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Ética I – Prof. Juan Antonio Acha e Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
e-mail: juan@claretiano.edu.br
e-mail: reitor@claretiano.edu.br
ÉTICA I
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2013 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
170 A16e
ISBN: 978-85-67425-57-3
1. Visão geral dos fundamentos da Ética, bem como das bases conceituais e de suas
diferenças ligada à moral. 2. Influência do cristianismo no pensamento medieval
ocidental. I. Piva, Sérgio Ibanor. II. Ética I.
CDD 170
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
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web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Visão geral dos fundamentos da Ética, bem como das bases conceituais e de
suas diferenças ligadas à moral. Influência do Cristianismo no pensamento me-
dieval ocidental.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
O presente Material Didático Mediacional aspira introduzir o
estudante de EaD no estudo dos problemas fundamentais da Ética
no âmbito da Filosofia. A Ética é uma parte da Filosofia que estuda
a vida moral dos homens. Centra-se no comportamento da pessoa.
Os temas que integram este material são: desenvolvimento
histórico da Filosofia, moral dos gregos antigos até a Idade Média,
doutrinas éticas fundamentais, importância da moral, estudo da
Ética como essência da moral e relação da Ética com a moral.
Quanto ao corpo conceitual da Ética, apresentaremos uma
completa explicação na Unidade 2. O conhecimento factual e a cla-
8 © Ética I
Abordagem Geral
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados no CRC Ética I. Veja, a seguir, a
definição dos principais conceitos:
1) Amor: virtude central na maioria das tradições éticas,
denotando uma atitude para com o outro que envolve
tanto afeto como um compromisso sério em relação ao
próximo.
2) Amoral: termo que reúne o prefixo "a" ("acéfalo, priva-
ção") e a palavra "moral" (o termo se refere aos campos
da conduta humana). Tem a ver com os princípios que
orientam a conduta do homem. Ser amoral significa não
possuir um código moral.
3) Antinomismo: literalmente significa "contra a lei". Ter-
mo teológico-cristão nos primórdios da Igreja, afirma
que a graça, por meio da fé, aboliu a lei, e que, portanto,
o cristão não está sujeito à lei.
4) Autonomia: literalmente "lei de si mesmo". Exercício
independente da vontade no sentido de obrar indepen-
dentemente.
5) Bem comum: ideia baseada em que o padrão normativo
para a justiça é o bem das pessoas como um todo.
6) Bem viver: como um princípio ético, o "bem viver" é fun-
damento da moralidade e processo para tomar determi-
nações éticas.
7) Caráter: as várias dimensões de personalidade que dis-
tinguem um indivíduo de outro.
8) Cinismo: escola de pensamento ético que afirma que
todo comportamento humano é motivado pelo desejo
egoísta, e que a bondade é a mais alta realização da vida.
Para esses pensadores, a virtude está em alcançar a total
independência do material. O cínico mais famoso é Dió-
genes de Sínope.
9) Compaixão: atitude ou emoção altruísta, leva a atos de-
sinteressados.
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertati-
vas.
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como
relacioná-las à prática do ensino de Filosofia, pode ser uma forma
de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a resolução
de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará se prepa-
rando para a avaliação final, que será dissertativa. Além disso, essa
é uma maneira privilegiada de você testar seus conhecimentos e
adquirir uma formação sólida para a sua prática profissional.
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gaba-
rito correspondente às questões de múltipla escolha, que lhe per-
mitirá conferir as suas respostas.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as
bibliografias complementares.
Dicas (motivacionais)
O estudo deste CRC convida você a olhar, de forma mais apu-
rada, a Educação como processo de emancipação do ser humano.
É importante que você se atente às explicações teóricas, práticas
e científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e a
notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto,
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos Cursos de Graduação na modalidade
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente.
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades
nas datas estipuladas.
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANKENA, W. K. Ética. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969.
STANLEY, J. G.; SMITH, J. T. Dicionário de Ética. São Paulo: Vida, 2005.
PLATÃO. Diálogos. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Os Pensadores).
EAD
Filosofia moral – legado
grego
1
1. OBJETIVOS
• Entender os fundamentos da Ética.
