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02/08
INTRODUÇÃO
A história nos narra que, no passado, o governante e a lei eram expressões sinônimas, uma vez
que o governante da época entendia que a vontade dele já significava uma lei.
Com o avanço das democracias pelo mundo, ficou evidente que a tirania e a ilegalidade não
eram as únicas formas de se governar, ocasião em que foi surgindo o modelo de governo representado
pelo Estado de Direito, cujo império é da lei, e não do governante tirano.
Nos países onde se experimentou o modelo Estado de Direito, houve maior proteção aos direitos
fundamentais, políticos, sociais e econômicos, ficando bem evidenciado que, mesmo dividindo o poder
em três (Legislativo, Executivo e Judiciário), nenhum de seus representantes estavam sobre a lei, mas
abaixo dela.
Esse novo modelo de governo surgiu na França, com a Revolução Francesa, em 1789, onde
ficou muito mais evidenciado um direito administrativo como atividade concreta e material, coincidindo
com as funções do poder Executivo, que tipicamente deve executar o conteúdo das leis.
Com essa evolução, embora o direito administrativo também existisse no modelo de governo
ditatorial chamado de Estado, tornou-se muito mais conhecido com a separação de poderes. Por isso,
alguns autores alegam que esse ramo do direito público nasceu na França, cujo pai é o Estado de
Direito, e a mãe a Teoria da Tripartição de Poderes.
Todos os poderes nas mãos de um só, Prevalece a lei, devendo todos, até o
podendo ser um Rei, Tirano ou Ditador. Presidente, obedece-la. Há a divisão de
Apenas um cria, executa e julga as leis poderes.
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CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO: é o ramo do Direito Público constituído pelo
conjunto de normas e princípios que regem a estrutura, os bens e a atividade administrativa, para a
realização concreta e imediata dos fins do Estado.
- Princípio da Legalidade: Servidor público sempre deve verificar se há lei que o ampare em
seus atos. Toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. Os servidores públicos
só pode fazer aquilo que a lei autoriza, diferente dos indivíduos no campo do direito privado que podem
fazer tudo o que a lei não veda.
- Direito público: Visa o interesse público, a gestão dos interesses coletivos executada pelo
Estado. Se estivéssemos no mesmo patamar, o Estado não conseguiria impor regras a nós. Por isso,
é necessário a supremacia de poder.
- Realização concreta e imediata: executa o que a lei determina. Se já há lei, basta executar.
Quem deve pensar se é bom ou viável é o direito constitucional, pois possuem o poder de vetar o
projeto de lei. Se chegou ao direito administrativo, quer dizer que isto já foi pensado.
- Função típica e atípica: o Poder Executivo possui a função tipicamente administrativa, mas
desempenha também funções atípica normativa, quando, por exemplo, edita medidas provisórias ou
leis delegadas.
Relação com outros ramos do Direito: o Direito é um só, isto é, representa o conjunto de
normas que regem a atividade humana em sociedade. Desse modo, apenas para facilitar o
entendimento é que ele é dividido por áreas.
a) Relação com o Direito Constitucional: o Direito Administrativo guarda íntima relação com
a Constituição Federal, porque é nela, através do Direito Constitucional, que vemos a estrutura do
Estado, estabelecendo as suas finalidades, cuja organização, no plano material compete ao Direito
Administrativo.
É na Constituição que encontramos os Princípios da Administração Pública, as normas sobre
servidores públicos e as competências do Poder Executivo.
Por exemplo, uma lei que autoriza a edificação de uma unidade de saúde, com a criação de 10
cargos públicos, deverá ser de competência do Direito Administrativo em providenciar o prédio que
abrigará a unidade, realizar os concursos públicos, fazer licitações para compra de material e etc.
b) Relação com o Direito Penal: no Código Penal Brasileiro há um capitulo destinado a
cominar penas a certas condutas que são definidas crimes contra a administração pública
praticados por agentes ou particulares. Ex. peculato.
c) Relação com o Direito Civil: na administração pública utiliza-se regras de Direito Civil, de
forma supletiva para a elaboração dos contratos administrativos. Na Lei 8666 encontramos formas de
realizar um contrato, mas, no que faltar a lei, encontramos no Direito Civil.
