You are on page 1of 13

Centro Universitário Leonardo Da Vinci

Educacional Leonardo Da Vinci

ROBERTA BARROS MACEDO


(TURMA)

PROJETO DE ESTÁGIO

MANAUS-AM
ABRIL/2019

CIDADE
ANO
“Eu percebi que o que me incomodava não era a
cegueira. O que me incomodava era a
dependência. Eu acho dependência pior que a
cegueira. Ser dependente humilha, arrasa, acaba
com a pessoa. Ser cego não”.
(Antony Moraes – Documentário: Sentidos à Flor da
Pele, 2008)
SUMÁRIO

1 PARTE I: PESQUISA...........................................................................................................4
1.1 Educação Inclusiva: Instrumentos lúdicos de aprendizagem para crianças com
problemas visuais.....................................................................................................................4
1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................................6
1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................................6
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO.................................................................8
2.1 METODOLOGIA................................................................................................................8
REFERÊNCIAS......................................................................................................................11
4

1 PARTE I: PESQUISA

1.1 Educação Inclusiva: Instrumentos lúdicos de aprendizagem para


crianças com problemas visuais

A história da Educação Especial no Brasil foi marcada pela falta de


compromisso do governo nessa modalidade de ensino. Somente no final dos
anos 50 o governo passa a assumir a sua obrigatoriedade no atendimento dos
alunos com necessidades especiais e isso aconteceu inicialmente por meio de
campanhas assistenciais. Foi marcada também por iniciativas particulares de
pais e responsáveis pelos deficientes com a criação de associações para dar
atendimento a esses alunos e contemplar as suas necessidades, como as
APAES, que se originaram no Rio de Janeiro, também no ano de 1957.
Desviando-se dos aspectos políticos, e pensando apenas nos aspectos
educacionais, compreende-se que o trabalho com o desenvolvimento de alunos
com necessidades especiais requer um olhar atento para a importância da
atividade lúdica que visa favorecer a inclusão escolar dos alunos com
necessidades especiais na escola regular. O ato de brincar possibilita para a
criança relacionar-se, pois ao participar de uma brincadeira a criança interage
com outras, favorecendo a socialização. A brincadeira é prazerosa para toda
criança e integra os alunos com necessidades educativas especiais no
contexto escolar, tornando o ambiente escolar saudável, lúdico e divertido,
propício para a inclusão. É importante que a criança descubra e construa por si
mesma os significados por meio de jogos e brincadeiras. O educador deve
proporcionar um ambiente acolhedor, objetos e recursos que ofereçam
situações desafiadoras, motivando perguntas e respostas, estimulando a
criatividade e a descoberta de acordo com a necessidade de cada um.
O presente projeto também propõe mostrar que tendo em vista o melhor
desenvolvimento da criança com necessidades educativas especiais, são de
suma importância a interação e as brincadeiras, pois estas estimulam na
criança o sentido de que é protagonista de seu próprio desenvolvimento
psicossocial. Dessa forma o papel do educador é encorajar as atividades que
envolvam expressão criadora no desenho, na pintura, no ritmo, na música, no
teatro e nos trabalhos manuais.
5

Alunos com necessidades educativas especiais precisam ser assistidos


e recebidos com carinho, bem como socializar com outras crianças e pessoas,
como qualquer outro aluno. Nesta perspectiva, o momento o lúdico é
fundamental tanto para a criança quanto para o educador, pois rompe barreiras
e preconceitos em uma sociedade moldada, unindo laços e aprendendo que as
diferenças são as verdadeiras riquezas da vida, é sair de si e aceitar o próximo
nas suas particularidades. Portanto, partindo do princípio de que toda criança
aprende melhor com a ludicidade, consideramos que a criança especial
também irá aprender melhor através das brincadeiras.

