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Fórceps 01
Fórceps 150
Fórceps 151
Fórceps 16
Fórceps 17
Fórceps 69
Fórceps 65
Fórceps 18L
Fórceps 18R
Os princípios gerais do preparo cavitário proposto por Black, demostram
uma sequência lógica de procedimentos para a realização destas cavidades.
Estes são os seguintes tempos operatórios:
- Abertura,
- Forma de contorno,
- Remoção de dentina cariada,
- Forma de resistência,
- Forma de retenção,
- Forma de conveniência,
- Acabamento das paredes de esmalte,
- Limpeza da cavidade.
A abertura consiste na remoção do esmalte sem apoio dentinário, com a
finalidade de expor o processo patológico da lesão cariosa, facilitando sua
visualização e, dessa forma, permitir a instrumentação das fases
subsequentes. Existem situações, na grande maioria dos casos clínicos, em
que a cavidade já se encontra totalmente aberta, restando apenas, restando
apenas a execução das demais etapas dos preparos cavitários, ou seja,
remover o tecido cariado, definir o contorno, a forma de resistência, retenção e
conveniência, dar o acabamento das paredes cavitárias, limpar o preparo e
executar a restauração. A execução da abertura é feita com instrumentos
rotatórios em alta velocidade, com diferentes formatos e tamanhos que irão
variar de acordo com vários fatores, tais como: o dente em questão, tamanho
da lesão e o material restaurador selecionado.
A forma de contorno é a etapa do preparo cavitário que consiste em
determinar seu formato, os limites ou o desenho da cavidade. A forma da
cavidade irá variar de acordo com uma série de fatores que devem ser
previamente avaliados tais como: a anatomia do dente, a extensão da lesão, a
oclusão com o dente antagonista, o risco de cárie do paciente e o tipo de
material restaurador selecionado. Os conceitos de forma de contorno
formulados por Black, no início do século, levaram em consideração mais as
questões mecânicas do que as biológicas, provavelmente devido a limitação
dos materiais e instrumentais, bem como o conhecimento científico a respeito
da doença cárie existente na época. Acreditava-se que a estrutura dental não
precisava ser preservada como é atualmente; porém alguns princípios básicos
podem ainda ser considerados quanto à determinação da forma de contorno da
cavidade: todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido; as margens
do preparo devem localizar-se em área de “relativa imunidade à cárie” e
possibilitar um correto acabamento das margens da restauração; deve ser
avaliado o risco de cárie dos pacientes; devem ser observadas as diferenças
de procedimentos operatórios entre as cavidades de superfícies lisas e as
cavidades de cicatrículas e fissuras. A forma de contorno, segundo Black,
deveria englobar todas as cicatrículas, fissuras, sulcos muito profundos, com o
intuito de evitar a recidiva de cárie; portanto era a extensão para a prevenção.
Atualmente, com o conhecimento técnico e científico a respeito da doença
cárie, o preparo cavitário limita-se a englobar os tecidos comprometidos, sem
a necessidade da extensão preventiva, respeitando-se as estruturas de reforço
dos dentes tais como: pontes de esmalte, vertentes e cúspides. Todo esmalte
que estiver sem suporte dentinário deverá ser removido, devido as
características físicas e químicas desse tecido que é altamente friável,
necessitando de suporte para resistir aos esforços mastigatórios. Esse suporte
é dado pela presença de dentina e materiais restauradores adesivos que
funcional como uma dentina artificial (exemplo: resina composta ou cimento de
ionômero de vidro). As margens da cavidade devem estar longe das áreas de
contato, de preferência localizadas em estrutura dentinária sadia, mas se não
for possível, o ponto de oclusão deve estar totalmente no material restaurador
e não na interface entre material restaurador e estrutura dentária. Em regiões
de cicatrículas e fissura, a propagação da cárie se dá como dois cones
superpostos pela base na junção amelodentinária, sendo a propagação da
cárie mais em profundidade do que em extensão; portanto a forma de contorno
deve englobar tanto a extensão superficial da cárie como sua propagação ao
longo dessa junção. A propagação da cárie em superfícies lisas se dá como
dois cones superpostos ápice contra base na junção amelodentinária e deve
ser totalmente englobada no contorno da cavidade; porém a cárie compromete
a superfície lisa mais em extensão do que em profundidade.
A remoção da dentina cariada visa remover toda a dentina que se
encontra desmineralizada e infectada. Dorfmann et al,, mostraram que a
dentina cariada é um tecido multicomposicional no qual encontramos além de
cálcio e colágeno desorganizados, uma grande quantidade de microrganismos.
