You are on page 1of 18

UVA - UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL - POLO TIJUCA

ROBSON SENA DA SILVA

ATIVIDADE CERTIFICADORA: PROJETO AMBIENTAL PARA UMA PROPOSTA


DE IMPLANTAÇÃO DE UM PARQUE EÓLICO NA CIDADE DE CASA NOVA NO
ESTADO DA BAHIA

RIO DE JANEIRO - RJ
2017
ROBSON SENA DA SILVA

ATIVIDADE CERTIFICADORA: PROJETO AMBIENTAL PARA UMA PROPOSTA


DE IMPLANTAÇÃO DE UM PARQUE EÓLICO NA CIDADE DE CASA NOVA NO
ESTADO DA BAHIA

Trabalho apresentado para avaliação na disciplina


de Atividade Certificadora do Curso de Gestão
Ambiental, da Universidade Veiga de Almeida

Professor: José Henrique Macedo de Moura


Aluno: Robson Sena da Silva
Matrícula: 20154300526

RIO DE JANEIRO
2017
4

1 INTRODUÇÃO

No Brasil a hidro energia é a mais utilizada para a obtenção de energia


elétrica. Este tipo de obtenção de energia elétrica está entre os mais eficientes. Cerca
de 92% da energia elétrica provém de hidroelétricas. Mas na maioria dos países do
mundo não existem as mesmas condições para que sejam construídas usinas
hidrelétricas. A população mundial vem crescendo e alguns países desenvolvidos
estão à beira de esgotar os seus recursos hídricos. Calcula-se que em 2030 a
necessidade de energia no mundo sofrerá um aumento de 60% e os países em
desenvolvimento serão os que mais contribuirão para este aumento na demanda. A
principal fonte não renovável utilizada hoje em dia no mundo é o petróleo, seguido do
carvão mineral e o gás natural. A disponibilidade dessas fontes está cada vez mais
escassa, sem contar nos grandes impactos ambientais causados na sua produção e
o agravamento da poluição atmosférica devido ao seu uso em larga escala.

1.1 Justificativa
A justificativa para esta dissertação está no aumento da demanda de
energia e o futuro esgotamento das fontes não renováveis, fazendo com que a
humanidade se esforce a fim de encontrar um novo modelo de desenvolvimento que
seja sustentado e que utilize novas fontes de energia renováveis como é o caso da
energia eólica.
Existe um grande potencial para a utilização desta energia no Brasil. Até o
momento a produção de energia eólica no país lidera a produção na América Latina
detendo o 9º lugar no ranking mundial de produção de energia eólica (Fonte: Global
Wind Energy Council - 2017). Mais de 7% do total da energia produzida no Brasil
provém da energia eólica. (Fonte: Portal Brasil - 2017). A região nordeste é a região
do país que mais produz. Atualmente cerca de 50% da energia produzida no Nordeste
provém dos ventos. Existem 419 usinas em operação no Brasil e outras 153 em
construção. A energia eólica ocupa o 3º lugar em participação na matriz energética
brasileira (Fonte: Aneel - 2017). Esta participação ainda é muito pequena, mas o
Governo Federal vem se empenhando através da criação de programas que
incentivem e fomentem novos empreendimentos eólicos como o Programa
Emergencial de Energia Eólica – PROEÓLICA), juntamente com o Programa de
Incentivo ao Uso de Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA), tendo o
5

