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Quem é idoso?

Idoso é a pessoa em idade avançada que a Organização Mundial de Saúde


classifica cronologicamente. 65 anos em países desenvolvidos, 60 e/ou mais nos países
considerados em desenvolvimento. Este conceito etário baseado na idade cronológica
é temporária. Modifica-se com o passar do tempo. Em vista disso a OMS criou uma
nova terminologia, “muito idoso” (very old) para designar o indivíduo que chega aos 80
ou 85 anos de idade. E de acordo com projeções, novamente da OMS, até 2025 a
população de idosos no Brasil crescerá, colocando o país em 6º lugar no ranking dos
país com maior população idosa.Isto posto, é de extrema utilidade conhecermos os
direitos fundamentais inerentes à esta faixa etária. O primeiro direito expresso no
Estatuto diz respeito à vida (art. 8º e 9º). Pode-se dizer que este direito é o principal de
todos. Ocasionando os demais direitos necessários para as condições de sobrevivência
como ter acesso à saúde, moradia, dentre outros. [...] viver bem tem relação com
políticas sociais de proteção. É função do Estado intervir com programas sociais
voltados a esta população (MPP, 2012).
Do direito à Liberdade, ao Respeito e à dignidade (art. 10º), todo este artigo
realça os direitos fundamentais à liberdade, ao respeito e à dignidade do idoso. É
obrigação do Estado e da Sociedade, assegurar à pessoa idosa seus direitos garantidos
na Constituição e nas leis. Segundo o estatuto, o direito à liberdade compreende
faculdade de ir e vir, estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,
ressalvadas as restrições legais. Abrange à liberdade de opinião, à liberdade de crença
e culto religiosos, à pratica de esportes e de diversões, à participação na vida familiar e
comunitária, à buscar refúgio, auxílio e orientação. Esta liberdade de locomoção não é
direito somente à portadores de deficiência mas também deferido aos idosos, que são
prejudicados pela falta de acessibilidade urbana: autos degraus, ausência de corrimão
em escadas, falta de guias rebaixadas, aparatos arquitetônicos que quando ausentes
inibem, bloqueiam o direito de ir e vir dessas pessoas, devido a mobilidade reduzida. O
Respeito aos idosos, implica em reconhecermos suas limitações e peculiaridades e,
destinar-lhes um tratamento honroso, com uma sociedade capaz de lidar com esta fase
especial da vida a qual todos estamos sujeitos (WELL L, 2015).
Em relação ao direito dos alimentos, a criação do Estatuto do idoso foi
fundamental para assegurar uma proteção maior e mais adequada. Ao estabelecer que
a prestação tem caráter solidário, o idoso pode escolher dentre seus familiares quem
possui melhores condições de lhe prover alimentos, estando estes obrigados a prestá-
los. Importante também, demonstrar que o Poder Público tem papel imprescindível para
auxiliar o idoso desamparado. Quando a família do idoso não possuir condições para
auxiliá-lo ou o ancião não possuir nenhuma família a quem possa buscar ajuda, deverá
o Estado fornecer alimentos na forma de um benefício assistencial, como previsto na
Lei Orgânica De assistência Social (RIGON T, 2012).
Do direito à saúde, a concretização da política pública de saúde prevista
neste Estatuto serão efetivados por meio do cadastramento da população idosa em
base territorial, hoje as redes estaduais de atenção à saúde do idoso, criados no âmbito
do SUS que promovem ações de prevenção, promoção, proteção e recuperação da
saúde. [...] o idoso tem direito a receber do SUS o que necessitar para êxito de seu
tratamento, conforme a previsão desta lei de que cabe ao Poder Público fornecer
gratuitamente medicamentos, especialmente os de uso continuado, como próteses,
órteses e outros relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação (WELL L, 2015).
Do direito à Educação, Cultura, Esporte e Lazer, os idosos tem direito de
participarem de eventos culturais e esportivos e também de lazer, pagando apenas a
metade do preço. Também tem direito de viajar para diversos destinos com preços
reduzidos através do programa “viaja mais – melhor idade”, criado pelo Ministério do
Turismo. Onde o objetivo deste programa é garantir a inclusão social do idoso por meio
do turismo e, ao mesmo tempo fortalecer o turismo interno do país, por reconhecer que
grande parte dos idosos é que auxiliam e mantêm o orçamento doméstico das famílias
brasileiras (PORTAL EDUCAÇÃO 2018).
Atualmente, existe um novo enfoque da velhice: idosos com disposições e
habilidades e que desejam continuar ativos por mais tempo possível, precisam dos
canais certos para desenvolverem seu potencial. Muitos idosos acham que o avanço
tecnológico estão fora de seu alcance, tendo em vista que as limitações decorrentes da
idade podem dificultar o aprendizado sobre novas atividades. Entretanto, as inovações
tecnológicas estão conseguindo atrair cada vez mais a atenção dos idosos e são
ferramentas de grande utilidade para a adaptação dos idosos à vida moderna. Segundo
o § (parágrafo) 2° do artigo 21, “os idosos participarão das comemorações de caráter
cívico ou cultural, para transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações
no sentido da preservação da memória e da identidade cultural”, as atividades de caráter
cívico visam criar uma dinâmica permanente, de caráter intelectual, para atualizar os
idosos e assuntos de interesse geral. No brasil, existem quase duas centenas de cursos
para atender a demanda. O projeto Universidade da Terceira Idade, desenvolvido pela
PUC-Campinas é pioneira no Brasil e já atendeu centenas de idosos em seus mais de
200 curso envolvendo universidades estaduais, federais e particulares (FRANGE P,
2004).
O estatuto do idoso visando garantir a facilitação da sua permanência no
mercado de trabalho, estabelece três artigos dispondo sobre a questão. O direito ao
trabalho além de ser um direito fundamental de toda pessoa, representa também a
garantia ao indispensável para subsistência financeira do trabalhador e constitui-se
como meio dignificante. O avanço da idade não deveria justificar a saída do mercado de
trabalho, nem servir como motivo a fim de generalizar o baixo nível de produtividade do
trabalhador, ou ainda reduzir o salário daqueles de idade mais avançada. Segundo o
Estatuto do Idoso, a pessoa nesta faixa deveria ter a liberdade de exercer qualquer tipo
de atividade profissional, em igualdade de condições com os demais trabalhadores. Os
trabalhadores idosos devem ser protegidos de trabalhos penosos, insalubres, em
sobrejornadas e ainda dos exercidos em ambientes com alta carga de pressão
psicológica. Há necessidade de frisar que estas diferenças devem ser invocadas
unicamente para proteção do trabalhador e nunca como uma forma de discriminação.
Por fim, o artigo 28 delega ao poder público, competência para criar e estimular
programas de proteção e promoção do idoso, aproveitando seus potencias e habilidades
para atividades regulares e remuneradas (TEIXEIRA C, 2014).
Da Previdência Social, o Estatuto dispõe que a assistência social será
prestada de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei
Orgânica, na Política Nacional do idoso, entre outras. O idoso que não possuir meios
para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegura o
benefício mensal de 1 (um) salário mínimo nos termos da Lei Orgânica da Assistência
Social. Declara que todas as entidades de longa permanência, ou casa lar, são
obrigadas a firmar contrato de prestação de serviço com a pessoa idosa abrigada (ABA,
2014).
No que se refere à Assistência Social, o estatuto estabelece que deva ser
prestada a quem necessitar, independente de contribuição à seguridade social, e tem
por objetivos, entre outros a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à
pessoa idosa, que comprove não possuir meios de prover à própria manutenção ou de
tê-la provida por sua família. O benefício da LOAS- lei orgânica de assistência social,
concedido a um idoso, pode ser dado por outro que convive junto na mesma residência,
ou seja, não deverá ser computado para os fins de cálculo da renda per capita (WELL
L, 2015).
Da Habitação, “o idoso tem direito à moradia digna junto à sua família de
origem, ou só quando desejar, ou ainda em entidade pública ou privada” - Estatuto do
Idoso, art. 37. Apesar de regulamentado, os programas habitacionais voltados para a
população idosa são bastante escassos, apesar de haver um esforço do governo federal
para reduzir o déficit habitacional do país. [...] o programa “Melhores Práticas” da Caixa,
divulga projetos-referência com iniciativas voltadas à promoção do desenvolvimento
local a partir da inclusão social, habitação. Trata-se de um projeto de empreendimento
inovador, voltado apenas para idosos, para terem viabilizado o acesso à moradia. O
sucesso deste programa em São Paulo é uma importante experiência que norteia a
possibilidade de replicá-lo, adaptando-o às características físicas, culturais e de renda
de cada região (SCHUSSEL Z, 2012).
O artigo 39 do estatuto assegura gratuidade dos transportes coletivos
urbanos e semiurbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados
paralelamente aos serviços regulares. Diante da falta de transporte público nos grandes
centros urbanos, faz-se necessário a disposição prevista no parágrafo 2º, onde os
veículos de transporte coletivo devem reservar 10% de seus assentos para os idosos,
devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos.
Essa medida visa conferir dignidade ao exercício do direito à gratuidade no transporte
(WELL. L 2015).
ABA- Associação Brasileira dos Advogados. Da assistência Social aos idosos. In
jusbrasil. 2014. Disponível em: < https://aba.jusbrasil.com.br/noticias/235573915/da-
assistencia-social-aos-idosos >. Acesso em: 26/10/2018.
FRANGE P. O Estatuto do Idoso comentado por Paulo Frange. 2004. Disponível em:
< http://www.igrapiuna.ba.gov.br/Download/sec_social/Estatuto%20do%20Idoso%20-
%20Comentado.pdf0 >. Acesso em: 25/10/2018.

