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Universidade Federal da Bahia

Departamento de Engenharia Mecânica


ENG 232 – Equipamentos Industriais
Professor: Fernando Góis

Dimensionamento do Vaso de Pressão


TAG V-7500
1. INTRODUÇÃO TEÓRICA......................................................................................3
2. OBJETIVO.............................................................................................................4
3. DADOS DO PROJETO..........................................................................................5
4. DIMENSIONAMENTO DO VASO SEM ANEL DE REFORÇO.............................6
4.1. Cálculo da espessura do casco considerando pressão interna e externa..........................6
4.1.1. Pressão Interna..............................................................................................................6
S = 1104Kg/cm2 - Tensão Admissível do material..................................................6
4.1.2. Pressão Externa.............................................................................................................6
4.1.3. Cálculo da Pressão Máxima de Trabalho Admissível para o casco..............................8
4.2 Cálculo da espessura do tampo elíptico 2:1 considerando pressão interna e externa.......9
4.2.1. Pressão interna..............................................................................................................9
4.2.2. Pressão externa..............................................................................................................9
4.2.3. Cálculo da Pressão Máxima de Trabalho Admissível para os tampos........................11
5. DIMENSIONAMENTO DO VASO COM ANÉIS DE REFORÇO.........................11
5.1 VERIFICAÇÕES ........................................................................................................13
6. DIMENSIONAMENTO DOS PERFIS..................................................................15
6.1. Procedimento..................................................................................................................15
7. ACESSÓRIOS DO VASO DE PRESSÃO...........................................................17
7.1. Boca de visita.................................................................................................................17
7.2. Bocais de entrada e saída...............................................................................................18
7.3. Bocais de nível...............................................................................................................18
7.4. Bocais de dreno..............................................................................................................18
7.5. Bocais para válvulas PSV..............................................................................................18
7.6. Bocais de PI....................................................................................................................18
7.7. Flanges...........................................................................................................................19
7.8. Berços.............................................................................................................................20
8. DIMENSIONAMENTO DO TURCO.....................................................................22
9. CUSTO DOS VASOS DE PRESSÃO..................................................................23
ANEXO.....................................................................................................................24
1. INTRODUÇÃO TEÓRICA

Vasos de Pressão são todos os reservatórios, de qualquer tipo, dimensões


ou finalidades, não sujeitos à chama, fundamentais nos processos industriais, que
contenham fluídos e sejam projetados para resistir com segurança a pressões
internas superiores a 100 kPa ou inferiores à pressão atmosférica, ou submetidos
à pressão externa, cumprindo assim a função básica de armazenamento. Em
refinarias de petróleo, indústrias químicas e petroquímicas os vasos de pressão
constituem um conjunto importante de equipamentos que abrangem os mais
variados usos. O projeto e a construção de vasos de pressão envolve uma série
de cuidados especiais e exige o conhecimento de normas e materiais adequados
para cada tipo de aplicação, pois as falhas em vasos de pressão podem acarretar
conseqüências catastróficas até mesmo com perda de vidas, sendo considerados
os Vasos de Pressão equipamentos de grande periculosidade.
A construção de um vaso de pressão envolve inúmeros cuidados especiais
relacionados com o projeto, fabricação, montagem e testes, já que o vaso de
pressão é um papel importante na continuidade de um processo, sua parada pode
interromper o processo de uma unidade inteira.
Estes equipamentos quando mal projetados, mantidos e/ou operados
inadequadamente podem se tornar equipamentos perigosos capazes de provocar
acidentes de graves conseqüências. No início da revolução industrial, com o uso
intensivo das máquinas a vapor e freqüentes explosões de caldeiras, ocorreu a
necessidade de criar normas para regulamentar o projeto e construção dos vasos
de pressão.
A filosofia geral das normas de projeto consiste basicamente em limitar as
tensões nos componentes do vaso a um valor admissível. Considera-se, em geral,
somente a falha decorrente de uma deformação excessiva devido à pressão. O
efeito de fadiga, por exemplo, só é considerado excepcionalmente com um estudo
rigoroso e detalhado pela Mecânica da Fratura.
A extensão dos assuntos abrangidos pelas normas de projeto é muito
variável, diferindo bastante em cada caso.
A grande maioria dos vasos de pressão são equipamentos construídos por
encomenda, sob medida para atenderem requisitos e especificações de uma
instalação industrial com raros casos onde se tem um vaso produzido padronizado
em série.
Por esse motivo as etapas que envolvem o projeto, a fabricação e a
montagem dos vasos de pressão são numerosas e mais complexas, diferenciando
dos demais equipamentos de uso industrial que são itens produzidos em linhas
normais de fabricação. Sendo muito importante uma definição cautelosa e
detalhada dos dados gerais do equipamento já nessa fase, onde se estabelece a
norma adotada, tempo de vida, tipo de vaso, exigências quanto aos materiais,
condições climáticas, limitações de área disponível, dimensões e peso máximo,
etc.
Depois de concluída essa etapa, é necessário obter a definição dos dados
de processo (ou de operação) do vaso onde se estabelecem cálculos relativos ao
desempenho operacional. Após completa estas duas fases iniciais chega-se ao
projeto de processo do vaso onde se conclui o dimensionamento do equipamento,
seu tipo de tampo, dimensões gerais, dimensões dos bocais, etc. Logo após,
chega-se à fase mais complexa do vaso de pressão, o projeto mecânico do
equipamento, onde se obtém a definição completa de todos os materiais,
dimensões finais do vaso (baseadas nas dimensões estabelecidas na etapa do
projeto do processo), definição das normas de projeto, construção e inspeção,
definição da eficiência de solda, cálculo mecânico estrutural completo, desenho
mecânico do vaso e de seus acessórios. Dentro dessas fases há o projeto das
peças internas, aplicável apenas aos equipamentos onde se tem peças internas
desmontáveis e que, devido a sua complexidade, importância, ou tecnologia
especial (know-how) envolvida no seu projeto, possam ou devam ser projetadas
independentes ao equipamento propriamente dito, como as bandejas das colunas
de fracionamento, destilação e reatores.

