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9.

METALURGIA DA SOLDAGEM

9.1. Regiões da junta soldada


Regiões da junta soldada

Zona afetada
pelo calor (ZAC) Zona de ligação (ZL)

Metal de base 1 Metal de base 2


9.1.1. ZONA DE FUSÃO

 Mistura completa por convecção entre o MA e o MB


com elevada homogeneidade da ZF (situação ideal)

 A microestrutura da ZF não é uniforme (segregação


macroscópica e microscópica) ocasionando variações
de composições localizadas (situação real).

9.1.2. Zona de Ligação


• - crescimento epitaxial
• - fusão no contorno de grão (trincas a quente)
9.1.1. Zona de fusão
- tópicos de solidificação de metais:
- nucleação e crescimento (interface difusa ou plana)
- acúmulo de soluto   TLIQUIDUS  super resfriamento
constitucional
- efeito dos parâmetros “G” e “R”
- G/R  modo de solidificação
- G.R  taxa de resfriamento
- crescimento epitaxial  grãos crescem na ZF a partir do
MB com orientação cristalina similar
- direção de crescimento f(da direção do > gradiente de
extração de calor)
- tipo da microestrutura (morfologia)  função do gradiente
térmico (G), taxa de crescimento (R) e concentração.

9.1.2. Zona de Ligação


- crescimento epitaxial
- fusão no contorno de grão
Figura: Relação
de G e R
Resultados e discussão

Figura 8 : Interface ZF e ZAC


9.1.3. Zona afetada pelo calor

9.1.3.1. Fenômenos durante o aquecimento


- recuperação  reações entre defeitos puntiformes,
aniquilação e rearranjo de discordâncias
- recristalização  nucleação e crescimento de novos
grãos (recristalização primária e secundária)
- transformações alotrópicas
- coalecimento e dissolução de precipitados

9.1.3.2. Fenômenos durante o resfriamento


- transformações alotrópicas geram expansão ou
contração
- presença de fases indesejáveis
- tensões residuais
9.2. TENSÃO RESIDUAL
As tensões residuais são originadas pela variação de
temperatura na junta soldada, que geram expansões
e contrações diferencial nas regiões do cordão de
soldagem.

Fig.: (a) modelo de três Fig.:Tensões residuais transversais na


barras e (b) Tensões residuais soldagem. Fonte:http://demet.eng.ufmg.br/wp-
na soldagem content/uploads/2012/10/metalurgia.pdf
9.3. CICLO TÉRMICO DESOLDAGEM - CTS
CTS - Curva de temperatura de um ponto x tempo.
• Temperatura máxima
• Tempo na temperatura
• Velocidade de resfriamento

Fig.: Representação esquemática do ciclo térmico na soldagem em um só passe.


Fonte: http://demet.eng.ufmg.br/wpcontent/uploads/2012/10/metalurgia.pdf
Exemplos de Resfriamentos:
1. RECOZIMENTO
2. NORMALIZAÇÃO
3. TÊMPERA em óleo
4. TÊMPERA em água

4 3 2
9.4. Tratamento térmico na soldagem
- pré- aquecimento  diminuir Gradiente no MB
- pós-aquecimento  controlar velocidade de
resfriamento

9.5. Soldabilidade
- capacidade de um metal ser soldado sob
determinadas condições sem a presença de
trincas. O limite de soldabilidade é medido pela
sensibilidade ao aparecimento de trincas

- carbono equivalente (CE)  CE < 0,4


(boa soldabilidade sem pré-aquecimento)

CE = %C + %Mn/6 + (%Cr+%Mo+%V) / 5 + (%Ni + %Cu) / 15


10. Controle de qualidade
Etapas básicas do CQ na soldagem (ISO 9000): projetar,
executar e controlar

- seleção do MB em f (das propriedades mecânicas


e de soldabilidade)
- selecionar processo de soldagem em função de:
características técnicas, disponibilidade de
equipamento, soldador qualificado e custos
- definir (selecionar) parâmetros de soldagem
- escolher MA em função das (propriedades
mecânicas e compatibilidade com o MB
- selecionar sequência de soldagem
- utilizar pessoal qualificado
- aferir instrumentos de soldagem
- exigir certificados dos fornecedores de MB, MA e
gases
- definir método para preparação, limpeza e
montagem da junta
- executar a soldagem conforme especificado na
EPS
- exigir certificados de empresas qualificadas para
os ensaios não destrutivos e destrutivos
- preparar o procedimento geral de soldagem
- copilação da documentação
ENSAIOS PARA CONTROLE DE
QUALIDADE EM JUNTAS SOLDADAS

 Ensaios Destrutivos

 Ensaios Não Destrutivos


ENSAIOS DESTRUTIVOS
ENSAIO DE TRAÇÃO

Figura: curva tensão x deformação e Máquina Universal de ensaio de tração


ENSAIO DE IMPACTO

No ensaio de impacto um corpo de prova com


entalhe é quebrado pelo impacto de um pêndulo ou
martelo pesado, que cai de uma distância fixa (energia
potencial constante) numa velocidade pré-determinada
(energia cinética constante). O teste mede a energia
absorvida pelo corpo de prova fraturado. A energia
absorvida no impacto é o parâmetro para avaliação da
tenacidade.
O teste é usado para metais, polímeros, materiais
cerâmicos e compostos. Os setores industriais que utilizam
o ensaio são: aeroespacial, geração de energia,
automotivo e Nuclear.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

