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LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Disciplina: Fundamentos e Métodos do Ensino de Língua Portuguesa e Matemática


Tutor: Alessandra Corrêa Farago RA: 8088640
Aluno(a): Rebeca Priscila Nascimento Souza Silva Turma: DGPED1901SNPA2O
Unidade: Sinop/MT

Atividade:
Faça a leitura do artigo “Psicogênese da Língua Escrita”, de Onaide Mendonça e, depois,
escreva um texto crítico e reflexivo a respeito das contribuições, dos equívocos e as
consequências geradas pela má interpretação da psicogênese da língua escrita para o trabalho
pedagógico de alfabetização.

Psicogênese da Língua Escrita: equívocos e consequências

Os autores do texto em estudo “Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos


e consequências para a alfabetização” descrevem a Psicogênese da língua escrita como a teoria
de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, psicolinguistas argentinas que investigaram o processo de
aquisição do conhecimento, partindo do pressuposto que este se baseia na atividade do sujeito
com o objeto de conhecimento. Elas demonstraram que antes de chegar a escola a criança já
tem ideias e hipóteses sobre o código de escrita. E descrevem os níveis linguísticos que a criança
passa até a aquisição dos conceitos e das habilidades de ler e escrever.
Sabendo que a aquisição da língua escrita se dá através de um percurso separado em
níveis, é possível saber em que fase de se alfabetizar está a criança e qual o próximo nível,
cabendo, assim, ao professor propor estratégias e atividades que ajudem a criança a passar de
nível até se apropriar do código escrito.
Contudo essa teoria não apresenta um método a ser colocado em prática, o que pode ter
acarretando vários equívocos de interpretação que foram descritos por Mendonça (2011): a
utilização de materiais diversos que nem sempre fazem parte do cotidiano da criança e que não
são significativos para ela, ou utilizando uma metodologia tradicional como recortes; a
silabação colocada antes do nível silábico, ou a exclusão da silabação na busca por combater
atividades mecanicistas.
Através dos equívocos descritos é possível perceber a preocupação em deixar um
método tecnicista que tem como base a cartilha e criar um método que tem como base a própria
criança e assim é individual. O trabalho de Ferreiro & Teberosky evidencia a trajetória que a
criança passa até sua alfabetização e não induz um método nem exclui outro, mas sim as
atividades reprodutivas as quais não trazem significados para as crianças.
Mendonça (2011) aponta inúmeras consequências, fruto dos equívocos de interpretação
da teoria de Ferreiro & Teberosky, sendo essas consequências:
 Confusão de interpretação entre letramento e alfabetização;
 Utilização de textos voltados para as crianças, mas que nem sempre são de seu interesse
ou fazem parte de sua realidade;
 O aluno aprende por meio da repetição: repetir uma história, reescrever, copiar;
 Não precisa ensinar a criança aprende sozinha; Escreva do seu jeito;
 O professor não pode corrigir o aluno;
 Saltar os níveis linguísticos;
 Preconceito contra a sílaba;
Ao observarmos essas consequências podemos perceber que o professor tem muita
dificuldade para realizar seu trabalho porque não ficou claro como realizar o trabalho de
alfabetização: o que fazer se o aluno não se apropriou das sílabas ou ainda não compreende
como a sonorização é representada pelas letras, quais estratégias podem ser desenvolvidas em
cada nível linguístico, e também como tornar a aprendizagem significativa para um número
relativamente grande de alunos, e ao mesmo tempo, e em pouco tempo de aula. Além disso,
muitas vezes o professor pode até ter uma ideia de como desenvolver um trabalho no nível
silábico, por exemplo, mas suas ações estão limitadas pelas orientações pedagógicas que o
induzem a trabalhar dessa forma e não dessa.
A dificuldade é como alfabetizar, como corrigir os fracassos na aprendizagem de leitura
e escrita, como tornar esse processo significativo e contextualizado, como e quando intervir
para o aluno alcançar o próximo nível (agora que sabemos como se dá o processo de aquisição
da língua escrita), como desenvolver um trabalho pedagógico que atenda a uma turma que
possui alunos em diferentes níveis linguísticos.
Acredito que muitas vezes há, também, um equívoco de interpretação até da proposta
repassada aos professores, já ouvi uma coordenadora reprimir uma professora por suas ações
não estarem de acordo com as orientações pedagógicas, desconsiderando os objetivos da
professora bem como a maneira como estava desenvolvendo sua proposta, mas agora que tive
contato com tantos materiais sobre a psicogênese da língua escrita, acredito que houve uma má
interpretação das orientações pedagógicas repassadas em reuniões, que gerou o preconceito da
coordenadora com um material especifico.
Considero que um professor que tem suas ações restritas fica muitas vezes sem saída e
sem ideias sobre como agir e com medo de ser reprimido, bem como desmotivado, pois vê seus
alunos não progredirem e sabe que não pode silabar (como visto no texto) ou não pode dar ao
aluno tal material, pois ele faz parte da metodologia antiga e deve ser abolido, mesmo que
trabalhado de maneira diferente. Há muitas interpretações e nem todas trazem um norte para o
professor que acaba por ter muita coisa para fazer e muito pouca noção de como fazer.
Gosto da fala de Mendonça (2011): “antes tínhamos um método sem teoria, agora temos
a teoria mas não um método […] o ideal é ter um método baseado em uma teoria”. Essa frase
simplifica as dificuldades dos professores e aponta para onde os estudiosos devem conduzir
seus estudos: elaborar um método que possibilite a aquisição do código escrito voltado para
cada nível linguístico, bem como ações norteadoras do trabalho pedagógico possibilitando
ações em salas heterogêneas onde há alunos em diferentes níveis.

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