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho é elaborar uma proposta comercial aos


fabricantes para o cliente Fernando Góis na qual irá constar o dimensionamento
de um vaso de pressão de acordo com os dados de projeto requeridos. O projeto
será elaborado a partir das instruções contidas na norma ASME, seção VIII,
divisão I, englobando também o projeto de fabricação e a viabilização comercial.
No projeto consta o dimensionamento de dois vasos de pressão cilíndricos,
de tampos elipsoidais 2:1(material AS 285 Gr C), para diversas aplicações, a partir
dos dados requeridos por um projeto. Na primeira etapa do projeto será
dimensionado um vaso sem anéis de reforço e na segunda parte um vaso com
anéis de reforço. Os dois vasos devem possuir acessórios fundamentais, bocais
de entrada e saída, como boca de visita (manhole), drenos, escada e plataforma.
Nas duas primeiras etapas no projeto constará: o memorial de cálculo do
vaso; espessura do casco e tampos, PMTA, capacidade, e no caso do vaso com
anéis de reforço, os tipos de anéis. Além do dimensionamento de acessórios,
escolha dos tipos de bocais e flanges, turco, plataforma e escada.
A partir desses dados será finalmente elaborada a proposta comercial com
a pesquisa de orçamentos e custos de engenharia, desenhos dos vasos em 2D e
3D.
3. DADOS DO PROJETO

Vaso de pressão TAG V – 7500

Pressão interna:
Pi = 7,03 Kg / cm 2

Pressão externa:
Pe =1,03 Kg / cm 2 (vácuo total)

Temperatura:
T = 260 º C

Diâmetro interno:
Di = 2438 mm

Eficiência do casco:
Ecasco = 0,85

Sobre espessura de corrosão:


C =3,1mm

Tensão admissível do material:


S( T = 260ºC ) = 1104 Kg / cm 2

Comprimento entre tangentes:


CET = 14630 mm

Eficiência da solda:
Elast ( T = 260ºC ) = 1919380 Kg / cm 2

Material do casco e do tampo: SA 285 Gr C


Tampos elipsoidais 2:1 sem solda

Considerações:

• 1 Kg/cm2 = 14,22 psi;


• Vácuo = 15 psi.
4. DIMENSIONAMENTO DO VASO SEM ANEL DE REFORÇO
4.1. Cálculo da espessura do casco considerando pressão interna e externa

4.1.1. Pressão Interna

Pela norma ASME, seção VIII, divisão 1, os vasos cilíndricos são divididos
em vasos de pequena e grande espessura. Para determinarmos a espessura
mínima devido à pressão interna do nosso projeto, faremos os cálculos tratando
nosso vaso como casco cilíndrico e de pequena espessura, em outras palavras:

R
t< ou P < 0,385 SE
2

S = 1104Kg/cm2 - Tensão Admissível do material

A espessura é dada por:


P.R
t= +C
S .E − 0,6.P

Utilizando as premissas do projeto (item 3), tem-se que:

7,03 kg / cm 2 .( 243 ,8 / 2 ) cm
t= + 0,31cm
1104 kg / cm 2 .0,85 − 0,6.7,03 kg / cm 2

t = 9,17 mm + 3,1mm

t = 1 2,2 7m m→ t = 1/ 2" - espessura nominal (comercial mais próxima).