apoio do BNDES para financiar 80% dos projetos de energia obtidos por fontes
alternativas e um contrato de compra de energia pela Eletrobrás durante 20 anos.
Além destes, outros fatores como a geração de empregos em regiões remotas,
coexistência em áreas com outros usos como a pecuária e a agricultura, tendo em
vista também a evolução da tecnologia que vem a cada ano melhorando a produção
de equipamentos como pás, turbinas, torres e outras peças podem ser grandes
aliados para o crescimento.
Diante deste cenário a Bahia se apresenta com um grande potencial para
a instalação de parques eólicos. “O potencial eólico do interior baiano supera a
capacidade de geração de energia das seis maiores hidrelétricas do mundo juntas”.
(Zaparolli – 2017). Condições privilegiadas como velocidade médias elevadas dos
ventos, menor distância da região Sudeste, que reduz o custo de transmissão, sem
contar com a presença em seu estado de indústrias de equipamentos eólicos que
produzem toda a cadeia necessária para a construção de aerogeradores.
A cidade de Casa Nova - BA foi escolhida devido a sua localização próxima
a Usina Hidrelétrica de Sobradinho. Ela está situada ao norte do lago da barragem de
Sobradinho, podendo ser uma alternativa para amenizar as crises hídricas como por
exemplo a de 2016 que fez com que este lago, que é o segundo maior lago artificial
do mundo ficasse com apenas 2,1% do seu volume útil.

1.2 Objetivo
Este trabalho se propõe a apresentar um projeto ambiental visando a
implantação de um parque eólico na cidade de Casa Nova no estado da Bahia,
avaliando sua viabilidade segundo critérios como: sustentabilidade, gestão ambiental,
valoração ambiental do ecossistema e monitoramento ambiental.
6

2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
A cidade de Casa Nova se encontra ao norte do estado da Bahia, as
margens do Rio São Francisco. Possui uma área territorial de 9.647 Km². É o quarto
maior do estado da Bahia. A distância da capital é de 572Km.

2.1 Meio Físico


2.1.1 Clima
Região de clima semiárido. A temperatura média é de 25,4ºC. A variação
média de temperatura é de 3,5ºC. Novembro é o mês mais quente do ano, com 26,7ºC
de média. O mês de julho apresenta a temperatura mais baixa com uma média de
23,2ºC. A pluviosidade média anual é de 480m, colocando o Município sob um
constante risco de secas durante o ano. A diferença de precipitação entre o mês mais
seco e o mais chuvoso é de 112mm. Agosto é o mês mais seco com 1mm e em março
a pluviosidade chega ao seu máximo com uma média de 113mm. (Fonte: Climate-
Data.Org)
A velocidade média do vento é de 7,0m/s, podendo chegar a 8,0m/s em
algumas áreas. (Fonte: Atlas Eólico Bahia. Camargo- Schubert Engenheiros
Associados... [et al.], 2013)

2.1.2 Solo, relevo e hidrografia


Tipos de solo:
 Neossolos RegolÌticos (4,4%);
 Cambissolos (3,6%);
 Luvissolos (13,3%);
 Planossolos (9,1%);
 Latossolos (21%);
 Argissolos (14,7%);
 Neossolos Flúvicos, Vertissolos e Chernossolos, entre outros
(5,4%).
O relevo varia de plano a ondulado. Apresenta vales muito abertos. A
região está inserida na sua maior parte na Depressão Sertaneja (depressão periférica
do São Francisco). A variação da altitude está entre 200 e 800m.
Além do Rio São Francisco. O município de Casa Nova possui outras fontes
de água doce como o riacho do Sobrado, o riacho Grande, e o riacho Ouricuri. Além
7

disso Casa Nova possui o segundo maior lago artificial do mundo em espelho d’água,
o lago de Sobradinho, construído juntamente com a hidrelétrica de mesmo nome.

2.2 Meio Biótico


2.2.1 Flora
A caatinga predomina na grande maioria da região. Constituída de arbustos
na sua maioria. Também fazem parte da vegetação árvores de porte baixo e também
altas que podem chegar a 20 metros de altura e plantas com espinhos como os cactos,
além de bromélias. Como exemplo podemos citar: A Braúna, Aroeira, Jurema-Preta,
Xique-xique, Coroa de frade, o Mandacaru, o Coquinho ariri, a Coroa de frade e o Pau
d’arco.

2.2.1 Fauna
Entre as diversas espécies endêmicas podemos destacar algumas que se
encontram em perigo como a Cobra-rainha do São Francisco e a Cobra de duas
cabeças, O Periquito da Caatinga, Tatu-bola, Gato-do-mato e a Arara Azul.

