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ALEITAMENTO MATERNO

E NUTRIÇÃO DA NUTRIZ

Profa. Dra Jamile Nogueira


Nutricionista Materno-infantil atuante em consultório há 10 anos
Docente em curso de graduação em Nutrição em Obstetrícia, Pediatria e
Adolescência
Coordenadora da pós-graduação em em Obstetrícia, Pediatria e
Adolescência - NUTMED
Doutora em Epidemiologia em Saúde Pública – FIOCRUZ
Mestre em Nutrição Humana - UFRJ
NUTRIÇÃO DA NUTRIZ
Quem é essa
mulher?
Mudanças
físicas

Mudanças Gestação Mudanças


emocionais sociais

Reconstrução
Reconstrução
O ciclo vital feminino é constituído por diversas
fases que vão desde a infância à velhice. Entre
elas, a mulher pode passar por um dos momentos
mais especiais da vida, a gravidez, entendida
como um conjunto de fenômenos fisiológicos que
evolui para o desenvolvimento de um novo ser.
Esse momento pode ser considerado o mais rico
de todos os episódios vivenciados por uma mulher,
sendo um período de profundas
mudanças físicas, psicológicas, familiares e sociais
 Quando uma criança nasce, ocorrem mudanças na vida
da mãe e da sua família e surge a necessidade de
adaptação à chegada do novo ser.

 Adaptar-se não é uma tarefa fácil, especialmente


quando se trata do primeiro filho. Os pais necessitam
modificar seu sistema conjugal, criando um espaço para
o filho, seja ele o primeiro ou não. Além disso, precisam
aprender a unir as tarefas financeiras e domésticas com
a função da educação dos pequenos (Ministério da
Saúde, 2012).
Período pós-parto
 Pós-parto  retorno do organismo materno às condições pré-
gravídicas, o que pode levar em torno de seis a oito semanas
após o nascimento, um ano ou um ano e meio, ou ainda,
enquanto durar a lactação;

 Modificações relacionadas ao sistema reprodutivo e demais


sistemas do organismo;

 Ressignificação para a mulher.


NUTRIZ OU LACTANTE

MULHER QUE AMAMENTA

NECESSIDADES NUTRICIONAIS ESPECÍFICAS

PROCESSO DE
LACTAÇÃO
Avaliação nutricional - Nutriz

Período pós-parto  janela de


oportunidade para excesso de peso!

 RPPP (retenção de peso pós-parto)  subtração do peso


pré-gestacional daquele obtido em algum momento do
período pós-parto.

 Pode ser representada de diversas maneiras: alterações de


peso absoluto, porcentagem específica de peso retido sobre
o peso pré-gestacional, ou proporção de mulheres cujo IMC
muda de categoria de antes para depois da gravidez.
Qual método de avaliação
antropométrica deve-se utilizar?
- Percentual de perda de peso?

- Peso absoluto (PPP – PPG) ?

- Composição corporal (% de gordura, massa magra) ?

- Mudança de categoria de IMC (entre o IMC pré-gestacional


e o IMC pós-parto)?

FALTA DE CRITÉRIOS BEM


DEFINIDOS!
Avaliação nutricional

 Deve ser igual a da gestante;

 Perda de peso ---- maior nos primeiros 3 meses e nas


mulheres que amamentam exclusivamente;

 Taxa média de perda de peso --- 0,5 a 1,0 kg/mês.


Avaliação antropométrica

Índice de Massa Meta Perda de peso


Corporal recomendada
< 18,5 Alcance de um IMC -
saudável
> ou = 18,5 e < 25 Manutenção do peso -
dentro da faixa de
eutrofia

> ou = 25 e < 30 Perda de peso até atingir 0,5 a 1,0 kg/mês


IMC dentro da faixa de
eutrofia

> ou = 30 Perda de peso até atingir 0,5 a 2,0 kg/mês


IMC dentro da faixa de
eutrofia
Energia

 Nível de energia necessária para uma adequada produção


de leite;
 As necessidade energéticas serão influenciadas pela
duração e intensidade da lactação e estado nutricional da
nutriz;
 Reserva de gordura acumulada durante a gestação 
cobrir as necessidades durante os primeiros meses de
lactação;
 Para a produção do leite, é necessária ingestão
adequada de calorias e de líquidos;
Cálculo energético - lactação
VET = GE (TMB x NAF) + adicional energético para
lactação – energia para perda de peso

18 a 30 anos:
TMB (kcal/dia) = 14,818x peso (kg) + 486,6

30 a 60 anos:
TMB (kcal/dia) = 8,126 x peso (kg) + 845,6

PESO = PESO ATUAL


.
Cálculo do NAF
• Estilo de vida sedentário ou leve: 1,4 – 1,69 (média -1,53);

• Estilo de vida ativo ou moderadamente ativo: 1,7 – 1,99


(média 1,76);

• Estilo de vida vigoroso ou moderadamente vigoroso: 2,00 –


2,40 (média 2,25).
Cálculo energético - lactação

• Adicional energético para lactação é de:


- 1º semestre: 675 kcal (para uma produção média de 807 ml
por dia)
- 2º semestre: 550 kcal (para uma produção média de 550 ml
por dia)

 Energia para perda de peso:


Assumindo fator energia de 6500 kcal/kg e taxa de perda de
peso de 1 kg/mês, pode-se fazer regra de três de acordo com a
estimativa do peso a ser perdido e caloria a ser descontada.
Recomendações

Carboidratos: 55 a 75% do VET;


- Fibras: > 25 g/dia
- Açúcar de adição: < 10% do VET

Proteínas: 10 a 15% do VET


Lipídios: 15 a 30% do VET
- Evitar ácidos graxos saturados, trans e colesterol
Água: 3l/dia
Recomendação de proteínas

 Recomendação  1,1 g/kg/dia

 Além disso, deve-se acrescentar o adicional proteico:

Período de lactação Consumo adicional


1º semestre 19 g/dia
2º semestre 12,5 g/dia
Exemplo
Mulher de 27 anos, 1 mês de pós-parto, altura 1,70 m , peso atual 78
kg, em aleitamento exclusivo.