• Perceber quais são os objetos material e formal da Ética.
• Apreender as doutrinas éticas fundamentais que se de-
senvolveram em diferentes épocas do pensamento oci-
dental: ética grega, greco-romana, ética cristã medieval.
2. CONTEÚDOS
• A Ética como a parte da Filosofia que se dedica à reflexão
sobre as questões morais.
• A tradição socrática e platônica, o conhecimento do bem
como provocador da ação justa.
• A Ética sofista, mera convenção social.
• Aristóteles, ética e virtudes. Fim último da vida ética.
22 © Ética I
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Os conteúdos desta primeira unidade auxiliarão você, aluno,
a entender mais claramente as questões filosóficas acerca da Éti-
ca. Para isso, partiremos da proposta grega clássica sobre o com-
portamento ético, levando em consideração que a preocupação
por estabelecer o que está bem e o que está mal apõe códigos e
normas morais e é tão antiga como a humanidade.
A felicidade, eudaimonia
Eudaimonia é um termo formado por o prefixo "eu" que
significa "bem disposto" e "daimon", "com um poder divino";
"eudaimon" é o adjetivo para "feliz". No pensamento grego anti-
go, ser feliz significa poder usufruir os dons divinos. Para Platão, a
felicidade é produto da sabedoria. O sábio que acede ao mundo
das ideias é então eudaímon: feliz. Contrariamente a esse pensa-
mento, para Aristóteles a felicidade é uma atividade acessível ao
ser virtuoso que respeita os valores morais.
Esse tema foi comentado por Platão nas obra A República,
(2006, 354a) e As Leis (1991, livro 5) e citado por Aristóteles em
Ética a Nicômaco (2002, livro 1).
A proposta platônica também é diferente da defendida pelo
estoicismo; para os seguidores dessa doutrina, a felicidade resulta
A virtude, aretê
Figura 1 A escola de Atenas (1509-1510), quadro de Rafael, que mostra Platão ao centro.
7) Se fugisse, Sócrates evitaria ser morto injustamente, mas, para isso, iria de-
sobedecer a lei, nomos, que como cidadão jurou respeitar. Ainda que a lei
seja injusta deve ser acatada? Do ponto de vista ético, isto é correto? Assi-
nale qual das seguintes alternativas não é compatível com as teorias éticas
socrática e platônica:
a) Para a tradição socrática e platônica, só o conhecimento do bem poderia
dirigir a ação justa.
b) Sócrates defende a necessidade de se estabelecer critérios racionais
para diferenciar a verdadeira virtude da virtude aparente, defendida pe-
los sofistas. Essa doutrina que equipara sabedoria e virtude é denomina-
da "Intelectualismo ético".
c) Platão afirma que só o sábio é virtuoso, porque unicamente conhece o
que é virtude, ou seja, conhecendo a Ideia de virtude é possível ser vir-
tuoso.
d) Tanto para Platão como para Aristóteles a felicidade é o fim da ação hu-
mana.
e) Na República (2006), Platão, ao reportar sobre as qualidades da cidade,
enumera as quatro virtudes principais: o individualismo, a vontade ou
ânimo, o amor e a medida justa. Posteriormente essas virtudes foram
chamadas de cardeais.
Gabarito
7) e.
© U1 - Filosofia moral – legado grego 49
13. CONSIDERAÇÕES
A moral sempre esteve presente em todas as sociedades e
culturas na forma de regulamento do comportamento social, o que
supõe que sempre existiu uma reflexão filosófica sobre ela, e tam-
bém porque é próprio da natureza humana esclarecer os critérios
que levam a ter uma boa vida. No entanto, foi com Sócrates que a
Ética se organiza a partir de princípios teóricos racionais. Fervente
opositor do relativismo sofista, defendeu a existência de normas
e valores morais absolutos e imutáveis. Esse pensador ateniense
afirmava que, para alcançar a felicidade, devemos ser virtuosos e,
para alcançar a virtude, dependemos do conhecimento.
Assim, o termo grego eudaimonia se relaciona com aretê,
entendido como virtude. As virtudes no trinômio Sócrates, Platão
e principalmente Aristóteles cobraram sentido enquanto caminho
para alcançar a felicidade. As reflexões socráticas sobre a Filoso-
fia Moral possibilitaram o surgimento de muitas propostas éticas.