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Ex. justiça eleitoral determina que precisará de escolas para realizar as eleições. É o direito
administrativo que cuida de solicitar e preparar as escolas para os eleitores.
FINALIDADE DO ESTADO
(prova)
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
1º Setor – Estado: incumbido de trazer tudo aquilo que está previsto no artigo acima. Para
prestar qualquer serviço, o Estado precisa de dinheiro, e o consegue tributando alguém, no caso, as
pessoas físicas e jurídicas. Tem a função de ofertar à sociedade, de forma ininterrupta, todos os
serviços garantidos pela Constituição Federal e aplicar os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência.
4º Setor – Economia Informal: não é reconhecida pelo Estado, mas é tolerada, pois paga
uma carga tributária, mesmo que menor. São aquelas atividades sem firma registrada, sem
emitir notas fiscais, sem empregados registrados e sem contribuir com impostos ao governo. Ex.
vendedores ambulantes,
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5º Setor – Miseráveis propriamente ditos: aqueles que não possuem condições
nenhuma. Papel do Estado é de combater o 5º setor, transformas em serviço, o que geraria tributos e
mais dinheiro a ser convertido em benefícios sociais.
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SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
São mecanismos de controle que o Estado adota para corrigir atos administrativos ilegais,
praticados por agentes em qualquer esfera de poder. Para a doutrina, existem dois sistemas que os
países adotam:
2. Sistema da jurisdição única ou inglês: os órgãos públicos administrativos podem ter suas
cortes administrativas, mas quem dá a palavra final é o poder judiciário. Judiciário julga todos os
conflitos, sejam da sociedade comum ou da Administração Pública. Este é o sistema adotado pelo
Brasil. Não é impedido que se criam cortes administrativas para julgar, mas suas decisões não fazem
transito em julgado. Após ser julgado por essas cortes, o réu pode promover recurso pro Judiciário,
pois apenas os órgãos do Judiciário exercem a função jurisdicional e proferem decisões com o caráter
da definitividade.
Significa que TODOS os litígios devem ser solucionados pelo Poder Judiciário, art. 5º, XXXV -
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” - Isso quer dizer que
o preceito constitucional atribui ao Poder Judiciário o MONOPÓLIO DA FUNÇÃO JURISDICIONAL,
não se importando se a demanda envolve a administração pública. No entanto, mesmo com essa
posição firmada, o judiciário não impede que a administração pública, em seus âmbitos internos,
também apurem as infrações administrativas, as quais não terão força de definitividade, restando ao
inconformado com a decisão, se o caso, recorrer ao judiciário, que dará a palavra final.
CODIFICAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Os doutrinadores e legisladores brasileiros ainda não atingiram um consenso para decidir sobre
a codificação ou não do Direito Administrativo. Temos três correntes com pensamentos divergentes,
enquanto que a primeira nega totalmente a sua necessidade, temos uma segunda que já se
conforma com a codificação parcial, especificamente o Código Administrativo de Água, Caça e de
Pesca. Por fim, a corrente que defende a codificação total alega que a pesquisa se tornaria mais
eficaz. Por ora, enquanto não houver um amplo acordo, continuaremos com as leis esparsas servindo
ao Direito Administrativo.
CARACTERÍSTICAS/ PRESSUPOSTOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO:
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1. Desigualdade jurídica entre Administração e administrados: nunca vamos estar em um
plano de igualdade. Deve haver uma DESIGUALDADE JURÍDICA, exceto em algumas situações do
direito privado. De resto, o Estado estará sempre em uma situação de SUPERIORIDADE para a
imposição de regras. Estado persegue interesse público/bem comum.
A desigualdade jurídica deve existir e prevalecer em favor do Estado, porque, regra geral, este
deve perseguir apenas o bem comum/ coletivo, enquanto que o particular está em busca da defesa
de seus interesses privados. Portanto, o Estado deve agir com essa supremacia ou superioridade
para impor suas regras à sociedade, como de fato faz. Ex. aumento de tarifas.
