Vítor Constâncio diz que a capacidade de investimento
aumentara. E que Portugal e um pais com risco cambial, com isto, o clima de investimento do
nosso pais vai melhorar, haverá um novo impulso. Não só o investimento interno, mas o
investimento estrangeiro terá mais segurança sem o receio de ver os seus resultados afectados
por uma desvalorização súbita.
Quanto aos critérios de Maastricht, considera-os discutíveis e que são possíveis de se
atingir um clima recessivo. Contribuem para um crescimento mais reduzido que aconteceria se
não houvesse esses critérios.
Segundo o Dr. Vítor Constâncio a visão quanto as assimetrias regionais, se um pais ou
uma região for apanhado num equilíbrio de baixo nível, sem a capacidade de ajustamento, de
melhoria da sua produtividade, da sua competitividade e entre outras, a sua integração pode
contribuir para um aumento dessas assimetrias regionais porque pode levar a uma estagnação,
do padrão de especialização dessa região ou pais ou ate mesmo em acentuar essa especialização
em actividades tradicionais, menos competitivas e por consequente não haverá um crescimento
igual ao da media da União.
Mas, por outro lado, essa integração pode levar a uma melhoria do clima de confiança e
portanto, a haver um fluxo de investimento, quer interno quer externo, que acaba por contribuir
para um catching up.
Aspecto muito importante, é o caso de existirem assimetrias regionais o que para o Dr.
Vítor Constâncio afectara seguramente o desemprego. Mas, relembra que na UE existe uma
política regional de transferencias para os países menos desenvolvidos e que será reforçada com
uma união monetária plena . Um dos princípios da teoria das uniões monetárias e a existência de
mecanismos de transferencia que permitam a diferentes regiões da união fazer face a situações
de conjuntura mais depressiva.
Quanto aos sectores, considera que a união monetária não vem beneficiar nenhum sector
especifico dai não resultarem quaisquer choques para os sectores da economia portuguesa. O
mais importante será a necessidade de ajustamento, adaptação e modernização.
Relativamente as posições do Governo e algumas instituições alemãs considera que ao
em grande parte tanto de uma pressão política interna, porque a opinião publica europeia que
não se sabe ainda muito bem como ira ser gerida.

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Levantada a questão se concordava com um pacto de estabilidade moderador das


relações entre os países que adirem a moeda única e as que fiquem de fora, refere que pode
haver uma espécie de sistema Monetario Europeu II, mas não de um pacto adicional sobre a
disciplina financeira porque os critérios de Mastrich não vão ser postos em causa e que
permanecem em vigor mesmo depois da terceira fase, ja que existem factores de disciplina que
tem de ser respeitados e que parecem suficientes.
Quanto a eventualidade e Portugal entrar ou nao no relatorio pelotao da frente e as
implicacoes que acarretará, o Dr. Vitor Constâncio diz que se Portugal nao entrar, a Italia, a
Espanha, a Grecia e provavelmente a Suécia também não entram, o que não seria tão grave só
porque não estávamos sozinhos e não corríamos o risco de estar sujeitos ao risco comercial e o
clima de investimento em Portugal seria prejudicado.
Para ele, a gestão e o desempenho da nossa economia tem de garantir uma posição
melhor do que a da Espanha e Itália. Mas saliente:" vejo alguns riscos em não entrarmos e a
Espanha e a Itália ficarem de fora ".
Seria mau para Portugal porque a moeda espanhola e a italiana corriam o risco de
ficarem mais fracas e as nossas condicoes directas de concorrencia com esses paises
depreciarem-se.
A visao segundo Joao César das Neves (economista, técnico do banco de Portugal e
anterior assessor de Cavaco Silva), Álvaro Barreto (presidente da Soporcel), Rocha de Matos
(presidente da AIP) e António Romão (presidente do conselho directivo do ISEG) no que diz
respeito a moeda única e a economia do futuro em Portugal.
Para César das Neves uma vantagem inicial e a das empresas não se preocuparem mais
com as questões cambiais em termos de concorrência . A eliminação do risco cambial
contribuirá para o aumento do comercio, das transações e dos negócios, aumenta as
potencialidade do Mercado Único e elimina um dos seus principiais obstáculos.
Para António Romão a união monetária não e vista como um mar de rosas. Considera
que para alem das vantagens da estabilidade cambial, redução das taxas de juro, a falta de
competitividade das empresas portuguesas será um problema difícil de esconder e alem do mais,
os critérios de convergência poderão conduzir a um clima recessivo onde o desemprego mais
uma vez será o principal afectado. Refere que o apoio a cortes industriais terá de continuar, sob
pena de se ficar sem o aparelho industrial.
Para Rocha de Matos, a duvida permanece em se as empresas portuguesas estão
preparadas para abdicar das chamadas desvalorizações competitivas. Para ele, a economia
portuguesa não esta em condições de prescindir deste instrumento apesar de não ter a
importância que já teve quando era uma economia fechada.
Álvaro Barreto considera que a perca desta ferramenta trará alguns problemas a curto
prazo, porque a uma desvalorização da moeda, se sucede a imolação a qual aumentara os custos.
Os vencedores e os perdedores com a introdução da moeda única e uma questão que
preocupa de forma geral os agentes económicos. Sobretudo o problema da competitividade.
Para António Romão as empresas menos preparadas, menos competitivas que não
apostaram na modernização das estruturas na qualidade sofrerão um embate. Para o sector dos
serviços, as vantagens poderão ser imediatas, nomeadamente o turismo. E de salientar que as
empresas ao ganharem quota de mercado, estão a "rouba-las" aos seus concorrentes, e mais uma
vez as menos preparadas serão afectadas. Um outro problema se depara, que e o das
mentalidade. Os nossos empresários são mais patrões do que empresários, habituaram-se a
ganhar dinheiro fácil e não arriscam. Do ponto de vista dos empresários, quem ganha ou quem
perde, tem mais a haver com as características das empresas.
De um lado, as organizações com grande capacidade competitiva, do outro, as empresas
sem estratégias definidas. Para Rocha de Matos, o sucesso das primeiras e assegurado, no que
diz respeito as segundas, as interrogações são enormes.