4.1.2. Pressão Externa

Para o cálculo da espessura de vasos de pressão submetidos à pressão


externa, são feitas aproximações, utilizando um método empírico. A premissa para
a utilização desse método é que os cilindros devem ter a relação Do/t ≥ 10, que é
o caso do vaso cilíndrico deste projeto. Com os dados requeridos pelo projeto
(item3), inicia-se o cálculo com os seguintes parâmetros:

t req = t nom − C

Com o valor de treq, calculamos Do, pela seguinte relação:

Do = Di + 2 ⋅ t req
O diâmetro externo (Do) fornece o valor dos parâmetros L/Do e Do/t, para o
cálculo dos fatores A e B. Sendo L e h definidos como:
2
L = CET + ⋅h
3

Di
h=
4

As variáveis A e B são utilizadas no cálculo da pressão externa máxima


admissível, Pa, e são encontradas, a partir dos valores de Do/treq e L/Do
mencionados acima, na tabela TABLE 5-UGO -28.0 e no gráfico da figura FIG. C
-1, respectivamente, do código ASME, seção VIII, Divisão I. A tabela e a figura
encontram-se no anexo.
A pressão externa máxima admissível é dada por:

4B 13,6 B
Pa = Pa =
3( D0 / t req ) ( D0 / t req ) em kg/cm
2
em MPa ou

Caso o ponto, para determinar B, esteja à esquerda e fora da curva de


temperatura da figura FIG. C -1 utiliza-se:

2 AE last
Pa =
 Do  na mesma unidade de Elast.
3⋅ 
t 
 req 

A pressão externa máxima admissível obtida do cálculo deve ser maior que
a pressão externa de projeto. Caso isso não ocorra, deve-se aumentar a
espessura até um valor em que Pa > Pe . Neste projeto, o estudo da pressão
externa foi iniciado pela espessura obtida para pressão interna (treq). Como ela
não satisfez a condição acima, outras espessuras foram testadas até se obter a
espessura comercial de 7/8”, que está de acordo com a restrição. Logo:

t n o m/ c a s c o= 7 / 8"
Figura 1. Vista isométrica do casco cilíndrico do vaso de pressão.

A Tabela 1 mostra os valores obtidos para três espessuras padronizadas


comercialmente diferentes.
Tabela 1. Pressão externa máxima admissível para três espessuras comerciais.

Espessura 1/2” 3/4” 7/8”


s
tnom (mm) 12,7 19,05 22,23

treq (mm) 9,60 15,95 19,13

Do (mm) 2457,2 2469,9 2476,3

Do/ treq 255,96 154,85 129,44

L (mm) 15036,33 15036,33 15036,33

L/Do 6,12 6,09 6,07

A 0,00005 0,00011 0,0014


Pt. fora Pt. fora Pt. fora
B
da curva da curva da curva
Pa (Kg/cm2) 0,25 0,91 1,38

4.1.3. Cálculo da Pressão Máxima de Trabalho Admissível para o casco

A Pressão Máxima de Trabalho Admissível (PMTA) dos cascos cilíndricos


de pequena espessura é dada pela seguinte fórmula:

SEt nom
PMTA =
R + 0,6t nom
No cálculo da PMTA, distinguem-se dois casos relacionados ao estado do
vaso de pressão. Se ele é novo (dito novo e frio), considera-se a sobre espessura
de corrosão, pois ela ainda está presente no vaso. Se o vaso é velho (dito velho e
quente), a sobre espessura de corrosão já foi parcialmente ou totalmente
destruída pelos diversos agentes intempéries e corrosivos. Logo, a sobre
espessura de corrosão não entra no cálculo. Neste trabalho o vaso em estudo é
considerado novo e frio.
Vaso novo e frio:

1104 Kg / cm 2 ⋅ 0,85 ⋅ 2,223 cm


PMTA = = 16,93 Kg / cm 2
121,9cm + 0,6 ⋅ 2,223 cm

Velho e quente:

1104 Kg / cm 2 ⋅ 0,85 ⋅ 1,913 cm


PMTA = = 14,59 Kg / cm 2
121,9cm + 0,6 ⋅ 1,913 cm

4.2 Cálculo da espessura do tampo elíptico 2:1 considerando pressão interna


e externa

4.2.1. Pressão interna

P ⋅R 7,03 ⋅ ( 243 ,8 / 2)
t proj = +C = + 0,31 = 1,086724 cm = 10,87 mm
S ⋅ E − 0,1 ⋅ P 1104 ⋅ 1 − 0,1 ⋅ 7,03

t nom = 7 / 16 pol

4.2.2. Pressão externa

Pressão externa conforme parágrafo UG-33 do código ASME, Seção VIII,


Divisão 1(deve ser a maior entre):

- 1ª tentativa

P =1,67 ⋅1,05 =1,7535 kg / cm ²

P ⋅R 1,75 ⋅ (243,8 / 2)
t proj = +C = + 0,31 = 0,503646 cm = 5,04 mm
S ⋅ E − 0,1 ⋅ P 1104 ⋅ 1 − 0,1 ⋅ 1,75

- 2ª tentativa

Estimando t = 7 / 16 pol − C =1,11125 cm − 0,31cm = 0,80125 cm a partir da


espessura calculada para a pressão interna.
D0
Partindo da relação de semi-eixos 2:1, tem-se que = 2 ; então
2⋅h
K 0 = 0,90 .

Assim R0 = K 0 ⋅ D = 0,90 ⋅ 245 ,4025 = 220 ,86225 cm e

0,125 0,125
A= = = 0,00045348
R0 220,86
e 0,80

Com o valor de A buscamos o fator B no gráfico da Fig. 5-UCS-28.2, do


código ASME, Seção VIII, Divisão 1.

B = 43 para T = 60 º C .

Com o valor de B calculado, achamos Pa correspondente à pressão externa


máxima admissível:
10,2 ⋅ B 10,2 ⋅ 43
Pa = = = 2,88292248 kg / cm ²
R (243,8 / 2)
e 0,80

Pela 2ª tentativa, como 2,88kg/cm² é maior que 1,05kg/cm² a chapa com


espessura de 7/16” suporta tranqüilamente a pressão externa.
Como a espessura obtida na 2ª tentativa é maior que a obtida na 1ª
tentativa, o valor da espessura final calculada para suportar a pressão externa,
que existirá na situação de vácuo total é de 7/16”.
Confrontando as espessuras calculadas para suportar as pressões internas
e externa temos que a espessura para os tampos deve ser 7/16”.

Figura 2. Vista isométrica do tampo elíptico 2:1.


4.2.3. Cálculo da Pressão Máxima de Trabalho Admissível para os tampos

Novo e frio:

S ⋅E ⋅t 1104 ⋅ 1 ⋅ 1,11
PMTA = = = 10,05 kg / cm ²
R + 0,1 ⋅ t 121,9 + 0,1 ⋅ 1,11

Velho e quente:

S ⋅E ⋅t 1104 ⋅ 1 ⋅ 0,80
PMTA = = = 7,25 kg / cm ²
R + 0,1 ⋅ t 121,9 + 0,1 ⋅ 0,80

5. DIMENSIONAMENTO DO VASO COM ANÉIS DE REFORÇO

O vaso pode ser enrijecido, se as condições de tensões do item anterior


(vaso sem anéis de reforço) não forem atendidas, por anéis, no plano das selas
ou adjacentes a estas. O objetivo dos anéis é evitar o colapso do vaso visto que
assim ele poderá ser submetido a pressões mais elevadas.
Estes anéis podem apresentar diversos perfis, seguem abaixo alguns perfis
utilizados como reforço nos vasos de pressão.

Os procedimentos de escolha da quantidade de anéis empregados nos


vasos encontram-se descrita a seguir.
Primeiramente deve-se calcular a espessura mínima requerida para o vaso
suportar a pressão interna, conforme apresentado abaixo:

P.R
t= +C
S .E −0,1.P

Fazendo-se as devidas substituições, temos o valor da espessura como


sendo:

t =12 ,24 mm

Vale ressaltar que para esta determinação foi levado em conta o parâmetro
C, que representa a sobre espessura de corrosão para o vaso.
A partir da espessura obtida podemos especificar a chapa que deve ser
utilizada para confeccionar o vaso. Para o valor de 12 ,24 mm poderemos utilizar a
chapa de 1/2pol.
Para a determinação dos demais parâmetros de analise, que visa indicar a
quantidade de anéis, a sobre espessura será desconsiderada. De modo que a
espessura utilizada para os demais cálculos é dada por:

t req = t min − C

Ou seja,

t req =12 ,7 − 3,1 = 9,6mm

Com o valor de t req , calculamos Do , pela seguinte relação:

Do = Di + 2 ⋅ t req

Logo:

Do = 2438 + 2 ⋅ 9,6 = 2457 ,2mm


Do
Conhecendo estes valores podemos obter a relação .
t
L
Falta calcular a relação para poder entrar com estes parâmetros no
Do
gráfico de proporções geométricas para casos cilíndricos sob pressão externa,
obter o fator A e em seguida, no gráfico para determinação da espessura de
cascos cilíndricos e esféricos sob pressão externa, obter o valor de B .
O valor de L é dado por:

2 Di
L = CET + ⋅ h , em que: h=
3 4

2 2438 ,0
L = 14630 ,0 + ⋅ = 15036 ,3mm
3 4

O objetivo da determinação dos fatores A e B esta relacionado com


nossa necessidade de calcular a pressão externa máxima admissível ( Pa ).
Pois esta pode ser calculada segundo dois critérios, que são eles:

13,6 ⋅ B 2⋅ A⋅ E
Pa = Pa =
Do ou D 
3 o  se o ponto B estiver à esquerda da curva de
t req t 
 req 
temperatura.
Vale informar que a pressão externa máxima admissível deve ser maior que
a pressão externa de projeto, onde neste caso a pressão externa seria a
atmosférica.
Partindo-se desta premissa, realiza-se a verificação da pressão externa e
enquanto a relação Pa > Pe não for atendida deve-se aumentar o número de
anéis utilizados no vaso.

5.1 VERIFICAÇÕES

Supondo um único anel:

Do 2457 ,2
= ≅ 256
t req 9,6

L 15036 ,3
Para um anel L1 = = = 7518 ,2mm
2 2

L1 7518 ,2
= ≅ 3,1
Do 2457 ,2

Com estes valores temos que:

A = 0,0001

Como o ponto B está à esquerda da curva de temperatura:

2⋅ A⋅ E
Pa =
D 
3 o 
t 
 req 

Sendo assim:

2 ⋅ 0,0001 ⋅ 1919380
Pa = = 0,75kg / cm 2
3 ⋅ 256

Nota-se que Pa < Pe , então se deve acrescentar mais um anel, assim


sendo;

Supondo dois anéis:

Do 2457 ,2
= ≅ 256
t req 9,6
L 15036 ,3
Para dois anéis L2 = = = 5012 ,1mm
3 3

L2 5012,1
= ≅ 2,0
Do 2457,2

Com estes valores temos que:

A = 0,00017

E como o ponto B está à esquerda da curva de temperatura:

2⋅ A⋅E
Pa =
D 
3 o 
t 
 req 
Sendo assim:

2 ⋅ 0,00017 ⋅ 1919380
Pa = = 0,85kg / cm 2
3 ⋅ 256

Ainda assim Pa < Pe , então se deve acrescentar mais um anel, assim


sendo:

Supondo três anéis:

Do 2457 ,2
= ≅ 256
t req 9,6

L 15036 ,3
Para três anéis L3 = = = 3759 ,1mm
4 4

L2 3759,1
= ≅ 1,5
Do 2457,2

Com estes valores temos que:

A = 0,00022

E como o ponto B está à esquerda da curva de temperatura:

2⋅ A⋅E
Pa =
D 
3 o 
t 
 req 
Sendo assim:

2 ⋅ 0,00022 ⋅ 1919380
Pa = = 1,10kg / cm 2
3 ⋅ 256

Conforme apresentado nos cálculos acima, foram necessários 3 anéis de


reforço para a espessura suportar a pressão externa.

6. DIMENSIONAMENTO DOS PERFIS

Uma vez conhecido o numero de anéis, falta selecionar o perfil a ser


utilizado e em seguida checar se este perfil esta atende as condições operacionais
do vaso.

Este procedimento é feito da seguinte forma:

Arbitra-se uma área ( As ) para o perfil e calcula-se o momento de inércia


dessa área. Se este for menor que o momento de inércia do perfil escolhido (perfil
comercial), ele atende pode ser empregado, caso contrário escolhe outro perfil e
recalcula o momento de inércia até que este seja menor que o escolhido
comercialmente.

