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Energia Vital

Energia vital é, segundo o Organon da arte de curar, uma força (não obrigatoriamente o
conceito físico de "força") que governa a si própria e anima dinamicamente o corpo material
(organismo), com poder ilimitado conservando todas as partes de nosso organismo em
admirável e harmoniosa operação vital, no que diz respeito tanto às sensações quanto às
funções

Para a homeopatia, a única causa de doenças é a força vital afetada que produz
moléstias. Saúde, portanto, está ligada ao equilíbrio dessa força.

Enfermidade

A enfermidade inicia-se por uma noxa desencadeante, que causará um processo onde o
corpo tentará restabelecer o equilíbrio energético inicial.

Os transtornos funcionais, lesionais ou psicofisicos não são a enfermidade, mas sim a


sua manifestação: o desequilíbrio da força vital causa a enfermidade.

Leis de Cura de Hering

 Os sintomas têm direção centrífuga (fora para dentro)


 A cura se faz a partir dos orgãos mais nobres para os menos nobres
 Os sintomas desaparecem de cima para baixo
 Os sintomas desaparecem na ordem inversa do seu aparecimento
 Pode haver retorno dos sintomas antigos

Fundamentos da Homeopatia

 Lei da semelhança (similia similibus curentur - conceito de Hipócrates)


i) A lei de semelhança e a lei dos contrários foram criadas por Hipócretis!
 Experimentação no homem são e sensível
 Doses mínimas
i) Efeito primário: próprio da droga
ii) Efeito secundário: inverso ao primário, relativo ao medicamento
iii) Efeito idiossincrático: reação individual
 Unidade Medicamentosa

Supressão e Metástases

Supressão é o processo onde se remove os sintomas sem que se acione o processo


curativo intrínseco, acarretando no retorno dos mesmos sintomas e de outros mais graves nas
semanas, meses ou anos seguintes.

Perturbações consecutivas ao bloqueio das manifestações primitivas reacionais são


designadas por metástases e costumam receber outro diagnóstico quando, na realidade, são
outras facetas da mesma condição crônica. Por isso, o médico deve estar atento e ciente de que
a inibição de sintomas não constitui necessariamente a cura.
Farmacotécnica

Os medicamentos homeopáticos podem ser feitos com extratos vegetais, animais e


minerais. Esses extratos podem ser solúveis ou não-solúveis, o que altera o processo de preparo
da Tintura Mãe (TM). A partir da TM, pode-se produzir o medicamento em diversas diluições,
sempre respeitando os princípios homeopáticos.

Para substâncias solúveis, a matéria-prima é dissolvida em mistura hidroalcoólica


contendo 90% de álcool puro e 10% de água destilada, permanece descansando por 2 a 4
semanas, sendo sacudida ocasionalmente. Após esse tempo, ela é prensada e filtrada. O líquido
resultante é a TM, que deve ser armazenada em vidro escuro de cor âmbar.

Para substâncias insolúveis, primeiro deve-se torna-las solúveis. Elas são trituradas em
um pilão de cerâmica porosa impregnado com lactose (substância inerte). Depois, 1 parte de
substância insolúvel é socada contra 99 partes de lactose na parede do pilão. A lactose fica
impregnada da energia do medicamento. Esse processo é feito em 3 etapas, chegando a 3 CH,
quando a maioria das substâncias estão prontas para serem diluídas. A TM também deve ser
estocada em vidro de cor escura.

Para preparação de medicamentos homeopáticos, dilui-se a TM em solução


hidroalcoólica e posteriormente se agita vigorosamente, por 100 vezes, visando impregnar o
veículo com a energia medicamentosa do medicamento. Esse processo se chama 'sucussão'. A
diluição mais a sucussão são denominadas "dinamização".

As diluições podem ocorrer segundo 2 escalas: a decimal de Hering (DH) ou a centesimal


Hahnemanniana (CH). Na primeira, dilui-se 1 gota da TM em 9 gotas de solvente hidroalcoólica
e succuciona-se, produzindo uma solução 1 DH. Já na segunda, são 1 gota da TM para 99 gotas
do solvente hidroalcoólica, gerando uma solução 1 CH

Esse processo (dinamização) pode ser repetido várias vezes para se produzir
medicamentos mais potentes (2, 5, 10, 30 DH ou CH). Sempre utilizando vidros estéreis e
escuros. Quanto maior a dinamização do medicamento, maior sua potência.

