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Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Antropologia Biologia
2007/2008

http://farm1.static.flickr.com/118/298548032_522ca1ec52.jpg
“Os ossos também falam”
Antropologia Forense
Cátia Gonçalves nº 36522
Miguel Landum nº 35019
Nádia Pedroso nº 36531
O que é a antropologia forense?

A Antropologia Forense constitui a aplicação


de conhecimentos de Antropologia Física (também
chamada "antropologia biológica") às questões de
direito (penal e civil), sobretudo no que concerne à O trabalho do antropólogo forense é requerido em que
identificação de cadáveres ou restos cadavéricos e
situações?
ao estabelecimento da causa e do mecanismo da
morte. • achados cadavéricos em escavações de várias ordens
(por exemplo arqueológicas);
• cadáveres abandonados e já em fase avançada de
decomposição;
• cadáveres mutilados/desfigurados voluntariamente pelo
homicida (para impedir a identificação);
• cadáveres que possam corresponder a indivíduos
procurados;
• desastres em massa (acidentes de aviação, naufrágios
ou catástrofes de origem natural, por exemplo, em que
se verifica carbonização ou destruição maciça do corpo).

Fig. 1 - Escavação arqueologica nos Andes.


Objectivos

• Determinar a identidade do indivíduo;


• origem dos restos (espécie - humana, animal,
vegetal, outra);
• características gerais de identificação (sexo,
idade, altura, raça);
• características individualizantes (sinais
Fig. 2 - Estudo de um cadáver.
particulares);
• Determinar data da morte;
• Determinar causa da morte; O antropólogo forense desempenha um passo fundamental na

• Interpretar as circunstâncias da morte. determinação da espécie dos restos cadavéricos, uma vez que em certas
situações apenas se tratam de restos de animais ou até mesmo de objectos,
que não apresentam qualquer valor forense e muitas vezes podem ser
confundidos com restos humanos.
Uma observação atenta do(s) osso(s) permite fazer uma análise, e
distinguir material ósseo de material não ósseo, existindo contudo certas
técnicas secundárias a que se pode recorrer caso a mera observação não seja
conclusiva. Por exemplo a determinação da sua densidade ou índice medular,
a análise das suas características histológicas, radiológicas ou imunológicas e
técnicas de ADN.
raça.
Características gerais de identificação: Sexo, idade, altura e raça

Sexo: baseia-se nas características morfológicas de certos ossos que permitem


distinguir machos de fêmeas, sendo as mediadas do crânio e pélvis as mais comuns.
Em geral nos homens os ossos são mais robustos e com mais marcas das
inserções musculares do que no caso das mulheres, no caso das crianças esta
determinação é mais difícil devido à falta de diferenciação de certas características
sexuais. Como se compreende, trata-se de uma identificação difícil que depende da
quantidade e tipo de material disponível.

Fig. 3 - Vista superior da pélvis

Raça (afinidade populacional): é muito complexa e pouco fiável, o que se fica


a dever aos cruzamentos entre os povos e às questões de variação entre
indivíduos de uma mesma população.

Altura: pode ser feita através da medição do esqueleto ou, em casos estes não
exista na sua totalidade, através da medição dos ossos longos (ex.: fémur, tíbia e
rádio). Esta avaliação baseia-se na relação de proporcionalidade constante entre
este comprimento e a altura do indivíduo, socorrendo-se de tabelas e, atendendo ao
sexo previamente determinado. Existem tabelas específicas para os fetos e crianças
pequenas, uma vez que nestes casos os ossos longos raramente são encontrados
Fig.4 - Medição dos ossos (Fémur)
na sua totalidade.
Idade: obedece a diferentes regras conforme se trate de um feto, de uma
criança ou jovem, ou de um adulto.

Fetos: usa-se a fórmula: Idade (em dias) = comprimento do feto (em centímetros) x
5,6. No caso de apenas existirem fragmentos ou ossos isolados, utilizam-se tabelas
para calcular o comprimento do feto e, através deste, determina-se a idade.

