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Cap.

4 – Krugman – P1
2° lista
- No modelo ricardiano, havia uma quantidade requerida de insumos para a produção de
um bem. No Heckshen-Ohlin, há quantidades utilizadas de insumos para a produção de um
bem. Explique a diferença.
R.: Essa diferença se dá porque numa economia com dois fatores, certamente haverá algum
espaço para a escolha de insumos. No modelo ricardiano havia somente uma restrição de recurso
sobre a produção, ou seja, utilizava-se somente o necessário. No modelo Heckshen-Ohlin há duas
restrições: o total de terras utilizadas na produção não pode exceder o total de oferta de terras; o
total de trabalho empregado na produção não pode exceder o total de oferta de trabalho. A questão
de quantidades utilizadas está relacionada com a intensidade (tecnologia).

- Em que ponto da curva de fronteira de possibilidade de produção se dará a produção? Por


quê? Faça o gráfico.
R.: A economia produz no
ponto que maximiza o valor
da produção, dado o preço
enfrenta; esse é o ponto que
se localiza na linha de
isovalor mais alta possível.
Ou seja, a produção ocorrerá
no ponto em que a linha de
isovalor se encontra com a
fronteira de possibilidades
de produção. Nesse ponto Q,
o custo de oportunidade de
X em termos de Y equivale
ao preço relativo de X.

- De que forma o preço relativo dos fatores (W/r) afeta as combinações de fatores de
produção (S/L) utilizados na produção de um bem? Explique e faça o gráfico.
R.: A escolha de insumos depende do custo
relatvio de terra e trabalho. Se as rendas
produzidas pela terra forem altas e os salários
baixos, os agricultores escolherão produzir
utilizando relativamente pouca terra e muito
trabalho; se as rendas forem baixos e os
salários altos, eles pouparão trabalho e
utilizarão muita terra. Sendo W o salário e r
a renda da terra, a escolha de insumos vai
depedner da razão entre os preços de fatores
(W/r).
- Considerando a economia fechada com dois fatores de produção, o que significa um bem
ser intensivo em terra? E intensivo em trabalho?
R.: Ser intensivo em terra corresponde, em qualquer razão dada W/r, a relação terra-trabalho
usada na produção de um bem ser maior que a usada na produção de um bem intensivo em
trabalho. E o bem é intensivo em trabalho se, a qualquer razão dada W/r, a relação terra-trabalho
usada na produção for menor que a usada na produção de um bem intensivo em terra.

- E qual será a relçaõ entre o preço relativo dos fatores (W/r) e o preço relativo dis bens
(Pt/Pa)?
R.: O custo de produção de um bem depende dos preços de fatores, onde se a renda da terra for
mais alta, permanecendo tudo o mais mantido constante, o preço de qualquer bem cuja produção
envolva o insumo terra também será mais alto. Há uma relação univoca entre a razão W/r e a
razão preços dos bens (Pt/Pa).

- Mostre graficamente as relações entre W/r; Pt/Pa; e S/L.

- Se o Brasil tem 100 milhões de trabalhadores e 200 milhões de alqueires de terra e a


Argentina, 30 milhões de trabalhadores e 30 milhões de alqueires de terra, qual é o país
abundante em terra? E qual é abundante em trabalho?
R.: Brasil – W/r = um pra dois; Argentina – W/r = um pra um;
Logo, a Argentina é considerada trabalho abundante, ainda que tenha menos trabalho total que o
Brasil; e o Brasil é considerado terra abundante.
- Levando em conta a dotação de fatores de Brasil e Argentina mostrada na questão
anterior, mostre, num mesmo gráfico, as curvas de oferta relativa tecido/alimento para cada
país antes do comércio e a curva de oferta relativa mundial (após comércio). O que acontece
com os preços relativos? Considere a curva de demanda igual nos dois países e que tecido é
intensivo em trabalho e alimento é intensivo em terra.
R.: Se não houver comércio, o
equilibrio seria no ponto 1 para a
Argentina e no ponto 3 para o Brasil.
Ou seja, na ausência de trocas, o preço
relativo de tecidos seria menos na
Argentina do que no Brasil, dado que o
Brasil é terra-abundante. Quando é feito
o comércio, os preços se convergem. O
preço relativo de tecidos aumenta na
Argentina e declina no Brasil, com isso
um novo preço relativo mundial de
tecidos é determinado num ponto entre
os preços relativos antes do comércio.

