You are on page 1of 5

EXERCÍCIOS HISTÓRIA DO BRASIL

1 - O contexto histórico europeu das duas primeiras décadas do século XIX em muito favoreceu
a Independência do Brasil: a relativa paz alcançada com a renúncia de Napoleão Bonaparte ao
projeto expansionista que embalara suas pretensões imperialistas e o fim da era
revolucionária levaram as monarquias ibéricas a conceder a emancipação de suas colônias.

RESPOSTA: ERRADO. A era revolucionária vai além das duas primeiras décadas do XIX (onda de
1848). Ademais, as monarquias ibéricas não queriam conceder a independência a suas
colônias (exigência de Portugal de retomar o Brasil colônia e Fernando VII da Espanha
requereu intervenção da Santa Aliança em suas possessões).

2 - A vitória da Revolução Constitucionalista do Porto, em 1820, teve o efeito de adiar a


Independência do Brasil: por ser liberal, além de eliminar os resquícios de absolutismo em
Portugal, ela ampliou consideravelmente a autonomia da colônia, atendendo aos interesses
dos potentados rurais e dos comerciantes urbanos.

RESPOSTA: ERRADO. O “Vintismo” é um dos fatores que impulsiona a Independência. Não


amplia a autonomia da colônia, faz o contrário, tenta restaurar o Brasil enquanto colônia, o
que motiva as ações independentistas no Brasil.

3 - A abertura dos portos, tão logo a Corte portuguesa chegou ao Brasil, significou a ruptura do
pacto colonial que definia as relações de dominação e de dependência entre metrópole e
colônia, rompendo com o monopólio (“exclusivo de comércio”) e abrindo largos espaços à
entrada de produtos britânicos na colônia; essa influência britânica ampliou-se, a seguir, com a
assinatura de tratados vantajosos para o país pioneiro da Revolução Industrial.

RESPOSTA: CERTO. Apesar da polêmica em torno do termo “pacto colonial”, a banca


considerou o item como correto. Para efeitos futuros, seguiremos considerando que pacto
colonial significa as relações de dominação e de dependência entre metrópole e colônia.

4 - Embora conduzida pelo príncipe herdeiro do trono português, a Independência é


consensualmente vista como ato político que rompeu com as estruturas básicas do período
colonial, o que foi possível em face da conciliação que aproximou as elites brasileiras em torno
do projeto maior de assegurar a emancipação do país e de inseri-lo vantajosamente na
economia internacional.

RESPOSTA: ERRADO. Não se pode dizer que a independência foi CONSENSUALMENTE vista
como ato político que rompeu com as estruturas básicas do período colonial. Além disso, a
aproximação das elites não foi generalizada, houve discordâncias e, por último, o país não
conseguiu se inserir vantajosamente na economia internacional. O Brasil continuou submetido
aos interesses das elites exportadoras e dos mercados internacionais. MOTIVO DO ERRO:
Inicialmente estava marcada EM BRANCO, a dúvida foi maior em relação a questão da
aproximação das elites locais.

5 - Fez parte da estratégia política em favor da independência brasileira o esvaziamento da


influência das cortes legislativas portuguesas, por meio da criação de uma corte similar no
Brasil.

RESPOSTA: CERTO. A criação de uma corte legislativa no Brasil, similar às cortes portuguesas,
fazia parte de uma tentativa de esvaziamento das pretensões lusas e de reafirmar a posição do
Brasil em torno de seu status de Reino Unido.
6 - Ao promoverem a industrialização de Portugal, as reformas pombalinas atingiram os
interesses da elite mercantil brasileira, cujos ganhos estavam relacionados à importação de
manufaturados da Inglaterra.

RESPOSTA: ERRADO. A administração de Pombal representou um grande esforço no sentido de


tornar mais eficaz a administração portuguesa e introduzir modificações no relacionamento
Metrópole-Colônia. A reforma misturou características do velho e do novo, combinando o
absolutismo ilustrado com a tentativa de uma aplicação consequente das doutrinas
mercantilistas. A política pombalina prejudicou setores comerciais do Brasil marginalizados
pelas companhias privilegiadas (criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e
Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba), mas não teve por objetivo
perseguir a elite colonial. Pelo contrário, colocou membros dessa elite nos órgãos
administrativos e fiscais do governo, na magistratura e nas instituições militares. MOTIVO DO
EM BRANCO: Não houve um aprofundamento nos estudos das reformas pombalinas.

7 - Movimentos de revolta restritos ao ambiente regional, a Inconfidência Mineira, a


Conjuração dos Alfaiates, na Bahia, e a Revolução Pernambucana de 1817 não visavam à
emancipação de todo o território brasileiro.

RESPOSTA: CERTO. Exatamente, eram revoluções regionais que, se pensavam em


emancipação, estavam circunscritas ao contexto local. MOTIVO DO ERRO: Há sempre em
dúvida sobre as revoltas pré-independência: se queriam atingir o Brasil inteiro ou eram
apenas locais. LEMBRAR QUE ERAM LOCAIS – PERNAMBUCO FORMOU UM GOVERNO
AUTÔNOMO LOCAL.