Histologicamente, uma cavidade de cárie pode ser dividica em três zonas
distintas: a 1ª zona é altamente desorganizada e infectada, rica em
microrganismos e desorganizada de modo irreversível; a 2ª zona ou zona
intermediária, pode apresentar as mesmas características da 1ª zona, porém,
na sua porção mais profunda pode estar pouco afetada e ser possível sua
manutenção; a 3ª zona é quase sempre somente amolecida ou
desmineralizada pela ação dos ácidos produzidos por microrganismos das
camadas anteriores e esta dentina é passível de remineralização quando
tratada adequadamente. Em 1979, Fusayama & Therashima introduziram na
Odontologia um corante orgânico capaz de identificar as camadas de
Dorfmann, indicando assim, qual dentina deveria ser removida, mantendo na
cavidade somente a dentina desmineralizada reversível. Este corante orgânico
é composto por 0,5 ml de fucsina básica em 100 ml de propileno glicol,
aplicado sobre a dentina cariada por período de tempo entre 8 a 10 segundos,
lavando-a posteriormente. O local corado em vermelho indica a dentina
desmineralizada e infectado. A aplicação deste corante deve ocorrer tantas
vezes quantas forem necessárias durante a remoção da dentina cariada, até
que não fique nenhuma porção corada, em vermelho. A dentina apenas
desorganizada ou afetada, que não corou, deve permanecer e ser
adequadamente tratada, tornando-se um excelente meio de proteção ao órgão
pulpar. A remoção da dentina cariada é executada através do uso de
instrumentos manuais, do tipo curetas ou colheres de dentina bem afiadas e de
tamanho proporcional à lesão de cárie, no entanto, quando a dentina estiver
resistente à estes instrumentos, deve se utilizar fresas esféricas lisas em baixa
rotação.
Forma de resistência é a forma dada a cavidade de modo que, tanto o
dente como o material restaurador, resistam aos esforços mastigatórios e às
alterações volumétricas frente às variações térmicas. A forma de resistência de
cavidades para amálgama é dada por preparos em forma de caixa, com
ângulos diedros externos retos e definidos, ou seja, sem bisel. Também deve
oferecer uma espessura no mínimo de 2 milímetros de material em áreas de
esforços oclusais, pois o amálgama é quebradiço e pode se fraturar quando
confeccionado em camadas finas. É importante ressaltar que a forma de
resistência é diretamente proporcional à espessura do material restaurador.
Segundo Black, a forma de resistência estava fundamentada em princípios
mecânicos, tais como: todo esmalte sem suporte dentinário deve ser removido;
paredes circundantes paralelas entre si; parede gengival perpendicular ao
longo eixo do dente e paralela a parede pulpar; ângulos diedros e triedros
vivos; ângulo áxio-pulpar arredondado e na sua ausência, o mesmo deveria ser
reconstruído em
cimento; abertura vestíbulo-lingual igual a 1/3 da distância intercuspídea.
Atualmente de acordo com Mondelli, as paredes circundantes paralelas entre si
proporcionam bordas de restauração de espessura insuficiente para suportar
as cargas mastigatórias, devendo-
se, principalmente, no caso de dentes com inclinação acentuada das vertentes
cuspídeas,confeccionar paredes circundantes convergentes para oclusal. O
ângulo cavo superficial das cavidades para amálgama ideal deve ser de 90°,
para compensar a baixa de resistência de borda desse material, contudo, nem
sempre a estrutura dentária permite essa angulação sem solapar o esmalte das
vertentes cuspídeas, sendo por isso aceitável margem de pelo menos 70°. O
esmalte sempre deverá estar apoiado em dentina hígida, ou suportada por
materiais adesivos (resinas compostas e cimentos de ionômero de vidro) ou
ainda devem ser rebaixadas e protegidas com o material restaurador que
possua propriedades mecânicas satisfatórias para esses casos. As paredes V
e L das caixas proximais devem ser convergentes para oclusal pois além de
proporcionar uma auto-retentividade, também preserva maior quantidade de
tecido da crista marginal expondo em menor grau a restauração às forças
mastigatórias nessa região. Mondelli propôs uma cavidade com todas as
paredes convergentes para oclusal e ângulos internos arredondados, com a
abertura vestíbulo-lingual a menor possível, em torno de 1/4 da distância
intercuspídea, mantendo ao máximo as estruturas de reforço, tais como, cristas
e vertentes de cúspide. Este parece ser a mais conservadora de todas as
cavidades para amálgama e que abriga vários novos fundamentos em termos
de princípios gerais de preparo cavitário.