 ATENÇÃO: É errado afirmar que 2 CH equivalem a 4 DH. Apesar da diluição ser


essencialmente a mesma, as sucussões são diferentes. Um medicamento 2 CH foi
submetido a 200 agitações, enquanto um 4 DH foi submetido a 400, uma vez que deve-
se fazer a succusão após cada processo de diluição.
X CH = X DH em número de sucussões, enquanto X CH = 2X DH em concentração (g/ml)

Para além da solução hidroalcoólica 30% ou 70%, existem outras formas farmacêuticas
homeopáticas: glóbulos, tabletes, comprimidos, pós, papéis etc.

A receita homeopática deve ser dotada de todas as informações adequadas para


produção e utilização dos medicamentos. Evita-se abreviações que podem gerar confusão e se
identifica o nome do medicamento, potência, quantidade, posologia, frequência e período de
duração do tratamento.
Constituições

São a resultante fenotípica do genótipo individual de cada pessoa. São diagnosticadas


por meio da consulta e do acompanhamento clínico

Existem 3 constituições e 1 constituição acessória

I – Sulfúrica

Morfologia

Corpo: normolíneo; relação peso/altura equilibrada; face equilibrada entre os 3 segmentos


(superior, médio e inferior); dentes brancos e bem implantados, comprimento do 3º
quirodáctilo proporcional ao da palma da mão; tônus musculares normais; ângulos de joelhos e
cotovelos = 180º.

Adoece de forma estênica (Adoece rápido e melhora rápido). Tendência a manifestações


explosivas: febre alta, crises alérgicas, cefaleia e etc.

Comportamento

"Bon vivant", despreocupado, acha que está sempre bem.

II – Carbônica

Morfologia

Corpo: brevelíneo; relação peso/altura: predomíneo do peso com tendência a engordar; face
larga e predomíneo do segmento inferior (prognatismo mandibular); dentes largos e branco-
amarelados; comprimento do 3º quirodáctilo menor que a palma da mão; unhas quadradas;
tônus muscular aumentado; ângulos dos cotovelos menores que 180º

Adoece de forma astênica (Adoece lento e melhora lento). Tendência a retenção hídrica e
metabólica, constipação intestinal, hipotireoidismo, DM II e etc.

Comportamento

Econômico nas suas reações e temperamento, inseguro com a estabilidade financeira, não gosta
de mudanças, responsável, teimoso e etc.

III – Fosfórica

Morfologia

Corpo: longilíneo; relação peso/altura: predomínio da altura sobre o peso, com tendência a
emagrecer; face afilada com predomínio do segmento superior e tendência ao retrognatismo
mandibular; dentes compridos e amarelados, tendência a cáries; comprimento do 3º
quirodáctilo maior que o da palma da mão, dedos afilados, unhas compridas; tônus muscular:
reduzido; ângulos dos cotovelos = 180º

Adoece de forma estênica (Adoece rápido) mas se cura de forma astênica (melhora lento).
Metabolismo acelerado, tendência a perdas hidro-eletrolíticas e metabólicas; tendência a perda
de peso, inflamações de mucosas de evolução arrastada, hipertireoidismo, DM I e etc.
Comportamento

Criativo, idealista, entusiasta, sensível, emotivo, ansioso em relação a saúde, não-econômico e


etc.

IV – Fluórica - É caracterizada mais como uma constituição acessória do que uma constituição
pura, mais evidenciada nos indivíduos fosfóricos, compondo uma constituição mista fosfo-
fluórica.

Morfologia

Corpo: dismórfico; relação peso/altura: variável; face: assimétrica; dentes fracos, mal
implantados; dedos assimétricos; tônus musculares reduzidos; ângulo dos cotovelos maior que
180º. Suas doenças são muito lesionais, com irritação e escoriação das mucosas e pele e
tendência a degeneração do tecido conjuntivo e elástico; Sangramentos e ulcerações de mucosa
e pele, ectasias vasculares, lassidez ligamentar, prolapsos, desvios de coluna, osteoporose,
osteomielite.

