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MANUAL DE APLICAÇÃO

DA NORMA
REGULAMENTADORA Nº 17

ERGONOMIA

Eduardo Marcatto
eduardomarcatto@yahoo.com.br
Apresentação

 Portaria nº3751, de 23 novembro de 1990.


 Treinamento para auditores fiscais no ano de 2000.
 Diversidade de interpretação.
 Colaboração da Comissão Nacional de Ergonomia
(CNE).
 Elaboração da “Análise Ergonômica de Trabalho”.
 Objetivo Principal: Modificação das situação de
Trabalho.
 Participação dos Trabalhadores no processo de
elaboração.
 Não se propõe a fornecer soluções para todas as
diferentes condições de trabalho existentes.
O Processo de Elaboração da NR 17

 Em 1986, casos de Tenossinovite ocupacional entre digitadores.

 Sindicato dos Empregados em Empresa de Processamento de Dados


contatou DRT/SP.

 Busca de recursos para prevenir as lesões.

 1988 e 1989 Associação de Profissionais de Processamento de Dados


(APPD), realizou reuniões c/ SSMT Brasília, Fundacentro e DRT/SP.

 Elaborar projeto de norma estabelecendo limite de cadência de


trabalho e proibição de pagamento de prêmios por produtividade.

 Final 1989 – Decisão de não elaborar uma norma apenas para o setor
de processamento de dados.
O Processo de Elaboração da NR 17

 2o Semestre de 1989 – Solicitação à equipe de fiscalização das


empresas de processamento de dados da DRT/SP que
elaborasse uma nova redação da NR17.

 Prazo estabelecido 10 dias.

 Março de 1990 – Tentativa de assinatura, em conjunto com a


NR 5, mas não foi publicada.

 Junho de 1990 – Ministério do Trabalho assina a nova redação


para NR17.

 Fiesp e Febraban solicitam discussão com Técnicos do


Ministério do Trabalho.

 Proposta encaminhada a SSST e publicada em 23/11/1990,


portaria nº 3751, comprometendo em parte o seu entendimento
e sua aplicação prática.
Item 17.1

17.1 Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que


permitam a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho eficiente.

o Não foram estabelecidos valores precisos, normatizando toda e


qualquer situação de Trabalho.

o Resultados dos estudos realizados no Brasil e no exterior devem ser


usados nas transformações das condições de Trabalho.

o As características psicofisiológicas dizem respeito a todo


conhecimento referente ao funcionamento do ser humano.

o Quem são estes seres humanos a quem vamos adaptar o trabalho?


Características Psicofisiológicas do Ser Humano

o Prefere escolher livremente sua postura.

o Prefere utilizar alternadamente toda musculatura corporal.

o Prefere impor sua própria cadência ao trabalho.

o Acelera a cadência quando estimulado por prêmios pecuniários.

o Sente-se bem quando solicitado a resolver problemas ligados a execução


da tarefa.

o Tem capacidades sensitivas e motoras que funcionam dentro de certos


limites.

o Sua capacidade sensorimotoras modificam-se com o processo de


envelhecimento.

o Organizam-se coletivamente para gerenciar a carga de trabalho.


A palavra CONFORTO

 Para avaliar conforto é imprescindível a expressão do


trabalhador.

 A palavra do trabalhador deve ser a principal diretiva,


tanto para investigar como para solucionar.

 A origem das inadequações deve-se em grande parte


a separação radical entre a concepção das condições e
organização do trabalho e a sua execução.

 Os trabalhadores nunca são consultados.


Subitem 17.1.1

17.1.1 As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao


levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à
própria organização do trabalho.

 A organização do trabalho?

 Pode ser caracterizada pelas modalidades de repetir as funções


entre operadores e máquinas.

 Divisão do trabalho.

 Definição: quem faz o quê, como e em quanto tempo.

 É a divisão dos homens e das tarefas.


Subitem 17.1.2

17.1.2 Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características


psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as
condições de trabalho conforme estabelecido nesta NR.

 Entendimento por parte do auditor fiscal de situações complexas.

 Os gastos com análise devem ser cobertos pelo empregador.

 Solicitação de análise ergonômicas (laudos) de forma rotineira e protocolar.