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A concorrência aumentará com a introdução da moeda única porque o mercado interno


ficara mais unificado.
Para Álvaro Barreto a grande diferença entre os vencedores e os perdedores é visível
entre as empresas que se modernizaram e aquelas que perderam a competitividade. Todas as
empresas que se basearem nos factores de produção, tal como a mão-de-obra barata vão perder
com a moeda única. As industrias do sector têxtil e as do calcado são bem exemplo disso.

Na integração, as regiões mais pobres correm o risco de ficarem mais pobres e as mais
desenvolvidas de aumentar mais essa diferença (assimetrias regionais).

César das Neves contraria esta posição e defende que a igualdade das regras que a UEM
acarretara trará vantagens aos países mais pequenos e as suas empresas. Considera por isso que
quando as regras não são bem claras, a tendência e para ganharem os grandes. No entanto, o
aumento das diferenças entre regiões implica outros riscos ao qual António Romão refere que as
assimetrias poderão conduzir ao fenómeno de deslocalização de empresas para outras regiões
mais favoráveis o que implicaria um aumento do desemprego nas zonas atingidas.
O fundamental para Rocha de Matos e que para que uma empresa seja competitiva a sua
região também o deve ser. Por outras palavras, o bem estar de uma região dependera do índice
de produtividade que proporcionar a actividade económica.

No que diz respeito aos critérios de convergência, por volta de Fevereiro de 1996 era
considerado difícil Portugal entrar na moeda única já em 1999. Só o Luxemburgo cumpria neste
momento todos os requisitos de convergência estabelecidos no Tratado de Mastrich. No entanto,
dados recentemente comunicados pela OCDE, mostram que Portugal esta no bom caminho para
a integração.
Para César das Neves, primeiro entram os países que estiveram preparados e depois os
que se vão preparando e diz mais, se Portugal for mais cumpridor que a Espanha e a Itália, não
existem razoes para Portugal ficar de fora.
Álvaro Barreto, numa visão algo optimista, diz que não ha razoes de drama se Portugal
não entrar logo na moeda única, desde que fiquem bem definidas as relações entre os países que
estão na moeda única e os que ficaram a porta.

Se Portugal não entrar no grupo da frente e a Espanha o conseguir, não será tão mau
como isso, já que restara ainda uma margem mínima de manobra da taxa de cambio, o que
poderia favorecer as empresas nacionais face as concorrentes, nomeadamente os espanhóis diz
António Romão.

QUANTO CUSTA A MOEDA ÚNICA


(vantagens e desvantagens)

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• EMPRESAS

A moeda única influenciará a vida de todos os europeus. Daí que as incertezas levantadas
levam muitos a apostar no adiamento dos calendários estabelecidos na cimeira de Madrid. As
empresas são as que mais vão sentir com o Euro, a convergência lançará novos desafios às
mesmas: competitividade é a palavra de ordem.

As empresas só aproveitarão os apontados benefícios da U.E.M. caso estas estejam


preparadas para enfrentar a concorrência. As vantagens conotadas de moeda única só terão
algum significado em Portugal caso o país consiga inserir-se no grupo que venha a cumprir os
critérios de Maastricht.

Um dos maiores receios dos empresários constituem a impossibilidade de manipular o


valor da moeda. Aquelas desvalorizações competitivas que muitas vezes os governos utilizaram
para dar uma “mãozinha” às exportações tornar-se-ão impossíveis com a entrada em vigor de
moeda única. No entanto, são poucas as empresas que beneficiaram destas desvalorizações.
Temos como exemplo algumas empresas do sector têxtil e do calçado. Por isso, estas indústrias
poderão ser as vítimas iniciais da implementação da moeda única. Há que Ter em conta que às
desvalorizações da moeda sucede-se a inflação, que representa assim um aumento de custos.

A redução das taxas de juro é um dos efeitos positivos mais esperados pelas empresas. A
possibilidade de os empresários nacionais de beneficiarem de taxas de juro mais baixas ou iguais
às alemãs é um atractivo grande. O dinheiro mais barato significa maior capacidade de
investimento, o que seria uma situação bastante positiva para os nossos empresários. Uma coisa
bastante importante é que a criação da moeda única exigirá baixos níveis de inflação, déficit
orçamental e dívida pública.

A estabilidade cambial aliada ao facto de a moeda única se converter numa moeda de


referência reflectir-se-á nas taxas de juro, o que permitirá o acesso das empresas ao mercado
dinheiro em condições muito vantajosas. As empresas terão de aumentar a produtividade e
apostar na tecnologia, na qualidade e em circuitos de comercialização. No entanto, é
exactamente neste aspecto que a indústria portuguesa tem mostrado mais dificuldades.

A passagem à terceira fase da U.E.M. que, de acordo com o calendário, se iniciará em


1999, poderá trazer alguns efeitos perversos: a redução do déficit orçamental, da dívida pública e
da taxa de inflação poderá conduzir a um clima recessivo.

Outro dos riscos da U.E.M. apontados por alguns economistas é a eventualidade do


aumentos das diferenças regionais no espaço da União Europeia.

É sabido que quando se faz a integração económica de uma zona mais pobre com uma
mais desenvolvida há o risco de a zona mais pobre ficar ainda mais pobre, porque os capitais e
as pessoas se deslocam. Para as empresas isto pode significar a sua deslocalização para outras
zonas. No entanto, o desemprego continua a ser uma principal preocupação para a Europa,
apesar de tentativas de vários políticos para resolver a situação.

Em Portugal, pelo facto do aumento da competitividade Ter sido feito à custa da


diminuição do emprego, e não pela modernização e expansão da produção, traduz-se num
argumento forte para a subida do desemprego. Nas empresas o Euro terá uma presença mais

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visível e será tanto maior quanto maiores forem o volume de transacções transfronteiriças, o
montante do numerário processado e a intensidade dos contactos que mantêm com o público.

Segundo o livro verde (sobre as modalidades práticas para a introdução da moeda única,
da comissão europeia), as empresas, e em especial os retalhistas, já em 2002, poderão operar
com Euros e recusar as moedas e notas nacionais. Isto poderá levantar alguns problemas porque
existirão clientes que quererão utilizar a moeda nacional. Por outro lado, se as empresas optarem
por moedas e notas nacionais, terão de manter equipamentos de manipulação e registos
diferentes para a moeda nacional e para o Euro. Eis aqui um investimento que as empresas terão
que fazer com a moeda única.

