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Décio Sena

LÍNGUA PORTUGUESA
6° SIMULADO PADRÃO ESAF COM GABARITO COMENTADO
DÉCIO SENA

Leia o texto abaixo para responder às questões de 01 a 05.

ILUSÕES PARA O SÉCULO 21

O escritor italiano Giovanni Papini enfureceu nossos avós, nos anos 40, com uma frase
envenenada: “A América foi feita com as sobras da Europa.” Hoje, temos razões para suspeitar não
apenas que isso seja verdade como também — mais triste ainda — que a culpa seja nossa.
04 Simón Bolívar já o havia previsto. Ele quis criar em nós a consciência de uma identidade
própria, numa passagem genial de sua “Carta da Jamaica”: “Somos um pequeno gênero humano”.
Sonhava, e assim o disse, que fôssemos a pátria grande, a mais poderosa e a mais unida da Terra.
No fim de seus dias, mortificado por uma dívida com os ingleses — a qual ainda não
08 acabamos de pagar — e atormentado pelos franceses, que tratavam de lhe vender os restolhos de
sua revolução, suplicou-lhes, exasperado: “Deixem-nos fazer tranquilos nossa Idade Média”.
Acabamos por nos tornar um laboratório de ilusões falidas. Nossa maior virtude é a
criatividade; no entanto, não temos feito muito mais do que viver de doutrinas requentadas e
12 guerras alheias, herdeiros de um Cristóvão Colombo desventurado, que nos encontrou casualmente
quando estava à procura das Índias.
Até poucos anos atrás, era mais fácil nos conhecermos melhor no Quartier Latin de Paris
do que em qualquer um de nossos países. Nos botecos de Saint-Germain-des-Prés, trocávamos
16 serestas de Chapultec por ventanias de Comodoro Rivadavia, caldinhos de congro de Pablo Neruda
por entardeceres do Caribe, nostalgias de um mundo idílico e remoto, onde havíamos nascido sem
nos perguntar quem éramos. Hoje, percebemos, ninguém se surpreende de que tenhamos tido que
cruzar o vasto Atlântico para nos encontrarmos com nós mesmos em Paris.
20 A vocês, sonhadores com menos de 40 anos, corresponde a tarefa histórica de reparar essas
enormes distorções. Lembrem-se de que as coisas deste mundo, dos transplantes de coração aos
quartetos de Beethoven, estiveram na mente de seus criadores antes de estar na realidade. Não
esperem nada do século 21, pois é o século 21 que espera tudo de vocês. É um século que não
24 chega pronto da fábrica, mas sim pronto para ser forjado por vocês à nossa imagem e semelhança.
Ele só será glorioso e nosso à medida que vocês sejam capazes de imaginá-lo.
GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ, 08-03-99, Folha de São Paulo, com adaptações.

Questão 01)

Indique a alternativa em que se nota afirmativa correta.

a) No fragmento “O escritor italiano Giovanni Papini enfureceu nossos avós, nos anos 40, com
uma frase envenenada” (ls. 01-02) o adjetivo sublinhado poderia ser substituído por
envenenadora, sem que houvesse alteração semântica da mensagem original.
b) Na passagem “A América foi feita com as sobras da Europa.” (l. 02) observa-se voz passiva
analítica. A conversão da voz verbal para ativa poderia indicar Fizeram com as sobras da
Europa a América.
c) Em “Hoje, temos razão para suspeitar não apenas que isso seja verdade como também – mais
triste ainda – que a culpa seja nossa.” (ls. 02-03) os pronomes sublinhados são,
respectivamente, referentes a “A América foi feita com as sobras da Europa.” (l. 02) e “nossos
avós” (l. 01).
d) “Simón Bolívar já o havia previsto.” (l. 04) No período transcrito, o pronome assinalado é
alusivo a “a culpa seja nossa.” (l. 03).
e) A vírgula que existe na passagem “Hoje, temos razões para suspeitar não apenas que isso seja
verdade” (ls. 02-03), por marcar antecipação de adjunto adverbial, tem uso obrigatório.