 Margem p/ análises grosseiras e superficiais (e-mail, fax).

 Sempre que o auditor fiscal do trabalho solicitar uma análise, deve


explicitar claramente, qual é o problema/demanda.
A Análise Ergonômica do Trabalho

Metodologia Análise Ergonômica do Trabalho (MTE)


Manual de Aplicação da NR17:

1- Análise da Demanda
2- Análise da Empresa
3- Análise da População de Trabalhadores
4- Definição das situações de Trabalho à estudar
5- Descrição das Tarefas
6- Estabelecimento de Pré-diagnóstico(s)
7- Observância Sistemática da Atividade
8- Diagnóstico(s)
9- Validação do Diagnóstico
10- O Projeto de Modificações/Alterações
11- Cronograma de Implementação das Modificações/Alterações
12- Acompanhamento das Modificações/Alterações
A Análise Ergonômica do Trabalho

1- Análise da Demanda.

• Situar o problema a ser analisado.

• Aceita-se a reformulação da notificação.

• Participação de todos os atores sociais.

• Incorporado os interesses de diferentes operadores.


A Análise Ergonômica do Trabalho

2- Análise global da empresa.

• Grau de evolução técnica.

• Posição de mercado.

• Situação econômica financeira.

• Expectativa de crescimento.

Objetivo: Seleções de propostas que possam ser adequadas à esse


quadro.
A Análise Ergonômica do Trabalho

3- Análise da população de trabalhadores.


• Política de pessoal.
• Faixa etária.
• Rotatividade.
• Antiguidade na função e na empresa.
• Tipos de contrato.
• Experiência.
• Categorias profissionais.
• Pré requisitos por contratação.
• Nível de escolaridade e capacitação.
• Estado de Saúde.
• Morbidade.
• Mortalidade.
• Absenteísmo.
Objetivo: Para adaptar o trabalho ao homem é preciso conhecer a
população à qual a mesma se destina.
A Análise Ergonômica do Trabalho

4- Definição das situações de trabalho a serem estudadas.

• Parte necessariamente da demanda.

• Dos primeiros contatos com os operadores.

• Hipóteses iniciais que forem


formuladas.
A Análise Ergonômica do Trabalho

5- Descrição das tarefas

• Tarefas Prescritas.

• Tarefas Reais.

• Atividades desenvolvidas.

 Tarefa Prescrita : Objetivo fixado pela empresa.

 Tarefa Real : Objetivo que o trabalhador se dá.

 Atividade : É tudo aquilo que o trabalhador faz para executar


a tarefa.

Objetivo: Avaliar o descompasso entre o que é exigido e o que é realmente


executado.
A Análise Ergonômica do Trabalho

6- Estabelecimento de um pré-diagnóstico.

• Explicitado às várias partes envolvidas (Trabalhadores, Chefia,


Seg. Trabalho, Sindicato, Gerência, entre outros).

• Validação ou abandono como hipótese explicativa para o


problema.
A Análise Ergonômica do Trabalho

7- Observância Sistemática da Atividade.

• Descrição dos métodos e Técnicas utilizadas.


 Entrevista oral.
 Entrevista escrita.
 Gravadas ou não.
 Filmagens.

• Apreciação do grau de confiabilidade dos resultados.

• Qualquer afirmação deve ser acompanhada de uma


justificativa de como se chegou a mesma.
A Análise Ergonômica do Trabalho

8- O diagnóstico ou diagnósticos.

• A partir das situações analisadas, em detalhes,


formula-se um diagnóstico local.

• Diagnóstico local.

• Diagnóstico Global.
Deve relacionar o diagnóstico local à atividade e ao
funcionamento da empresa.
A Análise Ergonômica do Trabalho

9- Validação do Diagnóstico.

• Apresentado aos atores envolvidos.

• Obtêm-se a confirmação, rejeição ou sugestão de


maiores detalhes.

• A Validação é a garantia da lisura dos


procedimentos e da pertinência dos resultados.
A Análise Ergonômica do Trabalho

10- O projeto de Modificações/alterações.

• Item mais negligenciado

• Diagnosticar e não discutir alteração é inútil.

• Propor melhorias nos aspectos de produção e saúde.

