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TERAPÊUTICA CARDIOVASCULAR

Quando ocorre insuficiência cardíaca:Quando a quantidade de sangue que o coração bombeia é


inferior à necessária ao organismo, diminuindo o volume ejetado e dificultando o retorno venoso.

Principais causas de insuficiência cardíaca


 Cardiomiopatia dilatada
 Cardiomiopatia de sobrecarga
 Endocardiose valvular (cão)
 Endocardite infecciosa
 Doenças congênitas com comunicação anormal (Persistência do ducto arterioso, defeito do
septo ventricular, tireotoxicose)
 Dirofilariose
 Doenças congênitas com aumento de pressão na via de saída ventricular (estenose subaórtica,
estenose pulmonar)
 Cardiomiopatia hipertrófica
 Cardiomiopatia restritiva

 Volume ejetado

GÊNESE DOS SINAIS


CLÍNICOS DA Cansaço
 Débito cardíaco
INSUFICIÊNCIA Fraqueza
CARDÍACA Intolerância ao
exercício
 Pressão arterial

 Renina - Angiotensina
 Tono simpático

Retenção de sódio
Taquicardia Vasoconstrição

Mucosas pálidas Edema Pulmonar


Taquicardia Extremidades frias Ascite
 tempo de refluxo capilar Edema generalizado

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA IC EM CÃES (international small animal cardiac health council)

I – Assintomática:
I a – Sinais de doença cardíaca, sem cardiomegalia;
I b – Sinais de doença cardíaca, com cardiomegalia;
II – Leve a Moderada: sinais clínicos de Insuficiência Cardiaca são evidentes em repouso ou com
exercícios leves comprometendo a qualidade de vida
III – Severa:
III a – Terapia em casa é possível
III b – Hospitalização é recomendável (Choque cardiogênico, edema pulmonar, ascite refratária)

Como tratar a Insuficiência Cardíaca?


Princípio dos 4 Ds.
• Dieta; • Diurético
• Digitálico • Dilatador
Tratamento deve ser barato, diminuir os sinais clínicos, melhorar a qualidade de vida e aumentar o tempo
de sobrevida.

DIETA – RESTRIÇÃO DE SÓDIO NA DIETA, BALANCEADA E SUPLEMENTAÇÕES

RESTRIÇÃO DE SÓDIO
• Finalidade: diminuir o volume sanguíneo e reduzir o edema e congestão
• Vantagens: diminuição da dose requerida de diuréticos
• Desvantagens: pouco palatável (cloreto de potássio)

Rações comerciais com baixo teor de cloreto de sódio:Purina CNM-CV, Hills h/d, Royal Canin Heart
Programme. Troca deve ser feita de forma gradual para evitar diarréia

Receita de dieta caseira


125 g de carne moída magra
2 xícaras de arroz cozido sem sal;
1 colher de sopa de chá de fosfato dicálcico
Suplemento mineral e vitamínico

Alimentos que devem ser evitados: carnes em conserva, fígado, rim, queijo, manteiga, vegetais enlatados,
pães, biscoitos para cães, petiscos

SUPLEMENTAÇÃO COM L-CARTIRINA


Denominação química: beta-hidroxi-gama-n-trimetilamonio butirato)
Ação: l-cartirina faz a beta-oxidação dos ácidos graxos, gerando energia
MDC : defeitos de transporte da l-cartirina na membrana celular
Recomendado para todos os cães com MDC
Efeitos colaterais da suplementação com l-cartinina: diarréia leve

SUPLEMENTAÇÃO COM TAURINA


Função da taurina: funcionamento normal das estruturas normais do miocárdio e retina. Deficiência de
taurina causa miocardiopatia em felinos
Causas de deficiência de taurina: felinos alimentados com rações caninas, caseína purificada, dietas
vegetais e rações deficiêntes.
Tempo de suplementação de Taurina: 12 a 16 semanas

DIURÉTICO

Finalidade do diurético: diminuir o volume circulante, combater retenção de água e sódio e reduzir o
edema e congestão.
Agentes diuréticos: diuréticos da alça (FUROSEMIDA); tiazidas (HIDROCORTIAZIDA E
CLORTALIDONA) e antagonistas da aldosterona (ESPIRONOLACTONA).

DIGITÁLICO

Finalidade do digitálico: diminuir o volume circulante, combater retenção de água e sódio e reduzir o
edema e congestão
Agentes digitálicos: digoxina (DIGOXINA, LANOXIN); digitoxina (DIGITALINE, DIGITOXINA)

Obs: Cães DOBERMANN exigem um esquema terapêutico diferenciado, pois são mais susceptíveis a
intoxicação.
• Margem de segurança pequena.
• A dosagem geralmente precisa ser ajustada pela dosagem sérica de digitálico
• Pacientes com concentrações séricas adequados, mas sintomáticos – aumentar a dose em 30%
e avaliar.
Contra-indicações dos digitálicos:
Animais com doença pericárdica
Miocardiopatia hipertrófica
Estenose aórtica
Arritmias ventriculares graves (fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, exceto quando
acompanhadas de ICC)
Gestante, Lactentes, Idosos (cautela)
Efeitos colaterais mais comuns dos digitálicos (Possuem baixo índice terapêutico)
Anorexia, Náusea, Vômito, Diarréia. Arritmias (bloqueio átrio-ventricular, taquicardia, bigeminismo
ventricular, fibrilação atrial), Bradicardia sinusal

