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Índice

Introdução ..................................................................................................................... 1
Objectivo geral .............................................................................................................. 2
Objectivos específicos .................................................................................................. 2
Metodologia .................................................................................................................. 3
1. A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E ACTVIDADE ECONOMICA ................. 4
1.1. Noções Gerais .................................................................................................... 4
1.2. A intervenção do Estado na economia ............................................................... 4
1.2.1. A intervenção directa ..................................................................................... 4
1.2.2. A intervenção indirecta .................................................................................. 5
1.2.3. Intervenção mista ........................................................................................... 6
1.3. O Estado produtor de bens e serviços ................................................................ 6
1.4. O fenómeno financiamento público ................................................................... 7
1.5. A decisão política e decisão financeira. ............................................................. 8
1.6. Diferença entre Finanças Publicas E Finanças Privadas ................................... 9
1.7. Finanças Publicas e Actividades Financeira do Estado ................................... 10
1.8. A despesa pública ............................................................................................ 11
1.8.1. Noções Básicas ............................................................................................. 11
1.8.2. Tipologia de Despesas Públicas ................................................................... 11
1.9. Receitas Públicas ............................................................................................. 15
1.9.1. Modalidades de receitas do estado ............................................................... 15
1.9.1.1. Classificações e tipologias ........................................................................ 15
1.9.1.2. As Receitas Patrimoniais .......................................................................... 16
1.9.1.3. Receitas do património imobiliário .......................................................... 16
1.9.1.4. Receitas do património mobiliário (dominial e creditício) ....................... 17
2. Considerações finais ............................................................................................ 18
3. Referências Bibliográficas .................................................................................. 19
Introdução
O presente trabalho de pesquisa busca abordar sobre a “Organização do Estado e a
Actividade Económica”. Nesta ordem de ideias sabe – se que o Estado é o mais
importante dos agentes económicos, mas coexiste com outros entes de natureza privada
ou social, que têm também relevância na satisfação das necessidades colectivas. Em
Estados onde vigora um princípio de separação das Igrejas, como é o nosso caso ou o da
generalidade dos países, não existem poderes financeiros atribuídos às entidades de
natureza religiosa, como muitas vezes aconteceu no passado e ocorre em regimes
teocráticos. O mesmo se diga relativamente a outras entidades de natureza social que, não
estando investidas de poderes de autoridade, não têm poderes financeiros. O Estado
contemporâneo resulta de um longo caminho evolutivo. Nascido da necessidade de fazer
face às falhas e incapacidades do mercado, o Estado começou por ter funções muito
limitadas.

O Estado tem de estar ciente também das “falhas de intervenção” e da necessidade de não
se substituir ao mercado. O Estado de Direito Social moderno deve, assim, determinar
critérios de legalidade e regularidade na actividade financeira e assumir função
redistributiva equilibrada segundo critérios de justiça, visando combater a exclusão. O
fenómeno financeiro público tem, assim, de ser visto hoje no contexto das economias
mistas, nas quais mercado, regulação, estabilização e protecção social têm de se
complementar. Em lugar do dirigismo ou do planeamento imperativo, do Estado-produtor
ou do Estado-centralizador, impõe-se favorecer a subsidiariedade (decidir o mais próximo
possível do cidadão), a descentralização e a prestação de contas aos contribuintes
(segundo um critério de custo e benefício).

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Objectivo geral
Apresentar de forma clara e objectiva a Organização do Estado e a Actividade Económica

Objectivos específicos
 Abordar sobre a intervenção do Estado na Economia;

 Distinguir Finanças públicas de finanças privadas;

 Analisar o fenómeno do financiamento público


 Apresentar a diferença entre receitas públicas e despesas públicas como um dos
principais elementos da actividade financeira do estado

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Metodologia
Visto que a pesquisa é de caráter exploratório e de suma importância para o sucesso do
objetivo final, adotou-se a revisão de literatura, relacionada com o objeto de estudo,
caracterizado por uma pesquisa bibliográfica documental ou de fontes secundárias.
Marconi e Lakatos (2002 p. 58) comentam que:
“... as fontes secundárias possibilitam não só resolver os problemas já
conhecidos, mas também explorar novas áreas onde os problemas
ainda não se caracterizam suficientemente. Assim, a pesquisa
bibliográfica propicia a investigação de determinado assunto sob um
novo enfoque ou abordagem.”

No presente estudo, adotou-se como principais fontes de pesquisa: livros, trabalhos


acadêmicos, artigos científicos e avulsos, bem como consultas à internet, cujo aporte
técnico direcionou a operacionalização do conhecimento.