2.3 Meio Socioeconômico local


2.3.1 Dados populacionais
 População estimada (2017): 73.382 habitantes;
 População após senso de 2010: 64.944 habitantes;
 Densidade demográfica: 6,73hab/Km²;
 Total de homens 33.094;
 Total de mulheres 31.850;
 População urbana 37.555.
 População rural 27.389;
 Domicílios urbanos: 9.692
 Domicílios rurais: 7.372
 Domicílios particulares 20.571;
 Domicílios particulares ocupados: 17.042 domicílios;
 Domicílios particulares não-ocupados fechados: 57 domicílios;
 Domicílios particulares não ocupados de uso ocasional: 985 domicílios;
 Domicílios particulares não-ocupados vagos: 2.487domicílios;
8

 Domicílios coletivos: 12 domicílios;


 Domicílios coletivos com morador: 4 domicílios;
 Domicílios coletivos sem morador: 8 domicílios.
(Fonte do IBGE, 2010)
.
2.3.2 Atividades socioeconômicas
Recentemente a produção de vinho vem ganhando destaque no Município.
Cerca de 1 milhão de garrafas de vinho são produzidas anualmente.
Possui o maior rebanho de caprinos do Brasil com cerca de 403.410
cabeças.
A agricultura está baseada no cultivo de feijão, mandioca e milho
Possui também no turismo uma importante fonte de renda, tendo em vista
estar as margens do Rio São Francisco que oferece praias de água doce, as Dunas
do Velho Chico e a Ilha Dos Moisés. A vinicultura também se mostra um atrativo para
o turismo na região.

2.3.3 Trabalho e rendimento


 Salário médio mensal dos trabalhadores formais (2015): 1,5 salários mínimos;
 Pessoal ocupado (2015): 7289 pessoas (10,1%);
 Percentual da população com rendimento nominal mensal per capata de até ½
salário mínimo (2010): 49,4%.

2.3.4 Saúde
 Mortalidade infantil (2014): 18,32 óbitos por mil nascidos vivos;
 Internações por diarreia (2016): 2 internações por mil habitantes;
 Estabelecimentos de Saúde SUS (2009):16 estabelecimentos;
 Gastos com Saúde: R$ 15.198.899,08 (Fonte: TCM);

2.3.5 Educação
 Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade (2010): 95,5%;
 Matrículas no ensino fundamental: 12.270 matrículas;
 Matrículas no ensino médio: 2.533 matrículas;
 Gastos com Educação: R$ 62.949.134,58. (Fonte TCM)
9

2.3.6 Saneamento
 Esgotamento sanitário adequado (2010): 38,8 % dos domicílios;
 O abastecimento de água é feito pela SAAE e prefeitura;
 Água usada para abastecimento da cidade: água de lago:
 Domicílios abastecidos por água: 6.005 com rede geral
 Apresentam banheiros e sanitários ligados a rede geral: 2.398 domicílios;
 Esgotamento através de fossas sanitárias: 5.855 domicílios;
 Domicílios sem instalação sanitária: 6.551 Domicílios
 Rede de esgotos que não atende mais a demanda da população;
 Não possui coleta de lixo regular;
 Não possui aterro sanitário. O lixo é descartado em lixões a céu aberto.

2.3.7 Distribuição de energia elétrica


 Empresa responsável pela distribuição: COELBA;
 Consumidores (2005): 6.200 consumidores;
 Consumo do município (2005): 50.151mwh;

3 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DE CONTAMINAÇÃO DO ECOSSISTEMA


EM ESTUDO

3.1 Contaminação do solo e da água


 Salinização do solo devido a irrigação feita por açudes sem a técnica
apropriada
 Uso de agrotóxicos e fertilizantes contendo metais pesados como o chumbo e
o cádmio;
 Uso de inseticidas e pesticidas que desequilibram a população de insetos que
vivem no solo;
 A falta de saneamento básico e o chorume produzido por lixões a céu aberto
contamina os lençóis freáticos;
 As usinas de minérios poluem os solos, riachos, mananciais e rios com
rejeitos, as nascentes são cobertas e o lençol freático é contaminado

3.2 Contaminação do ar
 Queimadas, carvoarias e desmatamento
10

2.2 Levantamento dos requisitos legais


Faça um levantamento das normas e legislações aplicáveis à implantação e à
operação de parques eólicos.
Indique os principais padrões de qualidade ambiental nacionais aplicáveis ao
monitoramento ambiental de parques eólicos.

