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Manual do Trabalho Submerso

Normativa produzido pelo Grupo Técnico do Ministério do Trabalho e Emprego

1. HISTÓRICO

O mergulho é uma atividade humana de origem tão remota que existem provas que
datam do ano 2.000 A.C., encontradas no Peru. Durante séculos tentou-se diferentes
formas de equipamentos para realização de mergulhos:

 em 1623 inventou-se um traje de mergulho que recebia ar da superfície por meio


de uma mangueira de couro e uma draga, para recuperar tesouros;
 em 1837 o inglês Siebe revolucionou os sistemas de mergulho existentes ao
desenhar uma roupa de mergulho fechada, exceto nas mãos, na qual o
mergulhador ficava protegido do frio e dos contatos com fundo marinho, e o ar
era suprido da superfície por uma mangueira, mediante uma bomba;
 mais de um século depois um engenheiro e um oficial da Marinha de Guerra
francesa, Cousteau, construíram o que seria o equipamento autônomo para
respiração subaquática, com o complemento de nadadeiras, o que permitia ao
homem nadar em qualquer direção.

Atualmente, em grande parte estimulado pelo desenvolvimento e incentivo das


explorações submarinas petrolíferas, os meios técnicos em forma de equipamentos de
mergulho, instalações, equipamentos eletrônicos, câmaras de compressão e
descompressão, assim como navios de apoio na superfície, são cada vez mais
complexos e exigem um pessoal cada vez melhor preparado.

O mergulho fundo

O efeito narcótico do nitrogênio dificultava a realização de mergulhos em maiores


profundidades e limitava o tempo de permanência no fundo. Em 1925 a Experimental
Diving Unit dos Estados Unidos interessou-se pelo hélio, um gás neutro que parecia ser
capaz de substituir com vantagem o nitrogênio nas misturas respiratórias. Descobriu-se
que o hélio permitia mergulhos a profundidades muito maiores e por mais tempo, sem o
aparecimento da perigosa narcose.

Nos anos 60, foi desenvolvido o conceito de Mergulho de Saturação, pelo fato do gás
inerte equilibrar-se com a pressão ambiente em todos os tecidos . Um mergulhador
permanecendo por certo tempo em determinada profundidade, saturará todas as partes
do seu organismo. Este conceito permite a permanência de mergulhadores executando
trabalhos submersos, sob severas pressões, por vários dias.

2. LEGISLAÇÃO

A legislação anterior às Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde do Trabalho,


fazia referência apenas às operações do escafandrista.

O tempo útil de trabalho era regulado pela tabela de descompressão, conforme o


parágrafo único da Portaria n.º 73 de 02 de maio de 1959.
O Quadro de Atividades e Operações Insalubres da Portaria 491 de 16 de setembro de
1965, classificava como insalubridade de grau médio o trabalho com equipamentos ou
em ambientes com excesso de pressão, tais como escafandros e caixões pneumáticos.

Atualmente as normas que regem as atividades submersas são:

a) Trabalhos Submersos, item 2 do Anexo 6 da NR-15, instituída pela Portaria 3214/78


do Ministério do Trabalho e Emprego, com a redação dada pela Portaria 24, de 14 de
setembro de 1983;

b) Norma da Autoridade Marítima para Atividades Subaquáticas NORMAN-15,


aprovada pela Portaria 09 de 11 de fevereiro de 2000.

A atividade de mergulho é considerada como atividade insalubre em grau máximo.

3. DEFINIÇÕES PRELIMINARES

Trabalhos submersos são aqueles efetuados em meio líquido, onde o mergulhador é


submetido a pressões maiores que a atmosférica, e é exigida cuidadosa descompressão,
de acordo com as tabelas existentes na Norma Regulamentadora n.º 15, Anexo 6.

Empregador é a pessoa física ou jurídica, responsável pela prestação dos serviços, de


quem os mergulhadores são empregados.

Empresa de Mergulho é a pessoa jurídica que emprega mergulhadores profissionais em


atividades subaquáticas, tendo como objeto social a prestação de serviços subaquáticos,
e que esteja devidamente cadastrada na Marinha do Brasil, possuindo um Certificado de
Segurança de Sistemas de Mergulho válido.