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1. ORGANIZAÇÃO DO ESTADO E ACTIVIDADE ECONÓMICA
1.1.Noções Gerais

Segundo Azevedo (2004, p.18), o Estado contemporâneo resulta de um longo caminho


evolutivo. Nascido da necessidade de fazer face às falhas e incapacidades do mercado, o
Estado começou por ter funções muito limitadas. O fenómeno financeiro público tem,
assim, de ser visto hoje no contexto das economias mistas, nas quais mercado, regulação,
estabilização e protecção social têm de se complementar. Em lugar do dirigismo ou do
planeamento imperativo, do Estado-produtor ou do Estado-centralizador, impõese
favorecer a subsidiariedade (decidir o mais próximo possível do cidadão), a
descentralização e a prestação de contas aos contribuintes (segundo um critério de custo
e benefício).

Assim, segundo Bezerra (2006, p.19), na dimensão jurídica, partimos do respeito pelo
Estado de Direito e pelo primado da lei, que obriga à salvaguarda dos direitos
fundamentais e dos direitos económicos e sociais, bem como à existência de mecanismos
de responsabilidade financeira quando haja infracções. Na dimensão política, o princípio
do consentimento dos cidadãos tem de ter expressão efectiva – a começar na legitimidade
da representação, nos parlamentos dos Estados e nas instituições supranacionais.

1.2.A intervenção do Estado na economia


 Intervenção Directa
 Intervenção Indirecta
 Intervenção Mista

1.2.1. A intervenção directa


De acordo com Bezerra (2006, p.20) é realizada quando o Estado cria as chamadas
empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) para actuarem no
domínio económico, como agentes, concorrendo com os particulares ou detendo o
monopólio; ou, ainda, quando o Estado cria as agências reguladoras para regularem e
fiscalizarem serviços e actividades económicas. Essa modalidade de intervenção pode ser
também denominada Direito Institucional Económico.

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A intervenção directa da economia pelo Estado ocorre de duas formas:

a) Sob o regime de monopólio (intervenção monopolística), nos casos previstos na


Constituição da república;

b) Sob o regime da competição, mediante a criação de empresas estatais, que actuem


directamente nas áreas de indústria, comércio ou prestação de serviços.

Os monopólios são modalidades de intervenção de aplicação imediata, eis que sua área
de aplicação já se encontra definida na Constituição, não sendo possível a criação de
outras modalidades de monopólio estatal, salvo por emenda constitucional. No que se
refere às empresas estatais, estas podem ser de dois tipos: sociedades de economia mista
e empresas públicas. São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação e extinção
devem ser autorizadas por lei, sendo que a efectiva criação se dá mediante os actos
constitutivos no registo competente.

1.2.2. A intervenção indirecta


De acordo com Brito (1998, p.47) ocorre quando o Estado age na vida económica por
intermédio de normas jurídicas, regulando a actividade económica mediante exercício de
suas funções de fiscalização, incentivo e planeamento.

É a chamada intervenção indirecta, na qual o Estado actua como agente normativo e


regulador da economia, disciplinando a actividade económica por meio de medidas que
visam equilibrar os sistemas da livre iniciativa e da livre concorrência. “Essa intervenção
tem dois propósitos básicos: preservar o mercado dos vícios do modelo económico
(concentração económica, condutas concertadas etc.) e assegurar a realização dos fins
últimos da ordem económica, quais sejam, propiciar vida digna a todos e realizar a justiça
social.”

A intervenção indirecta, ao contrário da directa, que tem natureza de actividade


tipicamente privada, é actividade própria do Estado. Essa actividade, contudo, não é
ilimitada, devendo respeitar os princípios que emergem do ordenamento constitucional.

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Exemplo recente de intervenção indirecta do Estado no domínio económico foi a edição
do Decreto nº 7.725, do conselho do ministro que altera as Notas Complementares da
Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, diminuindo a
alíquota do IPI incidente sobre automóveis de passageiros e veículos de uso misto, com
motor a álcool ou com motor que utilize alternativa ou simultaneamente gasolina e álcool
(flexible fuel engine).

