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2016.2
Cleo
b. MHC II
c. RAG-1
O efeito é a linfopenia periférica por não ter nem T nem B circulantes, uma vez que
eles pararam nas fases pró-T e pró-B, respectivamente.
Isso porque a RAG-1, assim como a RAG-2 (que ativa a RAG-1), é uma recombinase
envolvida na formação tanto do receptor TCR quanto do receptor BCR nas fases de
pré-T e pré-B, respectivamente. Quando ativada (por ação da IL-7), essa enzima é
responsável por catalisar a escolha aleatória do ponto de clivagem dos genes V, D e J
(quando da edição da cadeia beta em T e da pesada em B) ou dos genes V e J
(quando da edição da cadeia alfa em T e da leve em B), processo que é essencial na
formação do TCR/BCR.
Sendo assim, em uma condição em que há deficiência na expressão gênica dessa
enzima, o processo de maturação de T e B não se completará e essas células
permanecerão dentro dos órgãos linfoides primários (no timo no caso das Ts e na
medula óssea no caso das Bs) sob a forma de pró-T/pró-B, acarretando uma
linfopenia periférica.
Imunologia 1ª Avaliação
2. “Sabe-se que a asma tem relação com o fenótipo Th2 e que as células T primitivas
contribuem para a severidade da asma.” Explique tais associações.
As cells T primitivas não passam pelo processo de seleção das T clássicas no timo, formando
um TCR com baixa variabilidade e sendo originárias de órgãos que não são os linfoides
primários.
Por não sofrerem processo de seleção, as T primitivas podem ser autorreativas e
identificarem, portanto, Ags inofensivos como agressivos. Além disso, essas células são
capazes de apresentar Ags por uma molécula semelhante ao MHC (CD1), porém primitiva, e
de liberar citocinas de modo a ajudar a APC na diferenciação de TCD4 em seus diferentes
fenótipos, incluindo o Th2.
Assim, com o auxílio da T primitiva, a APC libera o terceiro sinal (IL-4) para a diferenciação
em Th2, que é um fenótipo responsável pela produção de IL-4, IL-5 e IL-13, envolvidas em
processos de reação alérgica.
A IL-5 é quimiotática para eosinófilos, enquanto a IL-4 e a IL-13 induzem a troca de classe de
IgM por IgE, que é uma imunoglobulina que desencadeia a degranulação dos mastócitos.
Com isso, há liberação de histamina e mediadores lipídicos, que criam um ambiente pró-
inflamatório no pulmão com efeitos como a broncoconstrição (por ação, principalmente, dos
leucotrienos).
Dessa forma, as cells T primitivas contribuem para a severidade da asma.
3. Responda:
a. Qual o fenótipo responsável pela resposta imune celular?
O fenótipo Th1.
b. Como a resposta imune celular colabora com diferentes células do sistema imune na
proteção contra os microorganismos intracelulares?
A RIC colabora com diferentes cells do sistema imune para nos proteger contra
microorganismos intracelulares por meio de 3 ações biológicas.
A primeira se dá pelo aumento do potencial microbicida dos fagócitos a partir da
liberação de IFN-gama pelo fenótipo Th1. Os macrófagos se unem para formar uma
cell gigante com o objetivo de aumentar a chance de combate ao patógeno. Caso
essa medida não seja suficiente, a cell gigante formada vai liberar FEF (Fator
Estimulante de Fibriblasto) para recrutar fibroblastos, os quais depositam colágeno
em torno dessa cell, formando uma estrutura de aspecto endurecido que caracteriza
o granuloma, o qual vai conter o patógeno e será mantido pela Th1 de memória com
a produção periódica de IFN-gama.
A segunda ação biológica se caracteriza pelo estímulo, também por ação do IFN-
gama liberado pelas Th1, à produção de IgG1 e IgG3 pelos linfócitos B.
E, por fim, a terceira ação corresponde ao auxílio na diferenciação de linfócitos TCD8
em CTLs a partir do estímulo à expansão clonal pela liberação de IL-2 por Th1.
Imunologia 1ª Avaliação
Vera
Os neutrófilos fazem parte da imunidade inata, constituindo a maior parte dos leucócitos
circulantes (60 a 65%). São células que possuem receptores de PAMPs (PRRs), reconhecendo
esses Padrões Moleculares Associados a Patógenos. São capazes de realizar fagocitose,
degranulação e formam armadilha extracelular de neutrófilo (NET), contribuindo, com isso,
para a eliminação do microorganismo.
A fagocitose é um processo que se inicia a partir do reconhecimento de PAMPs, uma vez que
a partir disso ocorre mudança na conformação do citoesqueleto do neutrófilo, o qual assim
emite prolongamentos citoplasmáticos, internalizando o microorganismo. Há formação do
fagossoma, que ao se unir ao lisossoma da cell, forma o fagolisossoma. Dessa forma, o
microorganismo entrará em contato com as enzimas lisossomiais, que vão digeri-lo.
É a partir também do reconhecimento do microorganismo que o neutrófilo pode sofrer
degranulação, liberando grânulos com enzimas e peptídeos antimicrobianos (como as
defensinas) que começam a digerir o patógeno antes mesmo desse ser fagocitado. Dessa
forma, enzimas como a colagenase são liberadas, podendo gerar dano tecidual associado ao
processo inflamatório, formando pus (que é rico em neutrófilos), e relacionado à digestão da
matriz celular da região em que está o ocorrendo a invasão.