Mergulhador é o profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização de


equipamentos de mergulho. O ingresso como aquaviário no Grupo de Mergulhadores
será facultado a brasileiros maiores de 18 (dezoito) anos, na categoria de Mergulhador
que opera com Ar Comprimido (MGE), em curso ministrado pelo Centro de Instrução e
Adestramento Almirante Áttila Monteiro Ache (CIAMA), da Marinha do Brasil, ou
aprovação em cursos profissionais de mergulho a ar comprimido equivalente, realizados
em entidades credenciadas pela DPC para ministrar cursos profissionais de mergulho.

Após um período mínimo de dois anos de comprovado exercício na categoria inicial, o


aquaviário poderá ascender à categoria de Mergulhador que opera com Mistura Gasosa
Artificial (MGP). Para tal, deverá ser aprovado no curso Expedito de Mergulho
Saturado (C-Exp-MGSAT) realizado pelo CIAMA, ou curso equivalente realizado por
entidades credenciadas pela DPC.

Os mergulhadores são considerados aquaviários integrantes do 4º Grupo, devendo estar


inscritos no Sistema de Pessoal da Marinha Mercante (SISPES) e receber, além da
Carteira de Inscrição e Registro – CIR, o Livro de Registro do Mergulhador – LRM.
Os mergulhadores são classificados em dois níveis, a saber, o mergulhador raso,
profundidade de até 50 metros , o qual está habilitado apenas para operação de
mergulho utilizando ar comprimido, e mergulhador profundo, profundidade a partir de
50 metros, o qual possui habilitação para operações de mergulho que exijam a utilização
de mistura respiratória artificial – MRA.

Livro de Registro de Mergulhador – LRM é o documento pessoal e indispensável para o


exercício da atividade pelo mergulhador, estando regulado pelo item 0107 do capítulo 1
da Norman 15, bem como no Anexo 6 da NR-15. O LRM teve seu modelo aprovado
pela Diretoria de Portos e Costas – DPC, podendo ser adquirido nos Sindicatos de
Classe, livrarias ou papelarias, devendo ser registrado diretamente pelo mergulhador nas
Capitanias, Delegacias ou Agências da Marinha do Brasil.

O LRM deverá conter, além dos dados pessoais, a classificação de nível e o registro dos
exames médicos periódicos, as informações elencadas no subitem 2.12.2 do Anexo 6 da
NR-15. As anotações no LRM serão realizadas pelo mergulhador, empregador ou
médico, conforme a situação.

O Livro de Registro de Mergulhador também deverá conter registro de treinamento de


resgate e de retorno ao sino em situações de emergência, para mergulho com umbilical,
para distâncias superiores a 33 metros.

O Registro das Operações de Mergulho – ROM , é um documento obrigatório para cada


atividade de mergulho, no qual devem constar os dados da operação de mergulho
referidos no subitem 2.12.1 do Anexo 06 item 2 da NR-15, dentre os quais salientamos:

É obrigatório uso de intercomunicadores em todas operações de mergulho.

 Nome e função de toda equipe de mergulho;


 Plano para emergências e avarias, que poderá estar em separado;
 Máxima profundidade alcançada e tempo total de mergulho;
 Tipo de equipamento de respiração e mistura respiratória utilizada;

No ROM são usadas siglas, das quais apresentamos, o seu significado:

DS - deixou a superfície
DF - deixou o fundo
CS - chegou na superfície
TF - tempo de fundo
GR - grupo de repetição
TTM - empo total de mergulho
TNR - tempo de nitrogênio residual

Não possuindo padrão aprovado, cada empresa institui o seu próprio modelo. Este
manual apresenta um exemplo de ROM (ANEXO)

Tabelas de Descompressão são quadros contendo dados que interrelacionam o nível de


vida (profundidade alcançada) e os tempos de descompressão.
Na prática e principalmente nos mergulhos com MRA (mergulhos fundos), as empresas
utilizam as tabelas da NORMAN 15, da Marinha dos Estados Unidos da América, ou
tabelas elaboradas pela própria empresa.

Quaisquer tabelas que não estejam contempladas no Anexo 6 da NR-15 ou na


NORMAN 15, deverão ser obrigatoriamente homologadas pela Diretoria de Portos e
Costas – DPC.