2.3 Proposição do modelo de monitoramento ambiental

Pesquise sobre modelos e métodos de monitoramento ambiental em sistemas de


geração de energia eólica.
Delimite a área de monitoramento e os compartimentos ambientais a serem
monitorados.
Defina os indicadores e parâmetros a serem atendidos e avaliados.
Defina os períodos e locais de amostragem.
Escolha o(s) método(s) e técnica(s) a serem utilizados.
11

2.2.1 Desenvolvimento de uma Política de Educação Ambiental atuante em


todos os setores da sociedade

A Educação Ambiental é fundamental para que haja uma consciência da


coletividade por partes de todos os indivíduos em todos os setores da sociedade,
aonde se desenvolvem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes voltadas
para a conservação e a sustentabilidade do meio ambiente. É preciso que a Educação
Ambiental seja uma ação permanente em todos os setores da sociedade afim de que
as populações mais carentes consigam desenvolver capacidades necessárias para
atuarem e intervirem na gestão dos recursos ambientais, influenciando nas decisões
que afetam a qualidade do meio ambiente em que vivem. O ProNEA (Programa
Nacional de Desenvolvimento Ambiental surgido em 1996 não tem conseguido
alcançar seus objetivos pois suas linhas de ação e estratégia não estão evoluindo
para que ocorra uma efetiva mudança na situação ambiental do país. Pouquíssimas
ações tem sido realizadas até hoje. Dentre estas ações podemos destacar:
 Formulação e implementação urgente de políticas públicas
ambientais estaduais e municipais - Já existem diversos programas
e ações criados pelo o Estado, mas infelizmente pouco se vê na
prática.
 Mobilizações sociais como ferramentas de Educação Ambiental -
Devido à falta de uma consciência de cidadania a população pouco
participa no sentido de se unir em prol de políticas sociais que
evoluam para políticas ambientais.
12

 Apoio institucional e financeiro em ações de Educação Ambiental


como incentivos fiscais, financiamentos, linhas de crédito e
parcerias, haja visto que o ProNEA não é somente de competência
do poder público federal. Todos os setores sociais e as demais
esferas do governo são corresponsáveis pela a sua aplicação,
execução, monitoramento e avaliação. Pouquíssimos são os
investimentos nas cidades do interior que poderiam combater as
causas do avanço da febre amarela.
 Formação de educadores e de gestores ambientais - Estas medidas
não têm ocorrido devido ao pouco incentivo e a falta de parcerias
com associações, escolas, universidades e empresas, além de
poucas ofertas no mercado de trabalho para estes profissionais. Não
há incentivo da Educação Ambiental nas instituições de ensino e
muito menos a adoção de novos currículos que incluam a Educação
Ambiental. Não há fomento na implementação de projetos no ensino
superior para a implementação de projetos de extensão na área.
Projetos estes que poderiam retornar os resultados obtidos às
comunidades envolvidas.
 Monitoramento e avaliação de políticas, programas e projetos
(PPPs) de Educação Ambiental - Devido à falta de monitoramento
e também de PPPs em diversas áreas rurais, não há dados que
possam diagnosticar as causas de problemas sócio ambientais entre
eles a febre amarela

2.2.2 Saneamento básico (coleta e destinação correta de lixo, rede de esgotos,


acesso a água potável e serviços de drenagem urbana)

