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Existem dados que afirmam que a vida existe na terra há cerca de 3800 M.a. Estes dados
baseiam-se nos fosseis (restos de animais ou plantas preservados por processos
naturais) e vestígios (marcas) de vida encontrados em rochas.
As primeiras evidências(sinais) da existência da vida na terra são:
Várias teorias têm sido apresentadas sobre a origem da vida, a 1ª acreditada pelo mundo
cristão, e as restantes baseadas na observação de fenómenos naturais:
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de Pasteur ficou estabelecido que nas condições da terra actual não ocorre
geração espontânea e qualquer forma de vida provém de vida preexistente.
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Tema: 1. A origem da vida na terra
Sumário: 1.4. Modelo de Oparin/Haldane
O modelo proposto por Oparin e Haldane para a origem da vida na terra primitiva
integra vários pressupostos.
Atmosfera primitiva:
1. A atmosfera da terra primitiva era essencialmente constituída por hidrogénio
(𝐻2 ), metano (𝐶𝐻4 ), amoníaco (𝑁𝐻3 ), e vapor de àgua (𝐻2 𝑂).
2. Os constituintes gasosos da atmosfera primitiva sujeitos à acção de energia
proveniente de diferentes fontes, como energia solar (radiações ultravioleta),
calor proveniente da intensa actividade vulcânica da crosta terrestre e
descargas eléctricas que acompanhavam as grandes tempestades, reagiram
entre si e originaram os primeiros compostos orgânicos que eram moléculas
muito simples.
3. Os compostos orgânicos formados na atmosfera primitiva foram transferidos
para os oceanos, onde se acumularam, constituindo aquilo que mais tarde foi
denominado sopa primitiva (mistura teórica de compostos orgânicos que
podem ter dado origem à vida na Terra).
4. Um processo de evolução química conduziu à formação de moléculas orgânicas
mais complexas a partir de moléculas simples.
5. Estas moléculas orgânicas ter-se-iam agregado, constituindo unidades
individualizadas do meio por membranas rudimentares.
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6. A partir dos agregados pré-celulares em condições ambientais apropriadas,
poderiam surgir os primeiros seres vivos, os quais se alimentavam de sopa
primitiva.
A terra era um lugar árido completamente desértico e com uma atmosfera
redutora, ao passo, que agora, a terra possui uma atmosfera oxidante.
Atmosfera redutora: é uma atmosfera sem quantidades significativas de oxigênio
(O2) livre e outros gases ou vapores oxidantes impedindo assim a oxidação,
diferente da atmosfera oxidante rica em oxigénio.
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Figura 2 - Experiência de Miller
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Sidney Fox utilizou diferentes aminoácidos sintetizados abioticamente e, aquecendo a
170 °C sobre um pedaço de lava, obteve macromoléculas que designou por proteinóides
(proteínas não biológicas formadas pela ligação em cadeia dos aminoácidos utilizados)
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A formação de coacervados resulta das atracções entre moléculas com cargas electricas
de sinal contrário.
As propriedades características da vida deveriam aparecer gradualmente nestes
sistemas, inicialmente muito simples, separadas do exterior por membranas
rudimentares.
Essas membranas rudimentares seriam constituídas por moléculas de água colocadas a
volta dos agregados de moléculas não só proteicas, mas também de outras moléculas
orgânicas presentes na solução.
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O aparecimento de clorofilas constitui uma etapa muito importante na evolução
biológica, pois ao realizar-se a fotossíntese libertou-se oxigénio que se foi acumulando
no meio.
Há cerca de 2000 M.a. a atmosfera continha cerca de 1% do oxigénio livre que contém
actualmente e há cerca de 700 M.a. a quantidade de oxigénio era aproximadamente
10% dos níveis actuais.
Gradualmente o oxigénio livre foi aumentando na atmosfera. O aumento do oxigénio
possibilitou o aparecimento da respiração aeróbia (processo metabólico que utiliza o
oxigénio). A respiração aeróbia permitiu uma grande diversificação da vida com o
aparecimento de seres de maiores dimensões, tendo sido muito importante na evolução
biológica.
O oxigénio na atmosfera possibilitou também a formação da camada de ozono (𝑂3) na
alta atmosfera. Há cerca de 400 a 500 M.a. a camada de ozono, tornou-se suficiente
para filtrar as radiações ultravioletas nocivas à vida.
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Que explicação sugere para o aumento do teor de oxigénio e do teor de ozono na
atmosfera?
Qual o teor de oxigénio livre na terra hácerca de 400 M.a. ?
Em que idade aproximada da terra o teor de oxigénio da atmosfera começou a ser
idêntico ao da atmosfera actual?
Até aos nossos dias verificam-se debates sobre a origem da vida. As moléculas que deram
origem a vida surgiram dos espaços extraterrestre ou dos oceanos?
Nos meteoritos de Orgueil (próximo de toulouse) e Murchison (na austrália) foram encontrados
vários compostos orgânicos, tais como ácidos gordos e aminoácidos quase idênticos aos que se
encontram nas proteínas biológicas.
Por outro lado, estudos mostram que a vida pode ter a sua origem nas profundezas dos oceanos,
porque foram descobertos recentemente, organismos nessas profundezas capazes de resistir a
temperaturas superiores a 100 °C.