1º PASSO: Calcular o IMC atual:


78 kg/(1,70 m)2 = 27 kg/m2  SOBREPESO

2º PASSO: Necessidade de energia para a produção láctea (807 ml/dia)


= 675 kcal/dia.

3º PASSO: Meta – atingir um IMC de eutrofia (minimamente o IMC de


24,9 kg/m2 – o que corresponde a 72 kg, representando uma perda
de 6 kg.
 Peso = 24,9 kg/m2 x (1,70) 2 = 71,96 kg = 72 kg
 Devido a lactação pode –se recomendar a taxa de perda de 1 kg por
mês.
Exemplo

4º PASSO: Energia para perda de peso


1 kg ------- 6500 kcal/mês
6 kg ------- x
x = 65006 kcal : 30 dias  217 kcal/dia de dedução

5º PASSO: Cálculo das necessidades energéticas da lactante:


TMB = 14,818 x 78 kg (peso atual) + 486,6
TMB = 1642, 4 kcal

GE = TMB x NAF
GE = 1642,4 kcal x 1,53
GE = 2512,9 kcal
Exemplo

6º PASSO:
VET = 2512, 9 + 675 (adicional lactação) – 217 (energia para
perda de peso)
VET =2971 kcal/dia

OBS: até o 6º mês de lactação ela deverá ter perdido o peso


proposto e então, o cálculo deverá ser refeito para o 2º
semestre de lactação
Exemplo

Recomendação proteica:

1,1 g/kg/dia + adicional proteico para 1º semestre de


lactação

PTN = 1,1 x 72 + 19 = 98 g/dia (em torno de 15% do VET


Obesidade e lactogênese

 A obesidade materna pode afetar o desempenho da


lactação, por retardo da lactogênese II;

 A lactogênese II se inicia após a redução dos níveis de


progesterona, mas parece que o tecido adiposo pode
concentrar este hormônio, mantendo assim níveis acima do
esperado;

 Leptina  pode inibir a ocitocina (responsável pela descida


do leite).
Dieta materna e leite materno

 Volume de leite produzido  750 a 800 ml por dia (de 4 a 6


meses de pós-parto), podendo haver variação inter e
intrapessoal;

DETERMINANTE DA PRODUÇÃO DE LEITE:


DEMANDA DO BEBÊ!
Dieta materna e leite materno

 Macronutrientes  parece que o consumo materno não


muda a composição do leite (exceção são os ácidos
graxos essenciais – ac. docosaexanoico e ac.
araquidônico);

 Micronutrintes  teor no leite pode ser afetado pela dieta


materna, sendo:
- Vitaminas B1, B2, B6, B12, A – parecem variar com o
consumo materno.
VITAMINA D
VITAMINA D

O objetivo deste estudo foram avaliar a vitamina D durante a gravidez e o pós-parto e


identificar os fatores associados à deficiência da vitamina D em mulheres grávidas no
norte da Suécia. Entre setembro de 2006 e março 2009, 184 mulheres foram
recrutadas consecutivamente em cinco clínicas pré-natais de atenção primária. Foram
coletadas amostras de sangue e a ingestão dietética foi estimada usando um
questionário de frequência alimentar.

RESULTADOS: pelo menos um terço das mulheres tinham 25 (OH) níveis de


vitamina D <50 nmol / L em. Os níveis plasmáticos aumentaram ligeiramente ao
longo do período de gestação e atingiram o pico ao final da gravidez . Os níveis
retornaram para os níveis de linha de base após o nascimento. A suplementação
foi significativamente relacionada aos níveis plasmáticos. Havia também uma
influência da estação nos padrões de concentração da vitamina ao longo do
tempo. Em conclusão, mais do que um terço das mulheres estudadas tinham
baixos níveis de vitamina D (OH) na gestacional e no pós-parto.
VITAMINA D
VITAMINA E

Conclusão: A suplementação
materna com vitamina E
promove o aumento do
fornecimento da vitamina
para o recém-nascido,
fornecendo mais do que o
dobro da Ingestão Diária
Recomendada
CÁLCIO

 CONCLUSÃO: não foram encontradas diferenças significativas na


desidade mineral óssea desde a linha de base até os 12 meses em
mulheres lactantes pós-parto que consomem leite em pó fortificado
com diferentes níveis de Ca.
A suplementação evitou o estresse oxidativo na mãe e neonato durante os primeiros meses de
vida pós-natal, sendo uma estratégia nutricional para prevenção de alterações funcionais
associadas ao estresse oxidativo que têm uma importante repercussão no desenvolvimento do
neonato na vida pós-natal precoce.

A duração da amamentação e os níveis de PUFA do colostro foram associados ao QI das


crianças na coorte EDEN. Estes dados apoiam a amamentação e aumentam a evidência
do papel da exposição precoce ao PUFA na cognição da infância.

