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A finalidade de toda linha do yoga, independentemente da aparente complexidade

dos diversos sistemas filosóficos, é a libertação da escravidão da existência


fenomênica, ou mundo das formas.

Etimologicamente, a palavra YOGA vem do sânscrito, sua raiz é a palavra YUJ, que
significa REUNIR, JUNTAR e implica REUNIÃO da natureza humana, fenomênica, com
sua ESSÊNCIA DIVINA, ou imagem e semelhança de Deus, culminando com a total
absorção (re-solução) daquela nesta.

Através do yoga, dar-se-ia a reintegração do yogue à condição primordial da


humanidade (livre e feliz). Portanto, a prática do yoga visa acelerar o processo da
desintegração de “maya” (ilusão) para obter-se a liberdade espiritual.

O yoga, mais do que falar, é uma ciência do agir no corpo, na mente, no coração e
no espírito. Esta ciência propõe que se comece CONHECENDO E CONTROLANDO o
corpo material, grosseiro, através de técnicas específicas.

Após um controle mínimo desejável do físico, para estabilizá-lo num básico de saúde
e harmonia, este alicerce material será utilizado para a etapa seguinte mais
importante e imprescindível: O CONTROLE E O DOMÍNIO DO PROCESSO MENTAL,
sem o que não se pode alcançar níveis espirituais mais elevados. Assim, o
autoconhecimento e o controle no yogue processa-se a partir do físico, vai para o
psicossomático, para o nível neurológico, mental, psicológico (no sentido de
conhecimento da própria psique e da purificação da mesma, de toda essa sujeira e
desequilíbrios que temos acumulado ao longo de muitas vindas a este mundo físico),
até chegar à plenitude do espírito, à própria essência da liberdade.

As transformações sucessivas que se dão a cada nível do yoga permitem ao yogue


transformar seus elementos subjetivos, aproximando-o cada vez mais de uma Razão
Objetiva e Clara de nosso Ser.
Em resumo, podemos afirmar que o trabalho iogue exige a observância de quatro
procedimentos básicos: (1) o domínio do corpo, (2) dos sentidos, (3) da mente e (4)
uma vigilância incessante sobre as próprias ações. Havendo negligência nesses
procedimentos, todos os esforços espirituais permanecerão sem frutos.

O yoga ocupa-se do homem tal como ele se apresenta em seu modo de ser habitual:
mutável, diverso, contraditório, incoerente, disperso, cego, e lhe propõe um
ajustamento progressivo, visando culminar num perfeito domínio de seu veículo
psicofísico. Tal ajustamento, ou integração, coloca-o na posse de si mesmo e lhe
permite, segundo esta filosofia, conquistar um estado incomparavelmente superior à
sua condição atual, com a qual não ousa sequer sonhar: o estado absolutamente
incondicionado, livre de todas as limitações, que a tradição indiana denomina
“liberação”.

Histórico:

A princípio, o yoga era tradicionalmente reservado a uma elite de pessoas dispostas


a praticar a “renúncia”. No entanto, o Bhagavad Gita dá ao Yoga uma nova
dimensão, cujas repercussões espirituais seriam consideráveis.

Dessa forma, o Gita subverte a vida espiritual indiana, permitindo a todos, sem
exclusividade, a prática do yoga. Doravante, o Yoga deixa de corresponder a uma
acepção ascética, reservada a uma elite, e se torna uma “pluralidade disciplinar”
(Bhákti Yoga, Karma Yoga, Jnana Yoga etc.), perdendo, assim, a sua unidade
primitiva.

Atualmente, divide-se o Yoga em sete ramos ou linhas principais, a saber:

Hatha
Bhákti

Karma

Jnana

Raja

Mantra

Kundalini

1- Hatha Yoga

É o ramo da Filosofia Yogue que trata do corpo físico, seu cuidado, bem-estar,
saúde, força e tudo quanto venha a manter o seu estado de saúde natural e normal.

Essa atenção e cuidados destinados ao corpo físico são fundamentados nos seguintes
aspectos: (1) o corpo é o instrumento no qual e pelo qual o espírito se manifesta e
age; (2) o corpo é o templo do espírito; (3) com um corpo físico doente ou
imperfeitamente desenvolvido, a consciência e seus veículos não podem funcionar
devidamente.

O Hatha Yoga, através da saúde e resistência do corpo, permite colocá-lo em


sintonia com os planos mais sutis da Natureza, possibilitando assim ao homem uma
crescente liberação de suas debilidades físicas e mentais.