• Intervenção ergonômicas só se completa após as


transformações do local de trabalho.
A Análise Ergonômica do Trabalho

11- O Cronograma da implementação das


modificações/alterações:

• Informar os auditores fiscais.

• Avaliar prazos concedidos pela legislação.

• Renegociar com apoio das organizações sindicais.

• Prazos compatíveis com as transformações propostas.


A Análise Ergonômica do Trabalho

12- O Acompanhamento das modificações/alterações

• O analista deve deixar claro seu papel durante a implementação.

• A Ação ergonômica não termina com a proposição de soluções.

• Avaliar o impacto sobre os trabalhadores.

• Alterações das tarefas e atividades.

• Objeto de outra análise.


Item 17.2

17.2 Levantamento, transporte e descarga individual de


materiais

 Proposta encaminhada ao SSMT, em 1990 incluía quadro


estabelecendo a carga máxima para levantamento.

 Os valores contrariavam o disposto no Capítulo V da CLT (50/60


Kg).

 Na prática essa dificuldade pode ser contornada por meio do


item 17.2.2
Subitem 17.2.2

17.2.2 Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de


cargas, por um trabalhador, cujo peso seja suscetível de comprometer
sua saúde ou sua segurança.

 Compilar dados referente à morbidade dos trabalhadores, comprovando


comprometimento a saúde.

 Quanto menor for a carga, menor a probabilidade de comprometer a saúde do


trabalhador.

 Qual o peso aceitável?.

 A freqüência, a torção de tronco, o formato do objeto influenciam no aumento do


risco ao trabalhador.

 A equação revisada NIOSH 1991 para levantamento/deposição de carga.


Posto Trabalho OPERADOR TRATOR Empresa METSO

Área TRANSPORTE INTERNO Turno Auditor E. Marcatto Data 25/09/02

RWL = LC x HM x VM x DM x AM x FM x CM
Carga
Constante LC 23 kg 23

Multiplicador H>=25 X
Horizontal HM ( 25 / H ) H<63 H= 35 0,7143
cm
Multiplicador X
Vertical VM 1 - ( 0,003 x | V - 75 | ) V<175 V= 10 0,8050
cm
Multiplicador D>=25 X
de Distância DM 0,82 + ( 4,5 / D ) D<175 D= 30 0,9700
cm
Multiplicador X
Assimétrico AM 1 - ( 0,0032 x A ) A<135 A= 0 1,0000
graus
Multiplicador X
de Frequência FM Tabela 1 F= 0,2 0,8500

Multiplicador X
da Pega CM Tabela 2 Pega POBRE 0,9000

=
RWL 9,813611

L (Peso do Objeto) 30

LI = L
LI < 1 Baixo Risco RWL
1 <= LI < 3 Risco Moderado
LI >= 3 Alto Risco LI = 3,06
Alto Risco
TORÇÃO DO TRONCO "A"
Postura em Pé

Desvantagens da postura em pé imóvel.

 Tendência é acumulação sangue nas pernas, varizes e sensação


de peso nas pernas.

 Sensações dolorosa nas superfícies de contato articulares (pés,


joelhos, quadris,...).

 Dificulta a execução de tarefas de precisão.

 Reforço da penosidade se o trabalhador manter posturas


inadequadas (torção, ou inclinação).
Condições Justificadas para o Trabalho em Pé

 A tarefa exige deslocamentos contínuos (carteiros).

 Manipulação de cargas com peso >=4,5 kg.

 Alcances amplos freqüentes.

 Operações freqüentes em vários locais de trabalho.

 Exigências de aplicação de forças para baixo (empacotamento)

OBS: O auditor fiscal não deve aceitar, em hipótese alguma,


o trabalho em pé.
Subitem 17.6.3 b) Devem ser incluídas pausas para descanso

 Trabalho com entrada eletrônica de dados foi contemplada com as


pausas quantificadas.

 Outros setores produtivos tentam implementar o mesmo sistema de


pausas.

 A micropausa é bastante benéfica, do ponto de vista fisiológico.

 Não é devidamente apropriado pelos trabalhadores.