1.2.3. Intervenção mista


Kohama (2003, p.38) aponta que esta ocorre quando o Estado cria normas para
regulamentar as medidas de política económica de algum sector e, paralelamente, cria
empresas estatais, que podem actuar em regime de monopólio, ou não.
Na competência exclusiva ou privativa do Poder Legislativo não se inclui apenas o poder
de regular o comércio em geral, mas também o comércio interior de cada Estado. O
comércio não é mais do que um dos modos de usar ou de dispor da propriedade; somente
ao poder competente para regular o exercício dos direitos de liberdade e de propriedade
cabe regular o comércio. O poder regulamentar da Administração só se exercerá, seja qual
for a matéria, no pressuposto de uma lei existente, sobre a base desta lei e tão-somente
para lhe dar execução. Na ausência de uma lei que o haja regulado, o Poder Executivo
não poderá regulamentar qualquer comércio.
1.3.O Estado produtor de bens e serviços
De acordo com Martins (1994, p.20) no liberalismo, a actividade económica do Estado,
enquanto produtor, era considerada como distorcendo os princípios “sagrados” da
doutrina liberal. Considerava-se que o Estado, ao socorrer-se dos dinheiros públicos,
estaria em condições vantajosas para concorrer de forma desleal com os privados.
Assim, só se aceitava legítima a sua actividade como produtor para colmatar eventuais
falhas de mercado, ou seja, suprir incapacidades privadas na produção de bens ou serviços
de interesse geral em quantidade ou condições adequadas (é o caso das infraestruturas),
nos chamados monopólios naturais (os caminhos de ferro ou as telecomunicações), nas
actividades que se constituíssem como extensão natural de um serviço público
administrativo (é o caso das imprensas nacionais e do fabrico de equipamentos para as
forças armadas).

Para isso, o Estado do período liberal organizava-se, enquanto produtor, através de duas
figuras:

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a) a administração directa por departamentos da Administração Pública sem
personalidade jurídica própria;
b) a concessão dessas actividades a sociedades privadas

A partir da I Guerra, a figura do Serviço Público Económico não personalizado, evoluiu


para a figura de serviços dotados de personalidade jurídica.
A partir da II Guerra surge uma nova figura, a da empresa pública, através do movimento
de nacionalização das empresas. Esta nova figura fica a coexistir com os serviços públicos
personalizados e com as concessões a privados de actividades de interesse geral. É ainda
a época em que os Estados criam novos mecanismos de intervenção com o Plano e os
auxílios às empresas privadas.
1.4. O fenómeno financiamento público
Torna-se necessário garantir a satisfação de necessidades sociais por entes públicos em
virtude de o mercado, só por si, não assegurar a compatibilidade entre eficiência e
equidade. A actual economia de mercado tem diversas limitações que se prendem à
desigualdade na distribuição da riqueza, à instabilidade na provisão de necessidades, ao
custo crescente dos serviços públicos, às situações monopolísticas abundantes e
crescentes, à existência de exterioridades, bem como à má distribuição de bens públicos
e de Sem entrar na discussão de como recursos entre o presente e o futuro. Por isso, ter
“melhor Estado”, a verdade é torna-se necessário aperfeiçoar os meios de que todos
aceitam hoje que o regulação pública relativamente à economia, a fim aumento de
impostos não pode de assegurar um equilíbrio entre a concorrência e continuar, devendo
por isso haver uma justa distribuição de recursos.

Uma limitação das despesas públicas. O fenómeno financeiro concretiza-se através de O


primado de uma sociedade de instituições financeiras públicas.

Com efeito, para serviços e o desenvolvimento de Garantir um equilibrado provimento


das economias do conhecimento necessidades sociais os Estados modernos exigem um
Estado social dispõem de instituições financeiras de catalisador de iniciativas e de
enquadramento, que são modos de natureza energias, o que leva, cada vez constitucional,
legislativa ou orgânica que visam mais, a falar de um Estado de cultura, promotor da
diversidade e racionalizar e controlar o processo social de das iniciativas da sociedade
civil – exercício da actividade financeira pública.

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As onde a solidariedade possa principais instituições financeiras de funcionar e onde as
necessidades enquadramento são: a Constituição Financeira; os sejam satisfeitas com
recursos órgãos de decisão financeira (Assembleia da disponíveis e não apenas à custa
República, Governos locais, Autarquias locais de recursos futuros.

etc.); o aparelho orgânico da administração e gestão financeira (v.g. Ministério das


Finanças); os planos financeiros relativos à previsão, execução, controlo e
responsabilidade financeira; o

património público; o tesouro público; o crédito público. Podemos caracterizar o


património público como o conjunto dos bens (duradouros e não duradouros, do domínio
público e do domínio privado) de que o Estado dispõe para satisfazer as necessidades
sociais.

1.5.A decisão política e decisão financeira.