Os quatro elementos formais do Hatha Yoga são: (a) asana ou postura física, (b)
pranayama ou controle da respiração, (c) relaxamento e (d) atitude mental correta.

2- Bhákti Yoga

É o Yoga do Amor, a via da Devoção. Este amor e devoção têm uma potência
espiritual interna que eleva o Bhákti Yogue e se converte em uma forma sutil de
conhecimento do Divino.

O devoto sente uma paixão crescente pelo Divino e isto, segundo esta linha de yoga,
ajuda a romper as barreiras entre o Divino e ele.

Esta via geralmente é adotada por pessoas de natureza emotiva e que têm
sentimentos de amor e devoção muito desenvolvidos. O Cristianismo, o Judaísmo e o
Islamismo e outros sistemas dualistas de religião, quando apregoam a adoração de
um deus único, estão, consciente ou inconscientemente, pregando a Bhákti Yoga e
dirigindo seus adeptos por este caminho.

3- Karma Yoga

A palavra KARMA é derivada da raiz sânscrita KRI, cuja tradução é AGIR, FAZER.
Tomada em sentido literal, KARMA significa AÇÃO, e refere-se a todas as ações,
tanto as mentais como as físicas. O termo KARMA YOGA, portanto, pode ser
traduzido por YOGA DA AÇÃO.

Uma segunda significação do KARMA é o fato de que a toda ação corresponde uma
reação. Nenhuma ação pode ser separada de seu resultado, pois não há causa que
possa ser desvinculada de seus efeitos. A cadeia da causa e efeito, conhecida como a
“Lei de Causa”, também é chamada Karma.

Nesta linha do yoga estão contidos os ensinamentos de que o trabalho de cada


indivíduo deve ser feito com amor, sem egoísmo e isto significa executar a ação que
lhe cabe com perfeição, por amor à coisa em si e desapego aos frutos de seus atos.

4- Jnana Yoga
A palavra JNANA, derivada da raiz sânscrita JNA, significa CONHECIMENTO,
DISCERNIMENTO. Às vezes, JNANA também é empregada para expressar a mais
elevada iluminação produtora da verdade, mas o composto JNANA YOGA é usado
no sentido de investigação intuitivo-filosófica, podendo ser entendido como o YOGA
DO CONHECIMENTO ABSOLUTO.

Este CONHECIMENTO é libertador, pois revela a verdadeira natureza das coisas.


Num primeiro momento, consiste em eliminar todas as falsas concepções do Ego e,
num segundo momento, revelar a verdadeira natureza da essência. Para tanto, se
vale de técnicas tais como a auto-observação, “desidentificação”, a meditação, etc.,
que estudamos de modo bastante pormenorizado em Psicologia Esotérica e
Gnóstica.

5- Raja Yoga ou Yoga Real

O conhecimento sobre o Yoga Clássico ou Raja Yoga baseia-se quase que


inteiramente numa única obra, a Yoga Sutra de Patanjali, o mais antigo documento
sistemático que possuímos sobre a Yoga. Muitos comentários foram escritos sobre
ele, entretanto, o Yoga Sutra pode se definido como uma coleção de práticas ou
idéias comprovadas, codificando a tradição do Yoga anterior a ele.

O Raja Yoga comporta oito etapas, são literalmente os oitos aspectos da Yoga.

a) YAMA (refreamento) – não violência, não roubar, não cobiçar, abstinência de uma
vida desregrada, excessiva, tanto na alimentação, quanto no sexo, no falar, no
trabalho, na família etc.

b) NIYAMA (observâncias) – purificação, contentamento, esforço sobre si mesmo,


estudo, entregar-se a Deus.
c) ASANA (posições) – corresponde às posições psicofísicas, à expressão corporal do
yogue. A postura deve preencher duas exigências: 1. ser estável e 2. agradável.
Quando a prática da postura permite ao yogue mantê-la firmemente ao mesmo
tempo em que se sente à vontade, o objetivo é atingido. A postura põe fim à
agitação corporal e concentra as energias esparsas.

d) PRANAYAMA (domínio da respiração) – a disciplina do alento ou o domínio da


bioenergia conseguido pelo controle da respiração. É muito mais do que um simples
exercício respiratório; trata-se do controle da energia vital (prana) através da
respiração.

A respiração pode ser voluntária ou involuntária; entretanto, no caso do Yoga, o


praticante deve estar consciente da sua respiração. O princípio que justifica esse
esforço decorre da constatação da íntima relação existente entre a respiração e os
estados psíquicos. A respiração do homem comum corresponde ao seu estado de
espírito flutuante e disperso.

