O que aproxima e o que distancia o livro e o vídeo.
Livro: Por que (não) ensinar gramática na escola – Sírio Possenti
Vídeo: A língua falada e a língua escrita
Rosiane Silva de Alencar, VIII Semestre, Noite.
O livro discorre sobre o ensino de língua padrão na escola, e como esta
não deve ser tida como a correta em relação às outras variantes. Possenti afirma que não existem línguas fáceis ou difíceis, mas que todas possuem um sistema complexo em si. A partir disso, é posto em questão a discussão sobre o preconceito linguístico. Neste, o dominante de uma língua julga àqueles que falam diferente, desconsiderando as variações linguísticas que temos em sociedade. O autor fala ainda que a gramática que é ensinada nas escolas se reduz ao aprendizado de regras, definindo-a então como uma língua padrão a ser seguida. Defende ainda que a língua não é uniforme, ou seja, existem as variações, como já mencionado. O vídeo relaciona-se com o livro a partir da discussão que é debatida: A questão do preconceito linguístico e o fato de existir as variações linguísticas. Marcos Bagno, um dos convidados do programa, vai falar que a gramática ensinada na escola ainda é pré-modernista e que os gramáticos ainda se prendem a ela e, afirma a existência do português brasileiro culto contemporâneo que é deixado de lado. Além disso, segundo o mesmo, não existe um abismo entre língua falada e língua escrita, pois esta é híbrida. O livro também propõe o mesmo assunto quando afirma que a escola não ensina língua materna e que seria mais interessante que ensinassem o que os alunos não sabem do que o que eles já dominam. No vídeo o Sérgio Nogueira, outro convidado do programa, vai contra algumas ideias debatidas. Ele acredita ser importante que a linguística chegue às escolas, porém não enxerga problema na manutenção da norma culta, além disso, se preocupa com a possibilidade dos professores se acomodarem e em como eles iriam conduzir o assunto em sala de aula. Nesse sentido, Possenti reconhece as dificuldades em aplicar as suas ideias em sala de aula por sentir falta de materiais didáticos que facilitassem a metodologia, considerando assim que a principal aplicação seria o trabalho com a produção textual do aluno. Por outro lado, no vídeo, Marcos Bagno quando questionado, afirma que esse tratamento de variantes linguísticas existe há mais de 40 anos e que todos os livros trabalham esta variação. É um ponto divergente que se nota entre o livro e o vídeo. Outra divergência estaria explícita na opinião de outro convidado do programa, O Deonísio Silva, quando ele vai contra o assunto discutido. Diz que os professores não são pagos para ensinar a norma culta e democratizá-la, e que este tipo de ensino está dando errado, acreditando ainda que esta não seja uma “linguística séria.”