Questão 02)

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Aponte a alternativa em que faz afirmativa incorreta:

a) Em “Hoje, temos razões para suspeitar não apenas que isso seja verdade, como também –
mais triste ainda – que a culpa seja nossa.” (ls. 02-03) os vocábulos assinalados, pertencentes
a grupos gramaticais diversos, desempenham, contudo, a mesma função sintática.
b) Igualmente correta, do ponto de vista da estruturação sintática, estaria a paráfrase do que se lê
nas linhas 02-03: Hoje, temos razões para suspeitar não apenas de que isso seja verdade, como
também – mais triste ainda – que a culpa seja nossa.
c) O texto “Ele quis criar em nós a consciência de uma identidade própria” (ls. 04-05) reescrito
em Ele nos quis criar a consciência de uma identidade própria ou, ainda, Em nós, ele nos quis
criar a consciência de uma identidade própria não perderia seu rigor gramatical, manteria a
mensagem original, e faria surgir, na última estrutura oracional, uma redundância caracterizada
como pleonasmo.
d) “Ele quis criar em nós a consciência de uma identidade própria, numa passagem genial de
sua “Carta de Jamaica”: “Somos um pequeno gênero humano.” (ls. 04-05). No fragmento,
especificamente na passagem sublinhada, nota-se evidente redundância viciosa.
e) No terceiro parágrafo, os dois pronomes pessoais oblíquos átonos, de terceira pessoa, são
referentes a “Simón Bolívar” (l. 04) e a “ingleses” (l. 07) e “franceses” (l. 08).

Questão 03)

As afirmativas abaixo foram feitas com respeito a aspectos de grafia e vocabulário. Aponte
o item que contém proposição incorreta:

a) “Deixem-nos fazer tranquilos nossa Idade Média.” (l. 09). O texto exemplifica erro de grafia.
b) “No fim de seus dias, mortificado por uma dívida com os ingleses ... ”; (l. 07) “, suplicou-lhes,
exasperado” (l. 09) os vocábulos assinalados poderiam ser substituídos, respectivamente, por
apoquentado e encolerizado, e o texto manteria o sentido original.
c) “caldinhos de congro de Pablo Neruda por entardeceres do Caribe” (ls. 16-17) poderíamos
trocar o vocábulo sublinhado por pores-de-sóis, e o fragmento manteria preservados o rigor
gramatical e o valor semântico.
d) Em “ no entanto, não temos feito muito mais do que viver de doutrinas requentadas e guerras
alheias” (ls. 11-12) o conector assinalado poderia ser substituído, sem que houvesse mudança
de significado textual, por todavia.
e) Na passagem “nostalgias de um mundo idílico e remoto, onde havíamos nascido sem nos
perguntar quem éramos.” (ls. 17-18) os vocábulos assinalados, adjetivo e pronome relativo,
respectivamente, têm funções sintáticas distintas: adjunto adnominal e adjunto adverbial, pela
ordem.

Questão 04)

Ocorre afirmativa correta em:

a) “A vocês, sonhadores com menos de 40 anos, corresponde a tarefa histórica de reparar essas
enormes distorções.” (ls. 20-21). O par de vírgulas do texto justifica-se pela necessidade de se
isolar adjunto adverbial.
b) “Não esperem nada do século 21, pois é o século 21 que espera tudo de vocês.” (ls. 22-23). O
período é composto por coordenação e subordinação, contendo três orações.
c) No fragmento de texto transcrito no item anterior desta questão, a oração introduzida pelo
conectivo “pois” é coordenada sindética conclusiva.
d) “É um século que não chega pronto da fábrica, mas sim pronto para ser forjado por vocês à
nossa imagem e semelhança.” (ls. 23-24). Nota-se, no fragmento, oração com predicado
verbo-nominal e estrutura oracional de voz passiva analítica.

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e) No fragmento transcrito no item anterior desta questão, a expressão “da fábrica”, ligada por
preposição ao adjetivo “pronto” é analisado, sintaticamente, como adjunto adnominal.

