O forjamento é um processo de conformação mecânica pelo
martelamento ou pela prensagem de um metal, ou seja, mediante a aplicação de esforços mecânicos altera-se plasticamente a formas dos materiais. Ele é o antecessor de todos os processos de transformação por deformação plástica. As tribos hindus desde 1500 antes de Cristo trabalhavam o ouro, a prata e o ferro. A arte do forjamento foi utilizada até a idade média para a fabricação de armas e armaduras. Aplicações
De um modo geral, todos os materiais conformáveis podem ser
forjados. Os mais utilizados para a produção de peças forjadas são os aços (comuns e ligados, aços estruturais, aços para cementação e para beneficiamento, aços inoxidáveis ferríticos e austeníticos, aços ferramenta), ligas de alumínio, de cobre (especialmente os latões), de magnésio, de níquel (inclusive as chamadas superligas, como Waspaloy, Astraloy, Inconel, Udimet 700, etc., empregadas principalmente na indústria aeroespacial) e de titânio. Tipos de Forjamento
O processo de forjamento pode ser classificado quanto a
temperatura de trabalho, ou seja, o material a ser conformado é ou não pré aquecido a uma determida temperatura e quanto ao metodo de aplicação de carga Forjamento a Quente
O forjamento a quente é o processo de conformação onde o
metal a ser forjado se encontra acima da temperatura de recristalização. Isto faz com que durante a deformação os mecanismos de recuperação e recristalização aconteçam, inibindo a geração de tensões internas e favorecendo a ductilidade pela formação e aumento dos grãos Vantagens do processo
Menor energia requerida para deformar o metal;
Aumento da capacidade do material para escoar sem se romper (ductilidade); Eliminação de bolhas e poros por caldeamento; Eliminação e refino da granulação grosseira do material fundido; Desvantagens do processo
Necessidade de equipamentos especiais (fornos,
manipuladores, etc.) e gasto de energia para aquecimento das peças; Reações do metal com a atmosfera do forno, levando a perdas de material por oxidação e outros problemas relacionados Formação de óxidos Desgaste das ferramentas é maior e a lubrificação é difícil; Necessidade de grandes tolerâncias dimensionais por causa de expansão e contração térmica Forjamento a Frio
O forjamento a frio tem esse nome, pois o processo é realizado
abaixo da temperatura de recristalização do material forjado. A carga utilizada para a conformação por forjamento a frio é muito grande, podendo chegar até a 15000 toneladas para prensas de grande porte. Isso causa um grande desgaste das ferramentas e da matriz. Forjamento a Frio
O acabamento superficial e a exatidão dimensional de uma
peça forjada a frio são superior ao do forjamento a quente e até de outros processos de conformação e fundição. Geralmente as peças forjadas a frio já saem da matriz pronta para serem utilizadas, sem necessidade de ajustes de superfície ou dimensão. Preparação do aço para forjamento a frio A maioria dos aços trabalhados no forjamento possui uma resistência mecânica muito alta, o que torna a carga necessária de conformação elevada e conseqüentemente diminui a vida das ferramentas utilizadas. Para que se diminua a resistência desses aços e torne mais amena a carga de aplicação, é interessante que o aço passe por um tratamento térmico de esferoidização. A cementita em forma de esferas torna mais fácil o escoamento do material entre os grãos, o que diminui a força necessária para a fluidez do aço trabalhado. Vantagens do processo
Menor quantidade de matéria-prima requerida (a peça pode
ser obtida em sua forma final sem nenhuma perda de material. Alta produtividade; Possibilita a substituição de um material de custo maior (alta liga) forjado a quente, por outro de custo menor (aço carbono) forjado a frio, obtendo-se assim peças forjadas com propriedades mecânicas equivalentes. Desvantagens do processo
Necessidade de prensas de maior capacidade;
Pressões elevadas nas ferramentas, necessitando assim de materiais especiais e geralmente de alto custo; Necessidade de recozimentos intermediários para obterem- se grandes deformações; Viável economicamente apenas para lotes grandes de peças; Forjamento Por Martelamento
O forjamento por martelamento é feito aplicando-se pancadas
(golpes ou batidas) rápidas e sucessivas no metal, aplicando pressão sobre a peças no momento em que existe o contato do martelo de forja e a peça metálica. Por sua vez, esta pressão é absorvida pelo metal que se deforma muito rapidamente. Forjamento Por Martelamento
No forjamento por martelamento são usados martelos de forja
que aplicam golpes rápidos e sucessivos ao metal por meio de uma massa que varia de poucos quilos a várias toneladas, que cai de uma altura que varia de alguns centímetros a alguns metros. Este processo age sobre as camadas mais externas do material, podendo ou não gerar pontos de tensão, que se não forem controlados podem gerar falhas. Forjamento Por Prensagem
Nesse tipo de processo uma pressão continua e devagar é
aplicada na área a ser forjada. Esta operação pode ser realizada a quente ou a frio. A operação a frio é utilizada em materiais recozidos, e o processo a quente é feito em peças para maquinaria pesada. O forjamento por pressão é mais econômico do que o forjamento por impacto, e grandes tolerâncias dimensionais são obtidas. Estes tipos de operação podem ser divididos de duas formas: Forjamento em Matriz Aberta
O material é conformado entre matrizes planas ou de formato
simples, que normalmente não se tocam Forjamento em Matriz Aberta
É usado geralmente para fabricar peças grandes, com forma
relativamente simples (p. ex., eixos de navios e de turbinas, ganchos, correntes, âncoras, alavancas, excêntricos, ferramentas agrícolas, etc.) e em pequeno número; e também para pré-conformar peças que serão submetidas posteriormente a operações de forjamento mais complexas. Forjamento em Matriz Fechada
O material é conformado entre duas metades de matriz que
possuem, gravadas em baixo-relevo, impressões com o formato que se deseja fornecer à peça. A deformação ocorre sob alta pressão em uma cavidade fechada ou semifechada, permitindo assim obter-se peças com tolerâncias dimensionais menores do que no forjamento livre. Forjamento em Matriz fechada
Nos casos em que a deformação ocorre dentro de uma cavidade
totalmente fechada, sem zona de escape, é fundamental a precisão na quantidade fornecida de material: uma quantidade insuficiente implica falta de enchimento da cavidade e falha no volume da peça; um excesso de material causa sobrecarga no ferramental, com probabilidade de danos ao mesmo e ao maquinário. Forjamento em Matriz fechada
Dada a dificuldade de dimensionar a quantidade exata fornecida
de material, é mais comum empregar um pequeno excesso. As matrizes são providas de uma zona oca especial para recolher o material excedente ao término do preenchimento da cavidade principal. O material excedente forma uma faixa estreita (rebarba) em torno da peça forjada. A rebarba exige uma operação posterior de corte (rebarbação) para remoção. Equipamentos e Metodos
Os equipamentos comumente empregados incluem duas
classes principais: • Martelos de forja: que deformam o metal através de rápidos golpes de impacto na superfície do mesmo; • Prensas: que deformam o metal submetendo-o a uma compressão contínua com velocidade relativamente baixa. Tipos de Martelos
Os três tipos básicos de martelo são:
Martelo de Queda Martelos de Duplo Martelo de Contragolpe
Livre com Prancha Efeito Tipos de Prensa
Prensa de fuso Prensa excêntrica Prensa Hidraulica