- Como essas diferenças de recursos explicam o padrão de comércio internacional? A partir


dos dados das questões 7 e 8, que país exportará alimentos e qual exportará tecidos? De que
forma os níveis de produção e consumo são afetados pelas mudanças nos preços relativos
em cada país? Faça os gráficos de ambos os países representando o padrão de comércio:
R.: O comércio internacional torna possivel que a composição de bens consumidos seja diferente
da composição produzido. Porém, o país não pode gastar maus do que recebe, logo o valor do
consumo deve ser igual ao valor da produção. Assim, a economia se limitará a uma restrição
orçamentária, onde o montante que a economia pode se permitir importar é limitado pelo
montante que ela exporta. BRA – exporta alimento, importa tecidos; ARG – exporta tecidos,
importa alimentos.
Na Argentina, o aumento no preço relativo de tecidos leva a um aumento no consumo de
alimentos em relação ao de tecido e a um declínio na produção relativo de alimento. No Brasil, a
queda no preço relativo de tecido após o comércio leva a um aumento do consumo de tecido em
relação ao de alimentos e a uma redução na produção relativa de tecido.
- Qual seria o efeito do comércio internacional sobre a distrbuição de renda em cada um dos
países dos exercícios anteriores? Considerando as duas classes existentes (proprietários de
terra e trabalho), quem ganha e quem perde com o comércio em cada país? Explique através
da relação preços relativos e custo relatio de fatores.
R.: Na Argentina, onde o preço relativo de tecidos aumenta, as pessoas que auferem sua renda do
trabalho saem ganhando com o comércio, mas aquelas que extraem sua renda da terra saem
perdendo. No Brasil, em que o preço relativo de tecido cai, ocorre o oposto: os trabalhadores
perdem e os proprietários de terra ganham. Logo, os donos dos fatores abundantes de um país
obtém ganhos do comércio, mas os proprietários dos fatores escassos desse país saem perdendo.
Se o salário é elevado, o preço de qualquer bem cuja produção envolva o insumo trabalho também
será alto. Se tal preço relativo se eleva, quem aufere renda do trabalho sai ganhando com o
comércio.

- Por que nesse modelo haverá necessariamente equalização dos preços de fatores?
R.: Quando dois países fazem comércio, os preços relativos dos bens convergem. Essa
convergência, por sua vez, levaria convergência dos preços relativos de terra e trabalho. Assim,
define-se claramente uma tendência à equalização dos preços de fatores. O salário e a renda da
terra serão os mesmos em ambos países. W=r.

- O modelo Heckshen-Ohlin permite uma análise mais aprofundada dos benefícios do


comércio internacional em relação ao modelo ricardiano? Por que?
R.: Sim, pois no modelo ricardiano todos ganham com o comércio. Já no modelo Heckscher-
Ohlin geralmente há perdedores e ganhadores. No curto prazo, os fatores que são específicos a
setores sujetios à concorrência com as importações perdem com o comércio. No longo prazo, os
fatores escassos de um país também perdem. Como não se pode simplesmente afirmar que o
comércio beneficia a todos, é preciso examinar 3 questões: i) em que sentido pode-se falar em
ganhos do comércio, se há aqueles que perdem com ele; ii) considerando que há perdedores
decorrentes do comércio, o que os governos deveriam fazer; iii) na prática, o que é provável que
os governos façam.

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