As percentagens plasmáticas mais elevadas de PUFAs ω-3 e uma menor proporção de PUFAs
ω-6-a-ω-3 no segundo trimestre tardio da gravidez estão associadas a menos retenção de peso
aos 18 meses pós-parto. Isso pode oferecer uma estratégia alternativa para auxiliar a redução
de peso pós-parto, aumentando o status de EPA e DHA, juntamente com uma proporção
reduzida de PUFA ω-6-a-ω-3 através de dieta ou suplementação de óleo de peixe durante a
gravidez.
Probióticos

CONCLUSÃO: A administração de probióticos para mulheres durante a gravidez influencia o


padrão de citoquinas do leite materno e a produção de IgA em recém-nascidos e parece
melhorar os sintomas funcionais gastrointestinais em lactentes.
Galactagogos

 Galactagogos são substâncias que auxiliam o início e a


manutenção da produção adequada de leite;

 Avaliar a baixa produção do leite  pode estar associada


com técnica inadequada da amamentação, esvaziamento
incompleto das mamas e baixa frequência das mamadas;

 Alguns popularmente conhecidos  canjica, cerveja preta


(ATENÇÃO!)

 IMPORTANTE AUMENTAR A INGESTÃO HÍDRICA E


ADEQUAR A PEGA DO BEBÊ PARA ESTIMULAR A MAMA.
ALEITAMENTO MATERNO
Aleitamento Materno - definições
Aleitamento materno exclusivo: Quando a criança recebe somente leite
materno (LM), diretamente da mama ou extraído, e nenhum outro
líquido ou sólido, com exceção de vitaminas, minerais e
medicamentos.

Aleitamento materno predominante: Quando o lactente recebe além do


LM, água ou bebidas a base de água, tais como sucos e chás e soro
de reidratação oral.

Aleitamento materno complementado: Quando o lactente recebe além


do LM, alimentos sólidos inclusive leite não humano.

Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite


materno e outros tipos de leite.
II Pesquisa de Prevalência de
Aleitamento Materno
• Realizada nas capitais brasileiras e no Distrito Federal;

• Duração mediana do aleitamento materno exclusivo (AME) foi


de 54,1 dias (1,8 meses) e a da amamentação foi de 341,6
dias (11,2 meses);

• 41% das crianças menores de 6 meses estavam em AME,


quando o desejado, segundo a OMS, é que 90% a 100%
dessas crianças sejam alimentadas dessa forma

Ministério da Saúde, 2009


II Pesquisa de Prevalência de
Aleitamento Materno
• Uso de mamadeira foi 58,4%, e de chupeta 42,6% no
primeiro mês de vida;

• Uso de água, chás e outros leites foram, respectivamente,


13,8%, 15,3% e 17,8%;

• Entre 3 e 6 meses de vida  consumo de comida salgada


em 20,7% das crianças e de frutas, em 24,4%;

• Consumo de bolachas/salgadinhos, refrigerantes e café entre


crianças de 9 a 12 meses 71,7%, 11,6% e 8,7%,
respectivamente.
Ministério da Saúde, 2009
Pesquisa Nacional de Demografia e
Saúde
• 40,1% das crianças menores de 6 meses e 77,1% das crianças
de 6 a 12 meses consumiram leite não materno no dia anterior à
entrevista;

• Sendo que 62,4% e 77,1% dessas crianças, respectivamente,


consumiram leite de vaca, que não é recomendado no primeiro
ano de vida

Pesquisa Nacional de
Demografia e Saúde, 2013
 Duração média da amamentação
- 2000-2009 foi de 12 meses
- 1960-1969 foi de 6 meses
- 1970-1979 foi de cinco meses
- 1980-1989 foi de 6 meses
- 1990-1999 foi de 8 meses
• Nos países de baixa renda e de renda média, apenas 37%
das crianças com menos de 6 meses de idade são
amamentadas exclusivamente;

• Com poucas exceções, a duração da amamentação é mais


curta em países de alta renda do que naqueles que são
pobres em recursos;

• A ampliação da amamentação para um nível quase


universal poderia prevenir 823 000 mortes anuais em
crianças menores de 5 anos e 20 000 mortes anuais por
câncer de mama.
Aleitamento Materno - fisiologia
- Mulheres adultas → possuem entre 15 e 25 lobos mamários
em cada mama que são glândulas túbulo-alveolares
constituídas, cada uma, por 20 a 40 lóbulos; esses, por sua vez,
são formados por 10 a 100 alvéolos.

- Envolvendo os alvéolos, estão as células mioepiteliais e, entre


os lobos mamários, há tecido adiposo, tecido conjuntivo, vasos
sanguíneos, tecido nervoso e tecido linfático.

- O leite produzido é armazenado nos alvéolos e nos ductos.

- Os ductos mamários não se dilatam para formar os seios


lactíferos, como se acreditava até pouco tempo atrás → durante
as mamadas – enquanto o reflexo de ejeção do leite está ativo,
os ductos sob a aréola se enchem de leite e se dilatam.
Anatomia da mama
Tipos de mamilos

PROTUSO PLANO INVERTIDO


Fisiologia da lactação – Fases da
lactação - Gestação
Gestação: preparo para a amamentação (LACTOGÊNESE FASE I)
sob a ação de diferentes hormônios:
- estrogênio: ramificação dos ductos lactíferos
- progesterona: formação dos lóbulos.

