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Rio de Janeiro (frequentemente referida simplesmente como Rio[8]) é

um município brasileiro, capital do estado homônimo, situado no Sudeste do país.


Maior destino turístico internacional no Brasil,[9] da América Latina e de todo o Hemisfério
Sul,[10] a capital fluminense é a cidade brasileira mais conhecida no exterior,[11] funcionando
como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente. É a segunda
maior metrópole do Brasil (depois de São Paulo), a sexta maior da América e a trigésima
quinta do mundo. Sua população estimada pelo IBGE para 1.º de julho de 2018 era de
6 688 927 habitantes.[4] Tem o epíteto de Cidade Maravilhosa e aquele que nela nasce é
chamado de carioca. Parte da cidade foi designada Patrimônio Cultural da Humanidade,
com o nome "Rio de Janeiro: Paisagem Carioca entre a Montanha e o Mar", classificada
pela UNESCO em 1 de julho de 2012 e categorizada como uma Paisagem
Cultural.[12][13] Em 18 de janeiro de 2019, a cidade foi eleita pela UNESCO como a
primeira Capital Mundial da Arquitetura.[14]
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo
internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de
Açúcar, o morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor,
as praias dos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio
do Maracanã, o Estádio Nilton Santos, o bairro boêmio da Lapa e seus arcos, o Theatro
Municipal do Rio de Janeiro, as florestas da Tijuca e da Pedra Branca, a Quinta da Boa
Vista, a Biblioteca Nacional, a ilha de Paquetá, o réveillon de Copacabana, o carnaval
carioca, a Bossa Nova e o samba.
Representa o segundo maior PIB do país[15] (e o 30º maior do mundo[16]), estimado em
cerca de 329 bilhões de reais (IBGE/2016),[17] e é sede das duas maiores empresas
brasileiras - a Petrobras e a Vale, e das principais companhias de petróleo e telefonia do
Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América
Latina, o Grupo Globo.[18] Contemplado por grande número de universidades e institutos, é
o segundo maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 19% da
produção científica nacional, segundo dados de 2005. Destaque para a Universidade
Federal do Rio de Janeiro que publicou 5 952 artigos entre 1998 e 2002.[19] Rio de Janeiro
é considerada uma cidade global beta - pelo inventário de 2008 da Universidade
de Loughborough (GaWC).
A cidade foi, sucessivamente, capital da colônia portuguesa do Estado do Brasil (1621-
1815), depois do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822), do Império do
Brasil (1822-1889) e da República dos Estados Unidos do Brasil (1889-1968) até 1960,
quando a sede do governo foi transferida para a então recém construída Brasília.

Etimologia
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo
explorador português Gaspar de Lemos em 1 de janeiro de 1502.[20] Embora se afirme que
o nome "Rio de Janeiro" tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem
tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de
nomenclatura entre rios, sacos e baías - motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente
designado como rio. Os franceses, que se aliaram aos tupinambás, estabeleceram-se na
região em 1555 mas foram expulsos pelos portugueses em 1567.[livro 1]

História
Ver artigo principal: História da cidade do Rio de Janeiro

Colonização portuguesa e invasões estrangeiras


Ver também: Colonização do Brasil, França Antártica e Invasões francesas do Brasil
Fundação da Cidade do Rio de Janeiro, por Antonio Firmino Monteiro (1855-1888)

Mapa da Baía de Guanabara em 1555.

