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Radiação do corpo negro

Radiação térmica.
Um corpo a temperatura ambiente emite radiação na região
infravermelha do espectro eletromagnético e portanto, não é
detectável pelo olho humano.
Com o aumento da temperatura do corpo, a intensidade e a
frequência da radiação aumenta e isto faz com que a cor do
corpo mude.
Na verdade um objeto aquecido emite e absorve radiação
térmica de todas as freqüências, mas com o aumento da
temperatura mais radiação é emitida e a freqüência da radiação
mais intensa aumenta
Lei de Kirchhoff e definição de corpo negro
Em 1859 Kirchhoff baseado na termodinâmica mostrou que para
qualquer corpo em equilíbrio térmico com a radiação, a potência
emitida é proporcional a potência absorvida, ou seja

onde é a potência emitida por unidade de área e por unidade


de frequência, é a potência absorvida (fração da potência
incidente que é absorvida por unidade de área e por unidade de
frequência pelo corpo que é aquecido e é uma função
universal para todos os corpos.

Definição de corpo negro: O corpo negro é definido como sendo


o objeto que absorve toda a radiação eletromagnética que incide
sobre ele. Ele possui para todas as frequências e portanto,
a lei de Kirchhoff para um corpo negro tem a forma:

Obs: Devido ao fato da emissão e a absorção estarem conectadas


pela lei de Kirchhoff, podemos concluir que o corpo negro
(perfeito absorvedor) é também um radiador ideal.
Corpo negro e a lei de Stefan-Boltzman
Na prática qualquer cavidade com uma pequena abertura que
permite com que a radiação incida em seu interior mas não
permita que saia, acaba se comportando como um corpo negro.
Lei de Stefan-Boltzman: Em 1879 Stefan
obteve experimentalmente que a potência
total emitida por um corpo aquecido, por
unidade de área em todas as frequências é
proporcional a quarta potência da sua
temperatura, ou seja:

onde é a potência por unidade de área da superfície do corpo


negro para todas as frequências, é a potência por unidade de
área e por unidade de frequência emitida pelo corpo, T é a
temperatura absoluta do corpo e é chamada de constante de
Stefan-Boltzman por ter sido Boltzman quem demonstrou
teoricamente esta lei.
Lei de Stefan-Boltzman e do deslocamento de Wien
Um corpo que não seja um irradiador ideal também obdecerá a lei
de Stefan-Boltzman porém com um coeficiente

Lei do deslocamento de Wien: Em 1893 Wien propôs um modelo


para a função que descrevia bem os resultados
experimentais de com a temperatura. Esta lei passou a ser
chamada de lei do deslocamento de Wien e tem a forma:
Modelos para explicar a radiação do corpo negro
Obs1: É mais conveniente considerar ao invez da potência
irradiada, a densidade volumétrica de energia por unidade de
frequência .
Modelo de Rayleigh-Jeans: O modelo proposto por Rayleigh-Jeans
considera que a distribuição da radiação térmica para os corpos é
proporcional à temperatura e depende do quadrado da
frequência. Este modelo descrevem bem a distribuição da
radiação térmica para pequenos valores de frequência, porém
para grandes valores de frequência o modelo proposto diverge
dos resultados experimentais.

Modelo de Wien: Em 1893 Wien propoe uma lei exponencial para


explicar a distribuição da radiação térmica. Este novo modelo
tem boa concordância com os resultados experimentais somente
para altos valores de frequência e a distribuição da radiação
varia com o cubo da frequência, ou seja:
fórmula de Planck para o corpo negro
Modelo de Planck: Como todas as tentativas de descrever todo o
espectro de radiação do corpo negro, que eram baseados nos
conceitos da física clássica tinham falhados, Planck propôs em
1900 um novo modelo que, para baixas frequências concordava
bem com o modelo Rayleigh-Jeans e para altas com o modelo de
Wien. Este modelo tem a seguinte forma:
Radiação de corpo negro (resumo)

Resumo:
a) Corpo negro é todo corpo que absorve completamente a
radiação eletromagnética que incide sobre ele.

b) O corpo negro é o irradiador mais efetivo que existe da


radiação térmica.

c) A densidade espectral de energia irradiada pelo corpo


negro é descrita pela fórmula de Planck.