A forma de retenção é a forma dada a cavidade com a finalidade de
evitar o deslocamento das restaurações, sob ação dos esforços mastigatórios,
pelas alterações dimensionais térmicas, e de alimentos pegajosos. Esta forma
é conseguida através de alguns embricamentos mecânicos entre a parede
cavitária e material restaurador. Como o amálgama é plástico, no momento de
sua condensação, o mesmo se adapta muito bem às paredes cavitárias. Para
obter forma retentiva, poderão ser criadas retenções internas em dentina e
associá-las a convergência das paredes laterais do preparo no sentido cérvico-
oclusal. A forma de retenção pode ser: friccional : dada pelo atrito do material
restaurador às paredes cavitárias; química : através de condicionamento ácido
associado à adesivos dentinários; retenções mecânicas adicionais : através da
confecção de sulcos, canaletas, orifícios, pinos, etc. Segundo Black, em
cavidades de classe I para amálgama, se a profundidade for maior ou igual à
sua largura vestíbulo-lingual, ela será por si só auto-retentiva. Entretanto, se
isso não for constatado, retenções adicionais deverão ser executadas no
ângulo formado nas bases das cúspides vestibular e lingual, ou tornar as
paredes mesial e distal ou vestibular e lingual, convergentes para a oclusal. No
caso de cavidades em superfícies lisas a serem restauradas com amálgama,
essas retenções devem ser realizadas em dentina, no ângulo formado junto às
paredes oclusal e gengival. Em Cavidades Compostas e Complexas, além das
retenções individuais de cada caixa, existe uma interdependência entre elas,
assim a retenção neste local é mais crítica e geralmente podem ser utilizadas
outras formas associadas de retenção, para garantir que não ocorra o
deslocamento da restauração. Entre elas podemos citar: o uso de pinos
cimentados intracanal caso o dente seja tratado endodonticamente; pinos
rosqueados em dentina; adesivos odontológicos, onde podemos destacar como
forma de adesão, os novos agentes de união à dentina, com destaque especial
àqueles que produzem hibridização dentinária.
A forma de conveniência é a característica que se deve dar ao preparo
cavitário a fim de facilitar o acesso, a conformação e a instrumentação da
cavidade. Estes procedimentos se relacionam com as características
específicas do material restaurador selecionado, por exemplo: afastamento
mecânico dos dentes, isolamento absoluto, afastamento gengival, etc.
Antigamente, diante de uma cárie estritamente proximal com a presença dos
dentes vizinhos, a forma de conveniência seria a abertura por oclusal para ter
acesso à lesão, o que implicava no desgaste ou remoção de estrutura dental
sadia e de reforço, por exemplo, a crista marginal. Atualmente foram propostos
novos desenhos cavitários com acesso menos invasivos.
O acabamento das paredes de esmalte consiste em remover as
irregularidades das paredes e do ângulo cavo-superficial, onde se remove
prismas de esmalte sem suporte dentinário, com o objetivo de promover uma
melhor adaptação entre o material restaurador e as paredes cavitárias, e como
consequência, um melhor vedamento marginal. Em cavidades onde o material
restaurador selecionado for o amálgama, nunca se deve deixar parede de
esmalte (que é friável) sem apoio de dentina, pois este material quando
submetido às variações térmicas se contrai e se expande mais que o esmalte.
Portanto, se este estiver sem suporte, irá inevitavelmente fraturar com a
incidência de forças mastigatórias projetadas sobre esta região. Com o advento
da técnica de condicionamento ácido proposto, por Buonocore, e o
surgimento de materiais restauradores adesivos que possuem alterações
volumétricas emelhantes à da dentina, alguns autores sugerem que é possível
a manutenção de esmalte socavado, ou se ja, sem suporte dentinário. Por
outro lado alguns pesquisadores aventam a hipótese do uso do ionômero de
vidro como material de reforço. Desta forma, em cavidades extensas com
esmalte socavado, a serem restauradas com amálgama, podemos optar pela
técnica da conservação de esmalte através do uso de materiais adesivos que
funcionam como uma "dentina artificial", pois sabemos que nenhum material é
capaz de reproduzir as características de lisura e translucidez do esmalte. É
evidente que quando o material restaurador for a resina composta ou o
ionômero de vidro, este detalhe será englobado no próprio momento da
confecção da restauração.
A limpeza da cavidade é o último princípio a ser observado que consiste
no uso de diferentes substâncias, remover resíduos do preparo cavitário
previamente à colocação do material de proteção e restauração. Black, advoga
que nenhum dente deveria ser restaurado sem estar devidamente limpo e
seco. Ao se concluir um preparo cavitário existe a deposição de uma camada
de resíduos de esmalte, dentina, sangue, óleo que associados resultam no
barro dentinário, ou lama dentinária ou "smear layer". Essa camada está
levemente aderida à dentina e possui uma espessura que pode variar de 1 a 5
micrômetrosem função do tipo de refrigeração, do tamanho e forma da
cavidade. A partir do momento em que estudos, demonstraram o significado
clínico da lama dentinária, muitos pesquisadores procuraram decifrar qual seria
a solução para limpeza da cavidade que melhor se comportaria sob o ponto de
vista mecânico e biológico. Sem dúvida, a limpeza da cavidade é de
fundamental importância pois aumenta a adaptação dos materiais
restauradores às paredes cavitárias, melhorando em última análise, o
vedamento marginal. O que é bastante discutido é o tipo de “smear layer".
Alguns autores recomendam a remoção parcial, ou a remoção total e outro
ainda o tratamento ou modificação dessa camada, variando em função da
vitalidade do complexo dentina-polpa e da restauração a ser utilizado tipo de
material de proteção e/ou restauração a ser realizada. A limpeza da cavidade é
essencial e indispensável para um melhor vedamento marginal e
consequentemente redução da infiltração marginal o que influencia diretamente
no sucesso da restauração.