Para a resolução da questão 05, leia o texto abaixo:

DAS PALAVRAS VICÁRIAS

Certas palavras, verdadeiros pronomes, se põem em lugar de uma oração inteira. Chamam-
se vicárias.
Exemplo: “Que quer dizer este nome? É que as almas, tanto que entram naquele templo, se
tornam extáticas!”
O verbo ser equivale, aí, a este nome quer dizer, e o que seguinte inicia uma oração
subordinada substantiva objetiva direta.

ROCHA LIMA, Teoria da Análise Sintática, Livraria Francisco Alves Editora, 1ª edição, 1944, p.84.

Questão 05)

Com base na informação acima fornecida, indique a alternativa em que se transcreve


fragmento do texto em que se nota palavra vicária.

a) “Sonhava, e assim o disse, que fôssemos a pátria grande, a mais poderosa e a mais unida da
Terra.” (l. 06)
b) “Até poucos anos atrás, era mais fácil nos conhecermos melhor no Quartier Latin de Paris do
que em qualquer um de nossos países.” (ls. 14-15)
c) “Hoje, percebemos, ninguém se surpreende de que tenhamos tido que cruzar o vasto Atlântico
para nos encontrarmos com nós mesmos em Paris.” (ls. 18-19)
d) “Não esperem nada do século 21, pois é o século 21 que espera tudo de vocês.” (ls. 22-23)
e) “É um século que não chega pronto da fábrica, mas sim pronto para ser forjado por vocês à
nossa imagem e semelhança.” (ls. 23-24)

Questão 06)

Numere o segundo conjunto de sentenças de acordo com o primeiro, de modo que cada par
forme uma seqüência coesa e lógica. Identifique, em seguida, a letra da seqüência correta.

1. A comparação entre olho e espírito aparece com tanta freqüência nos textos filosóficos que as
nossas recordações escolares fazem com que a julguemos banal.
2. Por que tantos pensadores escolheram como modelo do “saber” a visão, e não a audição ou o
olfato?
3. Essas questões seriam pertinentes.
4. Platão e Descartes, por exemplo, parecem falar da sensação visual tal qual cada ser humano a
experimenta.

( ) Ou seja, de onde vem o privilégio concedido pela tradição à sensação visual?


( ) Na verdade, não a teria já cada um deles analisado bem diferentemente, a fim de torná-
la exemplo de um conceito original do “saber”?
( ) Mas elas não devem esconder de nós o fato de que há uma questão prévia que tem de
ser colocada: será que a comparação ou a metáfora visual exercem realmente a mesma
função em todos os autores e em todos os contextos?
( ) Entretanto, é exatamente essa freqüência que deveria despertar-nos a curiosidade.
GERARD LEBRUN, Sombra e luz em Platão, O Olhar, Companhia das Letras, com adaptações.

a) 2 – 4 – 3 – 1;
b) 1 – 3 – 4 – 2;

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c) 3 – 1 – 4 – 2;
d) 4 – 3 – 2 – 1;
e) 2 – 1 – 4 – 3.

Na questão 07, marque o segmento de texto que contém erro de estruturação sintática.

Questão 07)