Fatores que predispõem a intoxicação por digoxina ( digitálico):


Insuficiência renal
Hipotireioidismo e hipertireoidismo
Pacientes geriátricos ou caquéticos
Alterações séricas de potássio (hipocalemia - anorexia, diarréia, queimaduras), cálcio (hipercalemia ),
sódio (hipernatremia).

Tratamento da intoxicação por digitálico:


Eletrocardiograma
Interrupção do medicamento ( 48 hs)
Fazer a dosagem sérica de digitálico
Reiniciar o uso do digitálico (50% da dose)
Fazer a dosagem sérica de potássio
Arritmias (Difenilhidantoína – HIDANTAL ou lidocaína)

DILATADORES
Finalidade dos dilatadores: diminuir vasoconstrição e diminuir a atuação do sistema renina-
angiotensina
Agentes dilatadores : Inibidores da eca – Captopril, Enalapril, Benazepril, Lisinopril.
Outros vasodilatadores: Verapamil (necessidade de aumentar a dose)
Diltiazem (exacerbam os efeitos vagais)

Fármacos que diminuem a progressão da insuficiência cardíaca:


 Inibidores da ECA – aumento da expectativa de vida no cão pp, aqueles com cardiomiopatia
dilatada e endocardiose mitral.
 Classe funcional I – duvidoso
 Uso de beta bloqueadores
 Uso de espironolactona

AFECÇÕES CARDÍACAS MAIS COMUNS E TRATAMENTOS

ENDOCARDIOSE DE MITRAL
 FASE I: educação do proprietário e inibidores da ECA (cardiomegalia moderada a grave)
 FASE II: 4 Ds
 FASE III: 4 Ds + hidralazina e talvez + espironolactona
Pacientes graves deverão ser hospitalizados e introduzir oxigenioterapia e nitroglicerina

ENDOCARDIOSE BACTERIANA
 Antibioticoterapia – cultura e antibiograma
 Antibióticos devem ser administrados por via venosa
 Se houver ICC – 4 Ds + analgésicos (alterações articulares graves), antiarrítmicos, etc.
 Hidratação e suporte nutricional
Cuidado com o uso concomitante de AAS e digitálico

MIOCARDIOPATIA DILATADA CANINA


 FASE I: educação do proprietário, digitálico e inibidores da ECA, suplementação com taurina ou com
l-carnitina
 FASE II: 4 Ds, suplementação com taurina ou l-carnitina e beta bloqueadores (dose baixa)
 FASE III: Esquema anterior + hidralazina e talvez + espironolactona
Pacientes graves deverão ser hospitalizados e introduzir oxigenioterapia, nitroglicerina e inotrópicos
endovenosos (dobutamina, isoproterenol, etc)

MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA FELINA


 FASE I: Diltiazem ou beta bloqueador (atenolol)
 FASE II: Esquema anterior + diurético (furosemida) inibidor da ECA e aspirina
 FASE III: Furosemida, diltiazem, oxigenioterapia, nitroclicerina, inibidor da ECA, aspirina e
toracocentese
ARRITMIAS MAIS FREQÜÊNTES E TRATAMENTO

Freqüência cardiaca normal:


• CÃO – ADULTO (70-160 bpm);
RAÇAS TOY (ACIMA DE 180 bpm);
FILHOTES (ACIMA DE 220 bpm)
• GATO – 160- 240 bpm
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BRADICARDIA SINUSAL

cão (< 20 kg) = < 70 bpm


cão (> 20 kg) = < 60 bpm
gato = < 100 bpm

 Tratar a causa primária (hipotireoidismo, hipercalcemia, hipotermia, hipoglicemia, doenças


respiratórias, irritação gástrica)
 Atropina ou isoproterenol

BLOQUEIO AV DE PRIMEIRO GRAU

Etiologia : Idade, Drogas (digitálicos, xilazina, beta-bloqueadores, Verapamil e diltiazen, procainamida,


quinidina e anestésicos) doença orgânica do nódo AV e sistema de condução ventricular)
Tratamento: ATROPINA OU GLICOPIRROLATO

BLOQUEIO AV DE SEGUNDO GRAU – MOBITZ 1

OBSERVE: prolongamento progressivo do intervalo P-R até que uma onda p não seja conduzida

ETIOLOGIA : tônus vagal alto ou distúrbios do nodo AV (ENDOCARDITE BACTERIANA,


MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA, MIOCARDITE, etc)

FIBRILAÇÃO VENTRICULAR

Tratamento de Fibrilação ventricular:


 Ressuscitação
 Desfibrilação
 Adrenalina
 Bicarbonato de sódio ( no final)
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BLOQUEIO AV DE TERCEIRO GRAU

ETIOLOGIA: geralmente é evolução do bloqueio AV segundo grau Mobitz 2


TRATAMENTO DO BLOQUEIO AV DE SEGUNDO E TERCEIRO GRAU
Atropina ou glicopirrolato;Tratar doença subjacente.
Se for eficaz, tentar terapia com anticolonérgico oral.
Se for ineficaz, tratar com isoproterenol ou dopamina ou terbutalina. E fazer implantação de
marcapasso.