Na Odontologia o conhecimento da nomenclatura das cavidades é
fundamental para a compreensão do preparo da cavidade. A Dentística
Restauradora é a área da Odontologia que trata da recuperação dos dentes
com alteração morfológica, estética e funcional.
A denominação das faces pode ser abreviada com as letras iniciais de cada
uma sem pontuação:
O- Oclusal
MO- Mésio-oclusal
MOD- Mésio-ocluso-distal
Ângulos diedros são formados pela união de duas paredes de uma cavidade e
denominados segundo a combinação de seus respectivos nomes.
De acordo com Black, serão ângulos diedros do primeiro grupo, quando
formados por paredes circundantes, serão ângulos diedros do segundo quando
formados por uma parede circundante e uma parede do fundo da cavidade, e
serão ângulos diedros do terceiro grupo quando formados pela união das
paredes de fundo da cavidade.
Ângulos triedros são formados pelo encontro de 3 paredes e denominados de
acordo com suas respectivas combinações.
Ângulo cavo superficial é o ângulo formado pela junção das paredes da
cavidade com a superfície externa do dente. É também conhecido como
margem. Embora esse termo seja indicado para designar a linha de união da
superfície do dente com a borda do material restaurador colocado na cavidade.
CLASSIFICAÇÃO DE BLACK
Classe III: Cavidades nas faces proximais dos incisivos e caninos, sem
remoção do ângulo incisal.
Classe IV: Cavidades nas faces proximais dos incisivos e caninos, com
remoção e restauração do ângulo incisal.
CIMENTOS ODONTOLÓGICOS
Vantagens :
•Liberação de flúor
•Biocompatibilidade
•Facilidade na reincorporação de flúor através dos dentifrícios
•Adesividade efetiva às estruturas dentárias
Desvantagens:
•Solubilidade no meio bucal
•Baixas propriedades mecânicas
•Técnica muito sensível
Neste cimento, a água é o meio de transporte de íons, incluindo o flúor. Seu
coeficiente de expansão térmica é semelhante ao da dentina, o que faz dele
um bom cimento para forros e bases.
Qual melhor cimento para ser usado em crianças e pacientes que tem
recorrência de carie frequente?
R: O ionômero de vidro, pois esse cimento libera flúor e tem a vantagem de
paralisar e prevenir cáries recorrentes.
Um paciente chega em seu consultório com uma cárie que atinge a polpa e se
queixa de muita dor, qual melhor cimento a ser usado neste caso?
R: O OZE como base ou forro, pois ele em efeito sedativo para a polpa.
Hidróxido de Cálcio:
•É o principal material usado para forramento cavitário
•Usado como cimento para base
•Neutraliza ácidos que migram para polpa, por ser básico
•Induz a formação de dentina reparadora
•Ótimo antibactericida
Observação: Também é utilizado para a cimentação provisória de próteses
fixas.
Paciente chega em seu consultório com uma cavidade profunda, qual melhor
cimento a ser usado nesse caso?
R: Hidróxido de cálcio, pois ele induz a formação de dentina terciária
reparadora.
Quanto ao escoamento:
Alto escoamento (flow) – apresentam alto escoamento e são denominadas tipo
flow. Possuem uma menor quantidade de carga e alta fluidez. O uso de
ponteiras adaptadas às seringas desses compósitos permite sua aplicação nas
cavidades.
Médio escoamento: são as resinas compostas microhíbridas e
microparticuladas que são inseridas nas cavidades com auxílio de espátulas.
Baixo escoamento (condensáveis) – apresentam como principal característica
uma resistência ao escoamento, mesmo com a ação de um condensador. Na
realidade, possuem uma maior resistência ao escoamento e mantêm a forma
por algum tempo após a inserção na cavidade antes da fotopolimerização.
SENSIBILIDADE DENTINÁRIA
Profundidade da cavidade:
Quanto mais rasa a cavidade preparada, maior quantidade de dentina
remanescente haverá entre a parede pulpar do preparo e o teto da câmara
pulpar. Esta espessura pode variar entre 3,0 e 5,0mm. Em cavidades rasas e
médias há a manutenção do número de odontoblastos, pois estes sofrem
mínima injúria durante o preparo e, pela quantidade considerável de espessura
dentinária, mínima ou nenhuma difusão de produtos tóxicos ocorre em direção
à polpa dental. Em cavidades profundas ou muito profundas observa-se que a
espessura do remanescente dentinário é mínima, variando de 0,5 a 0,01mm.
Nestas condições, a redução do número de odontoblastos pode chegar a
aproximadamente 41% pela injúria sofrida durante preparo e pela difusão direta
de produtos tóxicos em direção à polpa. Quanto maior o número de
odontoblastos, maior será a capacidade de recuperação da polpa e produção
de dentina reacional ou reparadora. Já as exposições pulpares exibem o grau
máximo de injúria dos odontoblastos podendo reduzir o número destas células
a 100%. Materiais protetores e indutores da formação de ponte dentinária
devem ser escolhidos conforme idade do dente e capacidade metabólica da
polpa em questão.