8 - A determinação para que se procedesse à abertura dos portos brasileiros às nações amigas,
em 1808, foi uma das medidas tomadas pela Inglaterra com o objetivo de favorecer o
desenvolvimento de práticas e de instituições liberais no Brasil.

RESPOSTA: ERRADO. Essa decisão foi tomada por D. João tão logo atracou em Salvador. Essa
medida, inclusive, prejudicou os interesses britânicos, que logo pressionaram o governo
português a assinar os Tratados Desiguais de 1810.

9 - A oficialização do rompimento entre o Brasil e a metrópole portuguesa, ainda que


conduzida por setores da elite política colonial, tendo à frente o próprio príncipe regente D.
Pedro, se fez acompanhar da ação popular que, em alguns pontos do território brasileiro,
enfrentou as tropas portuguesas que se insurgiram contra a independência, a exemplo da
batalha do Jenipapo, no Piauí, e da guerra finalmente vencida pelos baianos em 2 de julho de
1823.

RESPOSTA: CERTO. Algumas batalhas tiveram de ser travadas em pontos específicos no Brasil
onde tropas leais à coroa portuguesa permaneceram relutantes a obedecer ao novo Império
que surgia. Foi necessária, inclusive, a contratação de mercenários por parte do governo
nacional para combater esses focos de resistência. MOTIVO DO EM BRANCO: Não possuía
conhecimento a respeito da batalha do Jenipapo.

10 - Decisão estratégica de D. João VI, a criação do Reino Unido, em 1815, objetivou


demonstrar, às forças políticas que passaram momentaneamente a dominar o cenário
europeu devido à derrota imposta a Bonaparte e ao pretenso aniquilamento do legado da
Revolução Francesa, que Portugal não se curvava aos ditames do Congresso de Viena.
RESPOSTA: ERRADO. Um dos fatores que motivou a criação do Reino Unido, em 1815, foi
legitimar a participação do representante português no Congresso de Viena, uma vez que a
corte lusa estava no Brasil. MOTIVO DO ERRO: Pura falta de atenção.

11 - Há relativo consenso historiográfico quanto ao fato de que a transferência do Estado


português para a colônia foi decisiva para que o processo de independência do Brasil, já em
curso desde as últimas décadas do século XVIII, sofresse solução de continuidade e só se
concretizasse após a vitória da revolução absolutista irrompida no Porto, em 1820.

RESPOSTA: ERRADO. Não há indícios de que havia um processo de independência do Brasil em


curso já nas últimas décadas do século XVIII. Ainda assim, um erro mais grave no item é
afirmar que a Revolução do Porto foi de caráter absolutista. Essa revolução propunha uma
monarquia constitucionalista em Portugal.

12 - O Senado era fator de estabilidade política no Império, tanto pelo caráter vitalício dos
mandatos dos senadores, quanto por ter prerrogativas constitucionais como a de aprovar a
nomeação de presidentes das províncias e a de assinar tratados internacionais.

RESPOSTA: ERRADO. As competências de assinar tratados internacionais e de aprovar a


nomeação de presidentes das províncias não eram do Senado brasileiro, mas do Imperador.
MOTIVO DO EM BRANCO: Não houve aprofundamento nos estudos do poder legislativo da
época do Primeiro Reinado.

13 - Nas negociações para o reconhecimento da independência brasileira pela Grã-Bretanha,


foi importante o interesse de Pedro I em preservar sua dinastia.

RESPOSTA: CERTO. Para Rubens Ricupero, em seu ensaio para a coleção História do Brasil
Nação v.1, “a saída de Bonifácio do ministério, seguida pelo golpe do imperador contra a
Assembleia Constituinte, a prisão e o longo exílio do Patriarca entregariam a direção do
processo negociador ao grupo identificado com os interesses dinásticos e pessoais de d. Pedro
I.”

14 - Originalmente uma questão concernente apenas ao eixo das relações simétricas entre os
Estados envolvidos, a Guerra da Cisplatina encerrou-se com a interferência de uma potência
externa ao conflito.

RESPOSTA: CERTO. Para Rubens Ricupero, em seu ensaio para a coleção História do Brasil
Nação v.1, “Embora nunca tivesse sido totalmente efetivo, o bloqueio brasileiro do Porto de
Buenos Aires ocasionou graves perdas ao comércio de portenhos e britânicos, tendo sido a
razão principal da determinação de Canning (representante inglês) de liquidar o conflito”.

15 - Contribuíram para a consolidação da independência brasileira importantes ações militares


contra tropas leais a Lisboa.

RESPOSTA: CERTO. O Império brasileiro teve de enfrentar diversas revoltas em províncias que
possuíam tropas leais à Portugal (Bahia, Maranhão, Piauí, Pará). Chegou, inclusive, a contratar
mercenários para combatê-los.