d) A lei de Wien estabelece o comprimento de onda para qual a


intensidade da radiação é máxima.

e) A lei de Stefan-Boltzmann estabelece que a potência


irradiada por unidade de área (intensidade) por um corpo
negro é proporcional a temperatura absoluta elevada a
quarta potência.
Medida do espectro de emissão de uma
lâmpada incandescente
O espectro de emissão da lâmpada pode
nos ajudar na compreender o processo
de radiação térmica dos corpos.

a) o espectro pode ser medido no


laboratório com um a ajuda de um
instrumento chamado de
espectrofotômetro.

b) Vamos medir o espectro de emissão da


lâmpada em função do comprimento de
onda e comparar com a previsão de
Planck.

Objetivo do experimento: Medir a radiância espectral de uma


lâmpada incandescente e ajustar estes dados à fórmula de
Planck para a radiação do corpo negro e se possível extrair a
constante de Planck.
Etapas experimental
a) Medir a temperatura de uma lâmpada de filamento.

b) Medir a radiância espectral dessa lâmpada.

c) Ajustar a radiância espectral medida à curva de Planck.

d) Essa lâmpada é um corpo negro ideal? As condições


experimentais são ideais? Aplicar as correções que achar
necessárias.

e) Qual foi o resultado? O que podemos concluir do


experimento?
Procedimento experimental para medir
a temperatura da lâmpada
1) Medir a temperatura da lâmpada usando a expressão abaixo:

onde R é a resistência do filamento a temperatura T; To é a


temperatura da sala; Ro é a resitência do filamento da lâmpada
à temperatura To. Para obter a resistência R meça a tensão no
resistor Ri e na lâmpada do circuito abaixo.

Obs: O valor da resitência Ri é de 10 ohms.


Espectrofotômetro
O espectrofotômetro é um equipamento utilizado em
espectroscopia para estudar os espectros atômicos e a
intensidade de cada linha espectral em função do comprimento de
onda.

a) O espectrofotômetro com o qual vamos realizar as medidas,


utiliza um sensor que está acoplado a um micro-computador
através de uma interface, permitindo que os dados sejam
armazenados no computador.
Espectrofotômetro
No caso desta experiência o elemento dispersor utilizado pelo
espectrofotômetro é uma rede de difração de transmissão.
A irradiância, I, é definida, em termos físicos, como a energia
radiante média por unidade de área e por unidade de tempo.
Aparato experimental utilizado para
medir o espectro de radiação de uma
lâmpada incandescente
Detalhe da fenda de entrada
Rede de difração
Circuito da lâmpada
Alinhamento do sistema
Alinhamento: Para alinhar o instrumento, a imagem da fenda de
entrada (luz branca) deve estar centrada na fenda de saída.

a) A mesa que suporta a lâmpada deve estar em cima do trilho do


instrumento.

b) As fendas utilizadas são as maiores tanto na entrada quanto


na saída.

c) A lâmpada deve estar a 2 ou 3 cm da fenda de entrada.

d) A rede de difração deve estar com a face virada para a lâmpada


(paralela a linha que une o ângulo 0 ao 180) pois em caso
contrário, os ângulos medidos terão um erro sistemático.
Inicializando um experimento
Esse equipamento funciona com uma interface Pasco e um
programa para aquisição DataStudio:

a) Abrir o DataStudy e clicar em criar um experimento.


b) Adicionar Sensor de Movimento Rotativo na entrada digitais 1.
c) Adicionar Sensor Infravermelho na entrada analógica A.
d) ajustar Taxa de Amostra em 50Hz e Média 10x.
e) Em Sensor de Movimento Rotativo ajustar para Alta (Divisão/
Rotação 1440).
f) No ícone Calibrar Sensores ajustar Calibração Ponto 2 para
0,3V em 100% do máximo.
g) Duplo clique em Gráficos e em seguida selecionar Intensidade
da Luz (% do max).
h) No gráfico, trocar Eixo X de tempo para Posição Ângular.
i) Clique em Iniciar (no topo) para começar a tomada de dados.
j) Girar lentamente a placa giratória, partindo do zero até 50
graus.
l) Repitir a medida para 5 valores diferentes de tensão na
lâmpada (entre 8 e 12V)
Tratamento dos dados
O gráfico obtido deve ser semelhante ao representado na figura
abaixo. a) Converter o eixo X para graus

b) Converter de graus para comprimento de


onda em microns

c) Ajustar as curvas de intensidade de forma


que todas iniciem com intensidade nula.

