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e-avaliando-pontos-a-pensar-para-o-ensino-de-arte

Publicado em NOVA ESCOLA 13 de Dezembro | 2018

Análise da especialista

Documentando e
avaliando: pontos a
pensar para o ensino de
Arte
Professora comenta o que muda no planejamento das
aulas, nos registros das atividades e no processo avaliativo
de Arte com a BNCC

Por Alexandra Contocani, professora de Arte do Colégio São Domingos, sócia-


fundadora e atelierista do Ateliê móvel.

Na Base Nacional Comum Curricular, a Arte é tratada como um componente


curricular que integra a área de linguagens, juntamente com Língua Portuguesa,
Educação Física e Língua Inglesa. No documento, quatro das linguagens
artísticas estão organizadas em Unidades Temáticas: as Artes visuais, a Dança, a
Música e o Teatro, assim como Artes Integradas, uma proposta de integração
entre as linguagens que "...explora as relações e articulações entre as diferentes
linguagens e suas práticas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das novas
tecnologias de informação e comunicação." (BNCC, p. 195)

Um primeiro desafio que se impõe ao professor é o de familiarizar-se com a


estrutura da BNCC e compreender cada um dos termos propostos pelo
documento no componente de Arte. Um outro desafio é o de garantir que suas
aulas contemplem todas as dimensões, competências, habilidades e objetos de
conhecimento de forma equilibrada. Para tanto, além de conhecer e
familiarizar-se com o conteúdo do documento, é preciso conhecer bem o
currículo proposto pela unidade de ensino e construir um planejamento anual
que estabeleça conexões entre o projeto da escola e a BNCC. Quando
realizamos um planejamento amplo, tomamos muitas decisões, como o
estabelecimento de metas, a escolha de materiais, a organização de ações
pedagógicas e as formas de avaliação, que possibilitam um olhar crítico sobre a
prática, visando a aprendizagem de todos e a revisão do planejamento quando
necessário. Não podemos esquecer que o planejamento é um roteiro que nos
orienta e que pode ser ajustado ao longo do processo de ensino e
aprendizagem.

Documentar para favorecer a aprendizagem, documentar para


avaliar
Tão importante quanto planejar é trabalhar com a prática reflexiva na sala de
aula. E a documentação pedagógica é uma ferramenta potente para esse tipo de
prática docente, que tem sido explorada predominantemente em escolas de
Educação Infantil. Por meio dela, é possível dar visibilidade aos processos e
reorientar constantemente o trabalho pedagógico. Fotografias, vídeos,
gravações e anotações das falas das crianças são organizadas pelos professores
revelando os processos cognitivos, estéticos e sensíveis. Além disso, os
professores que documentam reveem constantemente os percursos de
aprendizagem, podendo traçar novas rotas, quando necessário. Entretanto, no
decorrer da escolaridade, essa ferramenta vai sendo abandonada ou
substituída por avaliações formais e objetivas que não têm o mesmo potencial
de revelar os percursos dos estudantes. Se a BNCC prevê que os processos de
criação sejam tão relevantes quanto eventuais produtos, devemos refletir sobre
as formas de dar visibilidade aos processos, buscando, portanto, formas de
documentar os percursos de criação dos alunos.

A avaliação em arte
Embora não haja um capítulo específico na BNCC sobre avaliação, é importante
refletir sobre essa questão durante a elaboração do currículo, tendo em mente
que a avaliação deve ser vista como uma prática que apoia as aprendizagens e
não como uma mera ferramenta de mensuração do conhecimento dos alunos.
É preciso ter cuidado quando estamos trabalhando com os conceitos de
competências e habilidades e os relacionamos com a avaliação dos estudantes.
Para construir uma avaliação formativa em Arte, que seja contínua e processual,
além da documentação pedagógica dos processos experienciados pelos alunos,
podemos lançar mão de outras ferramentas, como a autoavaliação e o portfólio.
Segundo Neus Sanmartí, para criar propostas de avaliação formativa, é
fundamental que os estudantes se apropriem dos objetivos de aprendizagem e
de estratégias de pensamento e de ação.

Como vimos, a BNCC apresenta novos desafios para o professor de Arte e leva a
refletir de maneira ampla sobre as estratégias de ensino e aprendizagem. A
reflexão, o estudo, a troca de experiências e o trabalho em equipe são
essenciais para a construção de um currículo cada vez mais consistente,
coerente, humanizador e sensível.

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