Permeabilidade dentinária:
Sabe-se que a dentina é um tecido heterogêneo. Os túbulos dentinários são
encontrados em toda a sua extensão, da câmara pulpar à junção amelo-
dentinária. Estima-se que haja em média 50.000 túbulos por mm2 próximo à
polpa, 30.000 túbulos por mm2 no terço médio dentinário e 10.000 túbulos por
mm2 próximo à junção amelo-dentinária. O diâmetro dos túbulos diminui pela
deposição de minerais em sua periferia. Por este motivo os túbulos apresentam
cerca de 4 micrômetros de diâmetro próximo à superfície pulpar e 1 micrometro
em sua periferia. As paredes dos túbulos são limitadas pela dentina peritubular
enquanto a dentina localizada entre os túbulos é denominada intertubular.
Dentro dos túbulos dentinários existe o fluido dentinário, prolongamentos
odontoblásticos e terminações nervosas. A permeabilidade dentinária aumenta
com a proximidade pulpar, uma vez que nesta região os túbulos apresentam
maior diâmetro. Garberoglio & Brännströn (1976), observaram que a superfície
da dentina próximo à junção amelo-dentinária tem 1% de sua área composta
de canalículos dentinários; o meio da espessura da dentina, tem 10%, e
próximo à polpa, tem 45%. As implicações clínicas desse fato são que, quando
a dentina é removida, tanto mecanicamente pelo profissional como por
processos patológicos, a dentina remanescente torna-se mais permeável
porque apresenta canalículos com maior diâmetro, e a dentina torna-se mais
fina, aumentando, assim, a difusão. Desse modo, escavações necessárias na
dentina, aumentam o potencial de irritação da polpa por agentes químicos ou
bacterianos.
Outra variável importante que afeta a permeabilidade dentinária é a superfície
de área de dentina exposta. Pode-se exemplificar este fato comparando-se um
preparo para uma restauração de coroa total, que removerá maior quantidade
de esmalte e promoverá maior área de difusão, com uma pequena restauração
oclusal onde uma menor porção de esmalte é removida.
Idade do dente:
O dente jovem apresenta uma câmara pulpar ampla e com isso menor
espessura dentinária. O dente adulto, por outro lado, apresenta um menor
volume pulpar pela maior quantidade de dentina produzida por estímulos
fisiológicos ou por injúrias. A idade do dente deverá ser avaliada sempre antes
de qualquer procedimento de preparo cavitário para que se consiga diminuir o
risco de sensibilidade pós-operatória.
Materiais protetores:
Existem alguns materiais protetores do complexo dentino-pulpar utilizados
rotineiramente na clínica odontológica como o hidróxido de cálcio, o ionômero
de vidro e os sistemas adesivos a base de resina. Todos os materiais
protetores deveriam apresentar características ideais tais como: ser bactericida
e/ou bacteriostático; promover proteção contra estímulos térmicos e elétricos;
ser anódino; reduzir infiltração marginal; ser biocompatível; promover um
selamento dentinário eficaz; apresentar uma boa resistência mecânica e uma
boa compatibilidade com os sistemas restauradores e ser estético. Infelizmente
não existe um material protetor que apresente todas estas características.
Deve-se então adequar a indicação clínica do material com o que ele apresenta
de melhor em sua característica.
Procedimentos clínicos e a sensibilidade pós-operatória
Existem muitos procedimentos clínicos restauradores que podem vir a gerar
sensibilidade pós-operatória. Cabe ao profissional de odontologia saber quais
são os riscos e tentar trabalhar da maneira mais correta possível para que se
evite o aparecimento da sensibilidade após a manipulação do dente.
Preparo Cavitário:
O calor gerado pela fricção da broca durante o preparo do dente, o tipo e a
condição da broca selecionada para realizar o preparo, a velocidade
empregada para o corte, a refrigeração da ponta ativa da broca e, finalmente, o
tempo de duração do corte são fatores que, se não observados com cautela,
podem gerar sensibilidade pós-operatória. Alguns cuidados devem ser tomados
durante o procedimento de corte da estrutura dental, tais como: o uso limitado
de brocas para preparo e a verificação da concentricidade das canetas para
que não seja aplicada sobre o dente uma vibração excessiva. Atenta para o
fato de que quanto maior a velocidade de corte empregada, maior a produção
de calor. Conclui que a velocidade adequada seria aquela suficiente para cortar
o dente facilmente.