Os certificados atestam a funcionalidade do sistema, e dos equipamentos de forma


individual. São fornecidos por Sociedades Classificadoras reconhecidas pela Marinha
do Brasil. Para profundidades de até 30 metros, os certificados também poderão ser
fornecidos pela Diretoria de Portos e Costas – DPC.

O certificado que aprova o funcionamento do sistema dos equipamentos de mergulho


conjuntamente, é denominado Certificado de Segurança de Sistema de Mergulho , cuja
validade é de cinco anos, devendo ser endossados através da realização de vistorias
anuais, sem o que perderão a validade. (anexo MODELO).

Por outro lado, cada equipamento, como por exemplo, compressor, umbilical, etc.,
deverá possuir um Certificado de Registro de Equipamento ,que é vinculado ao número
daquele aparelho, que é gravado de forma indelével. (Anexo MODELO).

A vistoria dos equipamentos deverá ser anual, para que ocorra o endosso no Certificado
de Segurança de Sistema de Mergulho. Porém, equipamentos tais como roupas de
neoprene, nadadeiras, máscaras faciais de borracha e cintos de peso, não necessitam ser
marcados, tendo em vista se tratar de materiais facilmente substituíveis, e que não
requerem testes especiais de avaliação.

Médico Hiperbárico é o médico com curso de Medicina Hiperbárica, com registro no


Conselho Regional de Medicina.

Médico Qualificado é o médico com conhecimentos comprovados em Medicina


Hiperbárica.

4. CLASSIFICAÇÕES DO MERGULHO

1.Mergulho em apnéia:é o mergulho sem nenhum tipo de equipamento, no qual o


mergulhador não respira, logo, permanecendo um tempo restrito sob a água.

2.Mergulho com respiração subaquática: é o mergulho realizado com a utilização de


algum tipo de equipamento para provir ar ao mergulhador.

Quanto ao gás respirado e profundidade:

1. Mergulho com gás comprimido = mergulho raso. Profundidade de até 50 metros.


É o limite para a utilização do gás comprimido.

2. Mergulho com mistura respiratória artificial (MRA) = mergulho fundo.


Profundidade maior que 50 metros. É usada uma mistura respiratória, composta de hélio
e oxigênio (HeO2).
Quanto ao tempo:

1. Mergulho Simples: é aquele realizado após um período maior que 12 horas de outro
mergulho;

2. Mergulho Repetitivo: é aquele realizado antes de decorridas 12 horas do término de


outro mergulho;

Quanto ao tipo de equipamento:

1. Mergulho autônomo:é aquele no qual a fonte de respiração é transportada pelo


mergulhador;

2. Mergulho dependente: é aquele no qual a fonte respiratória está na superfície, e


chega ao mergulhador através de uma mangueira integrante do "umbilical".

3. Mergulho com umbilical ligado diretamente a superfície: o mergulhador está


preso a superfície, pela linha de vida. Somente permitido em mergulho até 50 metros;

4. Mergulho com Sino Aberto (Sinete): campânula com a parte inferior aberta e
provida de estrado, de modo a abrigar e permitir o transporte de no mínimo dois
mergulhadores da superfície ao local de trabalho.

Deve possuir sistema próprio de comunicação, suprimento de gases de emergência e


vigias que permitam a observação de seu exterior. É permitido em mergulhos de até 90
metros;

5. Mergulho com Sino de Mergulho (fechado):

Câmara hiperbárica especialmente projetada para ser utilizada em trabalhos submersos,


com a mesma pressão do ambiente de trabalho. É uma campânula fechada, utilizada
para transferir os mergulhadores, sob pressão, entre o local de trabalho e a câmara de
descompressão de superfície;

5. TÉCNICAS DE MERGULHO

1. Mergulho Unitário ou de Intervenção (bounce diving):

É o mergulho caracterizado pelas seguintes condições:

a) utilização de mistura respiratória artificial;


b) quando do retorno à superfície, o mergulhador deverá ser descomprimido;
c) tempo de trabalho de fundo limitado a 160 minutos, em caso de utilização de sino
aberto;
d) utilizando sino de mergulho, o tempo de fundo não poderá exceder:

 90 minutos para mergulhos até 90 metros;


 60 minutos para mergulhos entre 90 e 120 metros;
 30 minutos para mergulhos entre 120 e 130 metros.