O SECTOR BANCÁRIO E FINANCEIRO


• O SECTOR BANCÁRIO

A constituição do sector bancário é fundamental para a introdução do Euro enquanto


moeda única. Os vários tipos de operações bancárias (depósitos, empréstimos, operações de
câmbio, etc.) levaram os bancos a introduzir sistemas informatizados de pagamento e tratamento
de dados cada vez mais sofisticados. Agora, a substituição da moeda nacional pelo Euro
significa que os bancos terão de adaptar cada um destes sistemas, de modo a poderem funcionar
em Euros.

Ao modernizar os seus sistemas informáticos, os bancos garantirão uma posição


competitiva vantajosa nos mercados monetário, financeiro e cambial do Euro a nível
internacional, cujo potencial de crescimento será considerável.

As associações bancárias europeias referiram que os bancos estão prontos a fazerem as


devidas alterações, mas manifestaram uma certa relutância em realizar importantes
investimentos sem terem garantias quanto ao calendário para U.E.M..

• A POLÍTICA MONETÁRIA EM EUROS

A transição para amoeda única no sector bancário apoiar-se-á numa política conduzida
pelo SEBC a qual implica que os bancos operem em Euros com o SEBC. Com isto, garante-se
que todos os bancos, independentemente da sua dimensão, sejam tratados em pé de igualdade
nas suas relações com o SEBC.

• UM MERCADO INTERBANCÁRIO EM EUROS

Devido à fixação irrevogável das taxas de conversão e à existência do sistema TARGET


(Trans - European Automated Reel Time Gross Settlement Express Transfer - Sistema de
transferências automáticas transaccionais de liquidação pelos valores brutos em tempo real), os
vários mercados interbancários nacionais fundir-se-ão num único. Por razões de transparência e
de facilidade operacional, os bancos devem utilizar uma única denominação, que deverá ser o
Euro. Tal é fundamental para garantir a natureza uniforme das taxas de juro a curto prazo.

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• A DUPLA INDICAÇÃO DE MONTANTES EM EUROS E NA MOEDA


NACIONAL

No diálogo entre os bancos e os seus clientes , a dupla indicação - em Euros e na moeda


nacional - dos montantes que exigem uma expressão monetária, seria efectuada a fim de
familiarizar os clientes com a futura moeda única.

A dupla indicação em Euros e na moeda nacional exigirá que os bancos realizem um


certo número de preparativos técnicos, preparativos estes que exigem um período relativamente
longo. Para tal, é necessário que as regulamentação comunitária seja definida o mais cedo
possível.

Estes pormenores quanto à dupla indicação são importantes para familiarizar o comércio
a retalho e os cidadãos com a moeda única e posteriormente facilitará a passagem rápida e
completa para o Euro.

Cabe também aos bancos fornecer informações aos seus clientes sem as repercussões da
existência de uma moeda única sobre as suas operações financeiras e também garantir que o seu
pessoal tenha a formação adequada para fazer face a esta alteração.

• OS SISTEMAS DE PAGAMENTO

Os sistemas de pagamento nacionais assumem que todos os montantes veiculados são


expressos na moeda nacional, enquanto não forem alterados de modo a reconhecer uma nova
unidade de conta.

Devido ao facto de os instrumentos de pagamento serem, por natureza, nacionais, a


criação de uma moeda única irá:

 alterar os métodos nacionais no sentido de instituições de meios de pagamento europeus, no


âmbito da U.M.;

 induzir um aumento progressivo dos fluxos transfronteiras, cujo volume permanecerá


relativamente baixo, comparado ao dos mercados nacionais;

 melhorar a interperabilidade dos sistemas de pagamento europeus, que são actualmente


heterogéneos.

SISTEMA DE PAGAMENTOS DE MONTANTES ELEVADOS

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A condução de uma política monetária única em Euros pelo SEBC exigirá o


estabelecimento de um sistema europeu de liquidação dos valores brutos, em tempo real, para os
montantes elevados. O sistema de pagamentos TARGET será obrigado a ser utilizado para todos
os pagamentos directamente relacionados com a aplicação da política monetária única, podendo
também ser utilizado pelos operadores privados para efeitos do processamento de pagamentos de
elevado montante. Este novo sistema de pagamentos gerido pelo SEBC deverá melhorar a
eficácia técnica, minimizar o risco sistémico e garantir uma boa relação custo/benefício.

SISTEMA DE PAGAMENTOS DE PEQUENOS MONTANTES

O problema da conversão em Euros é mais complexo no que diz respeito aos sistemas de
pagamentos de pequenos montantes. Para estes sistemas de pagamento automatizados que
processam grandes volumes de operações não é viável um funcionamento assente
simultaneamente em duas moedas. O sector bancário optará pela manutenção destes sistemas em
moeda nacional até à passagem definitiva para o Euro.

• MERCADOS FINANCEIROS

A realização da UEM e a introdução de uma moeda única exigem um ajustamento das


estruturas e métodos de funcionamento dos mercados financeiros.

O impacto da U.E.M. sobre os mercados financeiros será diferente consoante o mercado


de em questão: mercado cambial, mercado obrigacionista, mercado de acções e mercado de
instrumentos derivados.

• No que diz respeito ao mercado cambial das moedas participantes, a sua principal
consequência é o desaparecimento.

• Quanto aos mercados de produtos derivados , certos instrumentos (instrumentos


relacionados com as obrigações emitidas no mercado nacional, com as taxas interbancárias
locais ou com as taxas de câmbio da U.E.M.) desaparecerão, sendo criadas outras operações. Os
contratos relativos a acções ou a índices de acções irão provavelmente adquirir um maior
importância relativa. As bolsas que transaccionam instrumentos financeiros derivados (futuros e
opções) devem ser menos afectadas do ponto de vista técnico do que as bolsas que
transaccionam títulos de capital e instrumentos da dívida, uma vez que as bolsas estão já
habituados a trabalhar num enquadramento multidivisas.