Devido ao aumento do desmatamento no Brasil o mosquito Aëdes aegpti


migrou para o ambiente doméstico, desta forma aonde não há saneamento básico a
incidência deste inseto é muito maior devido a existência de focos de água parada. A
falta de coleta regular de lixo aumenta a quantidade de criadouros após uma chuva.
Populações que não tem acesso a água encanada ou sofrem com a falta dela acabam
sendo obrigados a estocarem água em galões, garrafas e baldes que se não forem
bem vedados acabam virando focos para o mosquito. Valas e esgotos a céu aberto
13

também se transformam em focos quando diluídos pela chuva. Segundo o Sistema


Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), existem mais de 35 milhões de
brasileiros sem acesso aos serviços de água potável, 100 milhões (ou metade da
população) não têm serviço de coleta de esgoto e apenas 40% de todo o esgoto
produzido no Brasil é tratado. Há ainda uma lacuna a ser preenchida nos serviços de
coleta de lixo: 17 milhões de pessoas não têm acesso ao serviço regular. Para que o
desenvolvimento ocorra de maneira plena, é necessário priorizar os setores carentes
da sociedade onde as condições mínimas de qualidade de vida não fazem parte da
realidade destas pessoas. O custo para a prevenção dessas doenças acaba sendo
até mais barato do que os gastos com as tentativas de cura e tratamento.

2.2.3 Campanhas de vacinação e ampliação dos sistemas de vigilância.

O mosquito Aëdes aegypti, está presente em 3600 municípios brasileiros.


A transmissão da febre amarela não ocorre em cidades, incluindo o Rio de Janeiro
desde 1942. Todas as regiões do país possuem áreas onde há risco de transmissão
da doença devido a reintrodução deste mosquito nas áreas urbanas. Nas áreas (rurais
e silvestres) a transmissão é feita por mosquitos do gênero Hemagogus e o ciclo de
vida é mantido através da contaminação de macacos e da transmissão dos ovos
contaminados no próprio mosquito.
Em se tratando de um país com as dimensões do Brasil a vacinação é muito
importante para que não se tenha uma epidemia. As facilidades de locomoção e o
elevado número de pessoas que viajam para as áreas de risco aumentam muito o
risco de se introduzir a febre amarela nas cidades. A pessoa, uma vez infectada, pode
retornar e servir como fonte de infecção para o mosquito nas áreas urbanas. O período
em que um indivíduo pode ser fonte de infecção é em torno de três a cinco dias, a
partir do início da doença.
Este risco pode ser reduzido com a vacinação, pelo menos dez dias antes
da viagem para as áreas de risco (transmissão silvestre e rural). Vacinar também a
população urbana gradativamente é imprescindível.
É preciso que haja um esforço maior nas campanhas de vacinação nas
regiões mais carentes e remotas do país. Em muitos lugares não existe energia
elétrica para que as vacinas possam ficar conservadas adequadamente, o acesso é
muito difícil e não há treinamento adequado dos profissionais.
14

A ampliação dos sistemas de vigilância nos três níveis de governo também


se faz necessária a fim de que os casos de febre amarela sejam detectados o mais
rápido possível. Para isso os profissionais de saúde devem estar preparados
(treinados e equipados) para diagnosticar os possíveis casos da doença no país.
É preciso um maior monitoramento da situação de saúde dos macacos em
nossas áreas silvestres. A presença de macacos mortos pode ser um indicativo
importante sobre um possível surto de febre amarela. Quanto mais rápido isso for
feito, mais rápido as autoridades competentes poderão agir para deter um possível
surto da doença ao invés de remediar uma situação que pode ficar fora de controle.

2.2.4 Investimentos em políticas de habitação

Os casos de infestação de mosquitos transmissores e a prevalência da


febre amarela são na sua maioria em áreas pobres e periféricas das cidades. É
necessário que haja uma política de habitação voltada para a população. Esta política
está mais voltada para o mercado imobiliário. A população vem sendo deslocada para
fora da cidade em regiões com pouca estrutura como saneamento, básico e coleta de
lixo regular. É necessário não só habitação, mas também uma estrutura em torno dela
como transportes, comércio, escolas, centros esportivos e culturais. Na falta disto
muitos preferem viver próximos aos grandes centros que não interessam ao mercado
imobiliário como: as regiões de encosta, áreas de proteção ambiental e mangues.
O Estado precisa retomar o controle sobre o uso e a ocupação do solo
urbano em toda a sua extensão. É preciso que aplicar a legislação urbanística a todas
as partes das cidades e não somente a parte dominada pelo mercado imobiliário.
É necessária uma avaliação com profissionais de diversas áreas
(arquitetura, urbanismo, engenharia, assistência social, agrônomos, médicos,
paisagistas, economistas) entre outros.
Acima de tudo é necessário que se obedeça a um planejamento baseado
nas necessidades sociais.