Platão considerava que a felicidade era o fim da ação humana, e o
bem, o fim da Ética. Aristóteles definiu a felicidade também como
fim que concorda com o atributo humano da razão. E os estoicos
aderiram às virtudes cardinais, propostas por Platão, e centraram
sua reflexão nos problemas da conduta para alcançar o fim da vida
humana, que é a felicidade.
14. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 A escola de Atenas (1509-1510), quadro de Rafael, que mostra Platão ao centro.
Disponível em: <http://jornaldefilosofia-diriodeaula.blogspot.com.br/2012/01/os-
sofista.html>. Acesso em: 24 abr. 2013.
Figura 2 O império romano antigo. Disponível em: <http://profellingtonalexandre.
blogspot.com.br/2012/09/historia-de-roma-antiga-e-o-imperio.html>. Acesso em: 24
abr. 2013.
Figura 3 A morte de Sócrates (1787), quadro de Jacques-Louis David. Disponível em:
<http://paxprofundis.org/livros/apologia/apologia.htm>. Acesso em: 24 abr. 2013.
Sites pesquisados
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rid=1GMSLFWNB-5RXV9C-GSQ/Saber%20Cuidar%20-%20Etica%20do%20Humano.
pdf>. Acesso em: 24 abr. 2013.
BROCHADO, M. Prolegômenos à Ética Ocidental. Revista do Tribunal de Contas do Estado
de Minas Gerais, Belo Horizonte, ano XXVII, v. 73, n. 4, out./dez. 2009. Disponível em:
<http://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/637.pdf> Acesso em: 24 abr.
2013.
CICÉRO. The offices. Tradução de Thomas Cockman. Disponível em: <http://
pensamentosnomadas.files.wordpress.com/2012/04/offices-english.pdf>. Acesso em: 6
maio 2013.
EARNHART, P. O sermão da montanha. Extraindo os tesouros das Escrituras: exposições
práticas. São Paulo, 1997. Disponível em: <http://www.estudosdabiblia.net/som.pdf>.
Acesso em: 24 abr. 2013.
PESSANHA, J. A. M. (Org.). Antologia de textos / Epicuro. Da natureza / Tito Lucrécio Caro.
Da república / Marco Túlio Cícero. Consolação a minha mãe Hélvia; Da tranqüilidade da
alma; Medéia ; Apocoloquintose do divino Cláudio / Lúcio Aneu Sêneca. Meditações /
Marco Aurélio. Traduções e notas de Agostinho da Silva et al.; estudos introdutórios de
E. Joyau e G. Ribbeck. 3. ed. São Paulo : Abril Cultural, 1985. (Os Pensadores). Disponível
em: <http://www.nhu.ufms.br/Bioetica/Textos/Livros/OS%20PENSADORES%20-%20
Epicuro,%20Lucr%C3%A9cio,%20C%C3%ADcero,%20S%C3%AAneca,%20Marco%20
Aur%C3%A9lio%20-%20Cole%C3%A7%C3%A3o%20Os%20Pensadores.pdf>. Acesso em:
23 abr. 2013.
______. Sócrates. Platão. Defesa de Sócrates / Xenofonte. Ditos e feitos memoráveis
de Sócrates; Apologia de Sócrates / Aristófanes. As nuvens. Tradução de Jaime Bruna,
Libero Rangel de Andrade, Gilda Maria Reale Strazynski. 4. ed. São Paulo: Nova Cultural,
1987. (Os Pensadores). Disponível em: <http://bvespirita.com/Os%20Pensadores%20
-%20S%C3%B3crates%20(Jos%C3%A9%20Am%C3%A9rico%20Motta).pdf>. Acesso em:
24 abr. 2013.
PLATÃO. Diálogos Platônicos. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action&co_autor=173>. Acesso em: 24 abr.
2013. SANTOS, A. L. Para uma Ética do como se. Contingência e Liberdade em Aristóteles
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lusosofia.net/textos/santos_ana_leonor_para_uma_etica_do_como_se.pdf>. Acesso
em: 22 abr. 2013.