1.2 JUSTIFICATIVA

Partindo da necessidade de diminuir as lacunas deixadas pelas


diferenças com as quais são tratadas as crianças portadoras de necessidades
especiais, percebemos a urgência de integrar educação inclusiva e ludicidade,
tendo como objetivo principal inserir as crianças com necessidades especiais
em um ambiente escolar integrado, um espaço comum a todos os alunos, que
contemple as particularidades de cada criança sem destacar as suas
diferenças, no entanto cuidando para que sejam atendidos nas suas
singularidades como qualquer outra criança.
Muitas crianças que possuem necessidades especiais tem dificuldade de
estar em uma escola regular de ensino, seja pela falta de estrutura física da
escola ou até mesmo pela suposta incapacidade de receber alunos com essas
características. Com base nessa problemática, surge a necessidade de auxiliar
estas escolas contribuindo na aplicação de didáticas que trabalhem com a
capacidade do aluno especial em utilizar o lúdico como um meio de
comunicação, abstração e compreensão do mundo que o cerca.
O trabalho com jogos e brincadeiras lúdicas, no ambiente de uma escola
inclusiva, com a interatividade e a ludicidade, é de fundamental importância
para a abstração, pois essas atividades aguçam a capacidade cognitiva dos
alunos, desenvolvendo habilidades comunicativas, aumenta a autoestima, além
de favorecer a socialização da criança. Buscando também, aproximar os
alunos especiais para o universo acadêmico como incentivo a uma educação
de representação.
6

Os educadores entram em comum acordo quando dizem que a escola é


o caminho certo quando se fala em processo ensino-aprendizagem, tendo em
vista o compromisso que ele assume diante da comunidade, por isso é papel
dos educadores enquanto escola, assumirem o compromisso de apresentar um
plano que vá proporcionar aos alunos desenvolvimento em todas as áreas, seja
cognitiva e principalmente afetiva, pois o aluno que é acolhido afetivamente,
corresponde com mais maturidade e um melhor aproveitamento de
aprendizagem.
.
1.3 OBJETIVOS

Analisar o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais,


acolhendo-os e promovendo uma educação que potencialize suas habilidades.

- Promover a aprendizagem integrada;


- Criar maneiras lúdicas de ensinar;
- Promover a socialização das crianças;
- Desenvolver a criatividade;
- Incentivar a autonomia.

1.4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O brincar tem função essencial no processo de desenvolvimento da


criança, principalmente nos primeiros anos de vida, nos quais ela tem de
realizar a grande tarefa de compreender e se inserir em seu grupo, constituir a
função simbólica, desenvolver a linguagem, explorar e conhecer o mundo
físico. (LIMA, 1991, p.19).
Pensar a educação de crianças com necessidades especiais requer um
olhar atento para satisfazer as suas necessidades especiais de modo a não
comprometer seu processo de aprendizagem. Dessa maneira, Sá (2007),
defende que as necessidades decorrentes de limitações visuais não devem ser
ignoradas, negligenciadas ou confundidas com concessões ou necessidades
fictícias.
7

Para que isso não ocorra, devemos ficar atentos em relação


aos nossos conceitos, preconceitos, gestos, atitudes e posturas
com abertura para rever as práticas convencionais, conhecer,
reconhecer e aceitar as diferenças como desafios positivos e
expressão natural das potencialidades humanas. (SÁ, 2007. p.
13)

Diante dessa afirmação será possível redescobrir e reinventar novos


processos educacionais voltados para a inserção e integração dos alunos com
necessidades especiais, que vise não apenas trabalhar com o desenvolvimento
das crianças que possuam tais necessidades, mas que contemple também a
aceitação e o respeito por parte dos demais colegas que precisam não só
aprender a conviver com as diferenças, mas aprender maneiras de interagir
normalmente com essas crianças e deixa-las participarem ativamente das
brincadeiras, de forma que se sintam acolhidas não apenas pelo professor,
mas pelos colegas do seu convívio.
Para Melo (2011, p.4),
O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica
humana, passando a ser necessidade básica da personalidade,
do corpo e da mente. Podemos afirmar que a ludicidade está
presente na vida do ser humano há milhares de anos, basta
analisarmos um pouco a história da humanidade.

De acordo com MEC (2006, p. 16), pessoas com baixa visão precisam
ter seu processo educativo principalmente através de meios visuais, ainda que
seja necessária a utilização de recursos específicos, já as pessoas cegas, que
apresentam desde a ausência total da visão até a perda da projeção de luz,
devem ter seu processo de aprendizagem com a utilização de recursos que
façam uso dos seus sentidos remanescentes, como o tato, a audição, o olfato e
o paladar, utilizando também o Sistema Braile como principal meio de
comunicação escrita.
Sá (2007, p. 14), afirma que embora as crianças cegas necessitem de
um ambiente estimulador e de mediadores e condições favoráveis à exploração
do seu referencial perceptivo particular, elas não se diferem das demais
crianças no desejo de aprender, nos interesses e motivações ou necessidades
de afetividade, proteção brincadeiras e socialização.
Dessa maneira, compreendemos que do mesmo modo que é necessário
buscar alternativas de ensino para crianças hiperativas, ou com déficit de
8