2.2.5 O uso de inseticidas e larvicidas como forma de controle do vetor

O uso indiscriminado e sem controle destas substâncias contribui para a


aceleração da resistência do vetor, a pulverização aérea só elimina aqueles adultos
15

que estão no espaço externo. Os mosquitos que se encontram em ambientes


fechados não são atingidos e continuam se reproduzindo. Os larvicidas são usados
muitas vezes em reservatórios de água das populações mais pobres do país. Essas
duas técnicas são ineficazes, pois não são capazes de eliminar toda a população. O
uso destas substâncias tem sido responsável por causar ou agravar os problemas de
saúde justamente nas áreas onde habitam as populações mais pobres, que tem piores
condições imunológicas e sem saneamento adequado.
Diversos produtos utilizados no controle vetorial do Aëdes aegypti como o
Fenitrothion, Malathion e Temephós mostraram ter efeitos carcinogênicos para
humanos, além de serem neurotóxicos e provocarem náusea, vômito, diarreia,
dificuldade respiratória e sintomas de fraqueza respiratória.
A medida mais eficaz é o controle dos criadouros. E isto se consegue
através de campanhas maciças juntamente com um programa de Educação
Ambiental em todos os setores da sociedade.

2.2.6 Campanhas de conscientização, orientação e vacinação da população.

Campanhas de conscientização e orientação sobre a febre amarela e o


mosquito transmissor, além da vacinação prioritária em áreas de risco precisam ser
realizadas para que se possa prevenir o avanço da doença no país. Veículos como
cartilhas, jornais, cartazes, rádios e TVs devem ser usados com o objetivo de
conscientizar a população local, sobretudo os moradores da área rurais e de mata,
para a importância da vacinação e dos cuidados a serem tomados em relação aos
focos do mosquito. As escolas também possuem um papel importante nestas
campanhas através da implementação de aulas de Educação Ambiental. Desta forma
a informação adquirida pode ser multiplicada para parentes, amigos e vizinhos.
16

3 CONCLUSÃO

A Intensa urbanização, saneamento básico negligente, destruição da


fauna e flora e os bolsões de pobreza são responsáveis pela baixa qualidade da saúde
ambiental no país. Segundo definição da Organização Mundial de Saúde: “Saúde
ambiental são todos aqueles aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de
vida, que estão determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e
psicológicos no meio ambiente. Os serviços de saneamento básico estão diretamente
ligados aos aspectos da saúde ambiental no que diz respeito a prevenção de doenças
e na preservação do meio ambiente.
É necessário que haja uma incorporação de aspectos ambientais nas
ações de saneamento e que estas ações sejam acessíveis a todos. Ou seja, a
universalização dos serviços que é o princípio maior do marco regulatório do
saneamento básico no Brasil (Lei 11.445/2007). Os aspectos socioeconômicos,
políticos, ecológicos e culturais devem ser avaliados, além disso, todos os segmentos
da sociedade devem participar, a fim de que as necessidades básicas de cada
indivíduo possam ser supridas e que todos possam ter oportunidades iguais de acordo
17

com seus potenciais e que possam adquirir uma consciência e também uma
reponsabilidade coletiva na preservação dos recursos naturais, na prevenção de
doenças, buscando um desenvolvimento social e econômico visando a melhoria da
sua qualidade de vida.

