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Energia vital é, segundo o Organon da arte de curar, uma força (não obrigatoriamente o
conceito físico de "força") que governa a si própria e anima dinamicamente o corpo material
(organismo), com poder ilimitado conservando todas as partes de nosso organismo em
admirável e harmoniosa operação vital, no que diz respeito tanto às sensações quanto às
funções
Para a homeopatia, a única causa de doenças é a força vital afetada que produz
moléstias. Saúde, portanto, está ligada ao equilíbrio dessa força.
Enfermidade
A enfermidade inicia-se por uma noxa desencadeante, que causará um processo onde o
corpo tentará restabelecer o equilíbrio energético inicial.
Fundamentos da Homeopatia
Supressão e Metástases
Para substâncias insolúveis, primeiro deve-se torna-las solúveis. Elas são trituradas em
um pilão de cerâmica porosa impregnado com lactose (substância inerte). Depois, 1 parte de
substância insolúvel é socada contra 99 partes de lactose na parede do pilão. A lactose fica
impregnada da energia do medicamento. Esse processo é feito em 3 etapas, chegando a 3 CH,
quando a maioria das substâncias estão prontas para serem diluídas. A TM também deve ser
estocada em vidro de cor escura.
Esse processo (dinamização) pode ser repetido várias vezes para se produzir
medicamentos mais potentes (2, 5, 10, 30 DH ou CH). Sempre utilizando vidros estéreis e
escuros. Quanto maior a dinamização do medicamento, maior sua potência.
Para além da solução hidroalcoólica 30% ou 70%, existem outras formas farmacêuticas
homeopáticas: glóbulos, tabletes, comprimidos, pós, papéis etc.
I – Sulfúrica
Morfologia
Comportamento
II – Carbônica
Morfologia
Corpo: brevelíneo; relação peso/altura: predomíneo do peso com tendência a engordar; face
larga e predomíneo do segmento inferior (prognatismo mandibular); dentes largos e branco-
amarelados; comprimento do 3º quirodáctilo menor que a palma da mão; unhas quadradas;
tônus muscular aumentado; ângulos dos cotovelos menores que 180º
Adoece de forma astênica (Adoece lento e melhora lento). Tendência a retenção hídrica e
metabólica, constipação intestinal, hipotireoidismo, DM II e etc.
Comportamento
Econômico nas suas reações e temperamento, inseguro com a estabilidade financeira, não gosta
de mudanças, responsável, teimoso e etc.
III – Fosfórica
Morfologia
Corpo: longilíneo; relação peso/altura: predomínio da altura sobre o peso, com tendência a
emagrecer; face afilada com predomínio do segmento superior e tendência ao retrognatismo
mandibular; dentes compridos e amarelados, tendência a cáries; comprimento do 3º
quirodáctilo maior que o da palma da mão, dedos afilados, unhas compridas; tônus muscular:
reduzido; ângulos dos cotovelos = 180º
Adoece de forma estênica (Adoece rápido) mas se cura de forma astênica (melhora lento).
Metabolismo acelerado, tendência a perdas hidro-eletrolíticas e metabólicas; tendência a perda
de peso, inflamações de mucosas de evolução arrastada, hipertireoidismo, DM I e etc.
Comportamento
IV – Fluórica - É caracterizada mais como uma constituição acessória do que uma constituição
pura, mais evidenciada nos indivíduos fosfóricos, compondo uma constituição mista fosfo-
fluórica.
Morfologia
Corpo: dismórfico; relação peso/altura: variável; face: assimétrica; dentes fracos, mal
implantados; dedos assimétricos; tônus musculares reduzidos; ângulo dos cotovelos maior que
180º. Suas doenças são muito lesionais, com irritação e escoriação das mucosas e pele e
tendência a degeneração do tecido conjuntivo e elástico; Sangramentos e ulcerações de mucosa
e pele, ectasias vasculares, lassidez ligamentar, prolapsos, desvios de coluna, osteoporose,
osteomielite.
Comportamento
Miasmas/Diáteses
Observar os pacientes de maneira holística e integrada ao meio ambiente foi uma noção
muito importante para a homeopatia e permitiu o entendimento padronizado do processo de
adoecimento em diferentes indivíduos (modos reacionais)
Assim, inicialmente atribuiu uma etiologia externa, mas posteriormente percebeu que a Psora
ocorria em muitos pacientes que nunca contraíram sarna, considerando-a a origem de todas as
doenças, a doença primitiva, fonte de todos os distúrbios. Manifesta-se por meio de afecções
cutâneas recidivantes, afecções de mucosas, órgãos internos e psiquismo.
É definida como o modo reacional que surge a partir da tentativa do organismo de
manter o equilíbrio e eliminar toxinas por meio das vias normais, compensando distúrbios
causados pelo aumento do estímulo nocivo ou pela diminuição da eficiência das vias de
eliminação.