2. Mergulho com técnica de saturação

Procedimentos pelos quais o mergulhador evita repetidas descompressões para a


pressão atmosférica.

É o procedimento pelo qual o mergulhador evita repetidas descompressões para a


pressão atmosférica, permanecendo submetido à pressão ambiente maior que aquela, de
tal forma que seu organismo se mantenha saturado com os gases inertes das misturas
respiratórias. O mergulhador permanece saturado numa câmara de superfície durante a
operação.

O tempo máximo de permanência saturado é de 28 dias.

Considera-se condição perigosa para a realização de trabalhos de mergulho com técnica


de saturação :

 uso e manuseio de explosivos;


 trabalhos submersos de corte e solda;
 trabalhos em mar aberto;
 correntezas superiores a 2 (dois) nós;
 estado do mar superior a "de pequenas vagas" : máx. 2 metros altura de onda;
 manobras de peso ou trabalhos com ferramentas que impossibilitem o controle
da flutuabilidade do mergulhador;
 trabalhos noturnos;
 trabalhos em ambientes confinados.

6. EQUIPES DE MERGULHO

1. Profundidade até 50 metros

1.1 - Equipe básica para descompressão na água utilizando ar comprimido:

1 Supervisor
1 mergulhador para execução do trabalho
1 mergulhador de reserva, pronto para intervir em caso de emergência
1 auxiliar de superfície

1.2 - Com descompressão em câmara na superfície:

Equipe básica descrita no item 1.1 acrescida de


1 mergulhador operador de câmara de descompressão quando houver

1.3 - Trabalhos em condições perigosas


Equipe básica descrita no item 1.1 ou 1.2, acrescida de 1 mergulhador na equipe básica,
que ficará submerso.

2. Profundidade superior a 50 metros

1 Supervisor
2 mergulhadores submersos para execução do trabalho
1 mergulhador reserva, pronto para intervir em caso de emergência
auxiliar de superfície

2.1 Profundidade até 12 metros em águas abrigadas


A equipe básica poderá ser reduzida de seu auxiliar de superfície

2.2 Trabalho que exija 2 (dois) ou mais mergulhadores submersos


Em toda operação de mergulho em que, para realização do trabalho for previsto o
emprego
simultâneo de 2 (dois) ou mais mergulhadores na água, deverá existir no mínimo 1
(um)
mergulhador de reserva para 2 (dois) submersos.

3. Mergulho Autônomo

Obrigatório 2 (dois) mergulhadores submersos de modo que um possa, em caso de


necessidade, prestar assistência ao outro. Esta operação deverá ser apoiada por uma
embarcação miúda.

O mergulho autônomo somente será utilizado em casos especiais, quando as condições


de segurança indiquem ser mais apropriado.

4. Mergulho de Intervenção

4.1 Até a profundidade de 120 metros


1 Supervisor
2 Mergulhadores
1 Mergulhador encarregado da operação do sino
1 Mergulhador de reserva para atender possíveis emergências

4.2 Profundidade de 120 a 130 metros


Equipe descrita no item 6.1
1 Mergulhador encarregado da operação da câmara hiperbárica

5. Mergulho com Técnica de Saturação


Na equipe deverá constar no mínimo 02 Supervisores e 02 Técnicos de Saturação.

7. CONDIÇÕES DE OBRIGATORIEDADE DO USO DE CÂMARA DE


SUPERFÍCIE

Os mergulhos com descompressão, somente poderão ser planejados prevendo a


existência de uma câmara de superfície pronta para operar, a qual possa ser alcançada
em menos de uma hora .

Caso a profundidade seja maior que 40 metros, ou o tempo de descompressão maior do


que vinte minutos, é obrigatória a presença no local do mergulho, de uma câmara de
superfície.