→ Outros hormônios também estão envolvidos na aceleração do


crescimento mamário, tais como lactogênio placentário, prolactina e
gonadotrofina coriônica.

- 1a metade da gestação - crescimento e proliferação dos ductos e


formação dos lóbulos;
- 2a metade - atividade secretora se acelera e os ácinos e alvéolos
ficam distendidos com o acúmulo do colostro. A secreção láctea inicia
após 16 semanas de gravidez.
Fisiologia da lactação – Fases da
lactação – Pós-parto
 Nascimento  queda acentuada nos níveis sanguíneos maternos
de progesterona  LACTOGÊNESE FASE II:
- liberação de prolactina pela hipófise anterior;
- liberação de ocitocina durante a sucção, hormônio produzido pela
hipófise posterior.

 Após a “descida do leite”, inicia-se a FASE III da LACTOGÊNESE,


também denominada galactopoiese  se mantém por toda a
lactação (depende principalmente da sucção do bebê e do
esvaziamento da mama).
Fisiologia da lactação

 A preparação para a lactação ocorre durante a gestação


--- níveis elevados de progesterona, estrogênio,
prolactina e lactogênio placentário estimulam o
crescimento e diferenciação fisiológica do sistema
loboalveolar;

 Até o parto o fator de inibição da prolactina (PIF) não


permite a secreção láctea;

 Contudo pequena quantidade de colostro pode ser


secretada nos últimos meses de gestação.
Fisiologia da lactação

 Lactação sistema NEUROENDÓCRINO

 Envolve a inervação do mamilo, tecidos adjacentes,


medula espinhal, hipotálamo, hipófise.

 Processo de produção do leite – 2 etapas:

1ª - Produção e secreção no lúmen alveolar


2ª - Descida do leite pelos ductos até ser ejetado

Processos ocorrem
simultaneamente
Fisiologia da lactação

 Estímulo SUCÇÃO DO BEBÊ no mamilo (local com


grande inervação);

 O estímulo originado é encaminhado aos neurônios do


hipotálamo;

 Estes inibem a secreção do fator de inibição da


prolactina (PIF);

 A PROLACTINA estimula a secreção láctea.


Fisiologia da lactação
Fisiologia da lactação

 O leite secretado não flui espontaneamente por causa da pressão


capilar e só acontece pelo REFLEXO DE DESCIDA DO LEITE (let-
down reflex), que ocorre pela compressão dos alvéolos pelas
células epiteliais que os rodeiam;

 Esta contração é estimulada pela OCITOCINA, que é liberada pelo


estímulo da sucção;

 OCITOCINA - tem a capacidade de contrair as células mioepiteliais


que envolvem os alvéolos, expulsando o leite neles contido.

 A secreção láctea só é plena 3 a 4 dias após o parto, quando ocorre


a apojadura.
Fisiologia da lactação
Fisiologia da lactação

Esvaziamento mamário prejudicado --> diminuição na produção do


leite materno

→ inibição mecânica;

→ inibição química (peptídeos supressores da lactação: que são


substâncias que inibem a produção do leite);
Manutenção da secreção láctea, é necessário constante esvaziamento da
mama, pois o acúmulo de leite nos ductos pode comprimir os alvéolos
mamários e impedir a continuidade do processo secretor

- Feedback Inhibitor of Lactation (FIL): é uma glicoproteína secretada no


leite, pelos alvéolos e que suprime síntese láctea, a medida que a gl.
mamária torna-se cheia, reduzindo a taxa de síntese protéica e de lactose.

- Receptores de prolactina nas paredes dos alvéolos: responsáveis por


permitir que a prolactina estimule a síntese dos componentes do leite. No
entanto, a medida que o leite se acumula na glândula, o alvéolo se
distende, alterando a conformação dos receptores e assim a prolactina não
consegue atuar (mecanismo não totalmente conhecido).

- Fator inibidor de prolactina (PIF): é liberado pelo hipotálamo e está


diretamente relacionado à catecolaminas. Assim fármacos ou situações
que ↓ catecolaminas, ↓ PIF e consequentemente ↑ prolactina. No entanto,
o estímulo através da sucção é capaz de inibir o PIF.
O ESTRESSE E ALTERAÇÕES EMOCIONAIS
PODEM INIBIR O REFLEXO DE
DESCIDA DO LEITE!
Aleitamento Materno
Técnicas:
Composição química ideal (contém todos os nutrientes essenciais para o
crescimento e desenvolvimento)
Melhor biodisponibilidade de nutrientes
Fácil digestibilidade (2-3h)
Imediatamente disponível e de fácil obtenção operacional
Temperatura e concentração ideal (não precisa diluir ou concentrar)
Seguro no ponto de vista microbiológico. Evita os riscos de contaminação no
preparo de fórmulas.
Regula o apetite da criança. Esse bebê tem menor probabilidade de ser
superalimentado (Krause)
Não necessita esterilizar e nem armazenar
Econômicas:
É grátis e econômico, pois evita gastos adicionais com compra de mamadeiras,
fórmulas lácteas, combustível e demais utensílios. Não há desperdícios.
Psicológicas:
Desenvolvimento do vínculo entre mãe e filho. Maior apego e menor índice de
rejeição e abandono (Chemin)
Fisiológicas:
Incidência e/ou gravidade de doenças infecciosas:

- DIARREIA
- INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO
- OTITE MÉDIA
Krause e Chemin:
- ENTEROCOLITE NECROSANTE
- Meningite bacteriana
- Infecção do trato urinário
- Sepse tardia em bebês RNPT