Crianças pequenas: tem por base o seu estádio de desenvolvimento. O


rigor desta estimativa vai diminuindo à medida que as crianças
crescem. No caso das crianças mais velhas a idade pode ser
determinada através dos dentes, do comprimento dos ossos longos
(método mais adequado entre os 14-20 anos), núcleos de ossificação
de outros ossos (ex: suturas cranianas). Não podemos esquecer que
esta determinação corresponde apenas a uma estimativa, não se trata
nunca de uma avaliação exacta em virtude das variações individuais Fig. 5 - Relações do crânio com a idade. Da esq.
para a dir.: 0-5; 18–23; 30-40; mais de 60 anos.
relacionadas com o grau de desenvolvimento que varia com factores
genéticos, metabólicos, nutricionais, ambientais, etc.

Adultos: recorre-se à análise dos dentes ou das alterações a nível da sínfise púbica (zona de
articulação anterior dos ossos da bacia). Podem ainda ser tidas em conta alterações que tendem a
surgir com a idade, como alterações degenerativas ósteo-articulares.
Características individualizantes
As características individualizantes de cada indivíduo correspondem a aspectos
específicos que o possam distinguir dos restantes membros da população. Recorrendo a
métodos comparativo de identificação, com base em elementos recolhidos (ex: fotografias;
registos clínicos, particularmente de medicina dentária; RX; história dos antecedentes
Fig. 6 - Tratamento estomatológico
patológicos ou traumáticos; hábitos; etc.).
(coroas dentárias).

Data da morte
A determinação da data da morte é muito complexa e difícil de se fazer, isto porque na maioria das vezes os ossos já
estão em avançado estado de decomposição, dependendo do tipo de enterramento ou exposição a factores ambientais. Outro
factor que se pode ter em conta durante esta datação é o tipo de roupa e calçado.
Para a determinação da data da morte existe uma série de metodologias que se deve ter em conta:
• Fase de decomposição do cadáver;
• Estudo das modificações da composição química do osso;
Causa de Morte
• Desgaste das articulações;
• Estudo da fauna necrófaga encontrada no cadáver (entomologia forense). No caso de indivíduos esqueletizados a
causa de morte só pode ser estudada
relativamente a situações que deixem marcas
nestas estruturas, como é o caso de certos
traumatismos com fracturas ou ferimentos por
armas de fogo ou, ainda, de intoxicações
crónicas .

Fig.7 - Orifício causado por arma de fogo.


Circunstâncias da morte

É em geral difícil e as conclusões escassas, limitando-se geralmente à análise da existência, ou não, de sinais de violência e
da interpretação de certas lesões (por exemplo: lesões ante, peri e pós-mortem provocadas por animais ou outros elementos da
natureza).

Curiosidade “Body Farm”


Curiosidade
N o s U S A , n a
A entomologia forense tenta
Universidade de TN em Knoxville
determinar a data da morte, e quando for
existe um campo usado
possível, a causas de morte de seres
especificamente para o estudo e Fig. 8 - Exemplo de um dos insectos que colonizam o corpo
depois da morte.
humanos através dos insectos que
monitorização das espécies e do
colonizam o cadáver.
tempo de vida de cada insecto
que coloniza o cadáver. Nas investigações forenses visa-
se saber quais insectos e onde colocam
os seus ovos, assim como identificar a
ordem pela qual chegam ao cadáver. Tal
pode ser útil em determinar o intervalo
post-mortem e a localização do cadáver
em questão - caso o cadáver tenha sido
retirado do local original da morte.
Fig. 9 –Exemplo de um dos cadáveres estudados na “Body Farm”
Curiosidade
Existem, hoje em dia, determinadas técnicas
forenses que nos são apresentadas por séries televisivas.
Uma delas é a reconstrução facial que nessas mesmas
séries parece ser uma técnica de enorme valia para a
identificação das vítimas, mas na realidade é uma das
técnicas menos fiáveis e precisas utilizadas na vida real.

