A crônica descreve uma discussão entre um marido cobrador e sua esposa devedora. Ele carrega um cartaz público para cobrá-la, irritando-a, enquanto chove. Embora sejam casados, ele se vê obrigado a cobrá-la publicamente devido aos problemas financeiros dela.
A crônica descreve uma discussão entre um marido cobrador e sua esposa devedora. Ele carrega um cartaz público para cobrá-la, irritando-a, enquanto chove. Embora sejam casados, ele se vê obrigado a cobrá-la publicamente devido aos problemas financeiros dela.
A crônica descreve uma discussão entre um marido cobrador e sua esposa devedora. Ele carrega um cartaz público para cobrá-la, irritando-a, enquanto chove. Embora sejam casados, ele se vê obrigado a cobrá-la publicamente devido aos problemas financeiros dela.
• é publicada geralmente em jornais ou revistas; • relata de forma artística e pessoal fatos colhidos no noticiário jornalístico e no cotidiano; • consiste em um texto curto e leve, que tem por objetivo divertir e/ou fazer refletir criticamente sobre a vida e os comportamentos humanos; A crônica: • pode apresentar elementos básicos da narrativa - fatos, tempo, personagens e lugar – com tempo e espaço não limitados; • o narrador pode ser observador ou se constituir em personagem; • emprega a variedade informal da língua; • pode apresentar discurso direto, indireto e indireto livre. Os cronistas expõem seus ponto de vista, seus comentários e deduções, suas ironias e interpretações a respeito de fatos (notícias ou dia- a-dia pessoal). Ele não tem, no entanto, por finalidade apenas a informação, mas sua universalização para que as pessoas aprendam alguma coisa com o que é, aparentemente, corriqueiro. O que faz desse gênero ser um dos melhores para se trabalhado em sala de aula. Partilha fatos do cotidiano com seu leitor, dando singularidade a eles. Cobrança – Moacyr Scliar Ela abriu a janela e ali estava ele, diante da casa, caminhando de um lado para outro. Carregava um cartaz, cujos dizeres atraíam a atenção dos passantes: "Aqui mora uma devedora inadimplente". ― Você não pode fazer isso comigo ― protestou ela. ― Claro que posso ― replicou ele. ― Você comprou, não pagou. Você é uma devedora inadimplente. E eu sou cobrador. Por diversas vezes tentei lhe cobrar, você não pagou. ― Não paguei porque não tenho dinheiro. Esta crise... ― Já sei ― ironizou ele. ― Você vai me dizer que por causa daquele ataque lá em Nova York seus negócios ficaram prejudicados. Problema seu, ouviu? Problema seu. Meu problema é lhe cobrar. E é o que estou fazendo. Traz aspectos de oralidade para a escrita: expressões de conversa familiar e íntima, repetições e o pronome “você”.
― Mas você podia fazer isso de uma
forma mais discreta... ― Negativo. Já usei todas as formas discretas que podia. Falei com você, expliquei, avisei. Nada. Você fazia de conta que nada tinha a ver com o assunto. Minha paciência foi se esgotando, até que não me restou outro recurso: vou ficar aqui, carregando este cartaz, até você saldar sua dívida. Emprega verbos flexionados na primeira e terceira pessoas. Neste momento começou a chuviscar. ― Você vai se molhar ― advertiu ela. ― Vai acabar ficando doente. Ele riu, amargo: ― E daí? Se você está preocupada com minha saúde, pague o que deve. ― Posso lhe dar um guarda-chuva... ― Não quero. Tenho de carregar o cartaz, não um guarda-chuva. Elaagora estava irritada: ― Acabe com isso, Aristides, e venha para dentro. Afinal, você é meu marido, você mora aqui. Vale-se do discurso direto no diálogo, verbos de dizer. ― Sou seu marido ― retrucou ele ― e você é minha mulher, mas eu sou cobrador profissional e você é devedora. Eu avisei: não compre essa geladeira, eu não ganho o suficiente para pagar as prestações. Mas não, você não me ouviu. E agora o pessoal lá da empresa de cobrança quer o dinheiro. O que quer você que eu faça? Que perca meu emprego? De jeito nenhum. Vou ficar aqui até você cumprir sua obrigação. Usa marcas de tempo e lugar que revelam fatos do cotidiano. Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava: continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2001. Copie e responda as questões. 1- O autor é observador ou personagem( foco narrativo)? 2- Como o narrador introduz as personagens? 3- Existe um elemento surpresa? Qual? 4- Que aspectos do cotidiano são narrados? De que forma? 5- Como é o diálogo das personagens? 6-É possível localizar o conflito? E o desfecho? Discurso direto: O narrador reproduz textualmente as palavras, falas, as características da personagem. Ao construir discurso direto, o autor atualiza o acontecimento, tornando viva e natural a personagem, a cena. Usa-se o travessão e certos verbos especiais “de dizer” (falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar, exclamar). Discurso indireto O narrador “conta” o que a personagem disse. Conhecemos suas palavras indiretamente. Há uma intensa identidade, quase se misturam narrador e personagem. Discurso indireto livre ou misto O narrador incorpora na sua linguagem a fala das personagens e assim nos transmite a essência do pensamento ou sentimento. No discurso indireto livre existe a inserção sutil da fala da personagem sem as marcas do discurso direto, porém com toda sua força e vivacidade. Leia novamente a crônica e encontre e copie o que se pede: 1- uma passagem com discurso direto: 2- uma passagem com discurso indireto: 3- uma passagem com discurso indireto livre. Ouça mais algumas crônicas para a seguir escrever a sua.