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Caso 37:

A cefaleia tem causas primarias e secundarias.


As primarias são:

 Enxaqueca: é o segundo distúrbio de cefaleia primário mais comum, acomete 3 vezes


mais mulheres, tem pico entre 25 e 45 anos (idade produtiva) e sua fisiopatologia está
muito ligada a genética. Ela tem dois quadros clinico, a enxaqueca sem aura ocorre em
85% dos casos e enxaqueca com aura que atinge o restante. O paciente tem sintomas,
em ambos os tipos, 24 a 48 horas antes das crises de cefaleia. Esses sintomas incluem
hiperatividade, leve euforia, letargia, depressão, desejo por certos alimentos, bocejos
frequentes e retenção de liquido. A cefaleia com aura tem outros sintomas
neurológicos diversos, além dos já falados, que começam 1 a 2 horas antes das crises
de cefaleia. Os sintomas típico incluem distúrbios visuais homônima (ecotomas
expansivos com margens cintilantes), parestesia unilateral em extremidades eu perto
da boca, fraqueza unilateral, disfasia e outros distúrbio de linguagem. Outros sintomas
ocorrem quando a aura se encontra no tronco cerebral como vertigem, disartria,
zumbido, diplopia, fraqueza e parestesia bilateral e diminuição no nível de consciência.
Neste caso a enxaqueca é dita basilar. A enxaqueca basilar e a típica podem ocorrer
simultaneamente. A enxaqueca sem aura típica tem sintomas de tontura antes das
crises, podendo ocorrer parestesia bilateral, ansiedade e hiperventilação. A cefaleia em
ambos os casos dura de 4 a 72 horas e é unilateral, latejante, de intensidade moderada
a grave, agravada pelos esforços, associada a náuseas, fotofobia e fonofobia. A
enxaqueca complicada ou enxaqueca com aura prolongada são crises de cefaleia e com
sintomas da aura que persistem por mais de 1hora e menos de 1 semana. Se persistir
por mais de 1 semana ou ter uma imagem anormal, ocorreu um infarto de enxaqueca.
 Cefaleia em salvas: pouco comum, tem dor muito intensa durante os ataques, é mais
comum em homens (6:1), tem pico entre 30-60 anos e não tem relação com a
menstruação. A causa não é definida ainda, mas acredita-se que a ativação do trigemio
está relacionada, pois neste tipo de cefaleia, o paciente refere dor referida na área
trigeminal, disfunção simpática (síndrome de Horner), ativação simpática e
parassimpática. A cefaleia em salvas caracteriza-se por crises recorrentes de dor de
cabeça unilateral, orbitaria, supraorbitária ou temporal acompanhadas de sintomas
autonômicos ipsilateral. As crises duram de 15 minutos a 3 horas. Ela leva esse nome
porque os períodos de crise são separados por períodos livres de cefaleia (está a salvo),
apesar de que em 10% ela pode ser constante. A exposição a álcool e nitrato pode
desencadear uma crise aguda.
 Cefaleia tensional: é o mais comum dos primários, é mais comum em mulheres, começa
na segunda década de vida. Fatores socioeconômicos não estão envolvidos. A
fisiopatologia não é bem compreendida. A cefaleia tensional episódica consiste em
ataques recorrentes de dor de cabeça constritiva, em parteo (em faixa), bilateral, leve
a moderada, que duram de minutos a dias, não piora com esforço, não está relacionada
com náuseas, pode ter foto e fonofobia. Na forma crônica as cefaleias ocorrem 15 dias
por mês. Ambas as formas podem ter espasmos ou dolorimento muscular pericraniana.
 Cefaleia crônica diária: qualquer cefaleia que dure mais de 15 dias por mês, por pelo
menos 1 mês. Isso engloba vários tipos de cefaleia. Acomete mais mulheres de 30-40
anos em que as crises de cefaleia ocorreram na adolescência. Ela tem as características
da enxaqueca e da cefaleia tensional. Estão frequentemente associadas com o uso de
medicamentos analgésicos. É difícil de tratar.
Essas são as causas mais comuns de cefaleia primarias. A menos comum incluem: hemicraniana
paroxística, hemicraniana continua, cefaleia benigna da tosse, cefalei orgástica ou do exercito
e cefaleia hipnica.
As cefaleias de causa secundariam são decorrentes de:

 Cefaleia associada com transtornos intracranianos não vasculares:aumento da pressão


intracraniana (tumor), onde ocorre devido a compressão o tração das meninges, são
bilaterais, frototemporais. Se tratada a causa do aumento da pressão intracraniana a
cefaleia cessa. Outras causas são meningite, hipotensão craniana, inflamação, infecção
intracraniana.
 Transtornos vasculares intracranianos: hemorragia subaracnóidea, hematomas,
hipertensão arterial, trombose venosa.
 Associados a outras estruturas cranianas: dor de dente, sinusite, glaucoma, anomalias
do pescoço.
 Associada a anormalidades sistêmicas: infecções sistêmicas, drogas, distúrbios
metabólicos.
 Associado a nervos cranianos: herpes zoster, neuralgia e neuropatia do trigemio.

A paciente já é diagnosticada com enxaqueca (migrania) sem aura, pois não tem sintomas
neurológicos que predispõem as crises. Como observa-se ela tem foto e fonofobia, náuseas, a
dor foi desencadeado por esforço físico. Contudo essa dor é holocraniana e muito intensa e
acompanhada de uma síndrome febril (infecciosa). Então pressupõem que talvez a cefaleia foi
precipitada por uma outra causa (cefaleia secundaria) que é uma infecção ou sistêmica ou
intracraniana. No exame físico observa-se o sinal de Babinski bilateral que indica síndrome do
1º neurônio (ou piramidal) além de três sinais de irritação meníngea que são os sinais de Kerning
(resistência e dor quando o joelho é estendido com o quadril totalmente flexionado) , de
Brudzinski (o levantamento involuntário das pernas em irritação meníngea quando levantada a
cabeça do paciente) e rigidez de nuca. Essa irritação pode ocorrer tanto na meningite como em
doenças vasculares como hemorragia subaracnóidea. A febre está baixa, então não pode se
dizer que é uma infecção. A paciente tem asma, isso poderia predispor a infecção por S.
pneumonae (que é o agente mais comum de meningite em adultos) que causa meningite, mas
não pode confirmar. O meningococo ocorre em surtos, sendo casos isolados raros. Para
confirmar é necessária uma tomografia de crânio.

Diagnostico sindrômico: síndrome de meníngea, síndrome de 1º neurônio, síndrome febril,


síndrome enxaquecosa.
Diagnostico fisiopatológico: cefaleia, náuseas, vômitos, febre etc.
Diagnostico anatômico:
Diagnostico etiológico: vascular ou infecciosa (estreptococos pneumonae).

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