• Nos mercados obrigacionistas, uma vez que o prémio de risco cambial irá
desaparecer, os diferenciais de taxa de juro dependerão unicamente dos riscos de crédito e dos
prémios de liquidez. A moeda única irá criar um mercado obrigacionista muito mais amplo e
proporcionará oportunidades acrescidas em termos do volume das transacções, dos instrumentos
disponíveis e da dilatação dos prazos de vencimento. Por outro lado, certos emitentes
beneficiariam de uma melhor notação no que diz respeito à dívida expressa em moeda nacional
do que à dívida expressa em moeda estrangeira. As novas emissões de títulos da dívida pública
serão expressos em Euros. Tal, dará lugar ao mercado um sinal claro do empenhamento das
autoridades públicas na introdução de uma moeda única.

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• Nos mercados das acções, os títulos nacionais adoptar-se-ão através dos


ajustamentos normais decorrentes da arbitragem, passando a reflectir, para cada emitente a sua
nova exposição ao risco do câmbio. A introdução do Euro incentivará as empresas (cujas
operações financeiras se limitam actualmente a operações no mercado nacional) a tornarem-se
cada vez mais activas nos mercados de outros países participantes. Estas empresas poderão
solicitar a cotação dos seus títulos nas bolsas dos restantes estados-membros a fim de se
tornarem mais conhecidas dos investidores locais. Esta atitude será seguida não apenas pelas
grandes empresas, mas também por algumas P.M.E..

• AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS

Verificar-se-ão alterações necessárias à introdução da moeda única, que terão de ser


realizadas pelas administrações públicas a nível comunitário e nacional. Se as administrações
assumirem o papel de líder, que lhes compete, agirão igualmente como catalisadores,
mobilizando os operadores privados para que estes efectuem os investimentos necessários.

• AS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS ENQUANTO LÍDERES E


CATALISADORES

Enquanto grandes utilizadoras da moeda, as administrações públicas devem empreender


importantes trabalhos preparatórios. O facto de tomarem atempadamente as medidas necessárias
poderá proporcionar aos utilizadores privados, no sentido em que a U.M. se encontra eminente,
uma segurança no processo de transição. As administrações públicas enfrentam importantes
desafios a todos os níveis: comunitário, nacional, regional e local. Ao passarem para a moeda
única as administrações públicas deverão tomar dois grandes tipos de medidas:
a) Substituir as referências à moeda nacional na legislação e nas comunicações
administrativas;
b) Introduzir o Euro em todas as operações orçamentais.

• AS INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS

Irão ter que alterar os textos legislativos. Actualmente os textos legislativos comunitários
contêm referências a uma ou a várias moedas nacionais. Todas estas referências deverão ser
alteradas. As alterações dos actos da Comissão deverão revelar-se mais fáceis do que as do
Conselho, que exigem disposições de execução a nível nacional. De qualquer forma todos os
textos legislativos devem ser analisados separadamente a fim de determinar as alterações
necessárias.

A adopção do Euro para todas as actividades orçamentais da Comunidade, bem como


para as actividades de contratação e de concessão de empréstimos actualmente realizadas em
moedas nacionais, deve concretizar-se no início da Fase B. Tanto as receitas como as despesas
são total ou parcialmente realizadas em montantes expressos em moeda nacional. Tal facto torna
mais complexa a gestão dos projectos e introduz um certo risco de câmbio a nível do orçamento
da Comunidade. Embora a extensão das medidas a tomar a nível comunitário seja nitidamente

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mais reduzida do que a nível das administrações nacionais não deixa de ser importante mostrar
claramente a necessidade de prazos mais dilatados. Por conseguinte a Comissão já instittuiu um
grupo de trabalho inter-serviços incumbido de analisar as consequências da introdução do Euro.

• AS ADMINISTRAÇÕES NACIONAIS

Os textos legislativos serão alterados porque é necessário proceder à substituição das


referências das moedas nacionais pelo Euro, a todos os níveis da administração dos Estados-
Membros. Além disso, um certo número de bancos, instituições financeiras e empresas privadas
poderão passar a realizar as suas operações internas em Euros, após o que necessitarão de poder
conduzir as suas transacções financeiras com as autoridades públicas nessa mesma moeda.
Portanto, importa promover a utilização do Euro e resolver certas questões específicas, tais como
as regras contabilísticas que venham a surgir no processo de transição. Serão necessárias
grandes alterações a nível administrativo a fim de acompanhar o processo de introdução do
Euro.

Os problemas mais importantes colocar-se-ão nos serviços que efectuem numerosos


pagamentos de pequeno montante, que manipulam numerário, lidam directamente com o grande
público (serviços e segurança social) os quais se encontrão numa situação difícil caso o
funcionamento dos serviços públicos seja afectado. Será necessário dedicar uma atenção especial
aos impostos sobre o rendimento das pessoas singulares (I.R.S.) e explicar aos contribuintes as
consequências práticas da transição, por exemplo a conversão em Euros das deduções à matéria
fiscal.

Para as empresas e os serviços contabilísticos , a melhor solução consistirá na conversão


das contas em Euros no início do exercício, ou seja, as contas do ano anterior serão encerradas
em moeda nacional mas os saldos serão convertidos na moeda única mediante a utilização de
taxas de conversão fixas e as contas do novo exercício serão abertas em Euros.

• OS CONSUMIDORES

Os consumidores sentirão dificuldades relacionadas com a sua adaptação a uma não


escala monetária, para tal são necessárias importantes campanhas de informação para explicar
claramente as implicações práticas da introdução do Euro a nível das suas operações financeiras
quotidianas

• A PREPARAÇÃO DOS CONSUMIDORES PARA A MUDANÇA

O ajustamento de uma nova moeda, representa para o consumidor uma quase


aprendizagem de uma nova língua. Será necessário tempo e prática antes de ser possível pensar
em termos de nova moeda. Preparar os consumidores para atravessarem sem problemas o
período de transição que se adivinha constituirá a prioridade absoluta das acções a nível público.
De outra forma, poderá corre-se o risco de perder o apoio popular que é uma condição
imprescindível para o êxito de todo o processo.