O litoral do atual estado do Rio de Janeiro era habitado por índios do tronco
linguístico macro-jê há milhares de anos atrás. Por volta do ano 1000, a região foi
conquistada por povos de língua tupi procedentes da Amazônia. Um destes povos,
os tamoios, também conhecidos como tupinambás, ocupava a região ao redor da Baía de
Guanabara no século XVI, quando os portugueses chegaram à região.[21]
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade foi fundada, foi descoberta pelo
explorador português Gaspar de Lemos em 1 de janeiro de 1502[20] No entanto, em 1 de
novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon,
apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe
(atual ilha de Villegagnon).[livro 1] Lá, ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam
alianças com os índios tupinambás locais. Enquanto isso, os portugueses se aliaram a um
grupo indígena rival dos tupinambás, os temiminós e foi com o auxílio destes que
atacaram e destruíram a colônia francesa em 1560.[livro 1] Os franceses só foram
completamente expulsos da região pelos portugueses em 1567.[livro 1]
Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de
Sá, acompanhado por um grupo de fundadores incluindo também D. Antônio de Mariz,
desembarcaram num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Morro do Pão de Açúcar,
fundando, a 1 de março de 1565, a cidade de "São Sebastião do Rio de Janeiro".[livro 1] Uma
vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Morro do Pão de
Açúcar, edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São
João.[livro 1]
A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se
deu em janeiro de 1567.[livro 1]A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos
remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e
ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro,
rechaçando, a partir daí, novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa
de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente.[livro 1]A povoação foi refundada no alto
do antigo Morro do Castelo, que se localizava no atual Centro da cidade. O morro foi
removido em 1922 como parte de uma reforma urbanística. O novo povoado marcou o
começo de fato da expansão da cidade.[livro 1]

Cais do Valongo, um patrimônio mundial da UNESCO,[22] e o único vestígio material da chegada


dos africanos escravizados nas Américas.[23]

Desembarque da princesa Leopoldinaem 1817 no Morro de São Bento, por Debret. A família real
portuguesaestabeleceu-se no Brasil para fugir da invasão das tropas de Napoleão.

Rio de Janeiro em 1865, então capital do Império do Brasil.

Durante quase todo o século XVII, a cidade acenou com um desenvolvimento lento.[livro
1]
Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao
Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual
Centro.[livro 1]Com cerca de 30 000 habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de
Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância
fundamental para o domínio colonial.[livro 1]
Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas
Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente
centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de
Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.[livro 1]

Vinda da corte portuguesa e período imperial


Ver artigos principais: Transferência da corte portuguesa para o Brasil, Império do
Brasil e Município Neutro
A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida
no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após
a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros
decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar,
a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além
da Biblioteca Nacional - com o maior acervo da América Latina[24] - e o Jardim Botânico. O
primeiro jornal impresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro,[25] entrou em circulação
nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da
Europa.[livro 1]
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília.
Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois de São Paulo. Entre 1808 e 1815,
foi capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, como era oficialmente
designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil à parte integrante do reino unido
supracitado.[livro 1]
Após a Independência do Brasil (1822), a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil,
enquanto a província enriquecia com a agricultura canavieira da região de Campos e,
principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba.[livro 1]De modo a separar a
província da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município
Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.[livro 1]
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do Império. Foi
palco principal dos movimentos abolicionista e republicano na metade final do século
XIX.[livro 1]Durante a República Velha (1889-1930), com a decadência de suas
áreas cafeeiras, o estado do Rio de Janeiro perdeu força política para São Paulo e Minas
Gerais.[livro 1]

Período republicano
Ver também: Distrito Federal do Brasil (1891–1960) e Construção de Brasília

Vista panorâmica da Enseada de Botafogo em 1889.

Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o
Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e
desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes
contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que
ali se abriam ao trabalho assalariado.[livro 1]Entre 1872 e 1890, sua população duplicou,
passando de 274 mil para 522 mil habitantes.[livro 1]
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio
desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo
central - a Cidade Velha e suas adjacências -, onde se multiplicavam os Cortiços e
eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à
cidade fama internacional de porto sujo.[livro 1]
Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem
recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta
da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares,
como as reformas urbanas do centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos.[livro
1]
Vários cortiços foram demolidos e a população pobre da região central deslocada para
as encostas de morros, na zona portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e
da Providência.[livro 1]

Fotografia da Avenida Rio Branco na década de 1910.

O Bondinho do Pão de Açúcar entre as décadas de 1940 e de 1950.

Blindados ocupam a Avenida Presidente Vargas em abril de 1968, durante a ditadura militar.

Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo


de favelização (ainda não muito preocupante na época) - o que não impediu a adoção de
várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da
República. Data desse período a abertura do Theatro Municipal e da Avenida Rio Branco,
com os edifícios inspirados em elementos da Belle Époque parisiense, e a inauguração,
em 1908, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos marcos da engenharia brasileira, em
comemoração aos 100 anos da Abertura dos Portos.[26][27]
A ocupação da atual zona sul efetivou-se com a abertura do Túnel Velho, que fazia a
conexão entre Botafogo e Copacabana. O surgimento do Copacabana Palace, em 1923,
consagrou definitivamente o processo de ocupação e o turismo na região, que
experimentou uma explosão demográfica. O Cristo Redentor seria inaugurado em 1931,
tornando-se um dos cartões-postais do Rio e do Brasil.[28] Após a transferência da Capital
Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome
de Guanabara. Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de
Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a sua constituição.[livro 1]
Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 - a primeira
conferência internacional de peso realizada após o fim da Guerra Fria, com a presença de
delegações de 175 países.[29][30]
Foi sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocasião à qual realizou investimentos em
estruturas esportivas (incluindo a construção do Estádio Nilton Santos) e nas áreas de
transportes, segurança pública e infraestrutura urbana;[31] e de sete jogos da Copa do
Mundo de 2014.[32] Ainda no âmbito esportivo, a cidade também sediou os Jogos Olímpicos
de Verão de 2016.[33][34]
Entre a noite de sábado, 20 de novembro, até o dia 27 de novembro de 2010, sucederam-
se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro vários atos de violência organizada. Durante
os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos
teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes,
cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões.[35][36] No dia 25 de
novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com seu Batalhão
de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuando ao lado da Polícia Civil do Rio de
Janeiro, encabeçada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e em parceria
com o Corpo de Fuzileiros Navais, que disponibilizou seis blindados e um grupamento de
fuzileiros navais da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na
ocupação do território da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, regiões da cidade que
até então estava em poder dos narcotraficantes do Comando Vermelho.[37]

Geografia
Ver artigo principal: Geografia da cidade do Rio de Janeiro
Ver também: Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Fotografias parciais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, registradas a partir da Estação


Espacial Internacional, de dia e à noite.

A cidade ocupa a margem ocidental da baía de Guanabara e as ilhas


(como Governador e Paquetá), e desenvolveu-se sobre estreitas planícies
aluviais comprimidas entre montanhas e morros.[livro 2] Está assentada sobre três
grandes maciços:[livro 2] Pedra Branca,[38] Gericinó e o da Tijuca,[39] com picos de interesse
turístico como o Bico do Papagaio, Andaraí, Pedra da Gávea,[40] Corcovado, o Dois Irmãos
e o Pão de Açúcar.[41]
Seu litoral tem 197 quilômetros de extensão e inclui mais de cem ilhas que ocupam
37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e
à baía de Guanabara. O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de
expressão a Restinga da Marambaia e é arenoso, baixo e pouco recortado. O litoral da
baía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador com de
29 km²) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais.[livro 2]

Divisa entre Ipanema e Copacabana, com destaque para o Forte de Copacabana

O litoral Atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando


em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora
baixo, trecho pelo qual se estendem as praias integradas à paisagem urbana. Diversas
lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas
baixadas, muitas de terreno pantanoso a ainda não completamente drenado.[livro 2]
O clima do Rio de Janeiro é o tropical atlântico, com variações locais, devido às diferenças
de altitude, à vegetação e à proximidade com o oceano.[42] Por se tratar de uma cidade
litorânea, o efeito da maritimidade é perceptível, traduzindo-se em amplitudes
térmicas relativamente baixas. Os verões são quentes e úmidos e ocasionalmente com
temporais.[43] Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1961
a temperaturamínima absoluta registrada no Rio de Janeiro foi de 6,7 °C em 28 de junho
de 1994 na estação meteorológica do bairro Alto da Boa Vista,[44] onde também foi
registrado o maior acumulado de precipitação do município em 24 horas, de 327,2 mm em
12 de março de 1998.[45] Já a temperatura máxima absoluta atingiu 43,2 °C em 26 de
dezembro de 2012, na estação do bairro Santa Cruz,[46] superando os 43,1 °C em 14 de
janeiro de 1984 registrados em Bangu[47] (cuja estação foi desativada em março de 2004),
considerado o bairro mais quente da cidade.[48]

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