Procedimentos adesivos:
O tempo de aplicação do ácido fosfórico empregado como etapa na utilização
dos sistemas adesivos convencionais, bem como sua concentração podem
gerar sensibilidade pós-operatória. Uma vez colocado na superfície dentinária o
ácido causa diferença no gradiente de concentração e, por osmose, verifica-se
a saída do fluido dentinário do interior dos túbulos ativando as terminações
nervosas e provocando a sensação dolorosa. Após aplicação do ácido, deve-se
lavar abundantemente a superfície condicionada e remover o excesso de água
com bastante critério para que não haja ressecamento da dentina, fato este
que pode induzir também a saída do fluido dentinário. A aplicação dos agentes
adesivos também deve ser feita com cuidado para que se espere o tempo
necessário para evaporação do solvente presente na solução. O tempo de
espera varia entre as marcas comerciais e normalmente está presente na bula
do produto. Seguir o tempo recomendado pelo fabricante é a garantia de estar
executando o procedimento da forma mais segura possível. Estes solventes
juntamente com monômeros resinosos podem penetrar nos túbulos dentinários
e atingir a polpa, causando inflamação pulpar por serem substâncias
citotóxicas. Os adesivos autocondicionantes eliminam quase que totalmente a
sensibilidade pós-operatória, pois possuem um ácido fraco que se neutraliza
sem precisar ser removido com água. Nestes adesivos, à medida que há a
desmineralização da dentina pelo ácido fraco, há a impregnação das fibras
colágenas pela resina fluida não alterando o gradiente de concentração e,
portanto, não gerando fluxo de fluido dentinário.
Restaurações indiretas:
Além de todos os cuidados já citados que se deve ter em uma intervenção
restauradora, o dente que receberá restauração indireta precisará de uma
provisória para que esta consiga manter os contatos oclusais e proximais, além
de também servir como isolante térmico e elétrico, manter a saúde do
periodonto no término cervical do preparo e estar adequada estética e
funcionalmente. Na etapa de moldagem do preparo, deve-se ter cuidado para
não ressecar o dente durante os procedimentos de afastamento gengival e
moldagem, o que poderia levar a um quadro de sensibilidade pós-operatória.
Em cimentações de peças cerâmicas com cimentos resinosos, cuidado
redobrado deve-se ter para as etapas de condicionamento ácido e aplicação do
sistema adesivo no dente, tratamento interno da superfície cerâmica com ácido
hidrofluorídrico e silano. A sensibilidade pós-cimentação de coroas totais pode
ser atribuída à falha na obliteração dos canalículos dentinários após ataque
ácido total. É recomendável utilizar sistemas adesivos autocondicionantes
nestes casos.
Sensibilidade pós-clareamento
O clareamento dental é uma das técnicas mais executadas atualmente pelos
dentistas. A sensibilidade pós-clareamento apresenta maior incidência na
técnica de consultório uma vez que nesta são utilizados agentes clareadores
mais concentrados, como o peróxido de hidrogênio a 30 e 35%, e o peróxido
de carbamida a 22%, 35% e 37%. Sensibilidade também pode ser relatada em
pacientes que optam por realizar o clareamento caseiro supervisionado pelo
dentista. Normalmente os agentes clareadores utilizados nesta técnica são o
peróxido de carbamida a 10, 16 e 22% e o peróxido de hidrogênio de 1 a 10%.
Um dos efeitos colaterais do tratamento clareador pode envolver uma
sensibilidade às alterações térmicas. Desse modo, o clareamento está contra-
indicado para pacientes que apresentam sensibilidade térmica exacerbada,
dentes com comprometimento pulpar, lesões de erosão/abrasão e abfração e
pacientes com câmara pulpar ampla. Esta sensibilidade normalmente é
transitória e dura enquanto o tratamento estiver sendo executado. Ela é
atribuída ao fato de os clareadores "transitarem" com facilidade através do
esmalte dental. O uso de agentes dessensibilizantes como o nitrato de
potássio, oxalatos e fluoretos são eficazes na redução da sensibilidade e
devem ser utilizados sempre que o paciente relatar este incômodo. Existem
também no mercado pastas de dentes e enxaguatórios bucais que se propõem
a reduzir este tipo de sensibilidade.
Para finalizar, deve-se sempre ter em mente que o diagnóstico preciso da
sensibilidade pós-operatória é um desafio a ser alcançado. A sensibilidade de
dentes trincados não pode ser confundida com a sensibilidade pós-operatória.
Há atualmente grande incidência de dentes que exibem trincas, principalmente
aqueles que apresentam restaurações antigas de amálgama e outros trincados
por hábitos parafuncionais. Em ambos os casos, o dentista deverá estar apto a
fazer o diagnóstico correto e conter a propagação destas trincas com
restaurações indiretas que abracem as cúspides dos dentes.
Conclusões:
1- O conhecimento da natureza e fisiologia dos substratos, bem como dos
materiais utilizados, é indispensável para que se realize uma odontologia mais
científica do que artesanal, focada sempre no bem-estar do paciente;
2- Uma vez instalada a sensibilidade, devemos saber exatamente como
proceder, em cada caso em especial, para que possamos erradicar o
desconforto gerado de maneira segura;
3- Devemos avaliar com bastante cautela todos os procedimentos clínicos
realizados, de maneira que possamos reduzir o aparecimento da sensibilidade
pós-operatória.