Quando a energia vital não consegue que determinado aparelho equilibre o organismo,
continuará a ampliar a tensão exonerativa até outro mecanismo entrar em ação. Por isso, na
psora, ocorre alternância de um meio de excreção a outro, mas as alterações progressivas são
sempre funcionais
Características principais:
- Recidivas constantes
- Tendência a parasitores
- Secreções fétidas
- Distúrbios do apetite
- Calorento/friorento
Sicose
Psora (hiperfunção) --> sobrecarga dos aparelhos --> Sicose --> hiperatividade --> Sicose
primária (aumento da secreção) --> Sicose secundária (estado hidrogenóide) --> Sicose
terciária (proliferações tissulares benignas)
Noxa --> insegurança (psora primária) --> tentativas de compensação --> reações
primárias do ego (psora; mente lúcida, raciocínio normal) --> exaustão das reações do
ego --> reações afetivo/emotivas (sicose; distúrbios de conduta, hipertrofia do ego) -->
reações depressivas/melancolia
Causalidades:
Características principais:
- Causalidades externas
Sifilinismo/Luetismo
Noxa --> falha dos mecanismos da psora e da sicose --> destruição tecidual --> ação
sobre o endotélio --> má irrigação tecidual
Atitude mental destrutiva: não se integra nem tenta se integrar ao meio, antisocial,
incapacidade de controlar seus impulsos, agressivo, destrutivo, desejo de fuga (viajar),
ansiedade.
Noxa --> insegurança (psora primária) --> tentativas de compensação --> reações
primárias do ego (psora; mente lúcida, raciocínio normal) --> exaustão das reações do
ego --> reações afetivo/emotivas (sicose; distúrbios de conduta, hipertrofia do ego) -->
reações depressivas/melancolia --> reações agressivo-destrutivas (luetismo; distúrbios
do intelecto)
Causalidades:
Externas: Infecciosas, principalmente pelo Treponema, mas também por outras infecções
(tuberculose, linfadenites, osteomielites); intoxicações, carências minerais na dieta, fechamento
de lesões ulceradas por agente tópico ou cirúrgico
Características principais:
- História familiar
- Piora noturna
Semiologia Homeopática
- Etiologia/causalidades
- Sintomas mentais
- Sintomas gerais
- Sintomas locais
Identificação: APP, 23 anos, branca, sexo feminino, solteira, moradora de Curicica – RJ, auxiliar
de enfermagem, natural do Rio de Janeiro.
HPP: Nega viroses comuns da infância. “Já tive princípio de pneumonia (Sic.) há muito tempo. ”
HFam: Mãe e irmão asmáticos. Irmão faleceu há 2 anos com 26 anos com câncer de estômago;
faleceu em 1 mês de evolução da doença. Pai faleceu há 6 anos com hepatite B, com 48 anos.
Mãe viva com 61 anos e asmática crônica. Tem agora mais 2 irmãos. É a caçula.
HDA: Há 2 meses vem apresentando crises de bronquite com muito cansaço e falta de ar. Nunca
havia apresentado quadros parecidos antes. Foi a primeira vez. Dificuldade de melhorar com
Aminofilina / Cortisona e até mesmo com nebulização com Berotec (8 gts)/Atrovent (15 gts),
porque 1h após o uso voltavam os sintomas. Com agravos que necessitam de atendimento de
emergência. As crises surgem no contato com poeira (para arrumar a casa), também com
perfume forte e qualquer fumaça. Começa com chiado forte e peso no peito que me impede de
inspirar; tosse seca direto (+ da garganta); normalmente sem secreção ou só no final da crise
com muita falta de ar. Os sintomas começam com muito cansaço que é o pior (Sic.) junto com a
dificuldade de respirar. Vai aumentando a tosse e tendo mais dificuldade para respirar. A tosse
é espasmódica, não tem hora; mais no final da tarde, com sereno. Acha que piora mais no tempo
seco; se chove não é tão ruim. Não modificou a sede, mas toda hora tem vontade de cuspir;
ânsia de vômito se tosse forte mais forte. Fica muito amuada, difícil para comer, sem cianose.
Crise de asma piora com banho frio. Usei Fluir® há 20 dias por 15 dias e não tive mais crises
nesses dias. (Sic.)
Raramente gripa – normalmente não apresenta febre se doente. Ouvidos e audição sem
anormalidades.
Pele: Sem alergias, sem queixas. Já tive furúnculos em criança – só uma vez. “Tive uma verruga
em criança”, nega herpes. “Tinha bastante piolho quando criança.” É friorenta, quase não
transpira e quando acontece é mais nas mãos e é um suor frio.
Aparelho digestivo: Digestão normal. Intestino: constipação – até 4 dias, sem vontade. Quando
sente vontade faz força, satisfaz. As fezes estão dentro do padrão, nega hemorróidas. Melhora
quando come fibras, mas muito pouco. Já usou muito laxante – Lactopurga®, mas dava muitas
cólicas com ânsia de vômitos. Sem gases. Apetite aumentado, principalmente após falecimento
do irmão há 2 anos, quando passou de 48 para 59 Kg. Gosta mais de salgado (macarrão). Tem
aversão à jiló. Toma muita água.