 A macropausa é melhor apropriada, torna-se um direito difícil de


ser retirado.
Conclusões

 Norma criada á partir da negociação entre sindicatos processamentos


de dados, DRT, Fundacentro.

 Análise ergonômica de trabalho através de Metodologia Científica.

 Reconhece a falta de dados quantitativos, abrindo espaço para


ferramentas internacionais (NIOSH, RULA, MOORE GARG,
SUERODGERS, OWAS, CHECK LIST, SNOOK, etc...).

 Trabalho em pé é inaceitável.

 Reconhecimento do valor das micropausas.

 As Macropausas como solução negociável.


INTRODUÇÃO
A ANÁLISE
ERGONÔMICA
A Análise Ergonômica do Trabalho

Metodologia Análise Ergonômica do Trabalho (MTE)


Manual de Aplicação da NR17:

1- Análise da Demanda
2- Análise da Empresa
3- Análise da População de Trabalhadores
4- Definição das situações de Trabalho à estudar
5- Descrição das Tarefas
6- Estabelecimento de Pré-diagnóstico(s)
7- Observância Sistemática da Atividade
8- Diagnóstico(s)
9- Validação do Diagnóstico
10- O Projeto de Modificações/Alterações
11- Cronograma de Implementação das Modificações/Alterações
12- Acompanhamento das Modificações/Alterações
Metodologia
• Abordar o Trabalhador
• Observação da tarefa
• Entrevista com os trabalhadores (Sobre a tarefa)
• Descrição da tarefa (Fotografia Digital/Vídeo)
• Identificação dos possíveis riscos (Pré-diagnóstico)
• Observação Sistemática da Atividade: Aplicação dos
possíveis riscos nas ferramentas de análise (Equação
Niosh, Índice Moore & Garg, Método Sue Rodgers,
Método Tor-Tom, RULA, REBA, etc...).
• Diagnóstico: Resultados das ferramentas de análise
• Questionamento sobre desconforto ?
• Recomendações
• Validação
Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 %
ciclo – Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS –
Colombini – ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
5 – Vibração (Martelete Pneumático)
6 – Temperaturas Extremas
Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Ativ. maior 50 % ciclo –
Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS –
Colombini- ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
5 – Vibração (Martelete Pneumático)
6 – Temperaturas Extremas
FORÇA : ASPECTOS GERAIS

• A FORÇA REPRESENTA O EMPENHO MECÂNICO NECESSÁRIO


PARA REALIZAR UMA AÇÃO TÉCNICA.

• O DESENVOLVIMENTO DE FORÇA, PODE ESTAR INTERLIGADO


À MOVIMENTAÇÃO OU À SUSTENTAÇÃO DE OBJETOS E
INSTRUMENTOS DE TRABALHO

• OU A MANTER UMA DETERMINADA POSTURA DE UM


SEGMENTO CORPORAL

• O DESENVOLVIMENTO REPETIDO DE FORÇA REPRESENTA


UM FATOR DE RISCO PARA AS ESTRUTURAS TENDINEAS E
MUSCULARES

35
FORÇA : ASPECTOS GERAIS

A FORÇA É IDENTIFICADA E QUANTIFICADA COMO:

EXTERNA (APLICADA OU EXIGIDA PELA


FERRAMENTA/PEÇA/OBJETO/ETC...)

INTERNA (TENSÃO DESENVOLVIDA PELOS TECIDOS


MIO-TENDÍNEOS)

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FORÇA : ASPECTOS GERAIS

SUA QUANTIFICAÇÃO EM CONTEXTOS DE TRABALHOS É


PROBLEMÁTICA. SÃO SUGERIDOS E UTILIZADOS MÉTODOS DE:

a. ESTIMATIVA DA FORÇA EXTERNA EM RELAÇÃO


AO PESO DOS OBJETOS MANIPULADOS
b. ESTIMATIVA DA FORÇA EXTERNA ATRAVÉS DE
DINAMÔMETROS
c. ESTIMATIVA DA FORÇA INTERNA ATRAVÉS DE
EMG
d. ESTIMATIVA DA FORÇA INTERNA ATRAVÉS DE
ESCALAS SUBJETIVAS (ESCALA DE BORG)