De acordo com Bezerra (2006, p.30) a constituição para a escola da “escolha pública” é
uma instituição que sanciona a vontade do indivíduo, da comunidade ou na sociedade
política. E o consenso democrático pressupõe um conjunto de instituições e regras. Como
defendeu Wicksell, o consenso mínimo tem de existir e deve reportar-se: aos direitos
individuais, aos limites das áreas de acção individuais e colectivas, à estruturação do
Estado para provimento dos bens colectivos que o mercado não pode fornecer, bem como
à participação das populações nas decisões colectivas. Buchanan defende, por exemplo,
que a Constituição dos Estados Unidos da América consagra implicitamente um princípio
de equilíbrio orçamental, que limita drasticamente o crescimento do peso do Estado na
economia.

A partir desta noção muito ampla de lei, temos de começar por referir a Constituição da
República, numa acepção formal. E aí temos a referir, além dos artigos gerais, como as
de consagração do Estado de direito democrático; Princípio da igualdade; existem normas
técnicas que determinam a função financeira do Estado:

 Orçamento de Estado;
 Elaboração do Orçamento;
 Fiscalização da execução orçamental;
 Competência política e legislativa da Assembleia Nacional relativamente à Lei do
Orçamento e à autorização para contrair empréstimos ou garantias), competência
parlamentar quanto à tomada das contas).

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 A Lei do Orçamento reveste um valor reforçado, devendo ser respeitada pelas leis
que sejam aprovadas no seu âmbito, prevalecendo hierarquicamente.

O Estado é o mais importante dos agentes económicos, mas coexiste com outros entes de
natureza privada ou social, que têm também relevância na satisfação das necessidades
colectivas.

Em Estados onde vigora um princípio de separação das Igrejas, como é o nosso caso ou
o da generalidade dos países europeus, não existem poderes financeiros atribuídos às
entidades de natureza religiosa, como muitas vezes aconteceu no passado e ocorre em
regimes teocráticos. O mesmo se diga relativamente a outras entidades de natureza social
que, não estando investidas de poderes de autoridade, não têm poderes financeiros. A
regra é, hoje, assim, a de atribuir poderes financeiros a entes dotados de jus imperii.
Mesmo assim, no caso das concessões do Estado não podemos esquecer que podem dar
lugar ao pagamento de taxas a pagar pelos utilizadores. Nesses casos, porém, ainda que
cobradas pelos concessionários aos utilizadores, apenas podem existir uma vez que há um
contrato de Direito público que o permite.

1.6.Diferença entre Finanças Publicas E Finanças Privadas


De acordo com Kohama (2003, p.40) as finanças públicas diferem radicalmente das
finanças privadas ou dos particulares. Em primeiro lugar os impostos constituem um meio
de financiamento específico do Estado, que não se encontra ao dispor de nenhuma
empresa privada. Esta, obtêm as suas receitas através dos preços que cobram pela venda
de bens ou pela prestação de serviços. O Estado também vende bens e presta serviços,
mas as receitas dai resultantes são secundarias se comparadas com aquelas que são
geradas pela arrecadação de impostos.

Podemos, então, definir a actividade financeira do Estado como aquela que visa satisfazer
necessidades colectivas ou alcançar outro tipo de objectivos económicos, políticos e
sociais e que concretiza na arrecadação de receitas e na realização de despesas.

Em segundo lugar, a possibilidade do Estado recorrer aos impostos implica que nas
finanças públicas, ao contrário do que sucede nas finanças privadas, não são as receitas
que determina as despesas. As empresas não poderão normalmente realizar despesas
superiores as receitas das suas vendas, já que o acesso ao credito não e ilimitado. Quando
isso acontece, as empresas entra numa situação de falência. As suas despesas são
realizadas em função das receitas cobradas, as quis depende da vontade do consumidor.

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Pelo contrário o Estado poderá lançar os impostos na medida das despesas que pretende
efectuar. As receitas do estado são mais elásticas que as receitas das empresas privadas,
devido a natureza coerciva das imposições tributárias.

1.7.Finanças Publicas e Actividades Financeira do Estado


Afirma Rangel (2004, p.56) que quando fala – se de Finanças Públicas refere – se a
“actividade económica de um ente público tendente à afectação de bens à satisfação de
necessidade que lhe estão confiadas” Na encruzilhada entre as decisões sobre a satisfação
das necessidades colectivas e o prosseguimento do interesse público encontramos o
fenómeno financeiro público e as finanças públicas.