COMPLEXO DENTINA-POLPA
POLPA
Os nervos da polpa foram de scritos por Raschkow em 1836. A polpa é
ricamente inervada por fibras mielinizadas e amielinizadas que penetram pelo
forame apical, ramificando-se principalmente nas áreas sub-odontoblástica,
coronária e cornos pulpares. Os nervos são as últimas estruturas a aparecerem
na polpa, e não são vistos até que considerável quantidade de dentina seja
formada. A inervação aumenta quando o dente erupciona. A predominância de
fibras amielinizadas ocorre na região próxima aos odontoblastos. Geralmente
as fibras nervosas acompanham os vasos sangüíneos. O primeiro molar
humano tem cerca de 400 axônios mielinizados e 1800 amielinizados entrando
pelo ápice. O número diminui com a idade. As fibras mielinizadas medem de 1-
4 μm de diâmetro e são estruturas especializadas na transmissão dolorosa
rápida, tendo baixo limiar. Devem participar da dor localizada e aguda. As
fibras amielinizadas são do tipo C e servem para transmissão de dor e função
simpática. A condução é lenta, e o limiar é alto. Devem participar da dor não
localizada e de menor intensidade. Os dentes decíduos têm aproximadamente
o mesmo número de fibras nervosas que os permanentes, mas o número
diminui significantemente após o início da reabsorção. A dor é difícil de ser
avaliada visto que os métodos são subjetivos, e as crianças reagem
diferentemente do adulto.
INERVAÇÃO DA DENTINA
A inervação da dentina e o mecanismo da transmissão da dor de dente
sempre foram assuntos
muito controvertidos.
TRANSMISSÃO DA DOR
A qualquer estímulo a polpa reage com dor. As sensações de pressão
são devidas ao periodonto. O mecanismo de transmissão da dor no complexo
polpa-dentina ainda é assunto de discussão. A dificuldade é de se explicar
como as fibrilas nervosas da polpa são estimuladas.
Teorias Hidrodinâmica: o rápido movimentos de fluidos no interior dos
canalículos resulta em distorção de terminações nervosas, iniciando um
impulso e a sensação de dor. Atualmente é a teoria mais aceita.
MODIFICAÇÕES ESTRUTURAIS DO COMPLEXO PULPO DENTINÁRIO
COM A IDADE:
As principais modificações do órgão dental são:
- esclerose dentinária
- dentina de reparação
- espessura da dentina
- diâmetro dos canalículos
Em relação ao dente “velho”, o “jovem” tem as seguintes características:
- cavidade pulpar ampla
- espessura delgada da dentina
- dentina ainda a ser formada
- polpa rica em células e substâncias fundamental
- grande capacidade de reparação
- canalículos amplos
- rica inervação e vascularização
Por estas características é mais fácil trepanar um dente “jovem”. Se a
polpa de um dente jovem
for retirada, a dentina que já é delgada, fica mais friável e mais susceptível a
fratura.
ESCLEROSE DENTINÁRIA
A esclerose dentinária é a calcificação dos canalículos dentinários, com
a dentina tornando-se nesta região menos permeável, vítrea e sem vitalidade.
A calcificação dos canalículos é contínua, fazendo parte da fisiologia pulpo-
dentinária. Este processo é acelerado frente a estímulos de baixa intensidade,
que não provocam necrose do prolongamento do odontoblasto. A esclerose da
dentina é freqüente na porção radicular de pessoas idosas.
DENTINA DE REPARAÇÃO
A dentina de reparação é formada na superfície interna da dentina,
quando há destruição, geralmente por cárie, da dentina superficial, sem
necrose dos odontoblastos. A dentina de reparação acompanha os canalículos
lesados, e a quantidade formada corresponde a que foi destruída. É menos
organizada e mais calcificada que a ortodentina, com canalículos tortuosos e
em menor número. A tendência é a dentina de reparação formar-se na mesma
quantidade em que houve destruição da ortodentina. Estima-se a dentina de
reparação é formada numa velocidade de 1.5 μm/dia, e portanto em 100 dias
forma-se 120 μm (0,12 mm).
POLPA E TRAUMA OCLUSAL:
O trauma oclusal pode causar alterações periodontais nos períodos
iniciais, voltando a normalidade posteriormente. Na polpa não causa alterações
significativas, exceto formação de dentina de reparação. Resultados de trauma
causado por restauração alta de amálgama em molar antagonista de rato
mostrou que após 3-5 dias o periodonto apresentava áreas de hialinização e
reabsorção óssea, cementária e dentinária. A polpa estava normal. Após 28
dias o periodonto e a polpa estavam normais. Houve restabelecimento da
normalidade porque o dente se movimentou e houve desgaste do amálgama.
Foi alta a incidência de fratura do dente que tinha o amálgama.
POLPA E PREPARO DE CAVIDADES:
Se não feito com os devidos cuidados técnicos um preparo cavitário
pode provocar alterações da polpa. Os pontos a serem considerados são a
espessura da dentina restante, a temperatura durante o preparo e a pressão
exercida. Se houver acúmulo localizado de leucócitos, o processo é reversível.
É importante que não haja infecção da polpa. Quando há formação de
microabscesso as chances de resolução do processo são menores. A
reversibilidade também
é menor nos preparos cavitários de dentes cariados, onde há alterações
preexistentes.