37
EMG Eletromiografia de Superfície
FORÇA : ASPECTOS GERAIS
AVALIAÇÃO SUBJETIVA DO ESFORÇO PERCEBIDO
ATRAVÉS DA ESCALA DE BORG:

0 TOTALMENTE AUSENTE
0,5 EXTREMAMENTE LEVE
1 MUITO LEVE
2 LEVE
3 MODESTA
4 MODERADA
5 FORTE
6 FORTE +
7 MUITO FORTE
8 MUITO FORTE ++
9 MUITO FORTE +++
10 MÁXIMA
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FORÇA : ASPECTOS GERAIS
O SIGNIFICADO DA MCV NO ESTUDO DA FORÇA

100% MCV
mV

100% MCV

20% MCV ( 2 BORG) 50% MCV (5 BORG)

HOMENS MULHERES
FORÇA : ASPECTOS GERAIS
MODALIDADE DE UTILIZAÇÃO DA ESCALA DE BORG

• APLICAR AO MAIOR NÚMERO DE PESSOAS


POSSÍVEL (CUIDADO COM OS PATOLÓGICOS);
• SOLICITAR AO TRABALHADOR IDENTIFICAR AS
AÇÕES QUE REQUEREM USO DE FORÇA DOS
MEMBROS SUPERIORES DENTRO DE UM CICLO;
• SOLICITAR AO TRABALHADOR ATRIBUIR A CADA
UMA DAS AÇÕES TECNICAS O CORRESPONDENTE
VALOR DA ESCALA DE BORG.

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ESFORÇO DINÂMICO
ESFORÇO ESTÁTICO
ESFORÇO MUSCULAR

O músculo se fadiga rapidamente sem sangue.

60% da força máxima = irrigação interrompida


50% da força máxima = 1 ou 2 minutos
20% da força máxima = liberação sanguínea
força
Redução da força
potencial, em função
de posturas
inadequadas
Demonstração da força no decorrer
da idade em ambos os sexos

Homem

Mulher
Estudo comparativo entre puxar e empurrar
RECOMENDAÇÕES
Força x dispositivos

Botões

Diâmetro Força
Ativação do dedo 10 – 19 mm 0,28 – 1,1 Kgf
Obs.: não se aplica a teclados
RECOMENDAÇÕES
Força x dispositivos

Botoeiras

Diâmetro Força

19 – 38 mm 0,28 – 2,27 Kgf


RECOMENDAÇÕES
Força x dispositivos

Teclados e pequenas chaves

Força 3 – 75 gramas Força 0.3 – 1,1 kgf


RECOMENDAÇÕES
Força x dispositivos

Pedais e alavancas

Força 3,0 – 9,0 kgf Força 2.3 – 4,5 kgf


RECOMENDAÇÕES
Força x dispositivos
Sistemas rotativos

Diâmetro Força Diâmetro Força


12mm 0,43 N.m. 12mm 0,90 N.m.
19mm 0,51 N.m. 19mm 1,70 N.m.
25mm 0,68 N.m. 25mm 5,08 N.m.
38mm 1,11 N.m. 38mm 7,12 N.m.
51mm 1,70 N.m. 51mm 11,19 N.m.
76mm 0,51 N.m. 76mm 14,24 N.m.
Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força

2 – Posturas Inadequadas (Estáticas ou


Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 % ciclo –
Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS – Colombini –
ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
5 – Vibração (Martelete Pneumático)
6 – Temperaturas Extremas
Fatores de Risco: Biomecânicos

2 – Posturas Inadequadas
Fatores de Risco: Biomecânicos

2 – Posturas Inadequadas
Movimentação dos braços e ombros
Movimentação dos braços e ombros
Fatores de Risco: Biomecânicos

2 – Posturas Inadequadas
ANTROPOMETRIA DINÂMICA
Estudos dos movimentos humanos necessários para a realização
de uma determinada tarefa

Mãos e dedos

FLEXÃO EXTENSÃO
NEUTRO
< 45 graus < 10% > 80% < 45 graus < 10%
> 45 graus < 5% > 45 graus < 5%
Máximo 75 graus Máximo 65 graus
DESVIO RADIAL NEUTRO DESVIO ULNAR
> 90%
Máximo 20 graus Máximo 30 graus
Ocasional até 10%
PREENSÃO PINÇA
OBSERVAÇÕES:
HIPEREXTENSÃO PINÇAPALMAR
DE DEDOS
Adução do Pinça pulpar
polegar
Compressão Compressão
digital palmar