Em sentido orgânico, estamos perante os órgãos do Estado ou de outros entes públicos a


quem compete gerir os recursos destinados à satisfação de necessidades sociais. Em
sentido objectivo, estamos perante a actividade através da qual o Estado ou outro ente
público afecta bens económicos à satisfação de necessidades sociais.

Em sentido subjectivo, estamos perante a disciplina científica que estuda os princípios e


regras que regem essa actividade.

As Finanças Publicas referem-se a aquisição e utilização de meios financeiros pelas


entidades públicas. Duma forma mais clara, dizem respeito as receitas e as despesas do
Estado, dos municípios e das entidades para estaduais. O seu estudo abarca aspectos como
do orçamento, as receitas e despesas pública e a sua utilização como instrumento de
política económica e social.

De acordo com Kohama (2003, p.50) as Finanças Publicas existem porque existe a
necessidade do Estado, realizar despesas, consequentemente cobrar as receitas. O Estado
tem como finalidade a satisfação de necessidades colectivas, tais como a segurança e
ordem pública, a defesa nacional, a administração da justiça o acesso a educação e saúde
a existência de infra-estruturas económicas e sociais e a estabilidade macroeconómica.
Tem também como objectivo atingir certos objectivos de política económica e social,
como a redução da pobreza absoluta, a redistribuição do rendimento e o desenvolvimento
económico.

A emissão e o reembolso de títulos da divida publica (empréstimos públicos) pode ter


como objectivo o aumento ou a redução da quantidade de moeda em circulação, assim
como o desenvolvimento do mercado de capitais.

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A alteração de empresas estatais (uma receita patrimonial) tem por detrás objectivos que
não se cingem a mera arrecadação de receitas tais como o aumento da eficiência
económica, a transformação do papel do Estado na economia, a expansão do investimento
e a melhoria dos serviços públicos.

1.8.A despesa pública


Segundo Kohama (2003, p.66) a despesa pública é o conjunto de dispêndios realizados
pelos entes públicos para o funcionamento e manutenção dos serviços públicos prestados
à sociedade. (CATARINO, 2012)

1.8.1. Noções Básicas


O conceito de despesa pública tem, de resto, de ser construído em termos de poder
abranger realidades tão distintas como, por exemplo, o pagamento de um funcionário
público, a construção de uma estrada, a concessão de um subsídio a uma empresa, a
amortização de um empréstimo anteriormente contraído pelo Estado, a aquisição de
material de guerra, a atribuição de uma bolsa de estudo, etc. (MARTINS, 2003, p. 60)

1.8.2. Tipologia de Despesas Públicas


Segundo Franco (2012, p.44), mais importante do que a arrumação orçamental das
despesas publicas é, entanto, a consideração da sua natureza económica e, dentro de uma
perspectiva de integração entre economia e finanças, o estudo dos efeitos globais.

a) Despesas de Investimento e Despesas de funcionamento

Segundo Franco (2012, p.66), uma primeira distinção, segundo esse critério – que se
aproxima, aliás , bastante da classificação de despesas correntes e de capital -, separa as
despesas de funcionamento dos gastos de investimento.

Despesas de investimento seriam aquelas que consistem na formação de capital (técnico)


do Estado. As despesas de funcionamento corresponderiam apenas aos dispêndios
necessários ao normal desenvolvimento da máquina administrativa.

Apesar da proximidade das despesas de investimento com as despesas de capital, não há


coincidência de critério, já que podem encontrar – se despesas de capital (como seja o
reembolso de um empréstimo) que se não integram no conceito de despesa de
investimento, e despesas correntes (como o pagamento de juros) que não são despesas de
funcionamento.

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b) Despesas em bens e serviços e despesas de transferência

Segundo Franco (2012, p.70), as despesas em bens e serviços são aquelas que asseguram
a criação de utilidades, por meio de compra de bens ou serviços do Estado, enquanto
despesas de transferência são aquelas que se limitam a proceder a uma redistribuição de
recursos, atribuindo – os a novas entidades que se situam no sector público ou sector
privado.

Assim, no primeiro caso, o Estado, ao pagar os serviços prestados por um funcionário,


está a entregar verbas que têm uma contrapartida que pode ser incluída num dos grandes
agregados relativos ao Rendimento Nacional, enquanto, no segundo caso, ao atribuir um
subsídio de desemprego, não há qualquer alteração do nível do rendimento global:

há apenas uma deslocação de rendimentos entre grupos sociais (de quem pagou um
“imposto de desemprego” para quem recebe um subsidio correspondente).