Comportamento

Inconstância, instabilidade, labilidade e desorganização afetiva e emocional; influenciável pelo


meio externo; dificuldade de atenção, compreensão e raciocínio.

Miasmas/Diáteses

1828: Tratado de Doenças Crônicas/Miasmas/Diáteses – Hahnemann observou, após 30


anos, que mesmo com uso rigoroso da lei da semelhança, alguns pacientes tinham recidivas
frequentes ao longo do tratamento das enfermidades crônicas. Atribuiu este fato à existência
de "miasmas" – causas de natureza contagiosa e imperceptível. Descreveu essas enfermidades
miasmáticas neste tratado, organizando as doenças em agudas ou crônicas, sendo os doentes
crônicos classificados em 3 miasmas: Psora, Sicose e Sifilinismo (relacionados respectivamente
a sarna, blenorragia e cancro venéreo). Após vários estudos, concluiu que era preciso observar
os antecedentes de cada doente a fim de prever e tratar as metástases mórbidas.

Os discípulos de Hahnemann rechaçaram a noção de contágio, introduzindo a noção de


'diáteses' (predisposição), surgindo, assim, o conceito de 'terreno', que tem um papel primordial
nas enfermidades crônicas

Observar os pacientes de maneira holística e integrada ao meio ambiente foi uma noção
muito importante para a homeopatia e permitiu o entendimento padronizado do processo de
adoecimento em diferentes indivíduos (modos reacionais)

Psora; A partir da observação, Hahnemann percebeu que a supressão da sarna


'interiorizava' a doença, levando ao desenvolvimento de moléstia crônica (crianças com
dermatite atópica sendo tratadas com corticóides e desenvolvendo asma ou alergia)

Assim, inicialmente atribuiu uma etiologia externa, mas posteriormente percebeu que a Psora
ocorria em muitos pacientes que nunca contraíram sarna, considerando-a a origem de todas as
doenças, a doença primitiva, fonte de todos os distúrbios. Manifesta-se por meio de afecções
cutâneas recidivantes, afecções de mucosas, órgãos internos e psiquismo.
É definida como o modo reacional que surge a partir da tentativa do organismo de
manter o equilíbrio e eliminar toxinas por meio das vias normais, compensando distúrbios
causados pelo aumento do estímulo nocivo ou pela diminuição da eficiência das vias de
eliminação.

Caracteriza-se por uma hiperatividade das funções orgânicas e psíquicas; não há


alterações estruturais definitivas (funcional/não-lesional), reage defensivamente, nunca
ofensivamente.

Causas: Fatores que aumentam o fluxo e fatores que diminuem as eliminações

Quando a energia vital não consegue que determinado aparelho equilibre o organismo,
continuará a ampliar a tensão exonerativa até outro mecanismo entrar em ação. Por isso, na
psora, ocorre alternância de um meio de excreção a outro, mas as alterações progressivas são
sempre funcionais

-Escala de complexidade crescente:

Micção --> evacuação --> transpiração --> secreção

Tendência a inúmeras dermatoses como parasitoses dérmicas (sarna), eczemas,


pruridos e etc. No TGI, verminoses, perturbações funcionais, eructações, flatulências, cólicas,
alternância de constipação e diarreia, apetite aumentado e etc. No ACV, angústia e taquicardia.
Na área mental, ansiedade, medo, hiperatividade mental, melancolia etc.

Excreções psóricas: fétidas devido a perturbações metabólicas e digestivas. Inibir a


atividade emunctorial (sudorese, diurese, pranto e etc) piora os sintomas, já estimular melhora-
os.

Características principais:

- Ansiedade, angústia, medo

- Manifestações patológicas periódicas

- Sucessão ou alternância entre dermatose, inflamações, congestão de órgão interno,


pertubações no psiquismo

- Recidivas constantes

- Maus efeitos de supressões

- Falta de reação ao medicamento indicado

- Tendência a parasitores

- Secreções fétidas

- Distúrbios do apetite

- Calorento/friorento

Sicose

Introduzido como miasma venéreo, os sintomas sicóticos surgem após blenorragia,


principalmente se suprimida bruscamente. Em resumo, a Sicose é um estado hidrogenóide,
presente em indivíduos brevelíneos, com tendência a retenção hídrica. Possui etiologias
múltiplas e cursa com reações de defesa lenta com geração de 'catarros' crônicos e excrescência
(Hiperplasia). Surge pela incapacidade do organismo em eliminar as toxinas nocivas por meio
das vias normais, determinando lentidão metabólica e retenção seguida de esclerose.