Efeito protetor:
- ALERGIA ALIMENTAR
- SÍNDROME DA MORTE SÚBITA INFANTIL
- DM tipo 1 e 2
- Doença de Crohn
- Colite ulcerativa
- Linfoma e leucemia
- HAS e obesidade
- Hipercolesterolemia
Outras vantagens:
Não provoca prisão de ventre
Beneficia o desenvolvimento cognitivo, habilidade motora e acuidade visual.
Promove amadurecimento da função oral, pela correta posição durante a mamada,
favorecendo o desenvolvimento dos ossos da face e músculos, prevenindo distúrbios
dos órgãos fonadores e a síndrome da respiração bucal. Ou seja, promove um bom
desenvolvimento da mandíbula e dos dentes (Krause), favorecendo a saúde bucal
(Chemin).
Favorece a aceitação de alimentos complementares na fase de desmame (Chemin).
Taxa de morbi-mortalidade infantil (3-5 vezes menos)
Maternas:
Controle dietético, evitando obesidade (através de maior mobilização da reserva
adiposa acumulada – Chemin) e favorecendo a perda gradual de peso
Involução mais rápida do útero pela liberação de ocitocina ->promove contração da
musculatura uterina.
Proteção contra CA mamário e de ovário -> 66% a incidência de CA de mama e
quanto > a duração da amamentação, > efeito protetor.
*1) Método anticoncepcional (LAM– Mactational Amenorrhea Method): supressão
da ovulação pela secreção de prolactina -> aumento entre o intervalos das gestações.
É necessário: estar mos primeiros 6 meses pós-parto; não ter menstruado; e
amamentar exclusivamente ou quase exclusivamente.
Composição do leite materno

 Proteínas
 Açúcares
 Gorduras
 Minerais
 Vitaminas

Composição varia de uma mãe para outra, durante o


período de lactação e até durante o dia.

PARECE NÃO VARIAR COM O ESTADO NUTRICIONAL


(só em casos de subnutrição grave e em relação ao
conteúdo de vitaminas e minerais – diretamente
ligado ao consumo da mãe)
COLOSTRO

 É um fluido espesso, amarelado (caroteno);


 O volume varia de 2 a 20 ml/mamada;
 Fornece 54 kcal/dl, sendo 2,9 g/dl de lipídios, 5,7 g/dl
de lactose e 2,3 g/dl de proteínas (muito rico em ptns e
menos rico em lactose e lipídios)
 Possui Imunoglobulina A secretória, lactoferrina,
linfócitos e macrófagos – AÇÃO PROTETORA DO
LEITE MATERNO;
 Contém vitamina A, carotenóides, E, sódio, potássio e
cloreto.
LEITE DE TRANSIÇÃO

 Produzido entre o 5º e 15º dia de lactação;


 O conteúdo do leite sofre modificações em sua
concentração e volume.

LEITE MADURO

 Volume médio de 700 a 900 m/dia (1º semestre), 600


ml/dia (2º semestre) e 550 ml/dia (2º ano de lactação).
 Fornece em média 70 kcal/dl.
LEITE PREMATURO

 Maior teor de lipídeos e calorias, menor teor de lactose;


 Maior quantidade de IgA e lactoferrina;
 Menor quantidade de cálcio e fósforo.
Colostroterapia

Colostroterapia ou Terapia colostral: é a utilização do colostro com o


fim diferente do nutricional, sobretudo para os recém-nascidos de
MBP (muito baixo peso) para os quais o colostro representa
verdadeiro suplemento imunológico;

• Fatores de crescimento concentrados no colostro promovem ação


trófica sobre os enterócitos e a IgA secretora reveste a mucosa
imatura, impedindo a adesão de germes patogênicos e substâncias
pré e probióticas;

• Em tese, pode-se utilizar a colostroterapia mesmo quando o bebê


permanece em jejum, sobretudo nas primeiras 24h de vida.
Colostroterapia

A Equipe do BLH-AM e Neopediatras da Maternidade Ana Braga –


Manaus – AM desenvolveram protocolo em que se propõe um tripé
de ações que no conjunto são chamadas de colostroterapia:
 a higiene oral feita com colostro;
 a lavagem gástrica feita com colostro e a administração orofaríngea
de gotas colostrais.
 para o sucesso da prática é vital praticar o cuidado canguru
precocemente e ter norma escrita na unidade, orientando a
adequada utilização do colostro no ambiente de terapia intensiva
neonatal.
Composição do leite materno
Composição do leite materno

 Proteínas:
- Teor perfeito para crescimento e desenvolvimento do bebê;

- A PTN do LM é facilmente digerida e bem absorvida;

- O leite de vaca possui elevada quantidade de proteína, o que pode


acarretar distúrbio metabólico na criança;

- PTNS do LM: caseína, proteínas do soro, mucinas.