a) Federação significa aliança, pacto, união. Pois é da união, da aliança, do pacto entre Estados
que ela nasce. Que espécie de pacto? Que gênero de aliança? Qual a natureza dessa União? Eis
questões que só podem ser solucionadas à vista da intelecção de idéias tais como a
centralização e a descentralização política e administrativa. A centralização, ou seu oposto, a
descentralização, podem ser de natureza administrativa ou política.
b) Assim, ao buscar a satisfação do interesse público, o Estado instrumenta-se de forma que lhe
permita o atingimento daquele ideal. Ao fazê-lo, poderá prestar serviços por maneira direta,
sem que haja qualquer deslocação do desempenho dessas funções para outro centro ou, ao
contrário, permitindo o seu desenvolvimento por outros núcleos.
c) Na primeira hipótese temos a centralização administrativa; na segunda, a descentralização
administrativa. No primeiro caso tem-se um só centro titular das prerrogativas, competências e
deveres públicos de natureza administrativa; no segundo, tem-se vários centros senhores de
tais prerrogativas, competências e deveres. Se tal figuração ocorre no Estado, seja a
centralização, seja a descentralização administrativa, não se cogita de Federação.
d) É preciso dar mais alguns passos. É preciso atingir a idéia de centralização e descentralização
política. Descentralizar implica a retirada de competências de um centro para transferi-las a
outro, passando elas a ser próprias do novo centro. Se se fala em descentralização
administrativa quer-se significar a existência de novos centros administrativos independentes
de outros.
e) Se a referência é a descentralização política, os novos centros terão capacidade política. Mas o
que significa ser capaz, politicamente? É ter a possibilidade de estabelecer comandos
normativos sobre assuntos de sua competência. Quem é que fixa tais competências? Poderá ser
tanto o legislador ordinário como o constituinte.
MICHEL TEMER, Elementos de Direito Constitucional, Malheiros Editores, com adaptações.

Questão 08)

Aponte a alternativa que não contém erro de estruturação sintática.

a) De que consiste a literatura brasileira? Quais suas características e tendências? Constituirá ela
unidade homogênea suscetível de definição ou estará ainda na fase confusa, vaga e complexa
das indeterminações? Terá valores estáveis e permanentes capazes de sobreviver às
transformações por que o mundo está passando?
b) Ao enfrentar estas interrogações e os temas que elas sugerem, pergunto por vezes a mim
mesmo, numa ansiedade, se não estarei procedendo a maneira dos gregos do Baixo Império,
que se compraziam em discutir a essência da luz e o sexo dos anjos enquanto os bárbaros
golpeavam as portas da cidade.
c) Claro está que a dúvida é inconsciente, como apenas aparente a analogia. Nos dias que correm,
estas e outras perguntas hão de acudir a todos aqueles que, com um pouco de sensibilidade
para se comover, um pouco de nervos para vibrar, uns restos de esperança para crer, ainda
acreditam na possibilidade de preservar do grande naufrágio o valor, moral e espiritual, que lhe
são claros.
d) Fato estranho na sua singularidade: as mesmas perguntas com relação às literaturas francesa,
alemã, espanhola, inglesa ou portuguesa não me trariam tamanhos embaraços. Sobre a
literatura francesa, por exemplo, estou certo que não teria de recorrer a nenhuma grande
intuição para proclamar que se trata de literatura cujo principal elemento é o senso cartesiano
da medida e da clareza.

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e) Como não estamos em presença de uma unidade homogênea e definida, ao jeito das literaturas
européias e orientais, para compreender e interpretar a literatura brasileira, é preciso antes de
tudo renunciar ao intento de abrangê-la como um todo, numa visada geral. E sobretudo encarar
com reservas o processo cronológico, à luz do qual ela tem sido até agora estudada.
VIANA MOOG, Temas Brasileiros, Ed. da Casa do Estudante do Brasil, com adaptações.

Questão 09)

Leia o texto abaixo:

O presidente Fernando Henrique Cardoso descartou a possibilidade de privatização da


Petrobrás e afirmou que esta não será uma discussão de seu governo. Defendeu, no entanto, a
ampliação de parcerias e, se necessário, a venda de algumas subsidiárias. “A Petrobrás vai ter que
tomar decisões importantes na sua estratégia de empresa. Até que ponto vai interessar a ela
continuar no gaz, até que ponto certos setores são mais deficitários do que outros, o que não
implica de forma alguma em privatização”, assegurou. “Se isso pode ser útil para as bolsas ficarem
escitadas, muito bem. Mas não é útil para o Brasil ficar imaginando caminhos que não são os
necessários. A Petrobrás é uma boa empresa, vai ser racionalizada, terá crescentes parcerias, partes
delas poderão, por decisão própria, ser dispensadas, vendidas ou não. Não transformemos um
processo normal de uma economia moderna como a do Brasil em um processo ideológico que não
cabe agora”, pediu o presidente, após dar aula inaugural na Escola Superior de Guerra, no Rio.
Jornal do Brasil, 09-03-99, com adaptações