Seja qual for a origem da vida na terra, quer seja extraterrestre ou terrestre, o estudo da
passagem das moléculas bióticas às células, ainda é uma questão. Das experiências laboratoriais,
ainda não se produziu matéria viva a partir de matéria não viva.
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Tema: 2. Diversidade e origem das espécies
Sumário: 2.1. Teorias Fixistas
2.2. Teorias Evolucionistas
2.2.1. Lamarckismo – Princípio fundamentais do lamarckismo
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2.2. Teorias evolucionistas
A partir do século XVIII alguns cientistas vão tomando consciência que o mundo, longe
de ser imutável, evidencia variações permanentes. As primeiras ideias que na altura
chamavam-se transformistas estabeleciam que as espécies não são fixas, nem
imutáveis, transformavam-se gradualmente podendo assim formar-se novas espécies a
partir de outras já existentes e outras podem ser extintas.
A ideia da evolução não surgiu espontaneamente da mente de um génio, mas resultou
de um longo percurso durante o qual mutas figuras se destacaram.
A transição do fixismo para o evolucionismo compreende duas áreas fundamentais do
conhecimento que são: Estudo das espécies actuais e Análise de fósseis
Estudo das espécies actuais: O florescimento da Sistemática durante o seculo XVII,
culmina com a obra de Carlos Lineu (1707-1778), botânico sueco que estabeleceu um
sistema hierárquico de classificação dos seres vivos que ainda hoje tem utilidade.
Lineu era fixista e os seus trabalhos destinavam-se não só a catalogar a natureza, mas
também a descobrir os propósitos do criador relativamente a origem das espécies.
Na medida que Lineu desenvolveu um sistema de classificação que estudava
pormenorizadamente a morfologia dos indivíduos, estabelecendo diferenças e
semelhanças entre eles, permitiu que a ideia acerca de uma possível origem comum se
instalasse em alguns cientistas. Os dados recolhidos por Lineu para apoiar o criacionismo
acabaram paradoxalmente por constituir o embrião das ideias evolucionistas.
Análise de fósseis: O testemunho da vida passada, deixado pelos fósseis, pôs em
evidencia vestígios de espécies encontrados em certas camadas de rochas que não
surgem noutras camadas nem existem na actualidade. No seculo XVIII, princípio do
século XIX, alguns fixistas (George Curvier em 1799) consideraram que as falhas tinham
como resultados as grandes catástrofes que atingiram a terra, destruindo todas as
formas viventes. Esta acção foi designada de catastrofismo.
Para Buffon (1707-1788), as razões do transformismo situam-se no clima e na
alimentação e não são necessariamente adaptativas. Este autor acreditava num
transformismo por degeneração (Desvio parcial do tipo primitivo), segundo o qual
surgem diferentes formas originais, mas enquanto umas persistem outras degeneram
para constituírem espécies próximas.
Maupertuis (1698-1759): “vemos aparecer raças de cães, galinhas, etc., que não
existiam na natureza. São inicialmente indivíduos fortuitos, que o acaso e as gerações
transformaram em espécies”.
No seculo XIX todos os ramos, todos os ramos da ciência começaram a abandonar a
visão estática do mundo: Os astrónomos argumentam que a terra não é o centro do
universo; Newton dá explicações matemáticas para o movimento dos planetas e dos
objectos na terra; Os descobrimentos marítimos trazem ao conhecimento do mundo
ocidental uma grande diversidade de plantas e animais até então desconhecidos; Os
geólogos, através de Hutton em, 1788 abandonam uma visão estática do planeta e
estabelecem uma idade para a terra muito. A não existência de formas fósseis
intermédias foi explicada como resultado de lacunas estratigráficas, isto é, ausência de
uma ou varias camadas sedimentares que foram eliminadas pelos agentes erosivos ou
que nem sequer chegaram a constituir devido a condições de sedimentação.
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2.2.1. Lamarckismo – Princípio fundamentais do lamarckismo
Em 1809, Jean Baptiste de Lamarck na sua obra Philosophie Zoologique, apresentou
aquela que é considerada por muitos como a primeira teoria sobre a evolução das
espécies. Lamarck defendia que os seres vidos têm um impulso interior, que lhes
permite adaptarem-se ao meio quando pressionados por alguma necessidade imposta
pelo ambiente. Segundo Lamarck, o princípio evolutivo estaria baseado em duas leis
fundamentais: Lei do uso e desuso e a Lei da herança dos caracteres adquiridos
Lei do Uso e desuso - num animal em desenvolvimento, o uso de um órgão tende a
reforça-lo enquanto que o desuso o enfraquece até ao seu desaparecimento. A
necessidade de um órgão em determinado ambiente cria esse órgão e a função
modifica-o, se, pelo contrário, esse órgão não se usa, degenera e atrofia.
Lei da herança dos caracteres adquiridos – Uma vez desenvolvidos novos caracteres
estes são transmitidos aos seus descendentes. Os organismos, pela necessidade de se
adaptarem ao ambiente, adquirem modificações durante a sua vida, que passam aos
descendentes.
Segundo Lamarck os organismos complexos originam-se progressivamente a partir de
outros mais simples. Em respostas às solicitações do ambiente os organismos adquirem
ou perdem determinadas características e essas alterações são transmitidas à
descendência.
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