Composição do leite materno

 A caseína predominante no LM é a beta, no LV é a alfa;

 A caseína do LM coagula em flocos pequenos, facilitando a


ação enzimática. A do LV coagula em flocos grandes, o que
torna a digestão difícil e retarda o esvaziamento gástrico;

 A caseína do LM tem propriedades antimicrobianas – inibição


da adesão do H. pylori;
Composição do leite materno

 Carboidratos:
- Fornece 40% das necessidades de energia --- metabolismo
energético cerebral;

- Contém lactose e galactose;

- Promove a colonização intestinal com lactobacillus bÍfidus pela


presença de oligossacarídios – AÇÃO PROTETORA.
Composição do leite materno

 Gorduras:
- Principal fonte de energia para o bebê;

- O LM contém enzimas que digerem a gordura;

- LM é importante fonte a ácidos graxos essenciais --- bom


funcionamento cerebral e da visão;

- O LM contém carnitina que desempenha papel importante na


oxidação dos ácidos graxos --- facilitando transporte para dentro da
mitocôndria
Aspectos Imunológicos
 Atividade antimicrobiana: componetes celulares e humorais;

 Componenetes celulares:
- Linfófitos T
- Lnfócitos B: produzem IgA secretória e interferon
- Macrófagos: atividade fagocitária, sintetizam lactoferrina,
lizozima e complemento, carreiam IgA secretória;
- Leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos e eosinófilos)
Aspectos Imunológicos
 Componetes humorais:
- Imunoglogulinas: IgA secretória, IgA, IgM, IgG, IgD, IgE –
agem contra invasão bacteriana e/ou colonização do
intestino;
- Lactoferrina: liga-se ao ferro e inibe a multiplicação
bacteriana;
- Fator bífudus: estmula o crescimento de Lactobacillus
bifidus, que antagonizam as enterobactérias;
- Interferon: inibe duplicação viral intracelular
- Lisozima: lisa as bactérias pela destruição da parede
celular.
Leite anterior x leite posterior

 No início predomina a fração solução (para hidratar a


criança), em que se encontram os constituintes
hidrossolúveis;

 No final da mamada encontra-se a fração emulsão,


constituída pelas substâncias lipídicas e lipossolúveis.

 Daí a necessidade do bebê esvaziar toda a mama da


mãe!
Técnicas de amamentação

Amamentar exige também aprendizagem!

 A criança deve mamar ainda na sala de parto e depois


ficar com a mãe em alojamento conjunto;

 A técnica correta da pega é a base do sucesso da


amamentação.
Técnicas de amamentação
 A mulher deve estar em posição confortável – sentada
com as costas apoiadas ou deitada em decúbito lateral;

 É interessante massagear a mama para facilitar a saída


do leite;

 O próprio bebê deve pegar a mama. A mãe pode


estimulá-lo tocando a bochecha com o mamilo, mas
evitar posicioná-lo.

 Orientar a mãe a pegar a mama em forma de C e não


em tesoura;
Técnicas de amamentação

Pega em forma de C

Pega em forma de tesoura


Técnicas de amamentação
Técnicas de amamentação

 O seio mais cheio deve ser ofertado primeiro, e sempre


esvaziá-lo totalmente (leite anterior e posterior);
 O corpo do bebê deve estar encostado no corpo da
mãe;
 O queixo encostado na mama;
 A boca bem aberta;
 O lábio inferior virado para fora;
 A criança engole o leite lenta e profundamente, sem
emitir sons;
 A aréola aparece mais na parte superior que na inferior;
Pega correta



BOA PEGA MÁ PEGA

BOA PEGA MÁ PEGA


Técnicas de amamentação



Amamentação por dentro
Como terminar a mamada

• Deixar o bebê mamar até soltar o peito espontaneamente. Se


preciso, a mãe pode colocar o dedo mindinho na boca do
bebê para ele soltar o peito ou com o dedo mindinho bem
limpo soltar levemente a bochecha do bebê.
Técnicas de ordenha

 Nos primeiros dias pode ser necessário ordenhar o leite para


evitar fissuras, mamas empedradas. E depois quando a
mulher voltar ao trabalho;

 Técnica:
1- Pegue um vidro com tampa plástica;
2- Retire o papelão da tampa plástica;
3- Ferva o vidro e a tampa por 20 minutos e não seque, só
escorra. Coloque etiqueta e data;
4- Lave bem as mãos até o cotovelo e escove as unhas com
água e sabão. Seque com toalha individual;
Técnicas de ordenha

5- Procure um local tranquilo, limpo e longe de animais, relaxe;


6- Faça massagens circulares nas mamas com os dedos e
despreze as primeiras gotas de leite;
7- Segure o vidro próximo à mama;
8- Faça ordenha manual colocando os dedos onde termina a
aréola, aperte em direção às costelas e solte com cuidado
para o leite sair, não puxar para não causar ferimentos.

 Leite cru (não pasteurizado) pode ser conservado em


geladeira por 12 horas e, no freezer ou congelador, por 15
dias (Ministério da Saúde, 2015).
Técnica de ordenha


Técnica de ordenha
Como oferecer o leite?
Número de mamadas por dia

• Recomenda-se que a criança seja amamentada sem


restrições de horários e de tempo de permanência na
mama  amamentação em livre demanda.

• Primeiros meses  normal que a criança mame com


frequência e sem horários regulares.

• Bebê em aleitamento materno exclusivo mama em


torno de oito a 12 vezes ao dia.
Duração da mamada

• O tempo de permanência na mama em cada mamada não


deve ser fixado;

• IMPORTANTE: a mãe deve dar tempo suficiente à criança


para ela esvaziar adequadamente a mama.
Duração da mamada

• A maior parte dos bebês mamam 90% do que precisam em


4 minutos;

• Alguns bebês prolongam mais as mamadas  30 minutos


ou mais, o que interessa é perceber que o bebê está
saciado.

ALEITAMENTO EM LIVRE DEMANDA!


Mamadeiras e chupetas

 Água, chás e principalmente outros leites  desmame


precoce e aumento da morbimortalidade infantil.