-Aplicação de cargas dinâmicas (alta taxa de deformação)


numa amostra com entalhe (concentrador de tensão).
- Permite determinar a Transição dútil-frágil do material em
relação à temperatura
- Energia absorvida até o rompimento
- Sofre influência da temperatura, tensões e velocidade de
deformação
- Realizado em materiais metálicos e poliméricos
- Realizados em materiais cerâmicos, me menor escala
Figura: Corpos de prova e máquinas de ensaio de impacto
Avaliação da tenacidade em diversas regiões da
junta soldada
ENSAIO DE DOBRAMENTO
 Avaliação de descontinuidades (falta de fusão e
penetração, trincas e porosidades)
 Qualificação de soldador
 dobramento de face, raiz e lateral
ENSAIO DE DUREZA
ENSAIOS DE DUREZA

Avaliação de regiões endurecidas na ZF, ZL, ZAC e MB

6 medidas por região


ESCALAS DE
DUREZA
ROCKWEL

Existem várias
escalas de
dureza
Rockwell,
estabelecidas
conforme o tipo
de material a
testar.
Abaixo são
mostradas as
características
de cada escala
para pré-carga
Fo de 10 kgf.
ENSAIO DE FLUÊNCIA
• Consiste na aplicação de uma
carga uniaxial constante em
corpo de prova de mesma
geometria dos utilizados no
ensaio de tração, com
temperatura elevada e constante
• O tempo de aplicação de carga é
estabelecido em função da vida
útil esperada do componente
• Mede-se as deformações
ocorridas em função do tempo
( x t)
ENSAIO DE FADIGA

Resistência à fadiga
(f): em alguns
materiais a tensão na
qual ocorrerá a falha
decresce
continuamente com o
número de ciclos
(ligas não ferrosas: Al,
Cu, Mg etc.).Nesse
caso a fadiga é
caracterizada por
resistência à fadiga
ENSAIO DE TENACIDADE À FRATURA

A tenacidade é avaliada comparando-se as curvas


para diferentes materiais com diferentes comprimentos de trincas
TESTE HIDROSTÁTICO

Vasos de pressão que não permitam o


exame interno ou externo por
impossibilidade física devem ser
alternativamente submetidos a teste
hidrostático.
ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
TIPOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS
 inspeção visual
 análise dimensional
 líquidos penetrantes
 partículas magnéticas
 ultra-som
 radiografia
INSPEÇÃO VISUAL
Ensaio Visual
Análise Dimensional -
Caldeiraria

.
LÍQUIDOS PENETRANTES
Ensaio Por Partículas Magnéticas

Ensaio é utilizado para detectar descontinuidades


superficiais e subsuperficiais em juntas soldadas, em
materiais ferromagnéticos fundidos, forjados, laminados,
extrudados, trefilados, usinados e etc..
A peça é magnetizada utilizando uma corrente elétrica
que cria ou induz um campo magnético.
Se uma descontinuidade estiver no sentido perpendicular
ao campo magnético, desviará este campo, que saltará
para fora da peça, criando o que chamamos de campo de
fuga. Este campo de fuga formará um dipolo magnético.
Quando as partículas magnéticas são aplicadas sobre a
peça, os pólos irão atraí-las e uma indicação desta
descontinuidade é formada na superfície.
Limitações do ensaio:
•Aplicável apenas para detectar descontinuidades
superficiais e sub-superficiais (próximas da superfície), em
peças e materiais ferromagnéticos.
• Requer boa preparação superficial, pois a presença de
óxidos e carepas resultam em indicações que se
confundem com descontinuidades.

trincas
ENSAIOS DE CORRENTES PARASITAS

Usado para detetar defeitos ou descontinuidades tais como


trincas, pites, alvéolos. O ensaio de Correntes Parasitas,
também conhecido como Eddy Current, é o método mais
recomendado na detecção de tais descontinuidades em
tubos de materiais eletricamente condutores tais como
cobre e latão, aço inox, tungstênio, etc.
O ensaio se baseia na indução de correntes elétricas no
material que está sendo inspecionado, de forma que,
qualquer perturbação causada no campo magnético que foi
gerado seja monitorada e medida através de um monitor de
vídeo e softwares próprios. O ensaio é simples e confiável.
Porém, a experiência do inspetor é de extrema importância!
ENSAIO POR ULTRA SOM

A principal finalidade do ensaio por


ultra som é a detecção de
descontinuidades internas através da
introdução de um feixe sônico com
faixa de freqüência geralmente entre
0,5 MHz e 20 MHz.
Este feixe sônico se for introduzido
numa direção favorável em relação a
interface da descontinuidade, será
refletido por esta descontinuidade e
será mostrado na tela do aparelho
como um pico (eco), que será
avaliado de acordo com a sua
amplitude, podendo caracterizar ou
não descontinuidades de acordo com
o critério de aceitação adotado.
Vantagens:
Permite a determinação tridimensional de
descontinuidades lineares provendo dados para análise
de tensões segundo princípios da mecânica da fratura.
O ensaio de ultra-som é também aplicado para
medição de espessuras de componentes e seções de
equipamentos, controlando a evolução do processo
corrosivo e auxiliando no cálculo da vida.

O Ultra-Som é atualmente
um dos ensaios mais
aplicados na pesquisa de
descontinuidades
internas, face a sua
facilidade de execução e
custo moderado.
Ultra-som -
Nível 2
Ensaio Radiografico

Técnicas:
•Radiografia (gerador de
RX)
•Gamagrafia (isótopo
radioativo)
Desvantagens:
Requer grandes
isolamentos de área em
função das radiações
ionizantes emitidas,
dificultando desta forma
sua aplicação em unidades
operacionais.

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