Cabe considerar ainda o processo de netose, em que ocorre a perda da integridade das
membranas dos neutrófilos quando da ativação da NAPH oxidase, que forma ROS (Espécies
Reativas de Oxigênio) e radicais livres, desencadeando a projeção para o meio externo da
NET, que é formada por filamentos de DNA descondensado que sofreu extrusão do núcleo e
que ajuda a conter a infecção, a capturar os patógenos e a forçar o contato desses com as
enzimas dos grânulos.
Por fim, os componentes microbicidas produzidos pelos neutrófilos são ROS (espécies
reativas de oxigênio), NO (cuja produção basal já ocorre no endotélio, mas é aumentada
pelos neutrófilos) e radicais livres, além de enzimas (como as colagenases) e peptídeos
antimicrobianos (como as defensinas) liberados nos grânulos.
Imunologia 1ª Avaliação
5. “A elaboração de uma vacina preventiva para o HIV deve levar em consideração as
variáveis de localização geográfica e de etnia na tentativa de minimizar os efeitos do
polimorfismo existente nas populações. Ainda assim, é praticamente certo não haver
imunização 100% eficaz para os grupos vacinados.”
Tendo em vista tais observações, responda:
a. O que justifica a dificuldade de se elaborar uma vacina preventiva para o HIV?
b. Por que é praticamente certo não haver imunização 100% eficaz para os grupos
vacinados?
Porque podem existir indivíduos, dentre o grupo vacinado, sem MHC para
apresentar os epítopos imunodominantes do HIV presentes na vacina, uma vez que
é o MHC que determina a imunogenicidade do Ag.
Imunologia 1ª Avaliação
6. Explique:
a. Por que deve-se avaliar a afinidade de anticorpos IgG para se discriminar infecções
agudas de infecções pregressas?
b. Por que não seria cabível realizar esse tipo de avaliação da avidez com anticorpos de
classe M?
Por meio da ativação do sistema complemento pela via clássica, que é a dependente
de anticorpo.
Essa via é iniciada com a proteína plasmática C1. Ela interage com os domínios
constantes do anticorpo, no caso o IgM, que está aderido à superfície do patógeno,
sofrendo uma torção em seu arranjo que ativa subunidades, dando início a uma
cascata de reações. Porém, os domínios constantes precisam estar próximos para
que ocorra essa torção. Por essa razão, o IgM se mostra tão eficaz na proteção
contra infecções por ativação do sistema complemento, uma vez que sua estrutura é
pentamérica e, portanto, oferece domínios constantes próximos para a C1 se ligar.
Imunologia 1ª Avaliação
2016.1
Cleo
A atuação dos anticorpos IgG se dá tanto por neutralização, quanto por ativação do sistema
complemento, opsonização e ADCC (Citotoxidade Celular Dependente de Anticorpo).
A neutralização ocorre pela capacidade do IgG em se ligar com alta afinidade ao Ag,
bloqueando a interação Ag-célula e impedindo assim, a infecção celular.
A ativação do sistema complemento, por sua vez, ocorre a partir da interação da proteína
C1, que inicia a via clássica, com os domínios variáveis de IgG que está aderido à superfície
do patógeno e que precisa da ligação ao Ag para expor seus domínios variáveis. Apesar de
IgG não ser um ativador do complemento tão eficaz quanto o IgM (que é pentamérico), ele
também auxilia nesse processo.
Já quanto a atuação do IgG pela opsonização, em uma resposta Th1, há liberação de IFN-
gama, o qual induz a troca de classe em B de IgM por IgG1 e IgG3, além de aumentar a
expressão de CD64 em fagócitos, que é um receptor para Fc que reconhece IgG1 e IgG3.
Dessa forma, o IgG, ao opsonizar o patógeno, contribui para que a fagocitose ocorra.
Por fim, temos a ADCC, em que os IgGs fixados na parede das células infectadas aproximam
os receptores de Fc das NKs (CD16), ativando-as e possibilitando, assim, a realização da sua
atividade celular citotóxica pela liberação de granzimas e perforinas sobre as células
infectadas.
Vera
Primeiramente deve-se avaliar que um doador de medula ideal é aquele com MHC
idêntico, um vez que o MHC é o complexo envolvido no processo de rejeição em
transplantes. Sendo assim, a probabilidade de histocompatibilidade entre irmãos é
baixa (25%) porque cada filho recebe 2 haplótipos (um do pai e um da mãe)
diferentes entre si.
12. Explique por que crianças menores de 2 anos são mais suscetíveis a infecções por antígenos
de natureza polissacarídica?
13. “IgG de baixa afinidade indica uma infecção ainda em curso.” Essa afirmativa está correta?
Justifique.
Afirmação correta. O primeiro AC a ser produzido na resposta imune humoral é o IgM, por
plasmócitos de vida curta, caracterizando o foco primário da fase inicial da resposta. Alguns
deles podem liberar IgG com baixa afinidade, no entanto, os de alta afinidade só são
liberados pelos plasmócitos de vida longa, no centro germinativo, na fase tardia da resposta.
Portanto, IgG de alta afinidade é sinal de infecção passada, vacinação ou infecção crônica,
enquanto o de baixa afinidade é sinal de resposta ainda em curso.
Imunologia 1ª Avaliação
2015.1
Cleo
Vera
18. Qual a importância da proteína C3 na resposta imune e por que sua ausência pode causar
infecção e beneficiar a bactéria Neisseria?
Vera