TAQUICARDIA SINUSAL
CÃO (<20 kg) : 180 bpm
CÃO (20 kg) : 160 bpm
FILHOTES : 220 bpm
GATO: 240 bpm

ETIOLOGIA da taquicardia sinusal: Resposta normal ao exercício, dor ou ativação simpática, febre,
anemia, hipertireoidismo, excitação, etc.
Tratamento de taquicardia sinusal: fazer tratamento da causa primária

TAQUICARDIA VENTRICULAR
ETIOLOGIA: insuficiência cardíaca cronica, miocardiopatia, miocardite, pericardite, doença valvular
degenerativa com fibrose miocárdica, isquemia, traumatismo, neoplasia cardíaca, dirofilariose, doenças
cardíacas congênitas, drogas (digitálicos, simpatomiméticos, tranquilizantes, anticolinérgicos e
antiarrítmicos.

Tratamento de Taquicardia Ventricular: para diminuir instabilidade hemodinâmica e/ou elétrica


• Lidocaína ou procainamida (emergência)
• Paciente estável antiarrítmico
• Lidocaína ou procainamida
• Bloqueador beta
• Verapamil ou diltiazem
Tratar com Propranolol, Metoprolol, Atenolol, Diltiazem, Cardizem.

FIBRILAÇÃO ATRIAL

ETIOLOGIA OU FATORES PREDISPONENTES DE FIBRILAÇÃO ATRIAL : miocardiopatia dilatada,


doença degenerativa crônica da válvula AV, malformachões congênitas, miocardiopatia hipertrófica em
gatos, etc.
Tratamento de fibrilação atrial:
 Digitálico (20 % dos casos)
 Diltiazen (Calcium channel blocker)
 Beta-bloqueador (atenolol ou propranolol)

EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIARRÍTMICOS


 PROCAINAMIDA – bloqueio cardíaco, prolongamento do complexo QRS, anorexia, naúsea, vômito,
hipotensão.
 LIDOCAÍNA – raros - Depressão, ataxia, náuseas, vômitos, tremores musculares e convulsões.
 PROPRANOLOL – bradicardia, bloqueio AV, dificuldade respiratória, IC, distúrbios gastrointestinais,
fraqueza, alterações visuais, trombocitopenia, hipoglicemia (taquiarritmias e hipertensão – suspensão
abrupta)
• DILTIAZEM – Distúrbios gastrointestinais, hipotensão, bloqueio AV, arritmias, retenção urinária,
erupções cutâneas, SNC.
• ATROPINA – dose-dependente (boca seca, disfagia, constipação, midríase, fotofobia, vômito, sede,
retenção urinária, ataxia, depressão respiratória, convulsão, taquicardia sinusal (alta dose)
bradicardia (baixas doses), hipertensão/hipotensão, arritmia, insuficiência circulatória

PARADA CARDÍACA E RESSUSCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA


Procedimentos básicos recomendados para a ressucitação cárdio-respiratória
 Massagem cardíaca externa
 Ventilação pulmonar
 Expandir volemia
 Estabelecer diagnóstico diferencial entre parada cardíaca e fibrilação ventricular

PROTOCOLO DE RESSUCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA NA VIGÊNCIA DE PARADA CARDÍACA


 Medidas iniciais: massagem cardíaca externa, ventilação pulmonar expansão da volemia

 Segundo passo: adrenalina 1:10.000


 Terceiro passo: combate da acidose (bicarbonato de sódio)
 Resposta negativa: cloreto de cálcio 10%
 Resposta positiva isoproterenol em glicose 5% ou dopamina
Batimentos cardíacos normais com pulso fraco e oligúria: Dopamina em ringer lactato

PROTOCOLO DE RESSUCITAÇÃO CARDIO-RESPIRATÓRIA NA VIGÊNCIA DE FIBRILAÇÃO


VENTRICULAR
 Medidas iniciais: massagem cardíaca externa, ventilação pulmonar expansão da volemia

 Segundo passo: cardioversão externa


 Resposta negativa: adrenalina, combate da acidose, cardioversão externa
 Resposta negativa: administração intracardíaca de lidocaína
 Resposta positiva e pulso fraco: Dopamina em ringer lactato

Tratamento após a ressuscitação do paciente com parada cardio-respiratória


 Dexametazona
 Sulfato de atropina ou dobutamina
 Lidocaína
 Adrenalina ou noradrenalina
 Bicarbonato de sódio
 Tiopental

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