aprendizagem, compreende-se a igual necessidade de encontrar meios de


facilitar a o processo de aprendizagem das crianças que tenham necessidades
especiais, adequando as brincadeiras, os espaços, e todo o processo de
aprendizagem em si, para que seja de fato promovida não só sua inclusão no
espaço de ensino, mas no espaço social.
Ainda de acordo com o MEC (2006, p. 176), além de material de apoio e
informação, a construção de um sistema educacional acolhedor para os alunos
que têm deficiência visual exige adaptações de objetivos, como mudanças no
conteúdo e no processo de avaliação, além de adaptações no método de
ensino didático-pedagógicas.
Sá (2007, p. 21), corrobora que para que o aprendizado seja completo e
significativo é importante possibilitar a coleta de informação por meio dos
sentidos remanescentes, não deixando de criar um espaço que contemple a
convivência, e a interação com os diversos meios de acesso à leitura, à escrita
e aos conteúdos escolares em geral.

2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO

2.1 METODOLOGIA

O estágio será realizado na Creche Municipal Ana Lopes Ferreira,


localizada no bairro da Compensa, na rua Álvares de Azevedo s/n, que atende
a 2 alunos com necessidades especiais por sala, tendo um total de 12 alunos
com necessidades especiais atendidos.
Para que se possa realizar uma ação interventiva é necessário conhecer
o local onde a ação será implementada, por esse motivo a primeira fase será
de observação, anotando em diário de campo as características da escola,
como estrutura física, recursos disponíveis, disponibilidade dos educadores,
contato com os pais, particularidades e necessidades dos alunos. A partir da
observação e anotação em diário de campo se dará início o processo de
análise dos dados coletados. Também será realizada uma entrevista com os
professores e alunos com a finalidade de perceber quais as principais
dificuldades enfrentadas no processo de ensino e aprendizagem,
9

respectivamente, para então poder sugerir intervenção e ações de melhoria


baseadas nos processos de aprendizados lúdicos aqui discutidos.
Sabe-se que para promover a comunicação e o entrosamento entre
todos os alunos, é indispensável que os recursos didáticos possuam estímulos
visuais e táteis que atendam às diferentes condições visuais. Portanto, ao final
da análise, após classificar os alunos em grupos de dificuldades, os alunos
serão divididos e terão contato com brinquedos confeccionados com o objetivo
de auxiliar na sua aprendizagem. O material elaborado deve apresentar cores
contrastantes, texturas e tamanhos adequados para que se torne útil e
significativo.
Serão apresentados aos alunos recursos que facilitem seu
entendimento, a exemplo:
Caixa de números: caixas de plástico ou de papelão contendo
miniaturas. Colar na parte externa o numeral, em tinta e em braile,
correspondente à quantidade de objetos guardados no interior da caixa.

Figura 1: Caixa de números


Jogo da velha: adaptado com peças de EVA, com quadrados e
círculos para fácil identificação das formas.
10

Figura 2: Jogo da velha

Caixa de vocabulário: adaptado com peças de EVA, com quadrados e


círculos para fácil identificação das formas. As grades devem ser feitas em
relevo.

Figura 3: Caixa de vocabulário

Caixa de vocabulário: adaptado com peças de EVA, com quadrados e


círculos para fácil identificação das formas. As grades devem ser feitas em
relevo.
Durante o contato dos alunos com o material confeccionado, continua-se
a fase observatória, anotando reações, sensações, e fixação de aprendizagem
através do material apresentado. Após as atividades com os objetos
confeccionados, será feita uma nova entrevista com professores e alunos com
a finalidade de avaliar se os objetos foram adequados, se os objetivos foram
alcançados e pontuar melhorias na metodologia de ensino.
.
2.2 CRONOGRAMA

Data Turno e horário Atividade


06/05/2019 Observação
07/05/2019 Observação
08/05/2019 Entrevistas 1
09/05/2019 Regência
10/05/2019 Entrevistas 2
11/05/2019 Tabulação
12/05/2019 Análise de resultados
11

REFERÊNCIAS

LIMA, Elvira C. A. S., et al., O Jogo e a Construção do Conhecimento na


Pré-Escola. São Paulo: FDE, 1991.

MELO, Fabiana Carbonera Malinverni. Lúdico e Musicalização na educação


infantil. Indaial: Uniasselvi, 2011.