Adução dos dedos Abdução dos dedos


Fatores de Risco: Biomecânicos

2 – Posturas Inadequadas
Movimentação do antebraço
Movimentação do antebraço
Esteriotipia ou Ausência de Variação

PRESENÇA DE GESTOS DE TRABALHO


IDÊNTICOS DO OMBRO E/OU DO COTOVELO
E/OU DO PUNHO E/OU DAS MÃOS;

CONTEÚDO PREVALENTE DE AÇÕES


TÉCNICAS, MESMO DIFERENTES ENTRE SI,
DOS MEMBROS SUPERIORES);
Movimentação da cabeça
Ângulos recomendados para visão

Ângulo confortável de visão em pé e sentado


Ângulos recomendados para visão

Varredura normal de visão frontal


Movimentação das pernas
Movimentação do tronco
Rotação do tronco
Fatores de Risco: Biomecânicos

2 – Posturas Inadequadas
Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)

3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 % ciclo
– Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS –
Colombini – ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
5 – Vibração (Martelete Pneumático)
6 – Temperaturas Extremas
Fatores de Risco: Biomecânicos

3 – Repetitividade
Repetitividade

• Ações técnicas sugerem atividades


musculoesqueléticas dos membros superiores.
• Movimento complexo que envolve uma ou mais
articulações e segmentos para completar uma tarefa
simples de trabalho.
• Os métodos de análise de tarefa geralmente usados
identificam os movimentos elementares de uma
determinada operação para determinar o tempo
necessário para realizá-la.
• Os dois métodos mais comuns são:
• Análise cronométrica,
• Sistemas de tempo predeterminados (Ex: MTM)
Ações Técnicas : Mover

Somente quando:
– o objeto movido pesar mais que 3 kg (com a mão
em preensão) ou 1 kg (com a mão em pinça), e
⎯ o membro superior tiver um movimento amplo
cobrindo uma distância de > 1 m.
Ações Técnicas : Alcançar

Somente quando objeto for posicionado além do


alcance dos limites da área de trabalho A2, B2 e C2,
mostrados aqui.
Ações Técnicas : Pegar

Pegar um objeto com as mãos ou dedos para


desempenhar uma atividade ou tarefa.
Sinônimos: segurar, agarrar, agarrar novamente, pegar
novamente, etc.
Ações Técnicas : Passar

A ação de passar um objeto de uma mão para outra é


considerada como duas ações técnicas separadas:
⎯ uma para a mão direita (segurar com uma mão);

⎯ a outra para a esquerda (segurar com outra mão).


Ações Técnicas : Posicionar

Posicionar um objeto ou ferramenta num ponto pré-


determinado.
Sinônimos: posicionar, encostar, colocar, arrumar;
reposicionar, colocar novamente, etc.
Ações Técnicas : Inserir/Extrair

Somente quando o uso de força for necessário.


Ações Técnicas : Empurrar/Puxar

Considerada devido à necessidade de aplicar força (mesmo


que só um pouco) para obter um resultado específico.
Sinônimos: arrancar, pressionar.
Ações Técnicas : Liberar/Soltar

Considerada exceto quando o objeto não for mais


necessário, ele for simplesmente “liberado” abrindo a mão
ou os dedos.
Ações Técnicas : Acionar

O acionar de uma ferramenta exige o uso de um botão ou


alavanca por partes de mão, ou por um ou mais dedos. Se
o acionar for feito repetidamente, conte uma ação técnica
para cada acionar.
Sinônimos: apertar botão, levantar/abaixar alavanca.
Ações Técnicas : Carregar

Carregar um objeto deve ser considerado como uma


ação técnica somente quando :
⎯ o objeto pesar mais de 3 kg com a mão em preensão ou
1 kg com a mão em pinça, e
⎯ a distância em passos for > 1m
Ações Técnicas

• Caminhar e inspeção visual não são consideradas


ações técnicas, já que não implicam em nenhuma
atividade dos membros superiores.
• Conte ações idênticas todas as vezes que forem
repetidas.
Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg e Ativ. maior 50 % ciclo – Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS – Colombini –
ISO 11228-3)