22/08/17
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As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Sua
atuação deve ser voltado para o interesse público. Desse modo, não é o indivíduo em si o destinatário
da atividade administrativa, mas sim o grupo social num todo.
4. Princípio da Publicidade: regra geral, todos os atos são públicos para amplo
conhecimento da coletividade, exceto em alguns casos, como processos que correm em segredo de
justiça. Além disso, torna válido alguns atos administrativos, que só possuem validade após a
publicação, como uma portaria.
5. Princípio da Eficiência: exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza,
perfeição e rendimento funcional, aliados a produtividade, economicidade e redução de desperdícios
de dinheiro público.
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2. Princípio da Continuidade: as atividades administrativas do Estado, por serem essenciais
a população, não podem parar, ou sofrer solução de continuidade, exceto em situações legais: 1.
Estado de Sítio; 2. Guerra; 3. Para ampliar esse serviço; 4. Reparar em razão de algum dano.
3. Princípio da Autotutela: a Administração pode e deve controlar os seus próprios atos, seja
para anula-los quando ilegais ou revoga-los quando inconvenientes ou inoportunos,
independentemente de revisão pelo Poder Judiciário.
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Serviços que o Estado faz sozinho: SEGURANÇA PÚBLICA, FORÇAS ARMADAS, PODER
JUDICIÁRIO, FISCALIZAÇÃO.
Estado delega para um particular a prestação de um serviço público por meio de uma licitação,
ficando responsável pela fiscalização. Fica no papel de regulador. Pode transferir a prestação e fica
com a titularidade, para poder fiscalizar depois. Ex. energia elétrica. Transfere apenas a execução do
serviço. Quem fiscaliza são as agências reguladoras. Cada agencia é criada debaixo de um ministérios
respectivo.
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GOVERNO
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Todo Estado, para ser bem governado, o gestor público contará com a Administração Pública já
existente para desenvolver a melhor atividade administrativa em benefício da coletividade. Portanto,
devemos conceituar Administração Pública como todo o aparelhamento do Estado, pré ordenado à
realização de serviços, visando a satisfação das necessidades coletivas, cujo as atividades devem
estar vinculadas à lei (Princípio da Legalidade) ou a normas técnicas, exercendo uma conduta
hierarquizada, sem responsabilidade constitucional, mas com responsabilidade técnica e legal pela
execução.
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desenvolvimento econômico social da cidade ou país, assegurando a população o direito à
prosperidade, respeitando os limites dos recursos públicos.
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PELA DESCENTRALIZAÇÃO, ELE O FAZ INDIRETAMENTE, ISTO É, DELEGA A ATIVIDADE
A OUTRAS ENTIDADES
1. Transfere-se a execução do serviço da atividade estatal para outra pessoa, integrante ou não da
administração;
2. Passamos a ter duas pessoas jurídicas, isto é, a entidade central e entidade descentralizada;
3. A atividade transferida está fora da Administração Pública;
4. Não se observa o princípio da hierarquia entre a pessoa jurídica central e a pessoa jurídica que
prestará o serviço, mas apenas um vínculo de subordinação para fins de controle.
05/09/17
SERVIÇOS PÚBLICOS
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Serviço público, na sua essência, é quando o Estado vem pra oferecer comodidade, conforto.
Conceito: Os administrados, para sua boa convivência na sociedade e para desempenhar sua
atividade profissional, necessitam de conforto, comodidades e utilidades, em contraprestação pelos
tributos pagos. Alguns desses serviços, são prestados por particulares, devidamente autorizados, e
outros diretamente pelo próprio Estado. A doutrina aponta dois sentidos para a expressão “serviço
público”:
Conceito de Serviço Público: é toda atividade para oferecer conforto, utilidade ou comodidade
(energia elétrica, coleta de lixo, transporte, telefonia) utilizável preponderantemente pelos
administrados, (preponderantemente porque o Estado também usufrui disso, ele tem como objetivo
principal a população) prestado ou por quem lhes faça as vezes (concessionário ou comissionado)
sobre um regime de direito público, porque prepondera a desigualdade jurídica.