Bibliografia Fig. 10 - Em cima: esquema de uma reconstrução facial; Em


baixo: duas séries televisivas.
• http://library.med.utah.edu/kw/osteo/forensics/;
• http://www.anthro4n6.net/forensics/;
• http://medicina.med.up.pt/legal/NocoesGeraisCF.pdf;
• http://pt.wikipedia.org/wiki/Entomologia_forense;
• http://www.forensicanthro.com/;
• Conferência sobre “Antropologia Forense” dada por Hugo Cardoso.

Figuras:
1. http://news.nationalgeographic.com/news/bigphotos/images/070926-peru-bodies_big.jpg;
2. http://www.brad.ac.uk/acad/archsci/images/Image_FA.jpg;
3. http://www.anthro4n6.net/forensics/;
4. http://www.anthro4n6.net/forensics/;
5. http://library.med.utah.edu/kw/osteo/forensics/age/boneagedet.html;
6. http://library.med.utah.edu/kw/osteo/forensics/pos_id/boneodont.html;
7. http://www.picturesofrecord.com/forensic_anthropology_copy-medium.jpg;
8. http://www.crimelibrary.com/graphics/photos/criminal_mind/forensics/kevin_neal/life-cycle-of-a-fly200.jpg e http://www.
amonline.net.au/insects/images/insects/250/instar_3.jpg;
9. http://www.damninteresting.net/content/body_farm_skeleton.jpg;
10. http://en.wikipedia.org/wiki/Image:KTT2D.jpg,, http://flowtv.org/wp-content/uploads/2007/09/hector-csi.jpg e http://speedyyy.
com.sapo.pt/Bones1.jpg.
Comentários dos colegas
Uma visão geral do trabalho evidencia uma apresentação esteticamente
agradável da informação, a qual está igualmente organizada de forma explícita.
As imagens, que cumprem a percentagem indicada, são relevantes para o tema e
estão legendadas e referenciadas de forma correcta. Contudo não existem
referências ao longo do texto e o primeiro e quinto sites indicados na bibliografia
vão dar a páginas muito gerais. O número de páginas permitido é ultrapassado,
enquanto que o número de palavras é inferior.
Como aspectos positivos encontra-se o facto da informação estar
simplificada, sintetizada e fácil de entender, dadas as subdivisões do tema
realizadas, cada parte com o respectivo título.
Não obstante, grande parte do texto foi parcial, ou mesmo, integralmente
transcrito de alguma da bibliografia, como o caso dos "Objectivos". Aborda o
tema de uma forma demasiado vasta e não apresenta conclusão. Algumas
imagens não estão em concordância com o texto, que embora simples não possui
muito rigor científico. (3/6)
Inês Silva, Leonor Lopes e Sara Carona

No trabalho “Os ossos também falam” achamos que estava bem realizado
com imagens adequadas e que essas estavam bem legendadas e referenciadas.
Achamos que nas referências era preciso um pouco mais de rigor pois não
sabemos que referência foi utilizada para que parte do texto.
Este trabalho tem uma leitura fácil e clara e um aspecto visual interessante.
As imagens complementam o texto. Não encontramos nenhum erro ortográfico
como aconteceu em outros trabalhos.
No texto não se encontram notas de fim de modo a especificar em que
parte do texto que referência foi utilizada. A quantidade de letras não cumpre os
requisitos mínimos. (2/6)
Márcia Vieira, Mauro Silva e Pedro Rodrigues