Considera-se o Pranayama como uma elevada forma de ascese, que purifica o


homem de todas as impurezas e alimenta a chama do conhecimento. (Para aclarar
melhor sobre o tema Respiração, leia o texto Philokália, sobre a relação entre
respirar e adorar a Deus.)

e) PRATYAHARA (retração dos sentidos) – combate às distrações provenientes das


impressões sensoriais.

f) DHÁRANA (concentração) – o yogue exercita-se para adquirir a capacidade de


estreitar cada vez mais o foco de sua atenção, fixando-o num só ponto. Quando a
atenção está perfeitamente centrada e imóvel a concentração (Dhárana) é atingida.
g) DHYANA (meditação) – trata-se do estado da meditação, da contemplação (o não
pensar).

h) SAMADHI (iluminação) – o estado de plena consciência e auto-realização; uma


espécie de ruptura que propicia o aparecimento de uma forma de consciência de
natureza iluminadora, um estado alterado de Consciência.

6- Mantra Yoga

O mantra Yoga é o ramo ou linha do Yoga que estuda as vocalizações ou mantras


propriamente ditos.

O mantra é um som místico ou sagrado e pode ser entoado normalmente, em forma


de som, ou então mentalmente.

7- Kundalini Yoga

O Tantra Yoga tem por função libertar a energia divina, que se encontra adormecida
no corpo. Essa energia, raiz de todos os poderes do ser individual, é chamada
KUNDALINI.

Segundo os yogues, a Kundalini reside adormecida na base da coluna vertebral, na


região próxima ao cóccix e, quando despertada, através de técnicas específicas
(estude os textos em nosso link Tantrismo), ascende pela coluna vertebral até atingir
a cabeça, despertando na sua passagem os vários centros energéticos (chacras),
culminando com o despertar de todos os poderes latentes no homem, reintegrando
a energia na consciência suprema.

Numeráveis e complexos são os métodos do Kundalini Yoga. Além de todos os


métodos yóguicos já conhecidos, o Yoga Tântrico utiliza abundantemente o poder
do som (mantra), os diagramas simbólicos (yantras), o ritual, a concentração sobre os
chacras, as visualizações, etc., além de uma mudança radical de paradigma dentro da
sexualidade.

De maneira geral, não afasta nenhum aspecto da vida humana, nenhuma atividade
corporal ou psíquica, mas as acolhe e visa a sacralizá-las, a transformá-las em
métodos de despertar.

Todas as sete linhas de Yoga estão presentes na Gnosis, porém de forma sintética e
absolutamente prática.

Há Hatha Yoga nas práticas de Yoga do Rejuvenescimento; Bhákti Yoga em nossas


orações e rituais. O sendeiro da Karma Yoga, o vivemos através da reta ação, do reto
pensar e do reto agir. Há Jnana Yoga nos trabalho e estudos intelectuais; Raja Yoga
no trabalho prático com os chacras e com a meditação profunda; Mantra Yoga
através do vocalização dos diversos mantras sagrados; e, finalmente, Kundalini Yoga
nos trabalhos de transmutação das energias criadoras, visando o despertar da
kundalini, a cristalização dos corpos solares, e a autorrealização do indivíduo.

O aspecto exotérico, ou círculo público, de toda escola de Yoga é considerado


“Kinder”, ou seja, ensina às pessoas as primeiras noções elementares da sabedoria
oculta.

Atualmente no Ocidente, o Yoga vem sendo levado a público, na maior parte das
vezes, apenas em seu aspecto exotérico, correndo inclusive o risco de se vulgarizar.

O aspecto esotérico, ou círculo interno, secreto, das escolas de Yoga, não é “Kinder”,
ou seja, não ensina somente o básico do espiritualismo, do esoterismo, mas sim, que
é uma verdadeira Escola de Regeneração, que possibilita o despertar pleno da
consciência e a reunião da natureza humana, fenomênica, com sua essência divina.
Toda Escola de Regeneração trabalha com o Kundalini Yoga, o Tantrismo Sagrado e
ensina os três fatores da revolução da consciência: (1) Morrer nos defeitos pessoais,
(2) Nascer com as energias solares internas da kundalini e (3) Sacrificar-se pela
humanidade, amar conscientemente o ser humano.

As Instituições Gnósticas são uma autêntica Escola de Regeneração.

(Para estudar os textos tântrico-gnósticos, clique aqui.)

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