Clinicamente, apresenta secreções mucopurulentas, principalmente da mucosa genital


e rinofaringéia; infiltração tissular anormal pelos líquidos intersticiais (estado de 'embebição') e
proliferações celulares anormais inicialmente benignas.

 Psora (hiperfunção) --> sobrecarga dos aparelhos --> Sicose --> hiperatividade --> Sicose
primária (aumento da secreção) --> Sicose secundária (estado hidrogenóide) --> Sicose
terciária (proliferações tissulares benignas)

Atitude mental hipertrófica: autoritário, ideias obsessivas, medo fóbico, distingue


certo/errado, mas é incapaz de seguir essa lógica, desconfiado, perspicaz para garantir suas
necessidades, agressivo, cruel, tendência a desequilíbrio sexual, depressivo.

 Noxa --> insegurança (psora primária) --> tentativas de compensação --> reações
primárias do ego (psora; mente lúcida, raciocínio normal) --> exaustão das reações do
ego --> reações afetivo/emotivas (sicose; distúrbios de conduta, hipertrofia do ego) -->
reações depressivas/melancolia

Tipo Sensível: Qualquer indivíduo pode desenvolver a sicose, mas o carbônico/brevelíneo


apresenta uma tendência à lentidão metabólica, ao acúmulo e, assim, uma maior disposição a
apresentar os mecanismos da sicose.

Causalidades:

 Externas: falta de higiene, erros alimentares, intoxicações, poluição do ar, produtos


químicos, parasitas, umidade alta, infecções prolongadas, iatrogenia,
puberdade/gravidez/menopausa, TCE, choques emocionais e causas congênitas
 Internas: predisposição 'de terreno', tendêncas sicóticas familiares

Características principais:

- Causalidades externas

- Ideias obsessivas com tendência depressiva

- Piora geral pela umidade

- Melhora geral pelo movimento

- Tendência a retenção líquida

- Tendência às proliferações tumorais ou císticas

- Infecções persistentes (genito-urinárias e rinofaríngeas)

Sifilinismo/Luetismo

Anos antes de criar a homeopatia, Hahnemann havia se interessado particularmente


pela sífilis. No tratado de doenças crônicas, diferenciou sífilis de gonorréia. Atualmente, o
miasma sifilínico deixou de ser definido como uma diátese mórbida ligada a sífilis, passando a
ser entendido como uma modalidade reacional.
É o modo reacional que surge pela incapacidade do organismo de manter o equilíbrio
na psora e na sicose, mediante a uma agressão, criando um conjunto reacional anárquico. O
Luetismo possui, diferentemente das outras diáteses, um biótipo exclusivo: o fluórico distrófico
(tipo sensível da sífilis).

 Noxa --> falha dos mecanismos da psora e da sicose --> destruição tecidual --> ação
sobre o endotélio --> má irrigação tecidual

É o modo reacional mais lesional/destrutivo. Cursa com inflamações do sistema


linfoganglionar, relaxamento ligamentar (luxações), hiperflexibilidade articular com tendência a
hérnias, varizes, aneurismas; perióstites, cáries, úlceras, esclerodermia, psoríase, o indivíduo
tende a apresentar assimetria e formas não harmônicas.

Atitude mental destrutiva: não se integra nem tenta se integrar ao meio, antisocial,
incapacidade de controlar seus impulsos, agressivo, destrutivo, desejo de fuga (viajar),
ansiedade.

 Noxa --> insegurança (psora primária) --> tentativas de compensação --> reações
primárias do ego (psora; mente lúcida, raciocínio normal) --> exaustão das reações do
ego --> reações afetivo/emotivas (sicose; distúrbios de conduta, hipertrofia do ego) -->
reações depressivas/melancolia --> reações agressivo-destrutivas (luetismo; distúrbios
do intelecto)

Atinge a inteligência, alterando a capacidade de raciocínio, imaginação, memória,


percepção, atenção. Possui tendência suicida silenciosa.