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O impacto sobre os consumidores deverá ser claramente examinado, deverão ser adoptadas
medidas de protecção dos seus interesses. As organizações que representam os consumidores
estarão vigilantes mas devem preocupar-se em dissipar os suspeitos e os receios e ultrapassar as
dificuldades.

Para certas pessoas, esta mudança será quase como uma mudança de identidade já que
têm o hábito de considerar a sua moeda como um símbolo nacional. No entanto, a identidade
nacional não corre perigo, pelo contrário, estará a enriquecer-se ao inserir um símbolo da
integração europeia.

As campanhas de comunicação do Livro Verde, cujo objectivo é estabelecer uma lista


das questões suscitadas pela introdução da moeda única, aborda a importância das estratégias de
comunicação por forma a garantir o apoio popular e realizar os preparativos técnicos necessários
à transição para a moeda única. Realça a importância de informar os consumidores, tão cedo
quanto possível, acerca das vantagens e desvantagens decorrentes de uma moeda única, de lhes
garantir que a mudança não lhes será prejudicial e de os auxiliar a familiarizarem-se com a
conversão das moedas nacionais em Euros e inversamente . Realça ainda a necessidade de
auxiliar os grupos mais vulneráveis, como por exemplo os idosos e os deficientes visuais.

O principal problema para os consumidores será nas conversões e na comparação dos


valores dos bens. Irão perder o sentido dos preços e, em muitos casos as taxas de conversão não
serão muito cómodas.

É realçada também no referido livro1 é realçada também a importância dos exercícios


de familiarização, incluindo a dupla indicação de preços e de montantes nos mapas financeiros,
nas declarações fiscais e nos locais de venda. É também necessário que Instituto Monetário
Europeu, os bancos centrais, as autoridades nacionais, os bancos, as empresas industriais e o
comércio retalhista assumam integralmente as suas responsabilidades na preparação dos
consumidores para a passagem à moeda única. Deverão organizar as suas próprias acções de
informação e explicar aos seus clientes as implicações para os serviços que oferecem.

No entanto é de referir que os consumidores só sentirão os reflexos da U.M. só na Fase


C, quando as notas já circularem em Euros e as transacções sejam efectuadas na moeda única.

• DEFESA DOS CONSUMIDORES

Para a Comissão Europeia, os consumidores não devem sofrer qualquer prejuízo


resultante da passagem à moeda única. A disponibilidade dos mapas financeiros e de preços em
Euros constitui um elemento chave para a familiarização dos consumidores.

A dupla afixação de preços desempenhará um papel crucial para cativar os consumidores


ao Euro. Para isso existem disposições vinculativas relativas à dupla afixação de preços; deverá
ser mantido um equilíbrio entre os interesses do consumidor e os custos da criação e aplicação
de sistemas de dupla afixação de preços.

Serão necessárias regras legislativas estritas em matéria de arredondamento, por forma a


regulamentar a conversão das moedas nacionais nos contratos existentes, tais como salários e
contas bancárias.
1
 Livro Verde da Comunidade

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O jogo da concorrência perfeita limitará a possibilidade de os retalhistas utilizarem a


conversão como uma oportunidade para aumentar os preços. O impacto líquido sobre os preços
deverá ser limitado, devendo o aumento de preços resultante de um arredondamento por excesso
em alguns produtos ser recompensado por reduções resultantes de um arredondamento por
defeito noutros.

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As Políticas alternativas que poderão ser seguidas pela


U.M.:
(centralização VS. Descentralização)

A União Europeia e a União Económica são fontes de inumares questões, que se


interligam e para as quais será necessário uma decisão rápida e que satisfará todos os membros
da UE evitando-se assim a reacender de velhas guerras político-económicas entre os estados
membros. Será então altura de perguntar se a U. Europeia que as instituições que a precederam
continuam a ter os mesmos fins que eram então o de cooperação económica entre os vários
países Europeus o qual era tomada como uma forma de pacificação e de mantimento da mesma
entre os países Europeus, ou se então hoje em dia existem outras razoes para a sua existência e
se tais razoes não se pudessem tomar numa fonte de mal estar dentro da comunidade.
A ideia que nos e transmitida neste momento e a de que uma Europa Unida poderá evitar
o surgimento de conflitos internos, para isso a necessidade da U. Europeia abraçar uma
conjuntura sócio-económica comum. Uma Europa unida representaria igualmente um bloco
económico mais forte para poder competir com as novas potências económicas que emergem na
Ásia tal como a China e o Japão assim como a Rússia que se prepara para sair de uma economia
fechada para uma economia de mercado mudando também os seus ideais políticos e sociais, não
nos esquecendo e claro dos EUA como potência económica que e, e como exemplo da divisão
do mundo em blocos comerciais já que e um dos fundadores do NAFTA juntamente com o
México.
Tais políticas poderão representar um maior numero de problemas que
consequentemente farão aumentar a tensão entre os vários blocos por isso a necessidade de uma
Europa Unida para que não se caminhe para um desastre económico nem para o
enfraquecimento do nosso poder negocial na política e economia mundial.
Ninguém exprimiu melhor o ideal de cooperação entre os países Europeus de que
Winston Churchill quando em 1946 disse "We must buil a kind of United States os Europe".
Mas outros problemas se põem no próprio da União Europeia tal como o modelo
político que a U. Europeia deveria adoptar.

Um modelo Federal ou uma Confederação Europeia qual destes modelos será mais
benéfico aos nossos objectivos?