Claro que em todas despesas realizadas pelo Estado há, em sentido lato, uma
transferência. Só que nuns casos – despesas em bens e serviços – essa transferência é
acompanhada de uma contrapartida de utilidade (compra de bens ou serviços – incluindo
factores de produção), enquanto que noutros – despesas de transferência – não há
qualquer contrapartida directa de utilidade final.

c) Diversidade das despesas de transferência

Segundo Martins (2003, p.44), o conceito de transferência comporta, ainda assim,


realidades bastante diversas. Têm – se pois tentado fazer diversas classificações de
transferências.

Uma primeira distinção separa as transferência de rendimento das transferências de


capital, sendo as primeiras aquelas que não alteram a situação do património duradouro
da Nação (por exemplo bolsa de estudo) e as segundas aquelas que a alteram (por exemplo
subvenção do Estado para a construção de um imóvel particular ou para investimento de
uma empresa publica).

Outra distinção muito utilizada separa transferências directas e transferências indirectas.


No primeiro caso estaríamos face a despesas que vinham aumentar directamente os
rendimentos disponíveis (por exemplo pagamento de uma pensão a um aposentado);

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No segundo haveria apenas um benefício indirecto, traduzido num aumento das
possibilidades de consumo (subsídios a preços, etc).

Consoante os beneficiários das transferências do Estado podemos distinguir: as


transferências para o sector público, que beneficiam entidades e são transferências
internas do sector publico’; as transferências para unidades produtivas (empresas); e as
transferências para particulares e entidades privadas não lucrativas.

Todas estas transferências internas, que não alteram o rendimento nacional. E há ainda
transferências para o exterior, que beneficiam economias externas e diminuem o
rendimento nacional.

d) Despesas produtivas e reprodutivas


De acordo com Rangel (2004, p.71) quanto à produtividade, há despesas públicas que se
limitam a criar directamente utilidades: pela segurança que resulta de haver polícias, pela
contribuição que as forças armadas dão à defesa nacional, pelo que os museus
representam de produção cultural. São gastos simplesmente produtivos.

Outras despesas, porem, contribuem para o aumento da capacidade produtiva, gerando


assim utilidades acrescidas no futuro: são despesas reprodutivas. Assim, o investimento
em estradas, transportes e meios de comunicação; assim, o investimento imaterial em
investigação, educação e saúde.

e) A despesa pública e a despesa nacional


 Generalidades

I. Importa acentuar que os efeitos económicos das despesas públicas serão diversos,
consoante adoptemos uma óptica clássica ou keynesiana. (FRANCO, 2012, p. 55)

Para os clássicos, o efeito económico típico das despesas públicas seria a satisfação pura
e simples de necessidades públicas, sendo todos os outros efeitos perversos, desregrados
e indesejáveis (por violarem a regra da neutralidade)

Segundo a visão keynesiana, para além daquele, haveria que distinguir dois outros tipos
de efeitos económicos;

 A despesa pública consistirá, também, num processo de distribuição de


rendimentos a alguém: toda a despesa implica pagamentos feitos a servidores,
fornecedores, empreiteiros, etc.

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 Por esta via, toda a despesa altera a repartição do rendimento nacional que se
verificaria sem ela, gera fluxos sucessivos de novas despesas (de consumo ou de
investimento), com recursos que provem dos contribuintes ou de prestamistas e
tem, em princípio efeitos expansionistas.

Com esta segunda óptica é mais ampla do que a primeira – e não impede a autónoma
relevância daquela – toma – lo - emos como guia.

II. Assim, a despesa pública é, em termos macro - económicos, uma parcela da despesa
nacional.

Esta reparte – se por diversas rubricas principais. Consoante a origem institucional, pode
ser feita: a) pelos indivíduos, famílias e outros sujeitos privados não produtivos; b) pelo
Estado e outros sujeitos públicos; c) pelas empresas e outros sujeitos produtivos.
Consoante a natureza das despesas, pode ser de consumo, de investimento ou de
transferência.

III. Combinando os dois critérios, distinguiremos três modalidades principais de despesa


nacional:

1º. Consumo privado: total das despesas não produtivas (ou equivalentes) feitas pelas
famílias e outras unidades não produtivas.

2º. Despesas das empresas: são despesas de investimento privado ou de


funcionamento das empresas.

3º. Despesas públicas: as realizadas pelo sector público, quer de consumo, quer de
investimento – se forem em bens e serviços – quer de transferência (excluindo o
sector empresarial público).