Confusão de bicos  mamadeira, além de ser uma


importante fonte de contaminação, pode influenciar
negativamente a amamentação. Observa-se que algumas
crianças, depois de experimentarem a mamadeira passam a
apresentar dificuldade quando vão mamar no peito.
Bomba extratora de leite
Bico de silicone, protetores de mamilo,
mamma tutty, concha
Protetores de mamilo, mamma tutty,
Translacatação

 É um sistema de nutrição suplementar, que consiste em um


recipiente contendo leite (de preferência leite humano
pasteurizado), colocado entre as mamas da mãe e conectado ao
mamilo por meio de uma sonda;
 A criança, ao sugar o mamilo, recebe o suplemento;
 O bebê continua a estimular a mama e sente-se gratificado ao
sugar o seio da mãe e ser saciado
Estratégias para fortalecimento do
Aleitamento materno
Rede Cegonha
Hospital Amigo da Criança

• A Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) tem a


finalidade de promover, proteger e apoiar o AM mediante a
adoção dos “Dez Passos para o Incentivo do Aleitamento
Materno”;

• Os funcionários da unidade devem estar mobilizados para


evitar o desmame precoce;

• Os HAC são instituições que têm garantido às mulheres no


hospital e em casa a continuidade da amamentação.
Dez Passos para o
Incentivo do
Aleitamento Materno
“Golden hour”

 A primeira hora de vida de um bebê é conhecida como GOLDEN


HOUR.
 Amamentação na sala de parto  fortalecimento do processo;
 Organização Mundial de Saúde preconiza que a amamentação
ocorra desde este momento, de forma exclusiva até o sexto mês e
complementar até os 2 anos ou mais.

 Auxílio as contrações uterinas - diminuindo o risco de hemorragia;


 Fortalecimento do vínculo afetivo entre mãe e filho;
 Estímulo a produção do leite – liberação de hormônios ligados a
amamentação de forma precoce;
 Estímulo a eliminação do mecônio (primeiro cocô do neném);
 Garantia da proteção imunológica.
Intercorrências na
amamentação
Fatores que podem afetar o
processo de lactação

Estado nutricional

Estado emocional

Integridade da mama Pega correta


Caso clínico
MCB, 39 anos, primípara, deu à luz a RN do sexo feminino, com 42 semanas de
gestação, peso ao nascer 2975 g e 51 cm de comprimento por meio de parto
cesárea.
A apojadura do leite aconteceu em torno de 3 dias após o nascimento. A puérpera
apresentava grande produção láctea, com leite “gotejando” da mama.
Com 5 dias de pós-parto a puérpera apresentou fissura em ambas as mamas e
relatou ter colocado casca de mamão para cicatrização. Além disso, aos 7 dias
começou a apresentar ingurgitamento de uma das mamas com muita vermelhidão
local, dor e febre baixa.
A mesma procurou serviço de referência tendo diagnóstico de mastite e iniciou
antibioticoterapia. Além disso, foi diagnosticada com candidíase mamária.
Após o finalizar o ciclo do antibiótico, relata o retorno dos sintomas, com muita
dificuldade da recém-nascida sugar a mama afetada.
Ao retornar ao serviço de referência teve diagnóstico de abcesso mamário sendo
orientada intervenção cirúrgica para drenagem de material com resolução do
problema.
Hoje, com 1 ano de pós-parto, segue amamentando somente na mama não
afetada.
Bebê com sucção fraca

 Estimular a sua mama regularmente (no mínimo cinco vezes ao dia)


por meio de ordenha manual ou por bomba de sucção;

 Pode estar associada:


- uso de bicos artificiais, chupetas,
- dor quando o bebê é posicionado para mamar ou pressão na
cabeça do bebê ao ser apoiado
- fluxo de leite muito intenso
- mamas ingurgitadas

 acalmar a mãe e o bebê, suspender o uso de bicos e chupetas


quando presentes e insistir nas mamadas por alguns minutos cada
vez.
Demora na “descida” do leite

• Profissional de saúde  desenvolver confiança na mãe;

• Medidas de estimulação da mama, como sucção frequente


do bebê e ordenha.

• É muito útil o uso de translactação.


Bloqueio dos Ductos

 No mamilo abrem-se cerca de 10 a 20 canais que drenam o


leite  obstrução desses canais, possivelmente por leite
espesso;

 A mulher que amamenta pode sentir um nódulo (inchaço)


doloroso numa parte da mama, e o local ficar avermelhado;

 Causas prováveis  uso de roupas apertadas (soutiã) ou


porque a criança não suga daquela parte da mama.
Tratamento

Para resolver esta situação, a mãe deve:


• Amamentar em diferentes posições de modo a esvaziar todas
as partes da mama (por exemplo, colocando o corpo do bebé
debaixo do braço);
• Pode ainda fazer uma leve pressão, com os dedos, no
sentido do mamilo para ajudar a esvaziar aquela parte da
mama;
• A mãe deve usar roupas largas e um sutiã que apoie, mas
não comprima
Ingurgitamento mamário
Ingurgitamento mamário

 Ocorre pelo aumento da quantidade de sangue e fluidos,


levando à congestão vascular;
 O leite fica retido na glândula mamária;
 Há edema nas mamas que ficam doloridas, quentes,
vermelhas, brilhantes e tensas;
 A mulher apresenta dor (especialmente nas axilas e febre);
 Em geral ocorre 2 a 5 dias após o parto, em primíparas;
 Como prevenção a mãe deve amamentar em livre demanda;
 Se o ingurgitamento já se instalou, recomenda-se manter a
amamentação e se a dor for intensa, ordenhar o leite.
De acordo com a classificação pode ser:

Fisiológico

 Quando o acúmulo de leite está na fase inicial, a


congestão é reduzida e a drenagem da mama é fácil.
Existe distensão dos alvéolos ou ductos, mas não há
endurecimento e a estase láctea é insignificante. É
geralmente chamado de APOJADURA.