MPP – Ministério Público de Pernambuco. Caravana da Pessoa Idosa. Estatuto do


Idoso: Direitos Fundamentais. 2012. Disponível em: <
http://www.mppe.mp.br/caravanadapessoaidosa/?p=425 >. Acesso em 26/10/2018.

PORTAL EDUCAÇÃO. Idoso – Lazer, Cultura e Esporte. 2018. Disponível em: <
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/idoso-lazer-cultura-e-
esporte/62074 >. Acesso em: 25/10/2018.

RIGON T. O idoso e o direito prestacional de receber alimentos. In Jus.com.


Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/22944/o-idoso-e-o-direito-prestacional-de-
receber-alimentos/3 >. Acesso em: 25/10/2018.

SCHUSSEL Z. Os idosos e a habitação. In Revista Kairós Gerontolohia. 2012. SP.


Disponível em: <
https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/dowload/13665/12674 >. Acesso em
26/10/2018.

TEIXEIRA C. A proteção do trabalhador idoso. In jus.com. 2014. Disponível em: <


https://jus.com.br/artigos/32325/a-protecao-do-trabalhador-idoso >. Acesso em
25/10/2018.

WELL L. Estatuto do Idoso comentado. In Direitocompontocom. Disponível em: <


direitocom.com/estatuto-do-idoso-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-
artigo-8-ao-42/capitulo-iv-do-direito-a-saude-do-artigo-15-ao-19/artigo-15-7 >. Acesso
em 25/10/2018.

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