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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE FILOSOFIA

JOÃO GUALBERTO DA COSTA RIBEIRO JÚNIOR

RESUMO DE ESCRITO
Humanismo

PIRACURUCA
2012
JOÃO GUALBERTO DA COSTA RIBEIRO JÚNIOR

RESUMO DE ESCRITO
Humanismo

Trabalho de síntese, tipo resumo de escrito,


apresentado à cadeira de Antropologia
Filosófica, do Curso de Filosofia, da
Universidade Federal do Piauí, como pré-
requisito concernente ao grupo de leitura.

Tutora: Prof.ª Talita Aralpe

PIRACURUCA
2012
1 INTRODUÇÃO

O presente resumo de escrito versa sobre a concepção moderna do homem


desenvolvida durante a era moderna e que compreende importantes fatos e épocas
históricas, como por exemplo, o renascimento.
Neste contexto, procura-se neste trabalho conduzir o leitor aos principais fatos que
marcaram a modernidade, do ponto de vista antropológico. Não se pretende aqui conduzir o
leitor a especificidades e/ou a aspectos técnicos do período moderno; entretanto, objetiva-
se tratar com brevidade, mas eficientemente, o tema da modernidade na acepção do
humanismo.
Por tratar-se de um trabalho de síntese, de subtipo resumo de escrito, o trecho a ser
exposto aqui segue da página 65 à 77, constituindo a Unidade III (A concepção moderna do
homem) e as subunidades: a concepção do homem no humanismo; a concepção racionalista
do homem e, por fim a concepção do homem na idade cartesiana.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 A CONCEPÇÃO DO HOMEM NO HUMANISMO

Um dos principais marco da modernidade constitui-se de um movimento de ordem


cultural, artística, filosófica e social, denominado Renascença. Paralelamente a este
movimento, desenvolveu-se o conceito de humanismo.
Estendendo-se do século XIV-XVI, o renascimento declinou apenas quando cedeu o
lugar à era barroca. A renascença foi representada por inúmeras transformações ocorridas na
Europa sob todos os ângulos.
No entanto, o termo humanista possui um significado distinto e especial, paralelo à
renascença, que pode ser sustentado pela descoberta do indivíduo por si próprio, pela visão
do homem sob uma outra face, bem como pelo fervilhar artístico que preponderou na Europa
neste período.
Deste período renascentista, destacou-se Nicolau de Cusa, com suas ideias referentes
à dignidade do homem e sua universalidade.
Durante o período do renascimento, pode-se observar um esforço para retornar à
metafísica; este esforço se deu em três direções:
 Pela revitalização do pensamento medieval;
 Pela tendência panteísta;
 E pela tendência panenteísta, representada por Nicolau de Cusa.

A antropologia renascentista representa uma quebra com o passado, além de ser um


momento de transição importante e progressivo rumo ao racionalismo, à medida em que
ocorre a quebra com os paradigmas cristãos-medievais.

2.2 A CONCEPÇÃO RACIONALISTA DO HOMEM

No início do século XVII, o declínio da renascença já é nítido. Dá-se origem à máxima:


conhece-te a ti mesmo, que representa a essência do pensamento antropológico racionalista.
Ainda herdeiro do humanismo, é na figura de René Descartes que a antropologia
racionalista encontra sua máxima expressão. Descartes trabalha na chamada inversão
cartesiana que muda os paradigmas do saber filosófico tradicional.
O ponto de partida cartesiano consiste na construção do saber segundo as regras do
método. Sendo assim, os traços fundamentais da concepção racionalista do homem,
consiste na subjetividade do espírito e consciência de si e na exterioridade do corpo com
relação ao espírito.
A antropologia racionalista rompe definitivamente com as estruturas clássicas
remanescentes, notadamente expressas por Tomás de Aquino. Descartes revolucionou a
modernidade com o seu “método”, estabelecendo as bases do saber científico e propiciando
a consolidação e legitimação definitiva do homem moderno.

2.3 A CONCEPÇÃO DO HOMEM NA IDADE CARTESIANA

Nesta fase da modernidade, estabelece-se as chamadas ciências do homem,


proporcionadas por dois importantes fatores: a revolução cartesiana e galileiana.
Aqui, já no século XVIII, o ideal cartesiano consolida-se instituindo os ideais do
classicismo, fincados nitidamente sob a razão cartesiana.
A concepção de homem na idade cartesiana, é marcada por dois traços
característicos, a saber: o moralismo e o humanismo devoto.
O moralismo tradicional herdado de Montaigne é continuado por La Bruyère e o
humanismo devoto reflete uma nova sensibilidade que emerge na Europa, a sensibilidade
religiosa, que ocorre motivadas tanto pela razão cartesiana, quanto pela divisão religiosa do
núcleo da Igreja.
Aqui pode-se ressaltar a figura de Blaise Pascal. A dignidade do homem, segundo
Pascal, bem como para Descartes está alicerçada no pensamento. Pascal é responsável pela
introdução de aspectos morais constituintes do homem moderno, para dentro de si, ao passo
que em Descartes o homem ainda voltava-se quase que exclusivamente para o mundo
exterior. O homem pascaliano encontra-se despojado se sua armadura divina garantida pela
cristandade medieval, assim como se despoja da posse da natureza, como reza o
cartesianismo.
Outra figura eminente deste período vem a ser Thomas Hobbes, que aplica o
racionalismo mecanicista à compreensão do homem e da sociedade. A diferença primordial
entre Descartes e Hobbes consiste no fato deste último não atribuir ao cogito a dignidade
ontológica primordial, como Descartes o faz.
Posteriormente a Hobbes e seguindo sua inspiração, surge na Inglaterra os ideia
empiristas, focados na ênfase antropológica do pensamento, e representou uma filosofia do
agir moral, da vida política. Um dos principais precursores do empirismo foi Francis Bacon.
Contudo se pode considerar que o maior expoente do empirismo racionalista inglês,
seja John Locke, teórico da revolução inglesa, que traçou a imagem do homem liberal
resumido no otimismo naturalista e na afirmação da socialidade natural.
Antes da real consolidação das ciências ditas humanas, o empirismo inglês dominou
boa parte do pensamento do século XVII, quando surge então as polêmicas envolvendo a
natureza e a imortalidade da alma.
3 CONCLUSÃO

As concepções antropológicas do homem nasceram muito antes da modernidade,


contudo em nenhum outro período observou-se tantos avanços quanto à chamada cultura
do homem – humanismo – quanto na era moderna.
Concepção humanista, concepção racionalista e concepção cartesiana são, na
verdade, faces de uma mesma moeda, de uma mesma era, representada por diferentes
ideologias, tanto filosóficas quanto antropológicas.
De gato, o renascimento faz jus ao próprio nome, visto que consistiu numa espécie de
despertar humano e da consciência do eu próprio, da valorização individual e subjetiva,
racionalista e mecanicista, opondo-se aos inúmeros dogmas e postulados estabelecidos
durante o medievalismo.

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