Um modelo em que se delegaria parte dos nossos poderes nacionais a um órgão


Supranacional, ou apenas unindo forcas de produção de bens públicos desejados pelas nações,
por criação de uma estrutura política que combina características de ambos os modelos políticos
já mencionados.
Dever-se-á assim caminhar para uma centralização e na direcção de uma União Federal
ou na direcção de uma mais ampla confederação com um maior números de membros.
A pouco tempo o ministro dos Negócios Estrangeiros Alemão afirmou não querer para a
Europa um modelo semelhante ao norte-americano dizendo que a forca da U. Europeia residia
na diversificação de culturas, línguas e tradições, estes seriam a base do nosso potencial. Para
ele a União Europeia não deveria nunca por em duvida a individualidade de cada pais membro,
em resumo a Europa deve ser um continente e não um pais. Uma outra questão nos surge no

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ambiente desta que era a da avaliação das matérias constitucionais numa única política, qual dos
modelos se devera respeitar tendo sempre em conta que apenas a União nos permitira chegar
mais longe. Um outro ponto fulcral e o da tomada de decisões, como se devera proceder, qual
ser mais vantajoso para a CE a decisão por unanimidade ou por maioria. E dito por uns que
numa união de estados soberanos caso se chegue a um concessão este seria sempre preferível já
que nenhum pais mais pequeno sairia prejudicado por qualquer medida tomada.
Para outros o principio da maioria em concordância com o aumento de poderes de
decisão da Comunidade trará menos custos já que estes tem tendência da aumentar devido ao
alargamento da União seis para 15 membros desde os primeiros tempos da União Europeia, o
que se quer aqui analisar não os pormenores de ambos as filosofias mas antes o seu impacto
junto dos países membros. O principio da maioria tão defendida pelos federais pode ser posta
em duvida quanto a sua eficiência política como de integração económica quando se toma por
exemplo o tratado de Mastrich, em que se pode vir a concretizar tal procedimento da maioria de
72% levaria a que países que não quisessem aderir ao tratado fossem obrigados, mesmo na
hipótese do duplo voto em que alem do voto normal teria que se ter em conta a densidade
populacional que faria surgir o velho fantasma do comando UE por parte dos grandes países.
Desta maneira irai-se por em causa a União entre os membros podendo fazer ressurgir velhos
conflitos já que a Europa mais do que nunca estaria dividida por regiões em que cada uma iria
tentar prevalecer a sua forca sobre as outras seria o reacender das guerras Norte-Sul. Estes
conflitos aprovar-se-iam com a entrada de novos membros e com as mudanças estruturais nos
vários órgãos Europeus, mudanças essas que para uns seria de bom grado mas para outros seria
uma forma menos valida no impacto que o seu pais teria nas decisões da UE. Como se vê o
principio da maioria poderia nem sempre ser o mais democrático nem o mais benéfico na
construção da União Europeia. A conclusão a que podemos chegar e que e comparando os dias
da filosofia de voto tendo como ponto de vista o conflito versus cooperação seria então mais
favorável o principio da unanimidade já que a integração forcada de políticos não seria mais do
que um alimentador de oposições e conflitos que nada traria de bom a UE e iria contra todos os
princípios e objectivos para os quais a UE se tinha proposto desde da sua criação.
Um dos aspectos que temos de tomar em consideração na União Europeia e a sua ordem
económica e as regras que a regem que se esperam que sejam de cooperação continua entre os
vários estados membros principalmente sectores como a agricultura, transportes e energia
sectores que foram pioneiros das políticas de cooperação devido ao seu valor para as diversas
economias. O tratado de Mastrich em 1992 veio abrir novos horizontes em temas muito
importantes tal como o alargamento das políticas comuns e outros sectores economico-politico-
sociais dirigidos especificamente a esses sectores quer se sigam modelo económico centralizado
ou outra mais característica de um mercado que se espera aberto e sem barreiras apenas de
cooperação. Mas a construção permanece, por isso a necessidade de se definir que tipo de
política se devera optar, se a de uma política de mercado dirigida por um estado ou se por um
super-estado. Esta incerteza em nada favorece o clima vivido na União Europeia poderá piorar
caso algum membro volte a tomar medidas proteccionistas. Por isso o mesmo se torna
imperativo que se defina de uma forma clara as políticas a seguir, tentando evitar sobretudo um
novo rectificação dos tratados já existentes já que tal seria difícil e de elevados custos para a
Europa, Europa que por enquanto ainda não se ressentiu muito desta incerteza, pelo menos
enquanto durar o principio da unanimidade já que se o princípio da maioria foi posto em pratica,
então ai sim tais incertezas deverão deixar de existir!

UNIÃO MONETÁRIA: PORQUÊ E COMO?

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económica

Neste texto vamos tentar analisar a opinião de quatro professores, que nos tentarão
elucidar acerca da União Monetária, da continuidade ou não da mesma, das consequências
previstas e de como se deverá desenrolar este processo, uma vez que se parar neste momento as
consequências deste acto poderão ser bem piores do que as que poderão surgir no futuro de uma
União Europeia e Económica.

Para os Federalistas Europeus este é o começo da criação de um governo Europeu e o


alargamento da esfera de influência da mesma. Este deverá ser um processo imparável que
poderá assumir, igualmente, o formato de uma Política Europeia de Segurança Externa.

Para Prize muito do sucesso envolve a França e a Alemanha; o exemplo dado por ambos
os países será muito importante, uma vez que os restantes países tenderão a seguir o seu exemplo
na esperança de se fortalecerem; uma união entre estas duas potências pode significar igualmente
uma maior unidade e cooperação entre os países membros para futuros objectivos comuns.

O ponto mais importante é a abdicação das moedas nacionais por uma moeda única, e ao
fazer-se tal gesto, em geral, nenhum país perde mobilidade económica porque as taxas de
câmbio, do ponto de vista do Prof. Prize, não podem ser mais encaradas como um processo
manipulador da economia, especialmente como estimulador do crescimento.

O Banco Central alemão foi o primeiro a compreender que uma política monetária
nacional já pouco valor tem, uma vez que as economias, e principalmente uma economia que se
quer global e de união, não se pode desconectar das restantes políticas praticadas no restante
mundo económico. Passou, assim, a época em que os países poderiam utilizar as políticas de
câmbio e, em especial, uma desvalorização, como método para estimular um crescimento
económico.

Podemos ainda retirar outras duas conclusões: a primeira é que, qualquer que seja a
política cambial utilizada, esta não irá provocar nenhum reajustamento macro-económico se for
usada, solitariamente, uma segunda posição: é a de que nem uma política monetária nem uma
política cambial poderão ser usadas com o intuito de fomentar um crescimento do rendimento
real.

Segundo o Prof. Prize a melhor forma de reajustar uma economia está nas mãos dos
próprios empresários; um choque negativo na economia deve ser encarado como um sinal de
mudança necessária: uma mudança para novos negócios, novas áreas de acção, em que mais
importante do que tudo será a forma como um empresário reage, uma vez que tal choque
dificilmente terá um impacto sobre todas as áreas económicas de uma nação.