4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)


5 – Vibração (Martelete Pneumático)
6 – Temperaturas Extremas
COMPRESSÃO MECÂNICA

ALGUNS UTENSÍLIOS, ESPECIALMENTE SE MAL


ESTRUTURADOS OU QUE REQUEIRAM USO EXCESSIVO DE
FORÇA PROVOCAM UMA COMPRESSÃO DAS PARTES
MOLES DA MÃO, DOS DEDOS, ANTE-BRAÇO OU COTOVELO:
O USO PROLONGADO PODE CAUSAR A INFLAMAÇÃO DOS
TENDÕES E DAS MEMBRANAS TENDINOSAS.
SÃO GERALMENTE VISÍVEIS CALOSIDADES OU
VERMELHIDÕES DA PELE

91
COMPRESSÃO MECÂNICA

SÃO GERALMENTE VISÍVEIS CALOSIDADES, OU


HIPEREMIAS DA PELE

92
COMPRESSÃO MECÂNICA

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Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 % ciclo –
Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS – Colombini –
ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)

5 – Vibração (Martelete Pneumático)


6 – Temperaturas Extremas
VIBRAÇÕES

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Fatores de Risco: Biomecânicos

1 – Força
2 – Posturas Inadequadas (Estáticas e Dinâmicas)
3 – Repetitividade
(Ciclos < 30 seg ou Atividade maior 50 % ciclo –
Silverstein)
(30 ações técnicas por minuto por MS – Colombini –
ISO 11228-3)
4 – Compressão Mecânica (Quina Viva)
5 – Vibração (Martelete Pneumático)

6 – Temperaturas Extremas
Temperaturas Extremas
Fatores Complementares
• Fatores Físico-Mecânicos:
• Trabalho de Precisão
• Golpe e contra golpe
• Luvas Inadequadas
• Contato superfície fria
• Outros
• Fatores Sócio-Organizacionais
• Ritmo imposto
• Prêmios produtividade
• Treinamento Inadequado
• Trabalho com objetos em movimento
Fatores Complementares
Fatores Complementares
Fatores de Risco: Ambientais

1. Ruído
2. Temperatura (Calor)
3. Iluminação
4. Ventilação
5. Umidade Relativa ar
6. Conforto Visual (Cores, Sinalizações, etc...)
7. Organização
Fatores de Risco: Ambientais NR17

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades


que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, tais
como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas
de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre
outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto:
a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152,
norma brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2)
b) índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte
e três graus centígrados); (117.024-4 / I2)
c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)
d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
(117.026-0 / I2)
Fatores de Risco: Ambientais
Fatores de Risco: Pessoais

1. Mulheres
2. Gestantes
3. Fumantes
4. Somatização
5. Simuladores
6. Portadores de Necessidades Especiais
7. Reintegrados ao trabalho
Fatores de Risco: Pessoais
Fatores de Risco: Sociais

1. Relacionamento chefia, colegas,


fornecedores, clientes internos e externos,
Médico e Enfermeira do Trabalho, etc...
2. Preconceito racial, sexual, profissional, etc...
3. Exposição pública por não atender metas
4. Perseguição
Fatores de Risco: Sociais
Fatores de Risco Cognitivos

1. Projeto Confuso
2. Trabalho Complexo
3. Resultados inesperados e pouco objetivos do
trabalho
4. Não atendimento ao esperado
5. Formação acima da complexidade do trabalho
6. Formação abaixo da complexidade do trabalho
Fatores de Risco Cognitivos
Fatores de Risco Cognitivos
Organização do Trabalho

17.6. Organização do trabalho.

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características


psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em


consideração, no mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo;

e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.