6.1. Procedimento

Seleciona-se um perfil comercial, com enfoque no valor de sua área. Pois


será está que será utilizada na obtenção do parâmetro B ;
Obtém o parâmetro B através da seguinte relação:

 
 
3  Pe ⋅ Do 
B= ⋅
4  As 
t + 
 Ls 

Lê-se o valor de A utilizando-se o gráfico da Fig.5-UCS-28.2, código


ASME, seção VIII, divisão I;
Vale ressaltar que se o ponto B cair abaixo ou a esquerda da curva de
temperatura, temos que:
2B
A=
E

Calcula-se o momento de inércia da seção, pela fórmula a seguir;


 As 
Do 2 Ln  t + ⋅A
 Ln 
Is =
14

Caso o momento de inércia calculado seja maior que o tabelado, deve-se


escolher um perfil com área de seção maior.

Admitiremos para efeito de analise o perfil I. Conforme consta na


representação abaixo:

Escolhendo-se o perfil I com especificação comercial


2
5" x14 ,8kg / cm temos:

As = 18,8cm 2 e I x = 511,0cm 4

O parâmetro B é obtido da seguinte forma:

 
 
3  Pe ⋅ Do 
B= ⋅
4  As 
t + 
 Ln 

 
 
3  1,03 ⋅ 245 ,72  =187 ,9
B= ⋅
4  18 ,8 
0,96 + 
 375 ,91 

Como o valor de B é localizado à esquerda do gráfico, o valor de A é


obtido por:
2B
A=
E

Ou seja,

2 ⋅ 187,9
A= = 0,0002
1919380
Calcula-se o momento de inércia da seção, pela fórmula a seguir;

 As 
Do 2 Ln  t + ⋅A
 Ln 
Is =
14

Então temos:
 18,8 
245,72 2 ⋅ 375,91 ⋅  0,96 +  ⋅ 0,0002
 375,91 
Is = = 320,7cm 4
14

Como o valor é menor que I x = 511 ,0cm , este perfil, com esta
4

especificação atende ao problema proposto.


Vale ressaltar que, devido ao fato do produto entre Do 2 Ls ser muito
elevado, em relação ao outros parâmetros da equação acima, variando a área
arbitrada, o valor de Is não se altera significativamente. Logo, este valor para o
momento de inércia encontrado, pode ser tomado como referência de escolha, ou
seja, para selecionar o perfil basta escolher a área que possua um momento de
inércia associado maior que o calculado anteriormente.
Porém este critério deve ser feito com enfoque nas questões econômicas,
logo o ideal para admitir como padrão de escolha seria tomar como referência o
primeiro valor, para o momento de inércia tabelado, acima do calculado e em
seguida fazer a verificação da área.
Do exemplo acima, o valor calculado foi I x = 320 ,7cm , ao verificar na
4

tabela, nota-se que o primeiro valor maior será exatamente o valor I x = 511 ,0cm ,
4

que possui uma área de 14,8cm², sendo assim, este será o perfil mais indicado
para ser utilizado. Com isso, o vaso com anel de reforços possui espessuras
iguais a ½” e 7/16” para o casco e os tampos, respectivamente, com 03 anéis de
perfis I 5”x14,8 kg/cm2;

7. ACESSÓRIOS DO VASO DE PRESSÃO

7.1. Boca de visita

Segundo a norma N-253, da Petrobrás, são especificados os seguintes


diâmetros mínimos para bocas de visitas:

Diâmetro interno do Vasos sem peças Vasos com peças


vaso (mm) internas desmontáveis internas desmontáveis
800 – 900 450mm 450mm
900 – 1000 450mm 450mm
Acima de 1000 450mm 500mm

Para o vaso de pressão em dimensionamento adotou-se que não há peças


internas desmontáveis. Logo, como o diâmetro interno do vaso é maior que
1000mm, o diâmetro mínimo da boca de visita é igual a 450mm. As tampas das
bocas de visita são, normalmente, flanges cegos. Como os flanges são peças de
grande peso, é comum o uso de um dispositivo de manobra, denominado Turco,
para facilitar a remoção e manuseio destes.

7.2. Bocais de entrada e saída

São tubos de comprimento relativamente pequenos, destinados à entrada e


saída do fluido no vaso, onde uma extremidade é conectada a parede do vaso
enquanto a outra é conectada, através de flanges, à linha de tubulação do
processo.

