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12ª SEMANA CULTURAL DO CCL

MINICURSO: INTERTEXTUALIDADE E CRIATIVIDADE NA


ELABORAÇÃO DE TEXTOS VERBAIS E VERBO-VISUAIS
Prof. Dr. Franklin Oliveira Silva

Apressado come sal: a rapidez no preparo do miojo exige uma produção diferente e muito
cloreto de sódio (REVISTA GALILEU, n. 292, nov. 2015, p. 32).

(2) O amanhã a nós pertence: doutor em cosmologia, Luiz Alberto Oliveira fala sobre o Museu do
Amanhã, que será inaugurado no Rio de Janeiro e pretende levar seus visitantes a refletir sobre a
construção de futuros possíveis (REVISTA GALILEU, n. 293, dez. 2015, p. 70-71).

O sol arde para todos: entenda como o filtro solar garante a proteção da sua pele (REVISTA
GALILEU, n. 294, jan. 2016, p. 32).

Todos os dias são do caçador: o tráfico de animais e plantas já é o quarto maior mercado ilícito
do planeta – um único rinoceronte pode render US$ 400 mil (REVISTA GALILEU, n. 294, jan.
2016, p. 69).

Atenção, senhores passageiros: atentados terroristas apertaram as regras de segurança nos


aeroportos e criaram tecnologias de inspeção de bagagens (REVISTA GALILEU, n. 295, fev. 2016,
p. 13).

“Quero ser bandido”

Sem essa história de que a mídia nacional está com preconceito contra o Piauí. Não
tem nada disso não. Pelo contrário. Fez feio, tem que aparecer. Mas não pode ser
apenas isso. Tem que servir para mais do que isso. Estamos nos referindo,
infelizmente, ao caso de Castelo do Piauí. A revista “Veja” desta semana traz o
assunto como matéria de capa. Um dos bandidos mirins teria dito: “Quero ser
bandido mesmo”. E lá vem tudo de novo, a mesma história, os mesmos detalhes
sórdidos, as moças amarradas, estupradas.

A reportagem diz que... Espere um pouco. Tem uma coisa estranha por aqui. Vamos
dar uma pequena analisada. A matéria da revista informa que “Danielly Rodrigues
Feitosa, de 17 anos, desapareceu na tarde de 27 de maio depois de subir com três
amigas o Morro do Garrote para tirar fotos que seriam publicadas em redes
sociais...” Mas a imprensa local havia informado o tempo inteiro que as fotos
teriam sido solicitadas para um trabalho de escola.

No dia 28 de maio do ano em curso, o portal Cidadeverde.com informa que “de


acordo com uma amiga das vítimas, as garotas subiram ao morro para tirar fotos de
um trabalho da escola. “Na mesma data, o G1, portal de notícias da Globo, diz: “A
garota informou que estava saindo com as amigas para fazer fotos para um
trabalho da escola.” Poucos devem ter se perguntado: se era um trabalho da
escola, quem solicitou”? Que escola, que professor ou professora? Bem, a imprensa
mostrou um certo professor José Demétrio. Mas este era tio de uma das vítimas e
apareceu para falar sobre o perfil de um dos bandidos mirins.

Pronto, já foi o bastante, temos o professor em cena. Para o inconsciente coletivo é


o bastante, foi este o professor que solicitou. Não se precisa mais de nenhuma
resposta, já se pode condenar, principalmente agora que o promotor de Justiça
aparece na principal revista do país revelando o que declarou um dos depoentes
frente ao juiz de menores. “ Quero ser bandido mesmo”, teria afirmado o menino.

Na verdade, ele já é um bandido. Precisa apenas ser punido na forma da lei. E


outros bandidos também. Porque não adianta punir uns e outros não. Ficaremos
sempre na mesma, dois pesos e duas medidas. Enfim, o Morro do Garrote não deve
ser um lugar perigoso, mas hoje já não podemos andar em todos os lugares a
qualquer hora. E alguns professores precisam se acautelar quando pedirem
trabalhos fotográficos aos seus alunos. Se é que houve mesmo a tal solicitação.

Fonte: Jornal Diário do Povo (2015).

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