Uma das questões a que o autor nos responde é a seguinte: deve ou não concretizar-se
uma união económica na Europa. Para tal ele vai abordar alguns pontos, em que o primeiro seria
a competitividade, seguido dos perigos de uma desvalorização que, como já vimos, se revela,
segundo o seu ponto de vista, uma política ineficaz.

Um outro ponto será os custos da transacção de uma moeda para outra, em que ele alega
que serão extremamente elevados, mas tal poderá não estar totalmente correcto.

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económica

O risco de flutuação cambial é real, mas tal poderá ser minimizado se se juntarem
os esforços necessários para tal, deixando, assim, tais riscos para aqueles países que, no
princípio, ficarão fora da moeda única (esperemos só que tal política não sirva de pretexto para a
implantação de políticas proteccionistas).

Com a entrada em circulação da moeda única tenderão a baixar os custos de


informação, que muitas vezes era necessária para saber o preço de um produto a ser pago em
moeda estrangeira, embora tal possa parecer ao contrário para as famílias europeias. No entanto,
no futuro, será de temer o desemprego que, nos primeiros anos do Euro, tenderá a aumentar; o
medo reside no facto de os países poderem fazer uso do Euro para reduzirem tal mal social. É de
temer, assim, o levantamento de medidas proteccionistas por parte da União Europeia contra os
produtos do resto do mundo, porque isso iria levar, de certeza, à falta de liberdade e,
consequentemente, à estagnação da liberdade pessoal, tão necessária para o desenvolvimento da
liberdade política.

Uma das pessoas que foi requisitada para comentar o trabalho do Prof. Prize foi o
Prof. Dr. Nishiyama, e que começou por dizer que está de acordo com o primeiro quando diz
que a maior vantagem da Moeda Única será a preservação do Mercado Único e que a grande
desvantagem será a utilização, no futuro, de medidas proteccionistas, embora a primeira
prevaleça.

O primeiro ponto de oposição será quanto ao tempo de duração do processo, que


para o Prof. Dr. Nishiyama deverá ser longo; começa igualmente por prever um aumento do
desemprego nos primeiros anos, assim como uma baixa geral no crescimento das economias e no
potencial de crescimento destas, o que provocará uma intensificação nas lutas laborais pela
expansão das políticas sociais, assim como dos subsídios das empresas; estes poderão ser mais
evidentes quanto mais nos aproximarmos dos critérios de convergência.

Para o Prof. Dr. Nishiyama cada vez será mais necessário o estabelecimento de
políticas comuns entre as indústrias e entre todos os restantes intervenientes económicos. Só
assim se poderá aproveitar ao máximo todas as vantagens da Moeda Única e ultrapassar o mais
rápida e eficazmente possível todas as barreiras que se nos colocam.

Quanto à questão da valorização ou desvalorização das taxas de câmbio importa


desde já realçar a posição do Prof. Dr. Nishiyama que defende que o Prof. Prize

está errado quando afirma que políticas de desvalorização não produzem nenhum efeito real nas
economias.

Estão igualmente errados os países que depositam esperanças na Moeda Única


como forma de valorização das suas moedas. Tal como a desvalorização, a valorização pode ter
efeitos negativos numa economia; poderá não ser por toda, já que para alguns sectores ela
serviria como motor de desenvolvimento, mas não deixará nunca de influenciar os dados
económicos desses países, como pensa o Prof. Prize.

Do ponto de vista do Prof. Dr. Nishiyama uma valorização faria com que factores
importantes para o desenvolvimento do país ficassem mais baratos e, consequentemente, mais

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acessíveis, especialmente e na nossa casa um melhor acesso das PME’s a tecnologia industrial
tão necessária à sua competitividade com as restantes indústrias; sendo assim, os próprios
programas de cooperação sofreriam mudanças significativas, tornando-se assim mais baratos e
mais acessíveis.

Mais uma vez, e tal como o Prof. Prize, o Prof. Dr. Nishiyama alerta-nos para a
perda da nossa liberdade, importante para o nosso desenvolvimento. Ele diz o seguinte: “Unity is
the enemy of freedom. And variety is the real friend of freedom”. O Prof. Salin abordou
igualmente a questão da união monetária mas agora sobre um ponto de vista diferente, ele
propõe-se demonstrar se as zonas de comércio livre devem coincidir ou não com as zonas de
integração monetária, e a resposta para este professor é a de que tal não será necessário,
especialmente se se usar o pretexto de que tal iria evitar mudanças negativas na competitividade
das economias, ou mesmo de que se tal viesse a evitar o uso de políticas proteccionistas,
políticas estas que como já sabemos serão ineficientes já que exportadas e importadas, embora
possam ajudar uns sectores económicos, outros serão prejudicados.

Importa igualmente salientar que a liberalização do comércio não irá trazer


nenhuma alteração significativa na Balança Comercial; irá sim proporcionar uma expansão das
várias trocas comerciais e uma alteração na estrutura dos bens de troca. O Prof. Salin também
aborda a questão das taxas de câmbio e da sua utilização por parte dos governos como um
instrumento da política económica; ele parte do princípio de que uma política dessas no início
poderia ser benéfica mas, a longo prazo tal poderia ser negativo fornecendo dados errados sobre
a economia aos produtores; sendo assim problemas monetários terão que ser resolvidos com
verdadeiras políticas monetárias. Se pensarmos no caso europeu a passagem para a moeda em
princípio será sempre positiva já que tal irá levar a uma harmonização das políticas económicas
dos vários países membros.

O Prof. Salin propõe-se no entanto a abordar a questão da moeda única tomando


em conta a natureza do dinheiro e o papel que ele desempenha na economia e sendo assim numa
economia de interesses e necessidades variadas nada mais normal do que a existência de uma
diversidade de moedas já que tal não irá afectar de um modo negativo a competitividade mas
pelo contrário como disse recentemente o Prof. G. Becker tal política só irá fortalecer a
competitividade e a ideia de comércio livre. Este pensamento é também partilhado por Tenesse
Williams.
Este professor parece vir fortalecer a ideia de que por detrás de uma diversidade
de moedas está implicitamente conectada a ideia de liberdade e de que a moeda única iria como
que restringir a liberdade dos cidadãos europeus.