Há, no texto:

a) um erro ortográfico e um erro de concordância nominal


b) dois erros ortográficos e um erro de concordância nominal
c) um erro ortográfico e dois erros de concordância nominal
d) dois erros ortográficos e dois erros de concordância nominal
e) um erro ortográfico e nenhum erro de concordância nominal

Questão 10)

Indique a alternativa em que se nota deslize de pontuação.

a) Uma das incoerências de nossas gramáticas é a confusão entre flexão e derivação, processos
que têm objetivos delimitados dentro do sistema.
b) É comum, incluírem-se nas relações dos sufixos derivacionais os afixos caracterizadores de
grau, aumentativo e diminutivo, como, por exemplo, ão, aço, inho, ote, etc.
c) Logo, não cabe falar-se de “flexão de grau”, como geralmente acontece em nossos compêndios
gramaticais.
d) Cumpre precisar o valor desses afixos dentro do sistema, partindo-se da estrutura da língua e
de suas formas mínimas de significação.
e) Desse modo, não devemos incluir na flexão os sufixos derivacionais que podem indicar a
categoria de grau.
HORÁCIO ROLIM DE FREITAS, Princípios de Morfologia, Ed. Presença, com adaptações.

QUESTÃO 01

GABARITO: B

Comentários:

Vejam-se os erros das alternativas:

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a) A substituição sugerida provocaria sensível desvio semântico.


b) Embora a primeira associação esteja correta, não é possível associar-se ao pronome “nossa” à idéia
de “nossos avós”.
c) O pronome “o”, assinalado em “Simón Bolívar já o havia previsto.” alude a “que a culpa seja
nossa”.
d) A vírgula mencionada tem emprego facultativo.

QUESTÃO 02

GABARITO: D

Comentários:

Não há qualquer redundância na expressão “de uma identidade própria”. O adjetivo está apenas
restringindo o substantivo, de maneira que se acentua a necessidade de não haver identidade, no
sentido de identificação, com modelos que não sejam próprios.

Nas demais alternativas, saliente-se:

• Item “a”: afirmativa correta, tendo em vista que o primeiro vocábulo é adjetivo e o
segundo, pronome possessivo, embora sintaticamente valendo como predicativos.
• Item “b”: afirmativa correta, que faz recordar que o verbo suspeitar, utilizado com o
mesmo significado, qual seja o de ter suspeitas de, ter desconfianças de, supor com dados
mais ou menos imprecisos, supor ou considerar mal é verbo de emprego transitivo direto
ou transitivo indireto.
• Item “c”: afirmativa correta e que relembra a colocação do pronome pessoal oblíquo átono
em locuções verbais, associada à presença de um pronome pessoal reto, que lhe faculta a
próclise, bem como o uso do pleonasmo.
• Item “e”: afirmativa correta, dependente apenas de correta interpretação do texto.

QUESTÃO 03

GABARITO: C

Comentários:

Na flexão de plural do substantivo composto pôr-de-sol, levando-se em conta que o composto está
ligado por preposição, deve-se observar pores-de-sol.
No item “a” deve-se estar atento à grafia de “tranqüilos” (com trema).