Tipo Sensível: O sifilinismo atinge particularmente indivíduos com constituição


fluórica/distrófica, que se caracteriza por assimetria geral, hiperlassidão ligamentar, alterações
ósseas e dentárias e surdez, além de déficits na área intelectual, moral e afetiva; desequilíbrio
nervoso, instabilidade, agitação noturna, lentidão

Causalidades:

Externas: Infecciosas, principalmente pelo Treponema, mas também por outras infecções
(tuberculose, linfadenites, osteomielites); intoxicações, carências minerais na dieta, fechamento
de lesões ulceradas por agente tópico ou cirúrgico

Internas: Sífilis congênita

Características principais:

- História familiar

- Na HPP, caxumba, amigdalite, criança 'difícil'

- Desenvolvimento neuropsicomotor alterado (desequilíbrio, instabilidade)

- Necessidade contínua de lavar as mãos

- Criança que 'mexe em tudo'

- Piora noturna

- Piora à beira-mar e melhora no campo

- Crescimento prejudicado ou atrasado


- Dismetria mosfológicas (caracteres não harmônicos)

Semiologia Homeopática

A semiologia homeopática visa diagnosticar sintomas funcionais e gerais, estudando as


características particulares do doente, seu modo reacional e as causalidades envolvidas. Após,
visa individualizar uma terapêutica específica para aquele organismo sofrendo daquela doença.

Tipos de diagnóstico: Clínico/Nosológico (alopatia), Clínico Homeopático (sensorial,


funcional, lesional), Constitucional (biotipos), Diatésico/Miasmático (modos reacionais),
Terapêutico, Medicamentoso (CUIDADO: diagnóstico terapêutico não necessariamente
necessita do uso de medicamentos)

Pergunta-se, na anamnese homeopatica, questões referentes a:

- Etiologia/causalidades

- Sintomas mentais

- Modalidade (caracterização do sintoma pelo paciente)

- Sintomas gerais

- Sintomas locais

- Sinais e sintomas concomitantes e alternantes

 É importante (para a prova) observar a estrutura de uma anamnese homeopática. Segue


um exemplo:

Identificação: APP, 23 anos, branca, sexo feminino, solteira, moradora de Curicica – RJ, auxiliar
de enfermagem, natural do Rio de Janeiro.

HPP: Nega viroses comuns da infância. “Já tive princípio de pneumonia (Sic.) há muito tempo. ”

HFam: Mãe e irmão asmáticos. Irmão faleceu há 2 anos com 26 anos com câncer de estômago;
faleceu em 1 mês de evolução da doença. Pai faleceu há 6 anos com hepatite B, com 48 anos.
Mãe viva com 61 anos e asmática crônica. Tem agora mais 2 irmãos. É a caçula.

QP: Crises de bronquite

HDA: Há 2 meses vem apresentando crises de bronquite com muito cansaço e falta de ar. Nunca
havia apresentado quadros parecidos antes. Foi a primeira vez. Dificuldade de melhorar com
Aminofilina / Cortisona e até mesmo com nebulização com Berotec (8 gts)/Atrovent (15 gts),
porque 1h após o uso voltavam os sintomas. Com agravos que necessitam de atendimento de
emergência. As crises surgem no contato com poeira (para arrumar a casa), também com
perfume forte e qualquer fumaça. Começa com chiado forte e peso no peito que me impede de
inspirar; tosse seca direto (+ da garganta); normalmente sem secreção ou só no final da crise
com muita falta de ar. Os sintomas começam com muito cansaço que é o pior (Sic.) junto com a
dificuldade de respirar. Vai aumentando a tosse e tendo mais dificuldade para respirar. A tosse
é espasmódica, não tem hora; mais no final da tarde, com sereno. Acha que piora mais no tempo
seco; se chove não é tão ruim. Não modificou a sede, mas toda hora tem vontade de cuspir;
ânsia de vômito se tosse forte mais forte. Fica muito amuada, difícil para comer, sem cianose.
Crise de asma piora com banho frio. Usei Fluir® há 20 dias por 15 dias e não tive mais crises
nesses dias. (Sic.)