SÁ, Elizabet Dias de. Formação continuada a distância de professores para


o atendimento educacional especializado. São Paulo: MEC,/SEESP, 2007.

Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para o


atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de
alunos com baixa visão. 2. ed. SEESP/MEC – Brasília, 2006.
12

ANEXOS

ROTEIRO OBSERVAÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome do (a) Professor (a):______________________________________
Nome da Escola:__________________________________________________
Turma:__________________________________________________________
Conteúdo da aula:________________________________________________
Turma: ________Turno:____________ Data da observação:_______________

2. ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS:

PLANEJAMENTO
 Existe coerência entre o proposto no plano de aula e o que foi realizado na
prática do (a) professor (a)?
 Os planos são desenvolvidos de acordo com os Referenciais do Ensino da
série em questão?

A INTERAÇÃO ENTRE OS ALUNOS E O CONTEÚDO


 O conteúdo é adequado às necessidades de aprendizagem da turma?
 As atividades e os problemas propostos são desafiadores e proveitosos para
todos os alunos ou para alguns foi muito fácil e, para outros, muito difícil?
 Há a retomada de conhecimentos trabalhados em aulas anteriores como um
ponto de partida para facilitar novas aprendizagens ou as atividades apenas
coloca em jogo o que já é conhecido pela turma?
 Os recursos utilizados são adequados ao conteúdo?
 Os recursos utilizados são adequados às necessidades da turma?
 Como está organizado o tempo da aula? Foram reservados períodos de
duração
suficiente para os alunos exporem as dúvidas, debaterem e resolverem
problemas?

A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO


 A relação desenvolvida em sala de aula apresenta-se de forma harmônica?
Justifique.
 Como ocorrem às relações interpessoais entre o professor e os alunos?
Comente.
 Como o professor lida com as diferenças em relação ao ritmo de
aprendizagem dos alunos?
 Há ludicidade no material e conteúdo apresentado à turma?
 As propostas de atividades foram entendidas por todos? Seria necessário o
professor explicar outra vez e de outra maneira? As informações dadas por ele
são suficientes para promover o avanço do grupo?
 O material utilizado estava adequado para crianças com necessidades
especiais?
 As intervenções são feitas no momento certo e contêm informações que
ajudam os alunos a refletir?
13

 O professor aguarda os alunos terminarem o raciocínio ou demonstra


ansiedade para dar as respostas finais, impedindo a evolução do pensamento?
 As hipóteses e os erros que surgem são levados em consideração para a
elaboração de novos problemas?
 As dúvidas individuais são socializadas e usadas como oportunidades de
aprendizagem para toda a turma?

OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
 A metodologia utilizada em sala de aula contempla atividades
interdisciplinares? De que forma?
 A mediação desenvolvida pelo (a) professor(a) permite uma aprendizagem
significativa?
 Os conteúdos são contextualizados com a realidade sócio-cultural dos
alunos?
 Alunos cegos demoram mais a aprender do que os outros?
As atividades propostas para a turma são, em sua maioria, de natureza
individual ou coletiva?
As atividades são pensadas de modo contemplativo para os alunos cegos?

A RELAÇÃO ALUNO-ALUNO
 Existe clima de cooperação entre os alunos?
 Os trabalhos em grupo são facilmente desenvolvidos? Justifique.
 Como você avalia as relações interpessoais existentes entre os alunos?
Comente.
 Os alunos cegos são estimulados a desenvolver suas habilidades?
 Com que critérios a classe é organizada?

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS
 Os recursos são utilizados de forma adequada?
 São recursos são apropriados para a 2ª Fase do Ensino Fundamental.
 Os recursos são motivadores e enriquecem o desenvolvimento da aula?

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
 O professor avalia o aluno consecutivamente?
 A avaliação é diagnóstica? Ou seja, o professor utiliza-a para identificar o
nível de aprendizagem do aluno em relação ao conteúdo?
 Utiliza a avaliação para identificar os obstáculos didáticos?

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A OBSERVAÇÃO


 Qual o perfil apresentado pelo (a) professor(a) em sua prática pedagógica?
 Quais os pontos considerados positivos na prática pedagógica do (a)
professor (a) do ponto de vista da educação inclusiva?
 Quais os pontos considerados negativos na prática pedagógica do (a)
professor (a) do ponto de vista da educação inclusiva?
 Que tipos de intervenções pedagógicas apresentam-se necessárias na
prática pedagógica observada?

You might also like