7.3. Bocais de nível

São instalados nos vasos de pressão a fim de possibilitar a leitura do nível


de fluido armazenado no vaso. São constituídos de tubos de pequenos
comprimentos e flanges.

7.4. Bocais de dreno

São instalados nos vasos de pressão a fim de possibilitar a limpeza interna


destes. Assim como os demais acessórios descritos neste trabalho, exceto as
selas, são constituídos de tubos de pequenos comprimentos e flanges.

7.5. Bocais para válvulas PSV

A válvula PSV (Pressure Safety Valve) é uma válvula de alívio e segurança


que pode operar tanto com gases e vapores ou líquidos, depende da aplicação. O
objetivo de se instalar esta válvula no vaso TAG V – 7500 é a proteção de vidas e
de propriedades.

7.6. Bocais de PI
São bocais destinados à leitura da pressão interna de operação nos vasos
de pressão através de manômetros.
A boca de visita, bem como os bocais, são especificados pela norma ANSI
B.36.10. A tabela abaixo mostra a especificação da boca e dos bocais conforme a
norma citada.

Área
Diâmetr Espessur de Peso Moment
Designaçã Diâmetr
o a da seção aprox. o de Comprimento
o da o interno
nominal parede de vazio inércia (mm)
espessura (mm)
(pol) (mm) metal (kg/m) (cm4)
(cm2)
Boca
de 20 Std, 20 9,52 488,9 149,2 116,9 46368,00 250
visita
Bocal
de 6 Std, 40 7,11 154,0 36,0 28,23 1171,30 200
entrada
Bocal
de 6 Std, 40 7,11 154,0 36,0 28,23 1171,30 200
saída
Bocal
2 Std, 40 3,91 52,5 6,93 5,44 27,72 200
de nível
Bocal
de 2 Std, 40 3,91 52,5 6,93 5,44 27,72 200
dreno
Bocal
da
4 Std, 40 6,02 102,3 20,4 16,06 300,93 200
válvula
PSV
Bocal
1/2 Std, 40 2,77 15,8 1,61 0,42 0,71 200
de PI

7.7. Flanges

Como citado anteriormente, a boca de visita e os bocais são constituídos,


também, de flanges. O dimensionamento dos flanges é baseado na norma ANSI
B.16.5, destinada a flanges de aço forjado. Para o dimensionamento dos flanges é
necessário ter-se a classe de pressão. Esta depende da temperatura pressão de
projeto. De acordo com a curva de pressões admissíveis x temperaturas para aço-
carbono forjado da norma ANSI B.16.5, em anexo, temos, para uma temperatura
de projeto igual a 260 ºC, uma pressão admissível igual a 12 kg/cm2 para a classe
de pressão 150# – PN – 20. Como a pressão de projeto é igual a 7 kg/cm2, ou
seja, menor que a pressão admissível, pode ser adotado a classe de pressão
150#.
A baixo segue as figuras ilustrativas dos flanges e as tabelas com a
especificação destes para a boca de visita e para os bocais, respectivamente.

Classe Diâmetro Dimensões (mm) FUROS


de nominal Diâmetro
pressão (pol) A C D G Quant.
(pol)
Flange
da boca 150# 20 698 584 635 42,9 20 11/4
de visita

Classe Diâmetr Dimensões (mm) Furos


de o
Diâmetro
pressã nominal A B C D E Quant.
(pol)
o (pol)
Bocal
de
150# 6 279 23,9 216 241 39,6 8 7/8
entrad
a
Bocal
de 150# 6 279 23,9 216 241 39,6 8 7/8
saída
Bocal
de 150# 2 152 17,5 91,5 121 25,4 4 3/4
nível
Bocal
de 150# 2 152 17,5 91,5 121 25,4 4 3/4
dreno
Bocal
da
150# 4 229 22,4 157 190 33,3 8 3/4
válvula
PSV
Bocal
150# 1/2 88,9 9,7 35,0 60,4 15,7 4 5/8
de PI

7.8. Berços
Mesmo para vasos horizontais de grande comprimento é preferível que
tenha somente dois suportes. A existência de três ou mais suportes poderá
resultar em grave concentração e distribuição irregular de tensões, caso haja
algum desnivelamento entre os suportes. No entanto, pela teoria de vigas, uma
viga com carga uniformemente distribuída, bi apoiada, o deslocamento vertical é
dada pela seguinte equação:

(
∆ y = ( q.x / 24 EI ) L3 + 2 Lx 2 + x 3 )
Onde:
• q é a carga distribuída;
• x é a distancia horizontal tomada do inicio da viga até o ponto em
análise;
• E é o modulo de elasticidade;
• I é o momento de inércia;
• L é o comprimento da viga

Tratando o vaso como uma viga bi apoiada tem-se, devido o peso e o


comprimento do vaso, um deslocamento vertical exagerado no centro do vaso.
Para reduzir este deslocamento utilizaremos três (03) suportes, denominados
selas. À distância de centro a centro entre as selas das extremidades é 3/5 do
CET. A figura seguinte mostra, com detalhes, um típico berço de chapas para
vasos horizontais.