4 REFERÊNCIAS

1. http://www.unric.org/pt/actualidade/22742
2. Livro: introdução a engenharia ambiental UVA
3. http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2017/03/brasil-e-o-maior-gerador-de-
energia-eolica-da-america-latina
4. http://www.brasil.gov.br/infraestrutura/2017/03/brasil-e-o-maior-gerador-de-
energia-eolica-da-america-latina
5. http://gwec.net/global-figures/graphs/
6. http://www.aneel.gov.br/20anos/-
/asset_publisher/c4M6OIoMkLad/content/evolucao-da-energia-eolica-no-
brasil?inheritRedirect=false
7. http://www.mme.gov.br/programas/proinfa/galerias/arquivos/apresentacao/regula
mentacao.pdf
8. http://www2.camara.leg.br/a-
camara/estruturaadm/altosestudos/seminarios/energiasrenov/custodio2.pd
f
18

9. Falta de saneamento básico no Brasil é grande ameaça à saúde pública.


Disponível em: <https://bombandosaude.wordpress.com/2017/02/20/falta-de-
saneamento-basico-no-brasil-e-grande-ameaca-a-saude-publica/>. Acessado
em: 13/06/17.
10. Saneamento básico é fundamental no combate ao Aedes. Disponível em:
<https://www.terra.com.br/noticias/dino/saneamento-basico-e-fundamental-no-
combate-ao-aedes,0c88636d4a645a935d0675caedceff85ga9m9kiu.html>.
Acessado em: 13/06/17.
11. Saneamento básico é fundamental no combate ao mosquito da dengue. Disponível
em: <http://www.redebrasilatual.com.br/saude/2016/02/saneamento-basico-e-fundamental-
no-combate-ao-mosquito-da-dengue-4364.html>. Acessado em 13/06/17.
12. No ritmo atual, universalização de coleta de esgoto só ocorrerá em 2060,
aponta TCU. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/541987-no-
ritmo-atual-universalizacao-de-coleta-de-esgoto-so-ocorrera-em-2060-aponta-
tcu>. Acessado em: 13/06/17.
13. GRANDELLE, Renato. Oswaldo Cruz, o homem que venceu o ‘Aedes’.
Disponível em: < https://oglobo.globo.com/sociedade/historia/oswaldo-cruz-
homem-que-venceu-aedes-18226566>. Acessado em: 13/06/17.
14. LENHARO, Mariana. Expansão da febre amarela para o Rio de Janeiro preocupa
especialistas. Disponível em: <http://g1.globo.com/bemestar/noticia/expansao-da-
febre-amarela-para-o-rio-de-janeiro-preocupa-especialistas.ghtml>. Acessado
em: 14/06/17.
15. Programa nacional de educação ambiental – Pronea. Disponível em:
<http://fiosdegaia.com.br/programa-nacional-de-educacao-ambiental-pronea/>.
Acessado em: 14/06/17.
16. MARTINS, Fernando s. V; CASTIÑEIRAS, Terezinha Marta P. P. Febre amarela:
áreas de risco no Brasil. Disponível em:
<http://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-br.html>. Acessado em 15/06/17.
17. Febre amarela expõe falhas na vigilância. Disponível em:
<https://oglobo.globo.com/opiniao/febre-amarela-expoe-falhas-na-vigilancia-
21079262 >. Acessado em 15/06/17.
19

18. BONIS, Gabriel. Quais os desafios da vacinação em países pobres?. Disponível em:
<https://www.cartacapital.com.br/sociedade/quais-os-desafios-da-vacinacao-em-paises-
pobres-nao-usar-ainda-9505.html>. Acessado em: 15/06/17.
19. CALIXTO, Bruno. Disponível em: <http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-
do-planeta/noticia/2016/06/pulverizar-agrotoxico-como-medida-contra-o-aedes-e-
ineficaz-e-perigoso-diz-pesquisador.html >.
20. REIS, Vilma. Nota técnica sobre microcefalia e doenças vetoriais
relacionadas ao Aedes aegypti: os perigos das abordagens com larvicidas e
nebulizações químicas – fumacê. Disponível em <
https://www.abrasco.org.br/site/noticias/institucional/nota-tecnica-sobre-
microcefalia-e-doencas-vetoriais-relacionadas-ao-aedes-aegypti-os-perigos-das-
abordagens-com-larvicidas-e-nebulizacoes-quimicas-fumace/15929/>.

You might also like