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Quais as vantagens de criar uma holding familiar para

produtores rurais?

Atualmente a atividade rural vem se expandindo de forma meteórica.


Segundo dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), no ano
de 2017, o agronegócio foi responsável por 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do
Brasil. Apesar desse crescimento, a atividade rural é bastante explorada pelo produtor
rural pessoa física, respondendo pelo acúmulo de patrimônio em nome próprio, sem
qualquer proteção a esse patrimônio, respondendo, inclusive, com a totalidade de
seus bens pelas obrigações contraídas no desenvolvimento da atividade rural.

Todo esse patrimônio acumulado “nas mãos” do chefe de família pode


gerar uma situação bastante vulnerável, não garantindo nem mesmo a continuidade
da atividade rural por seus herdeiros, já que os procedimentos de inventário podem
trazer inúmeros desgastes entre os membros da família, haja vista que nem todos
compactuam com as mesmas ideias em permanecer exercendo a mesma atividade
desenvolvida. Assim, a simples divisão patrimonial entre os herdeiros, após a morte
do patriarca, pode acabar com anos e anos de dedicação do produtor rural.

Diante dessa possibilidade, para que haja uma programação e


continuação da atividade desenvolvida, pode o produtor rural apostar em realizar um
planejamento sucessório por intermédio de uma holding familiar.

Por conseguinte, por mais complexo que seja pensar na própria morte,
a destinação do patrimônio em vida gera importantes resultados na vida, no patrimônio
e na preservação do vínculo familiar do produtor rural.

Além desses benefícios, o planejamento sucessório trará ao produtor


bastante economia frente ao patrimônio familiar. Cabe ressaltar que com o
procedimento de inventário gasta-se, em média, até a conclusão final, 15% (quinze
por cento) do patrimônio do falecido. Por outro lado, com a implantação do
planejamento sucessório, é possível reduzir esses custos a 5% (cinco por cento) do
valor do patrimônio que será objeto da sucessão, algo que quando aplicado a um
patrimônio de valor considerável, poderá trazer economia de milhões de reais à família
do produtor rural.
Desse modo, a criação da sociedade empresária no modelo de holding
familiar, representará além da economia já relatada, uma importante forma de
organização patrimonial, tendo em vista que todo o patrimônio do produtor rural será
integrado ao capital social da empresa, sendo dividido de forma igualitária entre os
herdeiros.

Apesar da divisão das cotas da empresa, vale a pena salientar que


o patrimônio do produtor rural ainda permanecerá em seu total controle e
gestão, uma vez que o produtor será o usufrutuário e administrador da sociedade
empresária, já que as quotas da empresa serão gravadas com usufruto vitalício, além
de serem compostas por cláusulas de inalienabilidade, impenhorabilidade,
incomunicabilidade e reversão.

Assim, os bens do produtor rural estariam protegidos pelas cláusulas do


contrato social da empresa, fazendo com que a operacionalização da atividade rural
fosse continuada e desenvolvida sob o seu comando, sem contar que os rendimentos
percebidos pela empresa que, a partir da criação da empresa, seriam tributados pelo
regime empresarial e não mais pelo regime do imposto de renda da pessoa física, já
que as alíquotas empresariais são, a princípio, infinitamente mais vantajosas que a
das pessoas físicas.

Dessa forma, percebe-se que os benefícios para a constituição de uma


holding familiar são muitos, principalmente a redução da carga tributária e a garantia
de que o patrimônio do produtor rural não será dilapidado por seus herdeiros.

Por fim, ressalta-se que esse artigo é plenamente aplicável a outras


atividades desenvolvidas, não somente a dos produtores rurais, sendo possível a
constituição de holding’s familiares para outros chefes de famílias.

Por: Rafael Dias Pettinati

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