8. RELAÇÃO TIPO DE MERGULHO / PROFUNDIDADE

a) Mergulho Autônomo/Ar comprimido: Profundidade máxima 40 metros

b) Mergulho com equipamento de ar comprimido suprido pela superfície sem apoio de


Sino Aberto: Profundidade máxima igual a 50 metros

c) Mergulho de intervenção com MRA apoiado por Sino Aberto: Profundidade máxima
igual a 90 metros

d) Mergulho de intervenção com MRA e apoio por Sino de Mergulho: Profundidade


máxima igual a 130 metros

e) Nas profundidades de 120 a 130 metros só poderão ser realizados mergulhos


utilizando equipamentos e equipes que permitam a técnica de saturação;

f) As operações de mergulho, em profundidade superior a 130 metros só poderão ser


realizadas quando utilizadas técnicas de saturação;

g) Em mergulhos em profundidades a partir de 300 metros, chamado na prática de


"mergulho profundo" , deverã ser observadas os procedimentos constantes no Anexo nº
.........., acordado entre a Petrobrás, empresas prestadoras de serviços subaquáticos,
Sindicato Nacional dos Mergulhadores, e referendado pelo MTE.

9. TEMPO DE FUNDO

a) Com ar comprimido: não poderá ser superior a 4 (quatro) horas;

b) Com equipamento autônomo: o tempo de fundo deverá ser mantido dentro dos
limites de mergulho sem descompressão;
c) Mergulho com equipamento suprido da superfície: o tempo de fundo deverá ser
inferior aos limites definidos nas tabelas de mergulho;

d) Mergulho de intervenção/MRA/Sino Aberto: o tempo de fundo não poderá exceder


160 minutos;

e) Mergulho de intervenção/MRA/Sino de Mergulho:

 90 minutos para mergulhos até 90 metros;


 60 minutos para mergulhos entre 90 e 120 metros de profundidade;
 30 minutos para mergulhos entre 120 e 130 metros de profundidade;

f) Mergulho com Técnica de Saturação

 O tempo de fundo não excederá de 8 horas para cada período de 24 horas;


 Período máximo saturado será de 28 dias;
 O intervalo mínimo entre duas saturações será igual ao tempo de saturação, não
podendo este intervalo ser inferior a 14 dias;
 O tempo total de permanência sob saturação num período de 12 meses
consecutivos não poderá ser superior a 120 dias;

10. REGRAS DE SEGURANÇA DO MERGULHO

Deverão ser observadas as regras de segurança do mergulho previstas na NR-15, item


2.10, em especial:

 obrigatório uso de intercomunicadores em todas operações de mergulho


realizadas em operações perigosas, e em operações superiores a 50 metros;
 a entrada e saída dos mergulhadores no meio líquido será sempre facilitada com
o uso de cestas, convés ao nível da água ou escadas rígidas;
 sempre que for necessário pressurizar ou descomprimir um mergulhador, um
segundo homem deverá acompanhá-lo no interior da câmara;
 utilizando a técnica de saturação, o período máximo de permanência sob pressão
será de 28 dias ; para profundidades superiores a 300 metros o tempo máximo
será de 21 dias;
 o tempo total e permanência sob saturação num período de 12 meses não poderá
ser superior a 120 dias;
 a linha de vida somente poderá exceder a 33 metros em situações especiais, e se
atendidas as exigências constantes no subitem 2.10.19 do Anexo 6 da NR-15;
 a equipe e o supervisor de mergulho deverão observar as disposições do subitem
2.10.21 do Anexo 6 da NR-15, principalmente quanto aos perigos submarinos,
ralos, bombas de sucção, ou locais onde a diferença de pressão hidrostática
possa criar uma situação de perigo para os mergulhadores;

11. ROTEIRO PARA FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO SUBAQUÁTICO


I. No local de trabalho

1. O Auditor-Fiscal deverá de pronto efetuar o levantamento dos trabalhadores presentes


no ambiente de trabalho;

2. Verificar a composição básica da equipe de trabalho de acordo com o tipo de


operação;

3. Verificar e anotar o número de identificação dos equipamentos para conferir com o


número existente no Certificado de Segurança de Sistema de Mergulho e dos
Certificados de Equipamentos. Estes equipamentos estão elencados no subitem 2.11 do
Anexo 6 da NR15.;

4. Solicitar o Registro das Operações de Mergulho (ROM), observando o item 2.12 do


Anexo 6 da NR-15;