16 - As elites brasileiras que assumiram o poder em 1822 organizaram um sistema político com
eleições indiretas, baseadas no voto censitário, excluindo a grande maioria da população do
processo eleitoral; a criação da Guarda Nacional veio propiciar às classes proprietárias a força
policial necessária à manutenção do poder local.
RESPOSTA: CERTO. Item correto. De acordo com o Manual de História do Brasil da FUNAG, “a
criação da Guarda Nacional, em 1831, pode ser entendida como uma panaceia de dupla
eficácia. Se, de um lado, a criação da Guarda pelo ministro da Justiça, Diogo Antônio Feijó,
teria caráter liberalizante ao definir como eletivo o critério de comando do poder repressivo,
agora descentralizado, de outro, era necessária uma força capaz de reprimir movimentos
populares, não raro apoiados por setores do Exército, e que fosse imune aos caramurus e aos
exaltados – a Guarda Nacional. Estava vedada a participação de negros ou libertos, bem como
dos que não tivessem renda suficiente para participar das eleições. Nas palavras de um autor
clássico, tratava-se de um “Minotauro” em sua duplicidade (Uricochea, 1978). Delegava a
grupos privados da elite uma função pública: a segurança; e, se de um lado havia o caráter
liberal descentralizador, de outro havia por objetivo manter a ordem e reprimir movimentos
populares”.

17 - A transferência da sede do Estado português para sua colônia americana foi decisiva para
a emancipação política do Brasil, como evidencia o fim do monopólio comercial metropolitano
determinado pela abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, decisão que
rompia com um dos esteios da política econômica mercantilista.

RESPOSTA: CERTO. Como afirma o item, a transmigração da Corte para o Brasil mudou de
maneira definitiva a relação entre a colônia e a metrópole. Medidas como a reativação da
produção de manufaturas na colônia, a abertura dos portos às nações amigas e a criação de
diversas instituições administrativas na Corte são um exemplo.

18 - A Inglaterra demorou a reconhecer o Brasil independente, porque, a despeito da


importância relativamente pequena do mercado brasileiro para as exportações britânicas e do
fim do tráfico africano assegurado pelo governo de D. Pedro I, era forte a resistência das elites
locais à renovação dos tratados de 1810, extremamente vantajosos para os ingleses.

RESPOSTA: ERRADO. Não houve resistência das elites locais em renovar os tratados de 1810.
Outro erro importante é que o mercado brasileiro era bastante importante para as
exportações britânicas à época.

19 - O reconhecimento da independência do Brasil, diferentemente do que se verificou com as


colônias espanholas na América, ocorreu mediante negociação tripartite, na qual se destacou a
mediação da Inglaterra entre metrópole e ex-colônia.

RESPOSTA: CERTO. Essa negociação ocorreu entre Brasil, Portugal e Inglaterra. Estava em jogo
o reconhecimento da independência por parte de Portugal, efetivado em 1825. No caso dos
ingleses, somente reconheceram a independência brasileira em 1826.

20 - Com a independência do Brasil, foram prejudicados tanto os setores dominantes da ex-


colônia, dado o rompimento da ponte estabelecida com a Coroa portuguesa na abertura dos
portos brasileiros ao comércio internacional, quanto as elites do Vale do Paraíba, dados os
acordos celebrados com a Inglaterra e com Portugal para o reconhecimento do novo Estado,
mediante os quais foi renovada a perspectiva de poder da aristocracia açucareira nordestina.

RESPOSTA: ERRADO. Os setores dominantes da ex-colônia não foram prejudicados, pois o


sistema de dominação econômica e política não mudou, as forças assimétricas apenas foram
trocadas. Outro erro é o fato de que a perspectiva de poder da aristocracia açucareira
nordestina foi renovada. Desde o século XVIII essa aristocracia vinha perdendo poder
econômico e representatividade política.
21 - O trecho final do texto sugere que o reconhecimento do Estado nacional brasileiro pelos
Estados Unidos da América (EUA) era condição essencial para que outras potências também o
fizessem, devido à relevância de Washington no jogo de poder mundial e à amplitude de sua
ação internacional na primeira metade do século XIX.

RESPOSTA: ERRADO. Os Estados Unidos, à época da independência do Brasil, não detinha


importância preponderante no sistema internacional. Decisivo era o reconhecimento da
Inglaterra.

22 - A opção pela monarquia, no momento da independência do Brasil, é entendida como


estratégia para facilitar a preservação da unidade do país em torno da figura do imperador e
para a manutenção da ordem social, em contraste com a fragmentação na antiga área de
dominação espanhola.

RESPOSTA: CERTO. A manutenção do sistema monárquico após a emancipação vai ao encontro


da manutenção da estabilidade institucional e territorial do país. Nesse contexto, a adoção do
sistema de Repúblicas foi um dos fatores a contribuir para a fragmentação das colônias
hispânicas.

23 -

You might also like