1. É a Constituição Federal que institui e distribui os serviços públicos entre a União, Estados,
Distrito Federal e Municípios;
2. É um dos objetivos do Estado que além de planejar, coordenar e executar, tem o dever de
fiscaliza-los;
3. Nem mesmo a delegação descaracteriza o serviço como público;
4. O Estado é o titular do serviço público, podendo apenas transferir a execução da prestação
desse serviço.
5. O serviço público sempre é para atender interesse coletivo, que pode ser primário ou
iminente, quando há urgência na sua execução (ex. vacinação), ou secundário e não iminente, quando
o serviço pode ser realizado em etapas (ex. recape asfáltico). Regra geral permanece o regime de
interesse público em razão da supremacia do Estado sobre o particular. No entanto, há serviços
públicos onde vigorará regras de direito privado.
6. Trata-se de uma atividade material e concreta do Estado, e não uma simples atividade
normativa.
1. Serviços Públicos Próprios: são os prestados diretamente pelo Estado, com supremacia de
poder e indelegáveis (segurança, tributação e justiça).
2. Serviços Públicos Impróprios: são os prestados pelo Estado, mas não conseguem atingir a
coletividade, razão pela qual podem ser delegados a particulares.
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3. Serviço de Utilidade Pública: são prestados pelo Estado em razão do reconhecimento de sua
conveniência para a população. Portanto, não são indispensáveis, mas apenas úteis.
Serviços Administrativos.
12/09/17
AGENTES PÚBLICOS
Conceito: são todas as pessoas físicas que, a qualquer título, de forma definitiva ou não,
qualquer que seja a sua hierarquia, desempenhem função pública, na qual foram investidos. O que há
e comum entre todos os agentes públicos, desde o Presidente da República, até um particular que
eventualmente exerça uma atividade pública, são agentes que exprimem um poder estatal munidos
de uma autoridade porque o Estado lhes emprestou sua força jurídica, isto é, o exercício do poder
estatal.
São agentes públicos aqueles que, por algum momento, exprimem a vontade do Estado.
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Pode haver na Administração Pública função sem cargo?
Resposta: Na Administração Pública não podemos ter a criação de cargo ou emprego público
sem as respectivas funções ou rol de atribuições, mas podemos ter função sem cargo, que é
exatamente quando contratamos agentes temporários.
Exemplos: epidemia de gripes, pessoal para aplicar vacinas.
3. Agentes de Colaboração: semelhante aos agentes temporários. São pessoas físicas que
prestam serviços à Administração, porém, não vão ocupar nem cargo e nem emprego público, mas
por algum momento vão desempenhar funções. São de três subespécies:
a) Colaboradores por vontade própria: são os que assumem validamente, de forma
instantânea ou duradoura algumas funções para salvaguardar interesses coletivos. Pelos serviços que
prestam, nada recebem e entre esses agentes de colaboração e a Administração Pública não há
qualquer vínculo formal. Por isso, o tempo de serviço prestado não é computado para qualquer efeito,
todavia eles respondem por seus próprios atos e, para fins penais, são considerados “funcionários
públicos, conforme art. 327, CP.
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
5. Servidores Públicos: são os que mantêm o poder público de qualquer ente federativo
relação de trabalho de natureza profissional de caráter não eventual, sob vínculo de dependência de
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relacionamento, baseado na hierarquia, isto é não se permite nenhuma autonomia nas decisões de
trabalho, os quais prestam serviços sob regime estatutário ou celetista.
6. Servidor Público Estatutário: são os que se vinculam com a Administração por um liame
institucional denominado de regime estatutário, regidos portanto por estatuto próprio (lei orgânica de
cada carreira. Ex: lei orgânica da magistratura). Ocupam cargo, portanto se transcorrido o período
de estágio probatório de 3 anos (art. 41 CF) adquiriram a estabilidade. Impropriamente são
denominados de funcionários públicos.
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