Raramente gripa – normalmente não apresenta febre se doente. Ouvidos e audição sem
anormalidades.

Pele: Sem alergias, sem queixas. Já tive furúnculos em criança – só uma vez. “Tive uma verruga
em criança”, nega herpes. “Tinha bastante piolho quando criança.” É friorenta, quase não
transpira e quando acontece é mais nas mãos e é um suor frio.

Cabelos e unhas sem alterações.

Aparelho digestivo: Digestão normal. Intestino: constipação – até 4 dias, sem vontade. Quando
sente vontade faz força, satisfaz. As fezes estão dentro do padrão, nega hemorróidas. Melhora
quando come fibras, mas muito pouco. Já usou muito laxante – Lactopurga®, mas dava muitas
cólicas com ânsia de vômitos. Sem gases. Apetite aumentado, principalmente após falecimento
do irmão há 2 anos, quando passou de 48 para 59 Kg. Gosta mais de salgado (macarrão). Tem
aversão à jiló. Toma muita água.

Aparelho urinário: Teve cistite só uma vez quando criança.

Aparelho ginecológico: Menarca com 12 anos, regras regulares sem ACO (anticoncepcional oral);
catamênios regulares 30 / 6-7 / 30 dias. Tem muitas cólicas durante a menstruação, tem que
tomar dipirona. Cólicas principalmente do 2o ao 4o dia. O sangue é vivo com poucas placas. Sem
corrimento, faz sempre preventivo. Nega gravidez, está morando junto com outra mulher há 5
anos. Sexualmente ok, não quer ter filhos. Data das últimas menstruações: 09/08 e 11/ 09.

Aparelho osteoarticular: Se muito tempo sentada, incha as mãos, “não consigo dobrar os dedos,
aparece mais durante o dia”. Nega câimbras ou formigamentos, coluna sem alterações. Parou
atividades físicas por causa da asma, antes sempre praticou esportes.

Aparelho cardiovascular: Tonteira às vezes, de rodar, escurece a visão, tem que parar –
acontecendo mais ultimamente. Às vezes teve taquicardias – começaram ano passado, quando
sentiu muito, mas esse ano está melhor. Sem outras queixas.

Sono: Demora um pouco para adormecer. Normalmente dorme das 20/23h às 4:40/7h. Acorda
bem e disposta.

Sonhos: mais com situações do dia-a-dia.

Medo: Escuro – cisma que tem pessoas a olhando; raios (s/ razão).

Mental: Muito extrovertida, “tudo para mim é sorrindo e brincando, falo com todos, muito
comunicativa, não sou mandona, sou mais de engolir sapos, relevo as coisas, me magôo fácil,
não falo nada, não sou muito de remoer, difícil de esquecer, espero o momento certo para dar
o troco – eu não esqueço! ” “Às vezes lembro da morte do meu irmão. ” “Sou muito carinhosa,
meiga, me emociono e choro facilmente, sempre prefiro estar no meio do povão, sou meio
baderneira. ” Para decidir – “sou rápida, as decisões são minhas. Detesto brigar – sou muito
amiga, não sou de cobrar, gosta de ajudar, muito prestativa. ”

Exame físico: Pulmões limpos. PA = 130 x 80 mmHg.


Conduta: Natrum muriaticum 9 CH, 3 gotas pela manhã. Pulmão histaminum 30 DH, SOS (asma),
3 gotas quando necessário de até hora/hora ou 6 gotas na nebulização.

DIAGNÓSTICOS: Clínico-homeopático: funcional; Constitucional: carbônica; Miasmático:


psórica; Terapêutica: clínica homeopática

Acupuntura

Prática da Medicina Tradicional Chinesa, assim como a maxabustão, fitoterapia, massagem e


ventosaterapia. Seu princípio básico é o estímulo dos meridianos energéticos, visando atingir
vísceras maciças e ocas. O método de estimulação varia, na acupuntura, utilizam-se agulhas. A
Medicina Tradicional Chinesa tem como conceito básico o Chi ou Qi, que se movimenta pelos
meridianos e promove equilíbrio e saúde
Fitoterapia

 Do grego, phyto = vegetal e therapia = tratamento


 Transmitida culturalmente, foi descrita por Sheng Nong, imperador chinês, em 2500 a.c.
 Conhecimento tradicional vs. ciência contemporânea
 Conceitos

- Fitofármaco: medicamento sintético que utiliza derivado vegetal como principio ativo
(morfina)

- Fitoterápico: composto natural produzido com partes de plantas que NECESSARIMENTE passa
por processo farmacêutico (Chã NÃO é fitoterápico, pois não passa por processo farmacêutico)

- Fitocomplexo: todas as substâncias biologicamente ativas da planta são utilizadas. É onde


ocorre sinergismo farmacodinâmico.