 As despesas públicas nas contas nacionais

Afirma Rangel (2004, p.66) que dentro das despesas públicas, poderemos ainda distinguir
as transferências – que transferem rendimentos para outros sujeitos económicos – e as
despesas públicas em bens e serviços. Estas últimas podem ser de três espécies:

1º. – Despesas civis de consumo (que são consumos públicos): são as despesas com o
funcionamento dos serviços da administração civil. São relativamente regulares e variam
pouco: nem crescem, em regra, subitamente, nem podem ser facilmente compridas num
período curto.
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2º. – Despesas militares (também consumos públicos) umas com aquisição de
equipamentos e materiais, outras com o pagamento de serviços e sustento das forças
armadas. São muito heterogéneas, algumas chegando a confinar com os investimentos
pela sua natureza (aquisição de um avião produzido no interior do país: todavia, mesmo
que sejam em bens duradouros, são sempre considerados gastos de consumo e não de
investimento).

3º. – Despesas de investimento público: são feitas pelo sector público com o fim de formar
capital; consistem na aquisição de bens duradouros, desde que sejam produtivos (stock
de capitais circulantes e bens de equipamento). Os investimentos públicos são, como as
despesas militares, susceptíveis de variações muito rápidas.

1.9.Receitas Públicas
Receitas públicas são os recursos previstos em legislação e arrecadados pelo poder
público com a finalidade de realizar gastos que atenda as necessidades ou demandas da
sociedade. (CATARINO, 2012, p. 142)

Em outras palavras, as receitas públicas são todo e qualquer recurso obtido pelo Estado
para atender os gastos públicos indispensáveis às necessidades da população.

1.9.1. Modalidades de receitas do estado

1.9.1.1.Classificações e tipologias

Segundo Rangel (2004, p.69 algumas das mais importantes classificações de receitas
públicas, como sejam são aquelas que separam as receitas correntes das receitas de capital
e as receitas ordinárias das receitas extraordinárias.

Uma primeira classificação éa que divide as receitas em coerciva e não corcivas. Ela
segue critério algo controverso e pouco preciso, já que, em rigor, se a coercibilidade se
reporta ao momento do pagamento, tem de se entender que todas as receitas são coercivas;
se, pelo contrario, se reporta à situaçao de base que origina o pagamento, entao são
verdadeiramente muito poucas as prestações que têm na sua base uma obrigação
irremovível. Todavia, pode dizer se que o imposto e o empréstimo forçado são coercivos,
por resultarem de imposição da lei, como são não coercivas as receitas patrimoniais e
creditícias, não decorrentes de obrigações.

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1.9.1.2.As Receitas Patrimoniais
a) Noção Preliminar
Segundo Azevedo (2004, p.69), Designa – se por receitas patrimoniais as receitas que
resultam da administração do património do Estado ou da disposição de elementos do seu
activo e que não tenham carácter tributário

b) Modalidades

A modalidade principal de receita patrimonial é constituída pelos rendimentos do


património, isto é, as receitas que resultam da normal administração do património.

Importa distinguir delas as receitas de disposição (incluindo oneração) patrimonial, que


resultam da alienação (ou oneração) de bens de activo patrimonial. Em certos momentos
de descongestionamento patrimonial ou de liberalização da estrutura financeira, elas
podem ser importantes (venda de bens nacionais; alienação de participações e prédios do
estado, no inicio dos anos oitenta). Delas se distinguem as receitas creditícias, que,
embora representem oneração geral do património por via do passivo creditício, têm
autonomia clara, como já se viu. (FRANCO, 2012, p. 144)

1.9.1.3.Receitas do património imobiliário


a) Património Rural

Raras foram e são as explorações directas ou as explorações públicas autónomas


(empresas publicas agrícolas ou agro-industriais), suscitando-se aqui os problemas da
opção pela exploração directa ou indirecta, em monopólio ou concorrência, que estão
longe de ter encontrado respostas claras. Em regime de exploração directa, as receitas -
que devem ser confrontadas com os custos, por se tratar de uma actividade empresarial -
podem ser entendidas em termos brutos (benefícios ou lucros de exploração empresarial
do Estado). Em termos unitários, as componentes da receita serão preços dos bens.

Em exploração indirecta, a forma típica da receita estadual será a renda. A integrar na


contabilidade da entidade exploradora (pública ou controlada; privada, social ou
cooperativa) como custo. (FRANCO, 2012, p. 142)

b) Património predial urbano

Em muitos ultrapassam a dezena de milhar os prédios do Estado. Uns estão afectos ao


funcionamento dos serviços ou ao uso dos cidadãos (museus, centros de cultura) -são
património de uso, cujo rendimento - utilidade se não exprimi numa receita (embora o
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seu valor locativo possa ser elevado); é por vezes mal administrado e pode ter utilidades
acessórias, (residência de funcionários).