Aparelho ginecológico: Menarca com 12 anos, regras regulares sem ACO (anticoncepcional oral);
catamênios regulares 30 / 6-7 / 30 dias. Tem muitas cólicas durante a menstruação, tem que
tomar dipirona. Cólicas principalmente do 2o ao 4o dia. O sangue é vivo com poucas placas. Sem
corrimento, faz sempre preventivo. Nega gravidez, está morando junto com outra mulher há 5
anos. Sexualmente ok, não quer ter filhos. Data das últimas menstruações: 09/08 e 11/ 09.
Aparelho osteoarticular: Se muito tempo sentada, incha as mãos, “não consigo dobrar os dedos,
aparece mais durante o dia”. Nega câimbras ou formigamentos, coluna sem alterações. Parou
atividades físicas por causa da asma, antes sempre praticou esportes.
Aparelho cardiovascular: Tonteira às vezes, de rodar, escurece a visão, tem que parar –
acontecendo mais ultimamente. Às vezes teve taquicardias – começaram ano passado, quando
sentiu muito, mas esse ano está melhor. Sem outras queixas.
Sono: Demora um pouco para adormecer. Normalmente dorme das 20/23h às 4:40/7h. Acorda
bem e disposta.
Medo: Escuro – cisma que tem pessoas a olhando; raios (s/ razão).
Mental: Muito extrovertida, “tudo para mim é sorrindo e brincando, falo com todos, muito
comunicativa, não sou mandona, sou mais de engolir sapos, relevo as coisas, me magôo fácil,
não falo nada, não sou muito de remoer, difícil de esquecer, espero o momento certo para dar
o troco – eu não esqueço! ” “Às vezes lembro da morte do meu irmão. ” “Sou muito carinhosa,
meiga, me emociono e choro facilmente, sempre prefiro estar no meio do povão, sou meio
baderneira. ” Para decidir – “sou rápida, as decisões são minhas. Detesto brigar – sou muito
amiga, não sou de cobrar, gosta de ajudar, muito prestativa. ”
Acupuntura
- Fitofármaco: medicamento sintético que utiliza derivado vegetal como principio ativo
(morfina)
- Fitoterápico: composto natural produzido com partes de plantas que NECESSARIMENTE passa
por processo farmacêutico (Chã NÃO é fitoterápico, pois não passa por processo farmacêutico)
Ácidos gimnêmicos são o principal componente químico. A folha é a parte utilizada. Visa o
controle da DM e da obesidade, reduzindo a glicemia e a hemoglobina glicada. Atua reduzindo
a absorção intestinal de glicose, ocupando o lugar das papilas gustativas sensíveis ao gosto 'doce'
e regenerando as ilhotas pancreáticas. Poucos efeitos adversos.
Apigenina é o principal componente químico. Flores secas são utilizadas para infusões e
extratos. Visa tratamento da ansiedade e depressão. Atua como ansiolítico, sedativo e,
possivelmente, antidepressivo, anti-inflamatório e anti-espasmódico. Ação semelhante a
benzodiazepínicos, pode ser usada por longos prazos.
História da Medicina
Medicina Primitiva:
Origem das doenças pautada em maus espíritos. Misticismo, religião e magia.
Ervas, banhos, repouso e calor.
Médicos-xamãs, conhecedores das ervas e dos espíritos
Medicina Ayurvédica:
Harmonia entre corpo, mente e alma
8 ramos principais
Distinta da alopatia na India
Medicina Egípcia
Desenvolvimento de cirurgias não-invasivas básicas, ortopedia e medicina dentária
Farmacopéia: bolores, excrementos e plastos
Técnicas de embalsamento
Apelo à divindades
Tradição empírica, influenciando sociedades posteriores
Medicina Babilônica
Leis reguladoras do indivíduo e da sociedade
Sacrifícios humanos, influência do sobrenatural
Poder curativo para ervas, água e fogo
Canalizações de água e esgoto
Caduceu de Asclépio
Medicina Grega
Traumas de batalhas e causas naturais de doenças
Atuação de Hipócrates
Príncipios da cura: contrários, iguais e semelhantes
2 escolas: Cnido (doença) e Cos (doente)
Medicina Romana
Construção de redes de esgoto, casas de banho e aquedutos
Galeno: o cirurgião dos gladiadores, usava os contrários
Conceito moderno de vitalismo
Idade Média
- Ameaças à produção científica
- Surtos epidêmicos: sífilis, hanseníase e peste bubônica
- Renascença na medicina e nas artes
Paracelso
- Alquimia, Filosofia e Medicina
- Causas espirituais das doenças
- Lei dos iguais
Van Helmont
- Archeus (força vital =/= alma) e desarmonia = doença. Causas exteriores são ocasionais
Hahnemann
- Doença = desarmonia vital
- Organon da arte de curar (1810) e o vitalismo
- Medicamentos ultramoleculares e homeopáticos