 Formas farmacológicas: Planta rasurada, pó, extratos aquosos (infusões ou chás,


decoctos), cápsulas, comprimidos, xaropes e etc.
 Plantas importantes:

- Allium sativum (Alho)

A Alicina é o principal componente químico, é instável e transforma-se em ajoema. O bulbo é a


parte utilizada. Visa o controle da HAS e redução modesta do colesterol, atuando como
antihipertensivo e antioxidante. Mecanismo semelhante a iECA e nitrato. Caucasianos
respondem mais que os afrodescendentes.

- Gymnema sylvestre (Gimnema)

Ácidos gimnêmicos são o principal componente químico. A folha é a parte utilizada. Visa o
controle da DM e da obesidade, reduzindo a glicemia e a hemoglobina glicada. Atua reduzindo
a absorção intestinal de glicose, ocupando o lugar das papilas gustativas sensíveis ao gosto 'doce'
e regenerando as ilhotas pancreáticas. Poucos efeitos adversos.

- Harpagophytum procumbens (Garra do Diabo)

Harpagosídeo é o principal componente químico. A raiz é a parte utilizada. Visa o tratamento de


artrite e lombalgia, atuando como anti-inflamatório. Mecanismo de ação via COX, LOX e iROS.
Não deve ser usado por cardiopatas.

- Chamomilla recutita (Camomila)

Apigenina é o principal componente químico. Flores secas são utilizadas para infusões e
extratos. Visa tratamento da ansiedade e depressão. Atua como ansiolítico, sedativo e,
possivelmente, antidepressivo, anti-inflamatório e anti-espasmódico. Ação semelhante a
benzodiazepínicos, pode ser usada por longos prazos.

História da Medicina

 Medicina Primitiva:
 Origem das doenças pautada em maus espíritos. Misticismo, religião e magia.
 Ervas, banhos, repouso e calor.
 Médicos-xamãs, conhecedores das ervas e dos espíritos
 Medicina Ayurvédica:
 Harmonia entre corpo, mente e alma
 8 ramos principais
 Distinta da alopatia na India

 Medicina Egípcia
 Desenvolvimento de cirurgias não-invasivas básicas, ortopedia e medicina dentária
 Farmacopéia: bolores, excrementos e plastos
 Técnicas de embalsamento
 Apelo à divindades
 Tradição empírica, influenciando sociedades posteriores

 Medicina Babilônica
 Leis reguladoras do indivíduo e da sociedade
 Sacrifícios humanos, influência do sobrenatural
 Poder curativo para ervas, água e fogo
 Canalizações de água e esgoto
 Caduceu de Asclépio

 Medicina Grega
 Traumas de batalhas e causas naturais de doenças
 Atuação de Hipócrates
 Príncipios da cura: contrários, iguais e semelhantes
 2 escolas: Cnido (doença) e Cos (doente)

 Medicina Romana
 Construção de redes de esgoto, casas de banho e aquedutos
 Galeno: o cirurgião dos gladiadores, usava os contrários
 Conceito moderno de vitalismo

 Idade Média
 - Ameaças à produção científica
 - Surtos epidêmicos: sífilis, hanseníase e peste bubônica
 - Renascença na medicina e nas artes

 Paracelso
 - Alquimia, Filosofia e Medicina
 - Causas espirituais das doenças
 - Lei dos iguais

 Van Helmont
 - Archeus (força vital =/= alma) e desarmonia = doença. Causas exteriores são ocasionais

 Hahnemann
 - Doença = desarmonia vital
 - Organon da arte de curar (1810) e o vitalismo
 - Medicamentos ultramoleculares e homeopáticos

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