Do ponto de vista formal e de apresentação, julgamos ter havido uma


certa confusão por parte dos autores quanto ao objectivo do trabalho uma vez
que disponibilizaram um conjunto de diapositivos e não um documento escrito
devidamente estruturado. Ora, este “pormenor” prejudica gravemente todo o
trabalho uma vez que o atira para a superficialidade própria dos diapositivos e,
por conseguinte, conceptualmente incoerente. Por exemplo, quando, à pergunta
«O que é a antropologia forense?», respondem «A Antropologia Forense
constitui a aplicação de conhecimentos de Antropologia Física (também
chamada “antropologia biológica”) às questões de direito (penas e civil),
sobretudo no que concerne à identificação de cadáveres ou restos cadavéricos e
ao estabelecimento da causa e do mecanismo da morte», ficamos seriamente
confusos. Porque se, como dizem, a «Antropologia Forense constitui a aplicação
de conhecimentos de Antropologia Física», então convinha explicar que
conhecimentos são esses. E já agora explicar também o que entendem por
«mecanismo da morte». Outro exemplo em que se diz nada é no diapositivo
sobre as características gerais de identificação, nomeadamente sobre a raça. Por
outro lado, os fragmentos de texto apresentados não obedecem ao cumprimento
das regras gramaticais e demonstram uma clara antipatia, quase visceral, para
com a pontuação (consultar dicionários, prontuários ortográficos e gramáticas
deveria ser um hábito constante). As referências bibliográficas e as citações não
falham apenas a apresentação tipográfica como também violam as mais
elementares normas, nomeadamente do sistema de referência bibliográfica de
uma página de Internet. São intoleráveis referências bibliográficas do tipo:
«Conferência sobre “Antropologia Forense” dada por Hugo Cardoso».
Consideramos ainda negativo a circunscrição da pesquisa a páginas da Internet.
(2/6)
Luís Dias, Ricardo Santos e Sónia Antunes

O trabalho apresenta-se muito apelativo. Imagens e citações estão


devidamente legendadas e referenciadas. Todos os websites indicados estão de
acordo com o trabalho.
O trabalho tem um grafismo muito estimulante para o leitor, facilitando,
desta forma, a sua leitura. Consideramos algumas das curiosidades apresentadas
muito interessantes.
O trabalho não respeita o limite mínimo de palavras nem o limite máximo
de páginas, para além disso, consideramos que o trabalho está pouco
aprofundado e com pouco material científico. (2/6)
Bárbara Vinhas, João Nunes e Ricardo Coutinho

Em termos gerais, o trabalho tem uma boa apresentação, é bastante


apelativo e tem uma boa organização. Tem uma estrutura original, que dá uma ar
mais leve ao trabalho.
Os pontos a favor deste trabalho consistem na forma original de
apresentar o texto, dando assim uma dinâmica diferente e apelativa ao mesmo.
As figuras estão todas legendadas, adequam-se ao tema e ao texto em questão e
a bibliografia contém sites que conduzem todos a informação relevante.
O facto de possuir uma apresentação diferente acabou também por pesar
pelo lado negativo, uma vez que todo o texto se encontra bastante resumido e
condensado.
A apresentação e divisão do texto dá como que um aspecto “publicitário” e
não tanto formal. Assim, comparativamente com os outros trabalhos, pensamos
que é injusto considerar este trabalho do “mesmo nível” que os restantes (apesar
de este ter também um carácter informativo, mas mais resumido). (2/6)
Ana Almeida e César Esteves

Neste trabalho encontramos um apanhado geral da palestra dada pelo


Prof. Hugo Cardoso, assemelhando-se a uma apresentação PowerPoint. As
imagens foram bem escolhidas para além de estarem bem referenciadas.
É bastante actual, tendo em conta a data da palestra e a escolha das
imagens foi bem conseguida. As curiosidades tornam o trabalho mais
interessante. Está escrito de forma simples e permite compreender facilmente a
informação, tendo uma apresentação bastante apelativa.
O trabalho não está paginado, é demasiado simples, possui menos 500
palavras do que o que foi definido como limite mínimo e não nos parece que seja
o tipo de trabalho pedido. Portanto, muitos dos assuntos referidos poderiam ter
sido mais desenvolvidos e discutidos de forma pertinente, com referência a
exemplos concretos, em vez de ser a enumeração de pontos simples. O texto em
si não apresenta referências bibliográficas. Os conceitos foram quase todos
dados na palestra mencionada anteriormente. Dever-se-á referir ainda que os
links apresentados na bibliografia, não estão bem indicados, uma vez que não
são referidos título/autor/data de consulta.
Este foi o trabalho que demonstrou menos empenho e cuidado apesar da
sua aparência agradável, deveriam ter desenvolvido efectivamente mais. (1/6)
Fábio Pereira, Mª Teresa Marmota e Mónica Eusébio

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