ESPESSURA DA DENTINA RESTANTE (EDR):
O fator isolamento é o mais importante para de terminar a resposta
pulpar a um estímulo. A EDR difere da profundidade do preparo da cavidade,
visto que a espessura da dentina é variável de dente para dente. Geralmente 2
mm de dentina entre o assoalho da cavidade e a polpa oferece barreira
adequada. Nos dentes decíduos e anteriores este fator é crítico porque a
espessura da dentina raramente excede 2,5mm. A medida que a espessura da
dentina diminui as alterações da polpa aumentam. Com a mesma EDR, as
técnicas de alta velocidade produzem menos da metade das respostas
pulpares do que as baixas velocidades (baixa s - 6-20.000 rpm; altas - 50-
300.000 rpm). Além da refrigeração deve-se considerar a menor pressão
empregada nos equipamentos de alta rotação.
DESENVOLVIMENTO DA PULPITE:
A aplicação de produtos bacterianos sobre a dentina, 0.7-0.9mm da
polpa, provocou após 32 horas intenso acúmulo de neutrófilos nas áreas
abaixo dos canalículos dentinários expostos, formando em alguns casos
microabscessos. Após 10 dias predominam células mononucleares, e após 30
dias havia dentina de reparação e ausência de células inflamatórias. Se a
distância das bactérias até a polpa for de 1mm, geralmente não tem alteração
pulpar. Se for de 0.5mm há formação de microabscesso. Vários experimentos
como o descrito mostram que a polpa dental pode se recuperar de uma
inflamação aguda, desde que não haja grande número de microorganismos
invadindo a polpa. Em ratos convencionais e “germ-free” as alterações
pulpares após exposição ao meio bucal são diferentes. Nos “germ-free” há
formação de pontes de dentina e ausência de inflamação, apesar de necrose
na superfície da área exposta. Algumas vezes ocorre necrose na polpa próxima
a exposição ao meio bucal, e isto é considerado como devido a impactação de
alimentos. Nos convencionais após 2 dias há infiltração de neutrófilos na
camada superficial e início de necrose. Após 7 dias a necrose pulpar é mais
extensa, com inflamação periapical. Bactérias são encontradas apenas nos
túbulos dentinários da dentina coronária. A capacidade de reparação da polpa
é ilustra da nos casos de capeamento. O capeamento pulpar era visto com
pessimismo até a introdução do hidróxido de cálcio, mas dados mais recentes
indicam que o capeamento direto pode ter 80-90% de sucesso. Quando a
exposição ocorre por cárie e num dente com dor, o prognóstico é menos
favorável, sendo o grau de inflamação e de contaminação os fatores que
determinam o prognóstico. Os fatores principais a serem considerados são:
idade do paciente, capacidade imunológica do paciente e da polpa, estrutura
da polpa, grau de contaminação, grau de inflamação. A coroa é a principal
porta de entrada das bactéria s, mas deve-se, considerar a possibilidade de
contaminação por via hematógena e através da bolsa periodontal.
DINÂMINCA DA INFLAMAÇÃO PULPAR
Como em outros tecidos a inflamação pulpar é dinâmica passando de
uma fase para outra na dependência das condições locais.
PÓLIPO PULPAR
O pólipo pulpar é bom exemplo de inflamação crônica hiperplásica e da
grande capacidade de defesa de uma polpa jovem. Ocorre quase que
exclusivamente em dentes jovens com ápice amplo, com a polpa tendo
abundante suprimento vascular e celularidade. A exposição da polpa permite a
epitelização do pólipo, com predominância de fenômenos proliferativos sobre
os destrutivos.
EFEITOS SISTÊMICOS NAS PULPITES
O fibrosamento da polpa dental reduz a sua capacidade de defesa, e as
melhores respostas frente a pulpotomias de dentes com polpa jovem. Além da
idade, outros fatores sistêmicos podem ser relevantes, mas ainda não
demonstrados, como diabetes e imunosupressão.
SEPTICEMIA
A incidência de bacteremia a pós a manipulação é considerada mais
baixa que após extração e
tratamento periodontal, mas pacientes de risco, tratados com
imunosupressores ou portadores de válvulas artificiais, ou com história de febre
reumática, deve m ser medicados com antibióticos previamente ao tratamento.
A septicemia pode ser facilitada se o ápice for amplo.
REABSORÇÃO
Reabsorção interna de dentina está geralmente associada a causas
desconhecidas, e não como parte da progressão natural de inflamação pulpar.
A dissolução da dentina intracanal, após a necrose da polpa, pode ser
considerada como processo similar a cárie dental que destrói a dentina
coronária. A reabsorção externa da dentina é mais evidente em casos de
trauma e reimplantes dentários, quando o processo pode ser contínuo e
irreversível. Nas lesões apicais, a reabsorção é principalmente observada no
osso, sendo em menor grau a destruição do cemento e da dentina. A dentina
externa, quando reabsorvida é recoberta por material cementóide. Considera-
se que tanto a reabsorção externa quanto a interna é mediada por células
multinucleadas, oriundas de monócitos ou macrófagos, num processo
semelhante ao que ocorre no osso.