Fatores de Risco: Organização do Trabalho

1. Horas Extras
2. Ausência de Pausa
3. Turnos de revezamento
4. Absenteísmo (Aumento do trabalho para os presentes)
5. Presenteísmo
6. Afastamentos (Idem)
7. Férias (Idem)
8. Distribuição de tarefas desbalanceada
9. Retrabalhos
10. Problemas de qualidade do produto
11. Problemas de manutenção com máquinas, equipamentos,
ferramentas, etc...
Fatores de Risco: Organização do Trabalho

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou


dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores,
e a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o
seguinte:
b) devem ser incluídas pausas para descanso; (117.030-9 / I3)
d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de
10 (dez) minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não
deduzidos da jornada normal de trabalho; (117.035-0 / I3)

Anexo II – Teleatendimento:
5.4.1. As pausas deverão ser concedidas:
a) fora do posto de trabalho;
b) em 02 (dois) períodos de 10 (dez) minutos contínuos;
c) após os primeiros e antes dos últimos 60 (sessenta) minutos de trabalho em
atividade de teleatendimento/telemarketing.

Anexo I – Check out:


d) pausas durante a jornada de trabalho;
Períodos de Recuperação (Pausas)

• Tempo insuficiente para o corpo se recuperar entre


movimentos repetitivos (falta de tempo de
recuperação) aumenta o risco de lesão.
• A duração pode ser quebrada em níveis diferentes,
ex.: duração do turno de trabalho, duração do
trabalho, duração da tarefa.
• A oportunidade de recuperação ou descanso pode
estar dentro de cada um desses períodos de
trabalho.
Períodos de Recuperação - Pausas (ISO 11228-3)

Período de recuperação é um período de descanso que


permite a recuperação da função musculoesquelética em
um ou mais grupos de músculos/tendões. Os seguintes
podem ser considerados como períodos de recuperação:
As seguintes situações são consideradas como períodos
de recuperação:
⎯ Intervalos (oficiais ou não oficiais), incluindo o intervalo
para refeição;
⎯ Tarefas visuais ;
⎯ Períodos dentro do ciclo que deixam grupos de
músculos em descanso total. por pelo menos 10 seg
consecutivamente, frequentemente.
Períodos de Recuperação - Pausas (ISO 11228-3)

• Para cada hora de tarefa repetitiva intervalos de


trabalho de pelo menos dez minutos consecutivos, ou,
para períodos de trabalho que durem menos de 1 h,
numa proporção de 5:1 entre o tempo de trabalho e
tempo de recuperação.
• Considerar quantas horas de um turno de trabalho não
tem um período de recuperação adequado.
• Observar, individualmente, as horas que formam um
turno de trabalho: para cada hora, verificar se há
tarefas repetitivas e períodos de recuperação
adequados.
• Para a hora anterior ao intervalo para refeição (se
houver), e para a hora antes do final do turno, o período
de recuperação é representado por esses dois eventos.
Períodos de Recuperação - Pausas (ISO 11228-3)

08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00

REFEIÇÃO

08:00 09:00 10:00 11:00 12:00 13:00 14:00 15:00 16:00 17:00

REFEIÇÃO
Eng. Eduardo José Marcatto
Engenheiro Industrial Mecânico e de Segurança do Trabalho, MBA em Gerenciamento de
empreendimentos com Ênfase em SMS pela FGV-SP; pós-graduado em ergonomia pela
Escola Politécnica da USP; cursos de extensão nacionais e no exterior em ergonomia,
coordenou o programa de ergonomia da Ford Componentes Automotivos por mais de 8 anos,
fundador do NUSPE (Núcleo São Paulo de Ergonomia), filiado à ABERGO (Associação
Brasileira de Ergonomia), filiado à ABRAPHISET (Associação Brasileira dos Profissionais de
Higiene e Segurança do Trabalho), Membro do Grupo de Estudos dos Distúrbios
Musculoesqueléticos da IEA (International Ergonomics Association), Membro do Comitê de
Trabalho e Visão da ICOH (International Commission on Occupational Health), Membro do
Comitê de Tradução de Normas relacionadas à Ergonomia da ABNT, Professor convidado
dos cursos de especialização em Medicina do Trabalho da UNIESP, em Fisioterapia do
Trabalho da UNISA; de Eng. de Segurança do Trabalho da Univ. Oswaldo Cruz e UNIP e do
curso de extensão em Gestão de Ergonomia pela Eng. Mecânica da UNICAMP, consultor de
atuação técnico-prática de diversas empresas, docente da PRODERGO.

eduardomarcatto@yahoo.com.br

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