Figura 3. Berço de chapas.


8. DIMENSIONAMENTO DO TURCO

O dimensionamento do turco é feito calculando o volume da tampa da boca


de visita partindo do pressuposto que este é um cilindro sem furos. Logo temos:

π .( 698 .10 −3 m )
2

V = × .41,4.10 −3 m ⇒ V = 15,8.10 −3 m3
4

Conhecendo a massa especifica do aço podemos calcular o peso da tampa


da boca de visita através da formula:

P = µ ×V × g

Onde:
• µ é a massa especifica ( µ = 7850 kg / m ) ;
3

• V é o volume da tampa
• G é a gravidade (g = 9,81 m/s2)

Logo:

P =1216 ,73 N

Adotando um vergalhão com diâmetro de 30mm e comprimento igual a


750mm temos uma tensão na seção do vergalhão resultante da flexão e da tração
devido ao peso do tampo. Esta tensão é dada por:

P M .c
σ = +
π .d 2 I
4

Onde:
• P é o peso da tampa;
• D é o diâmetro da seção do vergalhão;
• M é o momento gerado pelo peso do tampo;
• C é o raio da seção do vergalhão;
• I é o momento de inércia da seção do vergalhão.

Logo:

σ =172 ,15 MPa


Devemos garantir que este vergalhão não escoe ao sustentar esta carga.
Para isto, podemos utilizar o critério de Tresca, chamado teoria da máxima tensão
de cisalhamento, associado a um fator de segurança de 1,5. Ou seja, 50% de
garantia no projeto do turco.
τ max Sy
=
2 2. fs

Onde:

• σ é a tensão solicitante na seção do vergalhão;


• fs é o fator de segurança.
Logo:

S y ≈ 258 ,22 MPa

O vergalhão GG 50 da Gerdau possui uma tensão de escoamento (500


MPa) superior à máxima tensão solicitante de cisalhamento. Logo este será o
vergalhão dimensionado para o Turco.

9. CUSTO DOS VASOS DE PRESSÃO

A empresa CONFAB Equipamentos foi consultada para orçar os vasos com


e sem anéis de reforço. No entanto, ambos possuem os mesmos acessórios
dimensionados neste trabalho.
Para cotação foram disponibilizados os seguintes dados, além das tabelas
de bocais e flanges dimensionados, a CONFAB:
• Espessuras iguais a 7/8” e 7/16” para o casco e os tampos,
respectivamente, para o vaso sem anel de reforço;
• Espessuras iguais a ½” e 7/16” para o casco e os tampos,
respectivamente, para o vaso com anel de reforço com 03 anéis de
perfis I 5”x14,8 kg/cm2;
Segundo a CONFAB, há uma prática comercial de fabricar vasos contendo
espessuras de seus tampos maiores que as espessuras de seus cascos. Com
isso, sugerimos e orçamos os vasos com as seguintes espessuras:
• Espessuras iguais a 1” e 1 ¼" para o casco e os tampos,
respectivamente, para o vaso sem anel de reforço;
• Espessuras iguais a ½” e ¾" para o casco e os tampos,
respectivamente, para o vaso sem anel de reforço com 03 anéis de
perfis I 5”x14,8 kg/cm2;
O orçamento desses vasos, feito pela CONFAB Equipamentos, é mostrado
na tabela abaixo:
Produto Vaso sem anel de reforço Vaso com anéis de reforço

Custo R$ 534.130,00 R$ 224.440,00


Este orçamento prevê, além da fabricação, o transporte dos vasos de
pressão ao local destinado: Salvador, Bahia, bairro da Federação.

ANEXO

Curva de pressões admissíveis x temperaturas para aço-carbono forjado da norma


ANSI B.16.5

Fotos da Visita a Acopla:


Flanges usinados

Calandra automática
Máquina de oxi-corte

Boca de visita
Tanque sendo montado com chapas calandradas

Tanque (5000mm de diâmetro)

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