5. Solicitar o Livro de Registro do Mergulhador (LRM), verificando:

 timbre e assinatura do empregador referentes às operações de mergulho;


 a validade dos atestados e exames médicos periódicos semestrais,
 o respectivo carimbo e assinatura do médico responsável nestes exames;
 os dados pessoais, qualificações do mergulhador e outras informações;

6. Verificar o fornecimento para a equipe de mergulho, de provisões, roupas de


trabalho, equipamentos necessários, bem como o seu correto uso para a condução
segura das operações;

7. Verificar o fornecimento dos equipamentos de proteção individuais inerentes às


operações de mergulho;

8. Verificar se os equipamentos de mergulho estejam em perfeitas condições de


funcionamento, e possuam os seus certificados de garantia dentro dos prazos de
validade;

II. Na sede da empresa

1. Verificar os registros dos trabalhadores relacionados na inspeção realizada no local


de trabalho;
2. Verificar o pagamento de salários, férias, etc.;
3. Verificar o recolhimento do FGTS;
4. Verificar o respeito a concessão de férias, prazos, notificações, etc.;
5. Verificar a jornada de trabalho, o pagamento de horas extras, adicionais;
6. Verificar demais atributos trabalhistas;
7. Solicitar relatório circunstanciado enviado à Unidade Regional de Inspeção do
Trabalho Portuário e Aquaviário - URITPA, comunicando acidente de trabalho ou
situações de risco ocorridos durante as operações de mergulho, bem como
procedimentos e planos de emergência, conforme os subitens 2.3.1 e 2.12.1 constantes
na NR-15;
12. EXAMES MÉDICOS

Cabe ao Médico Hiperbárico ou Médico Qualificado a elaboração dos exames


psicofísicos, admissionais, periódicos, complementares e demissionais, conforme os
anexos A e B constantes no Anexo 6 da NR-15.

Se os Atestados de Saúde Ocupacional-ASO, conforme o que preceitua a NR-07,


realizados semestralmente, não se encontrarem no local de trabalho, poderão ser
verificados na sede da empresa.

Não obstante, a comprovação da realização do exame médico, e a constatação de sua


feitura, quando inspecionados os LRM no local de trabalho, suprem a verificação in
loco dos Atestados de Saúde Ocupacional.

Observe-se que os resultados dos exames complementares são de acesso restrito dos
Auditores Fiscais do Trabalho, especialidade Medicina do Trabalho;

Os exames médicos complementares consistem em:

1. No admissional:

Tele-radiografia de tórax AP (antero-posterior);


Eletrocardiograma – ECG
Eletroencefalograma –EEG
Urina – elementos anormais e sedimentoscopia;
Fezes – protozooscopia e ovohelmintoscopia;
Sangue – lues, glicemia, hemograma completo, grupo sanguíneo, fator RH
Radiografia das articulações escápulo-umerais, coxo-femorais, dos joelhos AP
Audiometria

2. No periódico:

Tele-radiografia de tórax AP (antero-posterior)


Urina - elementos anormais e sedimentoscopia
Fezes - protozooscopia e ovohelmintoscopia
Sangue - lues, glicemia, hemograma completo

3. Teste de Pressão

No exame admissional deverá constar o teste de pressão, que consiste na verificação da


capacidade de equilibrar a pressão no ouvido médio, e nos seios da face.

4. Teste de Tolerância ao Oxigênio.


Consiste na verificação da tolerância do candidato ao oxigênio.

Os testes de pressão e de tolerância ao oxigênio deverão ser assinados por médico


responsável.

13. GLOSSÁRIO (MERGULHO)

LINHA DE VIDA: Cabo de nylon com mosquetões de desengate rápido, manobrado do


local de onde é conduzido o mergulho, que conectado ao mergulhador, permite
recuperá-lo e içá-lo da água, com o seu equipamento.

PÉ : 30........cm
METRO: ....pés
NÓ : ..........km/hora

UMBILICAL: elo entre a unidade de apoio de mergulho e o mergulhador, podendo


conter linha de vida, cabo de comunicação, cabo de força, mangueiras para gases
respiratórios e água quente.

BELLMAN ou Homem do Sino, é o mergulhador que permanece no sino aberto ou


fechado.

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