QUESTÃO 04

GABARITO: D

Comentários:

Na alternativa “d”, a oração do verbo chegar (“que não chega pronto da fábrica”) exemplifica
predicado verbo-nominal. Veja-se o verbo intransitivo chegar, núcleo de predicado e observe-se,
também, o adjetivo em função predicativa pronto, também núcleo de predicado. Na verdade, o
predicado verbo-nominal representa uma forma de somarem-se duas orações de predicados distintos:
verbal, o de uma e nominal, o de outra. Como se, no caso, fosse escrito:
1. que não chega da fábrica
2. que não está pronto

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Por outro lado, a oração “para ser forjado por vocês à nossa imagem e semelhança” exemplifica
voz passiva analítica, na qual a expressão “por vocês” desempenharia papel de agente da passiva.
Nas demais alternativas, valem as observações:
• Item “a”: A expressão isolada por vírgulas não tem valor de adjunto adverbial, inclusive
por que é alusiva ao pronome de tratamento “vocês”, para o qual serve como explicação,
sendo um aposto.
• Item “b”: O período só contém duas orações, fato que fica mais claro quando se percebe a
existência da expressão de realce formada por ser + que, que se assinala: “Não esperem
nada do século 21, pois é o século 21 que espera tudo de vocês.”
• Item “c”: A oração a que se faz referência é coordenada sindética explicativa.
• Item “e”: A expressão “da fábrica” é referência de lugar que se estabelece para a ação
verbal indicada pela forma “chega”, funcionando como adjunto adverbial de lugar.

QUESTÃO 05

GABARITO: E

Comentários:

O vocábulo “sim” tem emprego vicário no texto. Em verdade, ele substitui uma oração que se
entrevê como que chega. Pode-se reescrever o texto, para tornar esta percepção mais clara:
“É um século que não chega pronto da fábrica, mas [que chega] pronto para ser forjado por vocês à
nossa imagem e semelhança.”
Para se ler a respeito de palavras vicárias, consulte-se o enunciado desta questão.

QUESTÃO 06

GABARITO: A

A associação das idéias sugeridas pelo vocábulo freqüência liga o primeiro período fornecido com
o que se coloca após o último parênteses. Por outro lado, a menção a Platão e Descartes faz remissão
ao fragmento cada um deles contido no texto que se lê após o segundo parágrafo.
Estas simples associações já seriam suficientes para a resolução da questão.

QUESTÃO 07

GABARITO: C

Comentários:

Está havendo erro de concordância verbal, por não se ter atentado para a voz passiva pronominal
contida em “Na primeira hipótese temos a centralização administrativa; na segunda, a
descentralização administrativa. No primeiro caso tem-se um só centro titular das prerrogativas,
competências e deveres públicos de natureza administrativa; no segundo, tem-se vários centros
senhores de tais prerrogativas, competências e deveres. Se tal figuração ocorre no Estado, seja a
centralização, seja a descentralização administrativa, não se cogita de Federação.”
O sujeito da forma verbal “tem” no fragmento destacado é “vários centros senhores de tais
prerrogativas, competências e deveres.” Desta forma, o citado verbo deveria estar grafado têm-se.

QUESTÃO 08

GABARITO: E

Comentários:

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Observem-se os erros das alternativas:

a) Deslize de regência no primeiro período, por utilização de preposição indevida: Em


que consiste a literatura brasileira ? retificaria o texto.
b) Há falta de acento grave, que já se retifica, em “se não estarei procedendo à maneira
dos gregos do Baixo Império ...”
c) Concordância nominal indevida. Retifique-se o final da alternativa para: “... acreditam
na possibilidade de preservar do grande naufrágio o valor, moral e espiritual, que lhes
são claros.
d) O vocábulo certo impõe presença de preposição na passagem “ ... estou certo de que
não teria de recorrer a nenhuma grande intuição ... ”

QUESTÃO 09

GABARITO: D

Comentários:

Os erros são os seguintes:

de ortografia: “gaz” deve ser retificado em gás, e “escitadas” deve ser corrigido em
excitadas.
de concordância nominal: “se necessário” deve ser retificado em se necessária e “partes
delas” deve ser corrigido em parte delas.

QUESTÃO 10

GABARITO: B

Comentários:

No item “b”, promoveu-se a separação de uma oração subordinada substantiva subjetiva –


“incluírem-se nas relações dos sufixos derivacionais os afixos caracterizadores de grau, aumentativo e
diminutivo, como, por exemplo, ão, aço, inho, ote, etc” – de sua oração sua oração principal – “É
comum”.

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