OBS: apojadura – é uma espécie de preparação mecânica da


mama para a posterior descida de leite, uma vez que o fenômeno
provoca a dilatação das estruturas.
Moderado

 Quando o acúmulo de leite é gerado por estase láctea


importante, levando ao endurecimento da mama
seguido ou não de edema;

 A drenagem láctea torna-se difícil e, neste caso, a


amamentação deve ser precedida de extração manual
de leite visando a flexibilidade da região mamilo areolar.
Intenso

 É um tipo extremo de ingurgitamento que ocorre


quando a congestão e a vascularização geram
edema. A drenagem láctea é muito difícil e, em alguns
casos, quase impossível. EDEMA, CONGESTÃO
VASCULAR E/OU LINFÁTICA E VERMELHIDÃO
estão sempre presentes.
Formas de Tratamento

1. Amamentar frequentemente
2. Massagens
3. Manter as mamas sustentadas
4. Analgésicos (caso necessário – prescrição médica)
Fissuras

 Ocorrem pela pega e mamadas inadequadas, ingurgitamento


mamário, uso de pomadas, cremes, óleos na região mamilo
areolar, higienização excessiva dos mamilos, monilíase
mamária, malformações do mamilo;

 Sintomas: presença de lesão e dor, especialmente durante as


mamadas.
O posicionamento adequado e pega correta é a
melhor intervenção para dor nos mamilos!
Fissuras

 Início da mamada pela mama menos afetada;


 Ordenha de um pouco de leite antes da mamada, o suficiente para
desencadear o reflexo de ejeção de leite;
 Uso de diferentes posições para amamentar;
 Uso de conchas – evitando o contato com a roupa (?)
 Analgésicos sistêmicos por via oral se houver dor importante –
PRESCRIÇÃO MÉDICA
 Limitar a duração das mamadas não tem efeito na prevenção ou
tratamento do trauma mamilar.
Mastite
Reação inflamatória ou processo infeccioso

ingurgitamento mamário, fissura mamilar


ou obstrução de ducto.

Geralmente é unilateral e pode evoluir para


formação de ABCESSO.
Mastite

 É freqüente de na 2ª e 3ª semanas de pós-parto;


 Pode ser causada por fissuras – portas de entrada para
bactérias;
 No tratamento deve-se aplicar compressas úmidas e
frias na área afetada (5 a 10 min);
 Manter a amamentação até esvaziar a mama;
 Orientar a oferecer a duas mamas;
 Em casos graves, deve-se utilizar medicação sob
orientação médica.
Sinais e Sintomas

 Vermelhidão localizada
 Dor contínua
 Edema
 Presença de pus
 Mal estar, febre, calafrios
 Fadiga, taquicardia, mialgia
Abcesso mamário
Abcesso mamário

 É a existência de pus no tecido mamário como resultado


de uma infecção;

 Pode causar uma sensibilidade anormal e, se próximo à


pele, uma inflamação;

 Etiologia: tratamento inadequado da MASTITE.


Quadro Clínico
 Massa com área de flutuação
 Dor
 Hiperemia
 Hipertermia
 Endurecimento

Tratamento
 Drenagem
 Punção percutânea
 Antibioticoterapia
Depressão pós-parto
 OMS (2004): depressão foi considerada a terceira causa de
morbidade no mundo, podendo ser a primeira em 2030;

 As mulheres apresentam um risco 2 vezes maior para desenvolver


depressão do que os homens;

 Período gravídico-puerperal  alto risco para o desenvolvimento de


depressão e ansiedade devido às transformações hormonais,
físicas e emocionais vivenciadas pela mulher;

 Prevalência da depressão durante a gravidez encontradas nos


estudos de países em desenvolvimento, incluindo os trabalhos
nacionais, estiveram, em sua maioria, por volta de 20%
Hartmann J; Mendoza-Sassi RA; Cesar JA. Cad.
Saúde Pública 2017; 33(9):e00094016
Contra-indicações do AM
 Galactosemia
 Certas drogas (uma consulta com o obstetra deverá ser
relizada)
 Quimio/radioterapia maternas
 Exposições ocupacionais/ambientais
 Mães HIV positivas e com HTLV
Observação e conduta prática
Observação e conduta prática
Observação e conduta prática
Observação e conduta prática
Desmame

 O desmame não é um evento, e sim um processo que faz parte da


evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança.

 Sinais de desmame:
• Idade maior que um ano;
• Menos interesse nas mamadas;
• Aceita variedade de outros alimentos;
• É segura na sua relação com a mãe;
• Aceita outras formas de consolo;
• Aceita não ser amamentada em certas ocasiões e locais;
• Às vezes dorme sem mamar no peito;
• Mostra pouca ansiedade quando encorajada a não amamentar;
• Às vezes prefere brincar ou fazer outra atividade com a mãe em vez de
mamar.
"A decisão de ter uma
criança é aceitar que para o
resto da vida, seu coração
vai andar pelo lado de fora
do seu corpo."

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