O património de rendimento está normalmente arrendado e, salvo nos casos de utilidades


em regime de direito público, tem baixas taxas de rendimento gerando uma menor
utilidade social que o património de uso.

c) Património de uso colectivo

Outros bens de património imobiliário têm finalidades principais de uso comum: devido
a sua natureza são bens colectivos e não bens de utilização privada de que o Estado é
titular. Em tal caso, não proporcionam rendimentos, ou são fonte geradora de obrigações
tributárias. Em certos casos, a concessão a entidades exploradoras pode dar origem, da
parte destas, ao pagamento de rendas de concessionário (que não serão rendimentos
patrimoniais não caso da concessão de serviço publico, mas apenas no da concessão de
bens dominiais).

1.9.1.4.Receitas do património mobiliário (dominial e creditício)


a) Património Financial

Segundo Azevedo (2004, p.61), o património financial dá rendimentos financeiros: juros,


no caso de empréstimos concedidos pelo Estado; dividendos ou outras formas de
participação nos lucros, no caso das participações financeiras ou cambiais, que podem ser
consideradas rendimentos de uma carteira ou fundo globalmente encarado, no caso da
respectiva realização (nem sempre, quando realizadas pelo Tesouro, tais receitas serão
orçamentadas e contabilizadas; podem ser meras receitas de tesouraria).

b) Património empresarial

Ainda Azevedo (2004, p.69), contempla que as participações financeiras directas em


empresas - isto é, com fins de controlo ou intervenção na gestão como sócio da empresa
participativa - dão rendimentos de tipo empresarial:

dividendos ou lucros (e, claro, quando alienadas, dão receitas de disposição que não são
rendimentos). As participações empresariais públicas dão igualmente remunerações de
capital.

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2. Considerações finais

Diante o exposto, podemos compreender que a intervenção do Estado no domínio


económico é acto que restringe, condiciona ou suprime a iniciativa privada em
determinada área econômica, tendo como finalidade o desenvolvimento nacional e a
justiça social, assegurando os direitos e garantias individuais. O fracasso do mercado e
a necessidade de recriá-lo com um Estado que garantisse a livre competição e eliminasse
a desigualdade, fruto do liberalismo econômico, como já mencionado, foram fatores
determinantes para intervenção estatal na economia. O Estado passou a intervir em prol
da justiça social por meio de uma distribuição justa de renda e, finalmente, atuar no
sector econômico como empresário.
Contudo, tal actuação acontece apenas dentro das limitadas hipóteses constitucional. De
tal modo, o Estado só atua como empresário nas situações em que há interesse coletivo
relevante ou pela manutenção da soberania nacional.
A sociedade vem crescendo, este crescimento é geralmente acompanhado pelo
incremento do nível de despesas públicas como consequência disso, e para fazer face a
isso o Estado precisa traçar metas mais rígidas no sentido de captar mais recursos para a
gestão dos bens públicos visando satisfazer a colectividade.

O fenómeno supracitado deve ser acompanhado também pela revisão e actualização


constante do sistema fiscal nacional como forma de captar a abranger as entidades
económicas que vem surgindo dia pós dia, devido a dinâmica e constante crescimento dos
mercados. Um sistema fiscal sempre actualizado contribui um grande meio para o
progresso económico dos países.

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3. Referências Bibliográficas

AZEVEDO, Maria Thereza Lopes de, LOPES DE AZEVEDO, Manuel Messias Pereira
Lima, LIMA, Ana Luiza Pereira. Introdução à contabilidade pública. – Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 2004.

BEZERRA FILHO, João Eudes. Contabilidade pública: teoria, técnica de elaboração


de balanços e questões. – 2 ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

BRITO, Hipólito de – Orçamento Público e Controle Social – Trabalho Monográfico,


Curso de Especialização em Administração Pública, UEFS/FUNDESP, 1998.

FRANCO, Ademir Donizete. Manual Prático de Rotinas Trabalhistas e


Previdenciárias.1. ed.Leme, SP: Anhanguera Editora Juridica, 2012.

RANGEL, Elisa Nunes. Finanças Municipais em Angola, Luanda, 2004

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora
ATLAS,1995.

KOHAMA, Helio. Contabilidade pública: teoria e prática. 9. ed. – São Paulo: Atlas,
2003

MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias e


dissertações. São Paulo: Editora Atlas, 1994.

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