d) Corrigir a emissividade
Correção da emissividade: A lâmpada incandescente não é um
corpo negro ideal. Isto quer dizer que parte da potência emitida
pelo filamento não chega até o «mundo exterior» na forma de
radiação eletromagnética. Uma possível perda pode ser devido a
absorção desta radiação pelo bolbo de vidro. Tais perdas devem
ser corrigidas através de uma curva de emissividade que
representa a fração da radiação líquida emitida em relação à
radiação total produzida para cada comprimento de onda. A curva
de emissividade do tungsténio para T=2200K é mostrada abaixo.
Tratamento dos dados
A correção da emissividade consiste em dividir o espectro do
corpo negro pela curva de emissividade ponto-a-ponto.

d) Ajustar a posição do máximo da radiância espectral obtida


experimentalmente pela lei do deslocamento de Wien.

e) Converter o comprimento de onda de microns para metro e


ajustar a curva da radiância espectral a curva de emissão do
corpo negro.

f) Obter a constante de planck a partir dos dados ajustados.


Sequência da experimento
Sequência do experimento:

A) Determinar a temperatura da lâmpada para um certo valor de


tensão aplicada
B) Medir a radiância espectral.
C) Ajustar os dados experimentais à curva de Planck e extrair o
valor da constante de Planck.
Ajuste:

A) Para ajustar os dados experimentais a funcção de Planck


entre no programa Origin em analysis, fitting, nonlinear fit,
open dialog.
B) Em category escolher corpo negro. Em function escolher
Planck_01.
C) Em parameters escolher como valores iniciais para o ajuste:
Onde co é uma constante de normalização;
c1 representa a constante de Planck; c2
representa o produto KbT onde Kb é a
constante de Boltzman e c3 é uma constante
que caracteriza o fundo.
Sequência da experimento
Obs: antes de iniciar o ajuste se certifique que as constantes
co, c1, c2 estão fixas.

a) faça o primeiro ajuste e você verificará que a constante c3


mudou de valor.

b) Libere em seguida a constante co e por último a constante c1.

c) Durante todo o ajuste a constante c2 deve estar sempre fixa,


pois essa constante é proporcional a temperatura do corpo
negro que é obtida a partir dos valores de tensão na lâmpada
e no resistor de 10 ôhms.
Relatório final
Modelo de relatório
Relatório da experiência de corpo negro
Fisica Experimental C (4323303)

Data:------/-------/-------
Turma:-------------------
Equipe:
1) --------------------------------------------------Função:-----------------------No USP:---------------------
2) --------------------------------------------------Função:-----------------------No USP:---------------------
3) --------------------------------------------------Função:-----------------------No USP:——————————

Apresentação do relatório:

a) Construa um gráfico da radiância espectral da lâmpada em função do comprimento de onda


e um gráfico do ajuste desta radiância a do corpo negro para cada uma das temperaturas
registradas no experimento, (veja figura abaixo como exemplo).

b) Faça uma tabela com os diferentes valores obtidos para a constante de Planck para as
diferentes temperaturas.

Respondas as perguntas abaixo:

1) Descreva sucintamente o objetivo da experiência e os resultados obtidos.


2) Quais os principais equipamentos usados nesta experiência e quais foram as suas funções
neste experimento?
3) Como estimar as incertezas introduzidas por cada equipamento durante o processo de
medição?
4) Podemos considerar a lâmpada incandescente como um corpo negro ideal?
5) Em caso negativo, que tipos de correções foram feitas para ajustar a radiância espectral
da lâmpada a de um corpo negro?
6) Quais são as principais fontes de erros neste experimento?
7) Comente a incerteza no ajuste.
Relatório final
Modelo de gráfico a ser apresentado no relatório.

Modelo de tabela a ser apresentada no relatório.


n Temperatura [K] Constante de Planck 10ˆ34 [Js]
1 1563,0 6,60
2 1617,8 6,59
3 1700,2 6,59
4 1766,7 6,60
5 1852,4 6,51

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