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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0000174-32.2013.8.05.0230
Classe: RECURSO INOMINADO
Recorrente: LUIZ ARMANDO CEDRO VILAS BOAS JUNIOR
Recorrido: JS A COMERCIO DE TELECOMUNICACOES LTDA
Origem: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - SANTO ESTEVÃO
Relatora: MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. VÍCIO DO PRODUTO. CELULAR.


CLARA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO COMERCIANTE
QUANDO HAJA A CLARA IDENTIFICAÇÃO DO FABRICANTE
DO PRODUTO. ART.13 DO CDC. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
EMPRESA REVENDEDORA. SENTENÇA QUE EXTINGUIU O
PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO MANTIDA.

ACÓRDÃO

Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, composta dos
Juízes de Direito MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Presidente e Relatora, CÉLIA
MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ e ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA
SILVA, em proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento. Sem custas e honorários advocatícios,
nos termos do art. 55 da lei 9.099/95.
Salvador, Sala das Sessões, 19 de Maio de 2016.
Bela. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
Bela ISABELA KRUSCHEWSKY PEDREIRA DA SILVA
Juíza Presidente

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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº : 0000174-32.2013.8.05.0230
Classe: RECURSO INOMINADO
Recorrente: LUIZ ARMANDO CEDRO VILAS BOAS JUNIOR
Recorrido: JS A COMERCIO DE TELECOMUNICACOES LTDA
Origem: JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - SANTO ESTEVÃO
Relatora: MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

EMENTA

RECURSO INOMINADO. VÍCIO DO PRODUTO. CELULAR.


CLARA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO COMERCIANTE
QUANDO HAJA A CLARA IDENTIFICAÇÃO DO FABRICANTE
DO PRODUTO. ART.13 DO CDC. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA
EMPRESA REVENDEDORA. SENTENÇA QUE EXTINGUIU O
PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO MANTIDA.

RELATÓRIO

Dispensado o relatório nos termos da Lei n.º 9.099/95.


Trata-se de recurso inominado manejado pela parte autora na ação de
origem, LUIZ ARMANDO VILAS BOAS JR , visando reformar a sentença que extinguiu o
processo sem julgamento de mérito, em razão da ilegitimidade passiva do réu.
A recorrente busca a reforma da sentença, reiterando os argumentos já
narrados na exordial, aduzindo, em síntese, que o vício do produto não fora solucionado
pela empresa demandada, e sustenta haver a responsabilidade do comerciante na
hipótese. Requer indenização pelos danos materiais e morais.
Apresentadas contrarrazões, vieram-me os autos conclusos.
Os autos foram distribuídos à 2ª Turma Recursal, cabendo-me e a função de

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2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Relatora.
Presentes as condições de admissibilidade do recurso, conheço-o,
apresentando voto com a fundamentação aqui expressa, o qual submeto aos demais
membros desta Egrégia Turma.

VOTO

A sentença recorrida, tendo analisado corretamente todos os aspectos do


litígio, merece confirmação integral, não carecendo, assim, de qualquer reparo ou
complemento dentro dos limites traçados pelas razões recursais, culminando o
julgamento do recurso com a aplicação da regra inserta na parte final do art. 46 da Lei nº
9.099/95, que exclui a necessidade de emissão de novo conteúdo decisório para a
solução da lide, ante a integração dos próprios e jurídicos fundamentos da sentença
guerreada.
A sentença impugnada merece ser mantida. Com efeito trata o caso de
hipótese na qual resta clara a identificação do fabricante do produto, in casu a Motorola,
sendo esta a empresa que deverá ser responsabilizada pelo vício do produto, haja vista a
responsabilidade subsidiária do comerciante/revendedor pelos vícios do produto. Apenas
exsurge a responsabilidade do comerciante quando não identificado claramente o
fabricante, consoante apregoa o art.13, in verbis:

art.13. O comerciante é igualmente responsável,


nos termos do artigo anterior, quando: I - o
fabricante, o construtor, o produtor ou importador
não puderem ser identificados

Nesse mesmo sentido vem decidindo a jurisprudência pátria, consoante o


seguinte julgado, in verbis:

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RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. AQUISIÇÃO DE


MÁQUINA LAVADORA DE ROUPAS. ARREMESSO DE PEÇAS DO
PRODUTO QUANDO DE SUA UTILIZAÇÃO. PLEITO DE
DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS E DE REPARAÇÃO POR
DANOS MORAIS. FATO DO PRODUTO. RESPONSABILIDADE A
SER APLICADA COM BASE NO ART. 12 DO CDC. COMERCIANTE
QUE SOMENTE PODE SER RESPONSABILIZADO EM UMA DAS
HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 13 DO CDC, QUE NÃO SE
APLICAM AO CASO EM APREÇO. FABRICANTE IDENTIFICADO.
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO COMERCIANTE PARA
RESPONDER POR DEFEITO DECORRENTE DE FATO DO
PRODUTO. EXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DO
MÉRITO, EM RELAÇÃO APENAS AO COMERCIANTE. RECURSO
PROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005069414, Terceira Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Silvia Muradas Fiori,
Julgado em 09/10/2014).

Nestes termos, deve ser mantido o entendimento pela ilegitimidade passiva


da empresa revendedora do produto defeituoso, haja vista a clara identificação do
fabricante, sendo a responsabilidade do comerciante revendedor subsidiária.
Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E NEGAR-
LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios fundamentos.
Srm custas processuais e honorários advocatícios, por ser a parte beneficiária da
justiça gratuita.

Salvador, Sala das Sessões, 19 de Maio de 2016.

Bela. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE


Juíza Relatora

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