Conclusão

Após a análise detalhada dos vários textos recolhidos nos mais diversos meios de
comunicação nomeadamente revista, artigos de jornais, livros consultados e textos fornecidos
pelo docente desta disciplina procuramos estabelecer uma conexão lógica entre os diferentes
aspectos estudados.

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económica

Confrontando-nos com as mais diversas visões conseguimos retirar uma opinião que
pensamos ser a mais correcta sobre Portugal na União Monetária e os problemas a actualmente
nos deparamos como seja o caso das assimetrias regionais.

Apresentando noções e esclarecimentos do que é a Europa e os efeitos da entrada de


Portugal na C.E.E. apresentaremos de seguida a opinião dos elementos deste grupo de trabalho
respectivamente às vantagens e desvantagens da adesão de Portugal à União Monetária e os
modelos políticos de funcionamento pelos quais esta última se deve reger.

Existem autores que defendem um modelo federal e outros um modelo baseado numa
confederação. Rejeitamos parcialmente estes dois modelos distintos já que o Modelo Federal que
assenta em um super-estado poderá sustentar o domínio dos países mais fortes tanto a nível
económico como político que poderá conduzir às assimetrias regionais e além do mais para
existir dinamização da economia é necessário a livre espontaneidade dos Estados Membros e não
uma restrição desses mesmos. Por outro lado, o Modelo Confederativo é carácter descentralizado
porque apoia-se no Príncipio da Unanimidade que protege os Estados Membros dos abusos de
poder de outros Estados Membros, visando um progresso homogéneo construído com base na
tradição e solidariedade. Contudo este modelo político não está isento de críticas visto ser essa
unanimidade uma vontade própria de todos os países, tanto ricos como pobres, ou estaremos na
presença de um mero jogo de influências?

Estarão os países mais desfavorecidos submetidos às políticas impostas pelos países


dominantes ou terão que adoptar uma política "Maria vai com todos" ?

Por estas razões decidimos defender um terceiro Modelo Intermédio que combata os
excessos de um super-estado (federalismo) e a passividade que poderá surgir nas tomadas de
decisão pelo Princípio da Unanimidade (confederalismo).

Este modelo defendido deverá assentar numa solidariedade espontânea com a utilização
do Princípio da Maioria para tomadas de decisão, não impedindo a dinamização dos grupos
intermédios e países menos desfavorecidos, já que a sua criatividade é indispensável para o
fortalecimento da economia de mercado, isto é, o jogo limpo.

Quanto a vantagens e desvantagens da entrada na União monetária pelos Estados


Membros decidimos aplicar estes aspectos a um dos estados-membros , neste caso, Portugal
porque, como foi anteriormente referido conhecemos a sua realidade económica e social, e que
futuramente melhor poderemos avaliar as consequências que advirão deste passo fulcral do
economia portuguesa.

Segundo uma visão optimista do Sr. Dr. Victor Constâncio considera que as empresas
portuguesas seriam beneficiadas devido a uma diminuição e a uma estabilidade cambial o que
lhes permitiria concorrer com as potências industrias de uma forma equivalente. Contudo será
que a política seguida nos últimos anos pelo governo de Cavaco Silva foi bem sucedida pelas
empresas. Não será esta uma visão demasiado optimista?

Mas não pense alguém que nos primeiros tempos de integração teremos uma economia
sólida porque como é esperado por todos não nos espera um cenário muito acolhedor o que
poderá levar a alguma descrença na opinião pública sobre a integração de Portugal na União
Monetária. Tal nos é advertido em recente artigo de opinião pelo Sr. Professor Doutor Cavaco
Silva referindo "Se Portugal não for seleccionado é minha difícil profunda convicção que o

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nosso futuro colectivo será mais difícil e o bem estar dos Portugueses será prejudicado" e
afirmando mesmo que era lamentável que Portugal fosse excluído de acompanhar o passo da
construção Europeia que começa em 1999 já que para ele o mais difícil já está feito.

Esta última posição contraria aquela denunciada pelo Ministro Holandês dos Negócios
Estrangeiros publicadas recentemente em que afirma que Portugal não estaria preparado para
incluir o pelotão da frente para a integração na União Monetária.
Face a estas posições antagónicas vemo-nos obrigados a dar tempo ao tempo para retirar
a conclusão mais correcta e consensual da futura realidade que se nos deslumbra.

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Bibliografia

• José Augusto Fernandes, “Quanto custa a moeda única” In Revista Exame nº91 (12), ano 7,
Pgs.24-34

• Armand-Dennis Schor, “ Euro o que é a moeda única”


Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1996.
Tradução de J. Freitas e Silva.

• Comissão Europeia, “Uma moeda para a Europa” In Livro Verde sobre as modalidades,
31/Maio/1995.

• Aníbal Cavaco Silva, “É preciso dizer a verdade a Portugal”, In Jornal Expresso n.º 1263,
11/Janeiro/1997, Opinião-Pg. 17.

• Lionel Barber, “EU`s North South divide Narrows”, In Financial Times, 24/Novembro/1996,
Pag.13.

• Prof. .Dr. Christian Watin, “The European Union: Source of Conflict or Cooperation?”,
apresentado no2 MPS Meeting In Viena, 8/Setembro/1996

• Fernando Gomes, “Assimetrias Regionais”, In Revista Cadernos de Economia. n.º27 (6), Ano
VII, Abril/Junho de 1994, Págs. 36 -42.

• Pascal Salin, “Trade Zones and Monetary Zones: To Link or Not to Link?”, apresentado no
M.P.S. Meeting In Vienna, 9/Setembro/1996.

• Alberto Benegas Lynch, Jr., “Restricted Freedom: To Be or Not to Be?”, apresentado no


M.P.S. Meeting In Vienna, 9/Setembro/1996.

• Prof.Dr.Chiaki Nishiyama, “Appreciation: The Engine For Economic Programs”, apresentado


no M.P.S. Meeting In Vienna.

• Victoria Curzon Price, “Monetary Union: Why Not?”, apresentado no M.P.S. Meeting In
Vienna, 9/Setembro/1996.

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 M.P.S. - Mont Pelerin Society

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